Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

“Sticada” Hoquista, na apresentação atual… e relançamento memorial: Relembrando a Taça Amizade – entre factos do Hóquei em Patins Portista.


Estamos com Agosto a caminhar apressadamente para dias de afrouxamento ambiental, mais de aproximação ao Outono, nestes finais do tempo soalheiro. Quando o desporto volta à ribalta do interesse geral, não só pela bola de futebol já estar a rolar oficialmente, mas pelas modalidades cuja atividade já faz eco nos pavilhões. 

Assim, decorreu esta passada terça-feira, dia 21, a apresentação da equipa sénior do hóquei em patins do F. C. Porto. Num início para nova época desde logo apontada com objetivo de recuperar o título máximo nacional e, dentro do possível, lutar pela ambicionada conquista de mais um título europeu. Pois, como Tó Neves foi dizendo no Porto Canal, a vida faz-se a olhar para a frente. Contudo, acrescentamos, sem descurar como visão lateral o que se passou anteriormente, refletindo a lição da época passada.


Ora, a atualidade da secção de hóquei patinado Portista passa por situação de alterações significativas: Quanto a permanências, continuam no clube Edo Bosh, Nélson Magalhães, Reinaldo Ventura, Caio, Tiago Santos e Pedro Moreira. Havendo nas entradas a vinda de Ricardo Barreiros (ex-Liceo da Corunha - Galiza), Jorge Silva (ex-Candelária, dos Açores), regressado; Vítor Hugo (ex-Oliveirense) e Hélder Nunes (ex-H.C. Braga). Enquanto se deu afastamento pelo fim de carreira do Filipe Santos e se verificaram as saídas de Nélson Pereira (para a Oliveirense), Gonçalo Suíssas (Candelária), Pedro Gil (Valdagno, Itália), além dos jovens Telmo Pinto (Valongo) e Tomás Castanheira (H.A. Cambra). 

Na situação presente, acresce que Caio não poderá ajudar a equipa quando começar a época. O avançado foi suspenso pelas instâncias federativas, derivado a motivos burocráticos, e só poderá jogar a partir de Janeiro. Porém, poderá participar nos treinos.


Entretanto, a pré-época decorrerá sob limitação evidente, visto o F. C. Porto ter quatro dos seus hoquistas ao serviço da seleção nacional que, de momento, prepara a próxima participação de Portugal no Europeu da modalidade ao nível de nações. 

Assim sendo, a equipa orientada por Tó Neves começou a trabalhar no Dragão Caixa, com muitos planos para 2012/13. O técnico portista recordou os objetivos falhados em 2011/12 e virou-se para o futuro: «A equipa está com vontade de formular objetivos que passam pelo campeonato, final da Taça de Portugal e “final-four” da Liga Europeia. Será uma pré-época complicada, mas tudo faremos para tornear as situações e chegar ao início do campeonato na máxima força». Assegurando que esta é «uma equipa diferente», enquanto sublinha: «quero um FC Porto mais competitivo, os adversários são todos iguais».


Enquanto isso, na espera pelo início da época de competição de clubes (já que antes haverá ainda a seleção lusa a entrar em rinque), virá a talhe de foice, metida em nossa própria seara, um relance por tempos em que havia provas oficiais de preparação, como a Taça Preparação e o Torneio Abertura, com as melhores equipas da área da Associação de Patinagem do Porto, antes do início das competições de maior envergadura. E no encerramento de cada época a Taça Amizade, com as melhores equipas também, como que num apogeu de epílogo das hostilidades. Calhando então um olhar para trás, remirando memórias desses outros tempos, até para relembrar títulos conquistados outrora, que estão quase completamente esquecidos em certos setores.

Com efeito lemos há tempos uma afirmação, algures, que o F. C. Porto só venceu competições oficiais a partir dos anos oitenta, com exceção do Metropolitano, em finais dos anos sessentas. Com efeito o F. C. Porto ostenta esse título Metropolitano, conquistado em 1968/1969 - o campeonato das equipas metropolitanas (porque nesse tempo do Estado Novo, havia uma fase final com equipas das províncias ultramarinas). Mas, para haver rigor verdadeiro, alguns outros títulos mais foram obtidos, entretanto, não com a importância dos campeonatos nacionais que tardaram a ser conseguidos, efetivamente, mas outras provas oficiais.

Cristiano, desbaratando a defesa da equipa do Académico, do Porto...

Desse modo, convirá recordar uma dessas conquistas, entre diversos exemplos, como era a Taça Amizade. Uma das provas que serviam de preparação ou encerramento da época, disputando-se precisamente no início ou ao chegar o final das épocas, nesse caso antes da entrada no defeso. Trazendo-se, para o efeito, como vislumbre recordatório - da Taça Amizade - um recorte do jornal O Porto de 22 de Junho de 1968, dando conta do torneio com esse fim. Quando no panorama hoquístico ainda sobressaiam as camisolas brancas sobre calções pretos academistas, que haviam feito história no desporto do aléu. Em ano em que o F. C. Porto eliminou outro histórico, nesse tempo grande candidato aos lugares cimeiros e eterno rival, o Valongo, derrotado nas meias-finais; e, por fim, o Académico do Porto acabou por também soçobrar na final, dessa prova oficial.


Dessas eras passadas aguçam a curiosidade as imagens contemporâneas, tal qual as expostas mais acima, de jogos antigos com o Valongo e o Académico. Servindo ainda de lenitivo, como farol avistado nestas horas de bruma, na neblina que começa a alcançar o semblante do mistério ambiental, tal a sensação do ocaso estival. Guiando-nos pelas estrelas… Não as do horizonte em noites de céu limpo, mas as das constelações do universo Portista, incluindo hoquistas como Cristiano, o nosso ídolo hoquista desses tempos. Mais: o único jogador de hóquei em patins do F. C. Porto com lugar na seleção portuguesa até aos anos setentas, mesmo o atleta mais emblemático no prestígio do F. C. Porto através dos stiques, qual bandeira do clube a nível do jogo disputado sobre patins.


© Armando Pinto 

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2 comentários:

  1. Sempre em grande, sempre a continuar a lutar pela história do FC Porto. Se vivesse no Porto e melhor se pertencesse ao pessoal do clube, a história do FCP estaria completamente sem faltar nada. Como noutros tempos havia o Luís César. Desejo que venham a criar esse posto de cronista historiador que faz falta, de tanto que deve haver nos arquivos onde houver o Norte Desportivo, O Porto, Porto Desportivo e arquivos do JN, Comércio, Primeiro de janeiro, Tripeiro, etc. E no pessoal da revista e nas secretarias deve haver pessoas capazes.

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  2. Faço minhas as palavras do leitor que comentou, o Sr. Teixeira.

    Não esqueço, Armando, que o Hóquei em Patins foi a primeira modalidade Campeã Europeia no FC Porto!!!

    Abraço.

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