Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

1º de Maio Azul... da Era Presidencial de Pinto da Costa


No dia 1 de Maio de 1982: «...o (então) recém-eleito presidente do F C Porto, Pinto da Costa, percorreu a pé o caminho entre o Estádio das Antas e o Governo Civil do Porto, acompanhado de muitos outros portistas, para entregar uma mensagem de protesto pela forma como o clube estava a ser tratado na altura.» 

Ora, logo que tomou o pulso aos destinos do F C Porto, Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa começou a tratar dos assuntos do clube do coração como deve ser, procurando defender intransigentemente os interesses portistas. Tal qual tentou lutar, formando dupla com o treinador José Maria Pedroto, contra o sistema desportivo do BSB até aí implantado, ainda como chefe do departamento de futebol, e depois como Presidente reforçou essa pugna, qual cavaleiro de tempos heróicos lutando por supremo graal.


Desse 1º de Maio, do ano da mudança do F C Porto, diluem-se já as memórias no tempo. Temos ténue ideia de haver sido numa manhã, salvo erro ou se a memória não nos atraiçoa, de um sábado, naturalmente feriado. Mas mantém-se viva a imagem de interventiva multidão, em uníssono pelo bom nome do clube, a manifestar-se diante do antigo edifício público que albergava o Governo Civil por esse tempo. 


Na época ainda não havia o Metro, ou seja transporte de metropolitano, restando os tróleis e autocarros como transportes públicos para deslocações urbanas dentro da cidade, e o Governo Civil era o representante governamental no distrito - ao passo que hoje já não existe, por decisão estatal, apesar de não ter ido avante a Regionalização, que não convém ao poderio da capital do país... havendo porém Metro, felizmente, por obra e graça do antigo Presidente da Câmara Fernando Gomes.

Pois, Jorge Nuno Pinto da Costa meteu peito na defesa do F C Porto e continuou ao longo dos anos, por muito tempo. Nesse prisma, recordamos uma breve passagem duma entrevista de Pinto da Costa (reproduzida na revista do Jornal de Notícias sob título "F. C. Porto: 100 Anos de Glória"), aquando do centenário do F C Porto, como se sabe em 1993.


Pinto da Costa: É esse mesmo Presidente, passados 32 anos, que desejamos rever, com igual acutilância, agora não só, mas também, a batalhar contra o poder da atual "troika" lisboeta, e especialmente a remediar erros do passado presente, bem como a organizar o futuro, como ele tão bem sabe, reorganizando a estrutura clubista, de modo a recuperar-se a confiança que tem sabido transmitir.

Venha de lá novo ciclo, contra o que tanto auguram os adversários, de forma a que retorne a mística Portista que emergiu do anterior estado dum Dragão adormecido, para o pujante Dragão a lançar fogo, através da direcção de Nuno Pinto da Costa. 

Armando Pinto 
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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Campeões Pioneiros - a propósito do 25 de Abril azul e branco…!


Foi certinho e direitinho o tempo do futebol jogado com botas de travessas e pesadas bolas artesanais, quando também sobressaíam equipamentos quase caseiros - já não olhando tanto aos calções compridos, porque agora se usam em medidas abonadas, também. Numa era, aquela antepassada, em que o F C Porto, desde os primórdios em campos portugueses desse fabuloso jogo, começou a vencer e convencer, a pontos de ter sido o clube que primeiro conquistou os títulos nacionais que foram surgindo, em diferentes versões e ao longo das primeiras décadas do século XX.


Depois intrometeu-se o longo período político do chamado Estado Novo; e então, por motivos conhecidos, houve um obscurantismo que se repercutiu no desporto, passando a capital do império a ditar leis, por tábua rasa dum poder reinol com chancela de que só Lisboa contava e o resto era paisagem. Até que se deu o 25 de Abril de 1974 e, ainda nessa década, o F C Porto voltou a assumir protagonismo e recuperou o título de campeão, num ciclo que se tem alongado, em evidente superioridade.


O 25 de Abril floriu nas imagens e gestos dos cravos vermelhos que andaram nos canos das armas e nas mãos, vitoriando a mudança. Contudo a maioria das pessoas nem sabiam então o que era política, nem andavam a par de nada daquilo. Depois, felizmente, para nós fez sobressair as cores azuis e brancas.

Assim sendo, apesar de alguns erros político-sociais que de permeio foram e têm acontecido, conforme grande parte dos portugueses sente atualmente, a mudança de regime teve muitos aspetos positivos, como se verificou, entre diversos mais, no caso desportivo. Embora sempre com saudosistas de velhos processos a tentarem outras chances e de quando em vez lá conseguirem fazer andar para trás o efeito do tempo, como que a emperrarem a máquina da verdade desportiva.


Em homenagem a isso, aos tempos de conquistas limpinhas, porque o F C Porto esteve na vanguarda das primeiras provas e campeonatos nacionais, antes da implantação do anterior regime, e depois voltou ao pódio cimeiro com a implantação da democracia, como bem sabemos, recordamos aqui e agora os pioneiros campeões e seus feitos (já que os mais recentes ainda estão na memória coletiva),  por meio de alguns lembretes (respigados do pequeno livro "A Vida do Grande Clube Nortenho", nº 2 da colecção Selecções Desportivas - Extra", de Setembro de 1978), com quadros alusivos aos primeiros títulos, na sucessão dos antigos tempos.


Armando Pinto
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quarta-feira, 23 de abril de 2014

5º Aniversário do Dragão Caixa


Perfaz agora já cinco anos que, numa noite agradável, plena de calor humano e entusiasmo Portista, foi inaugurado o novo pavilhão gimnodesportivo e polivalente do F C Porto, denominado Dragão Caixa. Nessa inesquecível noite de 23 de Abril de 2009 em que também o autor destas linhas esteve presente, em corpo e alma, graças a amável convite da então Diretora da revista Mundo Azul, do Conselho Cultural do F C Porto, derivado a estarmos a colaborar com algumas crónicas nessa publicação do clube, ao tempo.


Tal como será sempre lembrado com um frémito especial o golo de Kelvin, ao minuto 92 do Porto-Benfica mais entusiasmante, bem como se recorda sempre com emoção as grandes alegrias de Viena e Tóquio, mais as seguintes euforias das taças europeias e mundiais conquistadas, assim como estivemos felizmente na inauguração do Estádio do Dragão, entre memórias gratas e inesquecíveis, igualmente tem lugar especial em nosso coração o que vivemos ali, no Dragãozinho, nessa noite de gala Portista… e, de estrela na mão, como todos os que lotavam as bancadas, além da pequena lanterna de prender ao dedo (que emprestamos para o museu atual, entretanto)…  lá vimos, apesar da meia-luz, apropriada aos momentos de brindes de parabéns, ali diante dos olhos, alguns dos nomes sagrados que tanto admiramos ao longa da vivência clubista, como Américo, Cristiano, Mário Silva, Fernando Gomes, Rodolfo, Aurora Cunha, Victor Hugo, Fernanda Ribeiro, Leandro, Leite, Vitor Baía, João Pinto, etc. etc.


Faz agora cinco anos, que estivemos também no Dia Um do Dragão Caixa, assim chamado em homenagem à ajuda monetária da Caixa Geral de Depósitos, entidade bancária patrocinadora da edificação (como já ajudara mais clubes, entretanto, a construir diversas outras estruturas). Pavilhão desportivo esse, o nosso, também conhecido entre adeptos por Dragãozinho; e que substituiu o antigo Gimnodesportivo das Antas, apeado devido ao plano de urbanização das Antas, à época da construção do novo estádio do Dragão, vizinho e irmão maior e mais velho, por assim dizer.


Foi então isso numa noite mágica, que sabe sempre bem recordar – como aqui fazemos, agora, através de algumas páginas das revistas Mundo Azul e Dragões, desse tempo. Cujas imagens e algumas legendas ajudam a narrar algo histórico e dispensam maior desenvolvimento descritivo.






Em sequência dessa efeméride e pela ligação existente, aproveitamos para recordar o anterior pavilhão, de jogos (pois havia ao lado o pavilhão de treinos, que a partir de determinada época foi chamado de Pavilhão Afonso Pinto de Magalhães). Tendo o antigo Gimnodesportivo das Antas sido inaugurado em 1973 e mais tarde rebaptizado de Pavilhão Américo Sá, edificado através de campanha de angariação de fundos e ajudas dos sócios e adeptos Portistas, para o qual também contribuímos, quer através de comparticipação com importância monetária que nos foi possível, bem como com colaboração na venda de cadernetas de bilhetes para o sorteio monumental realizado, a reverter para seu devido fim.


Desses factos, juntamos imagens da frente e verso dum bilhete desse sorteio, mais uma crónica inserta no livro “A Vida do Grande Clube Nortenho”, alusiva à narrativa memorial do recinto oficial das modalidades amadoras, na cidade desportiva das Antas.


Ora, sucedendo ao Pavilhão Gimnodesportivo das Antas / Américo Sá, o Dragão Caixa ergue-se altaneiro lateralmente ao Dragão, como é normalmente referido o estádio, fazendo parte dos locais de peregrinação Portista, enquanto sítios onde vive o F C Porto.

Como dados históricos, eis uma "ficha" do Dragãozinho / Dragão Caixa:

Dezanove meses após o início da construção, o Dragão Caixa, a nova e atual casa das modalidades amadoras de pavilhão do FC Porto, tornou-se uma realidade, sendo  inaugurado na quinta-feira dia 23 de Abril de 2009.
Andebol (modalidade estreou o pavilhão, em jogo a contar para os "play-off" do Nacional da modalidade, frente ao Horta), basquetebol e hóquei em patins são os grandes beneficiados com essa infraestrutura que possibilitou o regresso a "casa" quando andaram anos dispersos por outras cidades. Como cumprimento de um sonho de Pinto da Costa, o presidente que tinha assumido a nova casa das modalidades como uma prioridade para o mandato contemporâneo, tendo  o empreendimento sido lançado simbolicamente nas comemorações do seu 25º aniversário na presidência do clube.
Orçado em 11,7 milhões de euros, o Dragão Caixa tem 2007 lugares sentados (1868 em bancada, 121 camarotes e 18 para comunicação social) e é considerado mais um arrojo arquitetónico de Manuel Salgado, que também projetou o Estádio do Dragão. Havendo esse arquiteto lisboeta tido a colaboração de Jorge Estriga, Joana Pinheiro e Inês Cruz.
O Dragão Caixa - assim chamado, repete-se, pela parceria havida com a Caixa Geral de Depósitos, a qual por essa via investiu no "naming" do pavilhão – é nome de marca, efetivamente, com sucesso. Destaca-se por estar assente em pilares e por se organizar em três pisos, a arena onde fica o campo, as bancadas para os adeptos e um terceiro nível que alberga os serviços administrativos. Construído num vazio urbano de 8300 metros quadrados, entre o estádio e a Via de Cintura Interna, o pavilhão tem uma forma retangular com as extremidades ovais, tendo uma área de construção de 13 mil e novecentos metros quadrados.



Armando Pinto
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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mística Portista no reflexo de antigas Comissões e atual Conselho Cultural


É sabido e sentido que esta época o F C Porto esteve longe do fulgor de anteriores temporadas, em futebol, nomeadamente através da equipa principal e das camadas jovens de formação, pois a equipa B tem-se portado bem, por ora. Enquanto nas modalidades amadoras tem sido um ano com saldo positivo, desde o hóquei patinado e andebol, inclusive o basquetebol (apesar da equipa de transição atual não estar a ostentar o nome do clube), até à natação e o boxe, ah e aí no pugilismo com caras bonitas (das nossas meninas que tão bem sabem transformar essa modalidade sempre discutível numa arte, para muitos mesmo nobre). Porém, como o futebol é o barómetro da atividade, naturalmente que tudo se resume à apreciação futeboleira. Algo que pode e deve ter outras cambiantes extensíveis, atendendo à mística que sempre anda associada a este fenómeno que é o Portismo de que andam tantas almas cheias.


Costuma-se dizer que nem só de pão vive o homem, o que na transposição ao caso, se pode também dizer que nem só das prestações desportivas vivem os apoiantes Portistas. Havendo momentaneamente o sentimento que, mais que tudo, interessa que seja, desde já e bem, organizada toda a estrutura para a próxima época. E enquanto isso, há que olhar-se também a toda a envolvência capaz de reforçar o sentimento clubista. Atendendo a que a profusão de vitórias até agora levaram a haver muitos Portistas captados pela euforia confiante, dos que só no momento conheceram o reverso da medalha, e os que antes chegaram a sentir a aridez e despojamento do deserto, agora já estarem mais acostumados à fartura. Podendo e devendo o atual estado levar a um fortalecimento do apego Portista, por entretanto todos termos revisto a propaganda e sobranceria dos adversários, levando a que deixe de haver adeptos pipoqueiros daqueles que sabem mais criticar que incentivar, voltando então assim a haver a convicção generalizada de que os opositores são externos.

Nesse sentido vem ao caso, também, o labor de grupos ligados ao esquema organizativo do clube, sabendo-se da importância que antigamente tiveram algumas comissões, como a do conjunto de associados pró-estádio, com papel preponderante no sucesso da edificação do estádio das Antas, bem como a brigada de fiscalização que tentou que o clube não fosse prejudicado financeiramente na organização de jogos (à qual já nos referimos em anterior artigo, e aqui recordamos parcialmente), tal qual a comissão pró-sede, etc. etc. e atualmente o Conselho Cultural, este com menos visibilidade e eventual campo de ação.


Sendo esses anteriores departamentos e o atual conselho organizativo de eventos, como espécie de setores, dignos de nota, afloramos a respetiva existência, por quanto essa repartição da organização Portista poderá representar no âmbito da divulgação e preservação memorial, para que possa haver não só adeptos mas bons conhecedores da mística Portista. Para possibilitar que possa deixar de haver assobiadores desconhecedores da história do clube, por exemplo. Bastando recordar algumas das publicações já levadas a cabo em anteriores exercícios do Conselho Cultural e especialmente quão relevante se torna vincar à posteridade tudo o que povoa o mundo azul e branco. Já que novos Portistas virão e por enquanto muitos de nós cá continuamos a sentir o mesmo Portismo.

Vem isto a talhe porque, de permeio, nos dias que correm o clube, quantas vezes, tem sido mal historiado, por meio de autores que pouco ou nada sabem, perante almanaques por demais incorretos e incompletos, enquanto se vê na blogosfera alguns trabalhos deveras completos, chegando a haver apaixonados que têm todo o rol de resultados, classificações, listas de campeões, galerias de internacionais, etc. etc. E o F C do Porto é algo superior para não merecer em tudo o que haja de melhor.


O F C Porto honremos, pois o F C Porto nos contempla!



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Armando Pinto

sábado, 19 de abril de 2014

Feliz Páscoa!


Páscoa, no sentido de ressurreição e vitória da vida sobre a morte, relaciona-se com renascimento, na renovação da natureza, no vigor da vida. Por quanto esta associação significa e como sempre desejamos o melhor para nós, para os nossos e para tudo o que mais queremos, assim ansiamos uma revitalização no que nos une. 


Vendo ao redor a natureza a florir e consequentemente o ambiente a desabrochar, mesmo com contrariedades das agressões políticas que estão a prolongar a crise social, queremos sempre acreditar que não pode haver mal que sempre dure; e, apesar das injustiças, qual sistema desportivo reinol tendente para os lados do sul, mantemos esperança de rápida reposição de valores. 

Pois então, sendo tempo de refazer sonhos e lutar para os alcançar, desejamos, a todos os que comungam do mesmo ideal azul e branco, uma Feliz Páscoa.


Armando Pinto

sábado, 12 de abril de 2014

Fernando Moreira de Sá: Ciclista "Locomotiva" do F C Porto!


MORREU FERNANDO MOREIRA DE SÁ, VENCEDOR DA VOLTA A PORTUGAL DE 1952: Soube-se na tarde de sexta-feira, através de nota difundida pela página informática oficial do F C Porto.

Então, efetivamente faleceu esse senhor conhecido como nome histórico do F C Porto, um desportista que no ciclismo levou pelo país além e mesmo pelo mundo o nome do clube azul e branco da Invicta. Fernando Moreira de Sá, ciclista dos tempos áureos do desporto das duas rodas e que dando ao pedal elevou bem alto o nome do F C Porto. Qual estrela cintilante no firmamento... bem azul.


«Morreu aos 85 anos Fernando Moreira de Sá, vencedor da Volta a Portugal em bicicleta de 1952, com a camisola do FC Porto, único clube que representou. O FC Porto apresenta sentidas condolências à família» - anunciou, na sexta-feira, dia 11-04-2014, o texto oficial constante do sítio do F C Porto na Internet.

​«Fernando Moreira de Sá foi um dos mais relevantes ciclistas da sua geração, entre as décadas de 40 e 50 do século passado, tendo ingressado no FC Porto com apenas 17 anos. E foi de azul e branco que fez toda a carreira, que teve como pontos altos a conquista da Volta a Portugal de 1952, bem como o campeonato nacional de 1950. Numa altura em que o ciclismo era uma modalidade muito popular, Moreira de Sá era um dos ciclistas mais acarinhados pelos adeptos, não só devido às suas qualidades como ciclista, mas também pelo comportamento exemplar que teve sempre para com companheiros e adversários.

O corpo estará em câmara ardente na Igreja do Bom Despacho da cidade da Maia, a partir da 14 h 00, e o funeral realizar-se-á sábado, às 15 h 30, no mesmo local.» Conforme acrescenta o site do F C Porto.


«Nascido a 12 de junho de 1928, na Maia, Fernando Moreira de Sá teve o ponto mais alto da sua carreira desportiva com a vitória na Volta a Portugal de 1952. Destaque ainda para a vitória no Campeonato Nacional em 1950 e para cinco títulos de campeão regional de fundo.» Refere a nota publicada pela Federação Portuguesa de Ciclismo no seu sítio oficial na Internet.

= Ladeando o vencedor da Volta a Portugal em 1950, Dias dos Santos, na companhia também de seu irmão Luciano. =

Ora, Fernando Moreira de Sá foi um dos expoentes dessa modalidade desportiva de pergaminhos dourados dentro da história do F C Porto. Era assim chamado popularmente, na extensão do nome, ou ainda por Moreira de Sá, para se distinguir do famoso Fernando Moreira, mais velho mas seu contemporâneo, assim como de seu irmão Luciano Sá, vencedor de duas edições da clássica Porto-Lisboa. Havendo ele, Fernando, por sua vez, tido mais triunfos e estado à beira de outros também importantes, como aqui afloramos, através de alguns recortes coevos… com que se demonstra não ter sido apenas a vitória na Volta a Portugal que o tornou afamado.


Com efeito, entre as corridas em que participou, sempre em lugares de destaque, Moreira de Sá, por exemplo, teve papel importante na Volta conquistada em 1950 pelo colega de equipa Dias dos Santos – conforme se ilustra com imagens da época, também. Mas houve outras peripécias sintomáticas de sua aura ciclista, conforme aqui recordamos, de seguida…

= Reportando à Volta a Portugal de 1951, o valor de Moreira de Sá era reforçado com a história do roubo da vitória na clássica 9 de Julho, no Brasil…=

Muito admirado no seio da família Portista, Moreira de Sá era conhecido por "locomotiva", com que ficou ainda e sempre é referido, derivado de sua velocidade evidente e por puxar, por assim dizer, o ciclismo do F C Porto para a ribalta da liderança nacional. Especialmente pela categoria de nesse tempo ter sido o melhor contra-relogista ibérico durante vários anos, sensivelmente ao longo de quase uma década.


Como lídimo representante do ciclismo nortenho, quando o campeoníssimo Fernando Moreira andou pelo estrangeiro e depois regressou sem o anterior fulgor, Moreira de Sá não teve apoio da comunicação social sulista e era visto pelos adeptos dos clubes adversários como alguém que lhes tirava veleidades… a pontos de, mais tarde, ainda, um livro intitulado História da Volta, transcrito para a página informática da Federação, lhe tentar retirar méritos, por Alves Barbosa não ter participado na Volta de 1952. Como se os lugares triunfais estivessem reservados… Mas a história encarrega-se sempre, como o azeite, de vir acima e repor as verdades, sabendo-se que Fernando Moreira de Sá teve uma carreira brilhante, digna de muito apreço. Vencedor moral, embora 2º classificado, na Volta do 9 de Julho de São Paulo-Brasil, em 1951, por não lhe ter sido reconhecida a vitória nessa prova através de artimanhas de bastidores, foi aí vítima de inventona a que em Portugal alguma imprensa pró-clubes de Lisboa deu enfoque desvirtuador, como é costume. Veio mais tarde, em 1952, a obter um importante triunfo internacional, ao vencer em Caracas (Venezuela) os 40 quilómetros à americana, com Alves Barbosa a completar a dupla e relegando para lugares imediatos italianos e luxemburgueses. E, como bem relatou Victor Queirós, profundo conhecedor da História do F C Porto, Fernando Moreira de Sá «foi um ciclista de nível mundial, o mais completo de uma família de ciclistas, os 3 Irmãos Sá, que contribuíram imenso para o domínio esmagador do FC Porto entre os anos 1940 e 1970. Moreira de Sá era um contra-relogista ímpar e um trepador emérito, e a sua humildade notou-se pela forma como se manteve ao serviço do colectivo no período mais brilhante de Fernando Moreira, com quem dominou as estradas nacionais e internacionais. Foi dos poucos a bater homem a homem Gino Bartali, bi-vencedor do Tour de France. É uma grande perda do FC Porto e do Ciclismo.»

De seu currículo, consta na ficha oficial, mais precisamente, que Fernando Moreira de Sá, sempre como ciclista do F C Porto, foi cinco vezes Campeão Regional e duas Campeão Nacional (uma como independente, categoria superior desse tempo, e uma como amador). Ganhou etapas e circuitos em provas diversas, tendo ainda em 1950 sido 2º classificado na corrida Madrid-Porto (com a participação de 10 portugueses e 10 espanhóis). Depois foi  2º classificado na Volta a S. Paulo  e 12º na Volta a Marrocos, em 1951. Na Volta a Portugal, ganhou 3 etapas. Foi o vencedor da Volta em 1952, obtendo ainda um 3º, um 4º, um 5º e um 8º lugares. Em 1952, também venceu na Venezuela uma clássica prova de 40 Kms à americana.

Em 1952 conquistou então a Volta a Portugal, um feito deveras eloquente pela sua superioridade patenteada. Tal como se recorda, aqui, por meio de nomes e números das classificações.


Detentor como foi de tão prestigiante palmarés, Fernando Moreira de Sá tem lugar entre os nomes mais ilustres do desporto dos pedais em Portugal e na memória do mundo azul e branco.

Nesse sentido, não admira, as presenças requisitadas de sua pessoa para convívios e encontros de âmbito desportivo e ambiente ciclista, ao longo dos anos. Como foi o caso fixado numa fotografia, em pose à posteridade, a perpetuar encontro de Portistas da velha guarda, com ciclistas de diversas gerações, na presença do antigo futebolista Fernando Gomes, em representação do clube. Sendo então ainda vivos todos os que marcaram presença na ocasião, porque entretanto já partiram desta vida alguns desses nomes que ficaram na história como grandes ciclistas do F C Porto. E se recordam, legendando a foto de conjunto: Da esquerda para a direita - Fernando Moreira de Sá, Sousa Cardoso, Mário Silva, Fernando Gomes, José Pacheco e Joaquim Leão (conforme foto da página do Mário Silva, nosso ídolo, como também os outros), tudo gente inesquecível dos tempos em que o ciclismo captava adeptos para as cores do F C Porto e dava alegrias, algo que no futebol não era possível, então, na era do sistema BSB do futebol indígena e do desporto mais corporativo dessa fase estatal.


Armando Pinto
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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Reflexão…


Sob esta imagem, retratando artística pintura do Albertino, afamado pintor que foi futebolista do F C Porto, como sinal do tempo e em período de aproximação à Páscoa da Paixão, reparamos quão diferente tem estado a mística Portista, mas cremos na esperança de melhores dias. Com reflexão devida… também.

Esta época desportiva de 2013 / 2014 é para esquecer, sem merecer ficar na história para recordar, contudo deverá permanecer como lição à SAD e responsáveis do F C Porto, de modo a servir de emenda. Sem esquecer, não como desculpa mas constatação verdadeira, que a batota e habilidades que tem havido no desporto português e particularmente no futebol principal, com o prejuízo feito ao F C Porto por arbitragens encomendadas e decisões mal intencionadas, ajudaram a fazer decair a confiança interna e a abanar o ânimo da equipa.

Perdido o Campeonato da Liga Portuguesa de futebol profissional e agora com o afastamento da Liga Europa, apenas foi conquistada a Supertaça nacional no arranque da temporada. Restando as taças de Portugal, sempre interessante, e a da cerveja, que urge ser reabilitada. E desde já a preparação da próxima época deve ser bem repensada, enquanto o clube merece voltar a ser mais dos apoiantes e menos de elites sociais. 

Porém, apesar de tudo, há que manter firme o passo, ninguém recua… como diz o poema Aleluia do F C Porto. Nem todos os anos se pode ganhar, sempre... e aquela recordação do minuto 92, há um ano ainda, que pôs alguns milhões prostrados, vale por milhões... de outras sensações!

Armando Pinto

terça-feira, 1 de abril de 2014

Colecionismo Recordatório – Garrafas de cerveja alusivas ao F C Porto


Porque nem só documentos históricos e imagens inesquecíveis incorporam a essência Portista, desta vez recordamos, aqui e agora, quando momentos altos da vida do F C Porto foram assinalados por empresas cervejeiras, através da edição de garrafas alusivas ao F C Porto. Com espaço assinalável de tempo entre elas, visto a mais antiga ter sido apresentada pela ida do F C Porto à final da Taça dos Campeões Europeus, em 1987 (conquistada heroicamente, em Viena); e a segunda passados alguns anos, derivado à supremacia nacional que o F C Porto atingia já... 

Das mesmas, naturalmente, guardamos um exemplar de cada uma – como recordação estimativa, obviamente, e não pelo líquido, pois que estão fechadas de origem e como tal há muitos anos com o respetivo conteúdo.  Continuando através delas a perpetuação de que o grande clube Dragão azul e branco foi alvo, como que permanecendo a existência de tal realidade nestas peças de colecionismo recordatório.

Armando Pinto