Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

FC PORTO /SPORTING – Um dos jogos que sempre queremos ganhar – Recordando um encontro de cenário idêntico…


O título poderá nem ser tão assertivo como a certeza que é, pois no F C Porto sempre se quer ganhar tudo, o que no caso do futebol quer dizer todos os jogos, evidentemente (já que se for em ciclismo é corridas, etapas, voltas, prémios, camisolas, individual e coletivamente; se for em natação é provas de distâncias, individualmente ou de estafetas, etc. etc.). Contudo o âmago da questão está consubstanciado também em cima, que o F C Porto está sempre acima de tudo.

Ora, está para acontecer mais um duelo entre o F C Porto e o Sporting de Lisboa em futebol e para o Campeonato da Liga Portuguesa. Desta vez com um cenário que é bem conhecido do mundo desportivo português, pela diferença existente nas posições classificativas, pontuações, etc. e tal. Quadro que a comunicação social se tem esforçado por descrever e pintar a seu gosto e na opinião pública não faltam comentários conforme as preferências. Contudo, como o F C Porto é grandioso, naturalmente que só haverá no pensamento portista o desejo de vitória. Pouco importando o resto, sabendo-se que caso a vitória sorria para o F C Porto, ou mesmo em caso de empate, o Sporting perde pontos que alargam a distância para o primeiro lugar (contando que o Benfica vença o seu jogo, algo que não espanta tal o “colinho” que tem tido ao longo de toda a época das arbitragens, através dos poderes de decisão do futebol luso).  Apenas e tão só que o F C Porto é um caso à parte, não tem nada a ver com santas alianças como os de Lisboa fizeram por sua vez noutras ocasiões. E, sinceramente, entre um e outro, entre vermelhos e verdes, é tudo o mesmo, adversários a quem o F C Porto sempre quer ganhar. Entre Benfica e Sporting venha o diabo e escolha. O melhor é quando perdem os dois. A ter de ser um só, eles que se entendam…


Este pensamento não tem nada a ver com o Sporting ter cortado relações com o F C Porto na presidência de Bruno de Carvalho, nem com o Benfica do Vieira dos pneus ter propagandeado a edição do tal livro escrito por interpostas pessoas que deu para o caso do falso apito andar pelos trilhos judiciais e acabar por mostrar que era mentira de manha grosseira. Tal qual as tentativas de afastar o FC Porto das competições europeias foi sintomático e a realidade tem mostrado como os que eram desse saco estão aos poucos a mostrar a face aos quadrados. Isso tudo e mais, se é que há algo para além da morte, pode ser que venha ainda a ser pago noutro mundo, pois bem se vê que neste nem os que fizeram a crise monetária e social …

Assim sendo, como quem é portista só quer a vitória do F C Porto, outra coisa não será de esperar, dentro da legalidade do jogo. A não ser que no campo se não consiga, mas tem de se tentar!

Este caso, do F C Porto não depender do jogo (estando com lugar já definido, que não pode já melhorar, tal qual afastado de melhor lugar com tudo o que se passou) e eventualmente agora poder ter interferência no desfecho do futuro vencedor do campeonato, faz lembrar um outro caso, conforme está na lembrança do autor destas anotações. Pode até ter havido mais, mas pelo menos um vem ao pensamento, com algumas diferenças mas em pé de igualdade na generalidade. Conforme aconteceu em 1971, dentro da época de 1970/71.

Assoma na retina da memória esse jogo, decorrido na primavera de 1971. Entrara então Abril no calendário e o F C Porto vira-se afastado da luta pelo 1º lugar do campeonato num jogo disputado no Barreiro, onde, entre diversas decisões prejudiciais ao F C Porto, foi expulso o goleador que nessa época marcara seis golos em dois jogos ao Benfica (Lemos, que assim ficou afastado da disputa do prémio de melhor goleador do campeonato, visto ter sido castigado com 4 jogos, até ao fim da prova) Chegando, na semana seguinte, o Porto-Sporting dessa época, com o F C Porto praticamente afastado da hipótese de ser campeão, enquanto Benfica e Sporting estavam igualados no topo. Após na jornada anterior o F C Porto haver perdido na Cuf e ter ficado com menos 3 pontos (o que correspondia a uma vitória e um empate de diferença, tais eram os pontos atribuídos à época), quando o campeonato estava a três jornadas do fim e os dois adversários diretos se acotovelavam igualados no 1º lugar. Tanto que, fosse qual fosse o resultado, e contando que o Benfica teria a vitória no seu jogo do mesmo dia, como clube sempre protegido do sistema nacional, então pouco restava, a bem dizer. Pois, pese tudo isso, o F C Porto arregaçou as mangas e lutou.


Estava-se no Domingo 4 de Abril de 1971. Com o estádio das Antas cheio, o F C Porto entrou em campo disposto a honrar a camisola. E venceu. Por 2-1, mas até podiam ter sido mais, tal a toada avassaladora que o F C Porto imprimiu, sem dar veleidades ao adversário, desde uma segura atuação do guarda-redes Armando Silva, que deu confiança aos companheiros, até ter resultado numa tarde de futebol bem conseguida por todos os restantes elementos dos diversos setores.


Para a história, nesse jogo da jornada 24 do campeonato nacional de 1970/71,

o F C Porto alinhou com:

Armando, Gualter, Manhiça, Rolando, Valdemar, Pavão, Custódio Pinto, Bené, Abel, Joaquinzinho e Nóbrega; tendo ainda entrado depois Manuel Duarte e Ricardo.

Enquanto pelo Sporting jogaram Damas, José Carlos, Hilário, Caló, Peres, Tomé, Nélson, Marinho, Chico Faria, Lourenço e Dinis; mais os suplentes Pedro Gomes e Manaca.

Ao final do prélio assinalava o marcador dois golos para o F C Porto, saídos dos pés e cabeça de Abel e Joaquinzinho, aos 41 e 75 minutos, respetivamente. Resultado que foi encurtado quase no fim, com um golo de Dinis aos 82 minutos. Dando razão a tão brilhante vitória portista

Então o F C Porto e o Sporting tinham os seus equipamentos genuínos, quer o F C Porto com a linda imagem da nossa camisola das duas listas azuis salientes e o Sporting com calções pretos a dar outro impacto às camisolas listadas de verde, tal qual no emblema o Sporting ostentava o distintivo antigamente seleto e no do F. C. do Porto não havia fogo a sair do emblemático dragão.

Desse jogo, além das recordações, ficam ao longo do artigo algumas imagens como ilustração. Memorizando alguns momentos de registo, contando com o inicial aperto de mão entre capitães, com Rolando ostentanto a braçadeira do F C Porto, mais jogadas de ataque protagonizadas pelos nossos goleadores de serviço nesse jogo, Abel e Joaquinzinho.

Armando Pinto

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terça-feira, 26 de abril de 2016

Recomeço prometedor do ciclismo no F C Porto


O ciclismo do F C Porto em boa hora regressou ao seio do mundo portista, passando a ser mais uma modalidade que dá cor e vida à existência do sentimento que o F C Porto representa. Como tal, porque o universo do simbolismo do Dragão transmite espírito de vitória, seja no que for, aí temos de novo o ciclismo para nos entusiasmar, como noutras épocas, quando no futebol o panorama se não apresenta à medida de nossos anseios. Havendo assim sempre algo mais, como foi já o hóquei, o andebol, o basquetebol, etc. e mesmo com a natação, cujas notícias de vitórias chegam sempre bem à nossa atenção. Inclusive em modalidades de acompanhamento diferente, quer em bilhar ou boxe, por exemplo, interessando que os representantes portistas vençam e seus triunfos soem bem aos ouvidos. Até que agora o fogo do Dragão volta a ser no desporto das bicicletas de corrida. Cujo palmarés está a enriquecer o historial alvi-anil, como aqui tem sido registado em anteriores artigos historiadores.

Ora, no ciclismo de elite, o W52-FC Porto-Porto Canal somou ontem, feriado nacional do dia 25 de abril, a segunda vitória individual da época, de novo por intermédio de Rafael Reis, ao vencer a Volta à Bairrada, competição decorrida desde sábado até ao dia feriado de segunda-feira. Antes, no primeiro dia, Samuel Caldeira, também ciclista do F C Porto, vencera entretanto a primeira etapa e foi o primeiro camisola amarela, até ao fim do segundo dia de competição. Vindo no fim Rafael Reis, ciclista de 23 anos, a reconquistar a liderança para as cores do F C Porto ao vencer a terceira etapa, no terceiro dia. Tendo o F C Porto também vencido coletivamente, na classificação por equipas, em que esta é também já a terceira vitória coletiva neste começo de temporada ciclista.

Com estas e outras classificações, percorridas as primeiras corridas oficiais da nova época, em que se dá o regresso do F C Porto às estradas, os ciclistas que integram a equipa atual do clube dragão somam já alguns triunfos significativos, sendo para já os maiores triunfadores do pelotão nacional.


Tendo o início sido dificultado com o aparecimento de algumas quedas e consequentes lesões, estando alguns ciclistas azuis e brancos ainda em recuperação de mazelas e outros a procurarem recuperar a condição física e estado de forma competitiva, tudo o que se nota, para já, mostra que a equipa está bem constituída e promete uma época boa, conforme é denotado no comportamento dos ciclistas que têm podido andar nas bicicletas durante as provas.

Em atenção à satisfação que o ciclismo nos está a proporcionar, assim como noutros tempos nos entusiasmou, ilustramos esta crónica com imagens de recente reportagem saída na revista “Ciclismo a fundo”(em ampliação e pormenorização mais saliente que em anterior publicação, no artigo que neste blogue dedicamos à mesma revista). E, como que em apoteose memorial, culmina este registo com uma recordação de antiga equipa, dum dos anos de ouro do ciclismo azul e branco, refrescando memórias com um feito raro, do F C Porto ter vencido uma Volta a Portugal individualmente, no ano da vitória de Joaquim Leão, e coletivamente com um conjunto de oito ciclistas, os que os regulamentos permitiam que se inscrevessem e corressem, sem ter havido qualquer desistência nem eliminação – tal foi a vitória individual e coletiva na Volta a Portugal em bicicleta de 1964, com toda a equipa completa de início ao fim. Sendo a foto seguinte (em baixo) da equipa triunfante, a dar a volta de honra na cerimónia protocolar final, em plena pista de ciclismo do antigo estádio de Alvalade, com o vencedor da Volta, Joaquim Leão, ladeado por todos os colegas de equipa, os mesmos que começaram e acabaram a prova, e com o treinador eufórico a pedalar na frente… exibindo o "buquê" da vitória.

= Equipa da dupla vitória na Volta a Portugal de 1964, individualmente e por equipas - a partir da esquerda, em fila lateral: Mário Silva, Mário Sá, Joaquim Freitas, Ernesto Coelho, Joaquim Leão ( com a camisola amarela e coroa de louros de vencedor), José Pinto, Sousa Cardoso e Carlos Carvalho. Mais, à frente, o (diretor técnico) então treinador, Onofre Tavares – com o ramo de flores representativo do triunfo da equipa.

ARMANDO PINTO

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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Rafael Reis, do F C Porto: Grande Vencedor da Volta à Bairrada 2016 !


Rafael Reis, ciclista do FC Porto, e a equipa W52-FC Porto-Porto Canal, vencem individual e coletivamente a terceira edição da Volta à Bairrada, corrida este fim se semana prolongado até ao feriado nacional de 25 de abril.


Ao vencer o contra-relógio, em que consistiu a 3ª etapa, com 16 segundos de vantagem sobre o segundo classificado, Alejandro Marque, da LA Alumínios/Antarte, o ciclista do F C Porto Rafael Reis consegue ser o melhor da classificação geral, ficando 19 segundos à frente.

Ao terceiro dia desta importante prova, a 3ª Volta à Bairrada, o contrarrelogista Rafael Reis foi assim o mais rápido no Contra Relógio, etapa corrida individualmente ao longo de 9,7 quilómetros, em Pampilhosa e venceu categoricamente a Geral da edição de 2016 da Volta à Bairrada, em que a equipa  W52 - FC Porto - Porto Canal ganha também a Geral de Equipas e Samuel Caldeira a classificação dos Pontos.

O W52-FC Porto-Porto Canal somou assim a segunda vitória individual da época, de novo por intermédio de Rafael Reis. Antes, no primeiro dia, Samuel Caldeira, também ciclista do F C Porto, venceu já a primeira etapa e foi o primeiro camisola amarela, até ao fim do segundo dia de competição. Vindo no fim Rafael Reis, ciclista de 23 anos, a reconquistar a liderança para as cores do F C Porto ao vencer a terceira etapa, ao terceiro dia.

O ciclista do W52-FC Porto-Porto Canal, que chegara a esta última tirada no segundo lugar da geral, com o mesmo tempo de Daniel Mestre, da Efapel, superiorizou-se com uma vantagem significativa no contrarrelógio que até era bastante curto (cumprido em 10 minutos e 25 segundos), garantindo assim o triunfo, com o tempo total de 8h 03m 34s. Gustavo Veloso, outro especialista no contrarrelógio e de regresso à estrada, após lesão, foi sexto na etapa e oitavo na classificação geral.


Classificação individual na etapa

1.º - Rafael Reis (W52-FC Porto-Porto Canal), 10m25s
2.º - Alejandro Marque (LA Alumínios/Antarte), a 16s
3.º - Ivo Oliveira (Liberty Seguros/Carglass), a 20s
(...)
6.º - Gustavo Veloso (W52-FC Porto-Porto Canal), a 23s
20.º - Daniel Freitas (W52-FC Porto-Porto Canal), a 51s
31.º - Samuel Caldeira (W52-FC Porto-Porto Canal), a 1m01s
32.º - Ricardo Mestre (W52-FC Porto-Porto Canal), a 1m02s
51.º - Rui Vinhas (W52-FC Porto-Porto Canal), a 1m29s


Geral individual

1.º - Rafael Reis (W52-FC Porto-Porto Canal), 8h03m34s
2.º - Alejandro Marque (LA Alumínios/Antarte), a 19s
3.º - Ivo Oliveira (Liberty Seguros/Carglass), a 23s
(...)
8.º - Gustavo Veloso (W52-FC Porto-Porto Canal), a 31s
11.º - Daniel Freitas (W52-FC Porto-Porto Canal), a 54s
19.º - Samuel Caldeira (W52-FC Porto-Porto Canal), a 1m04s
35.º - Rui Vinhas (W52-FC Porto-Porto Canal), a 1m32s
36.º - Ricardo Mestre (W52-FC Porto-Porto Canal), a 1m39s

Geral por equipas

1.º - W52-FC Porto-Porto Canal, 24h12m02s
2.º - Liberty Seguros/Carglass, a 18s
3.º - LA Alumínios/Antarte, a 36s
4.º - Sporting/Tavira, a 39s
5.º - Efapel, a 1m15s


No rescaldo da corrida, Rafael Reis deixou na sua página da rede social facebook expressiva mensagem:
«Estou bastante contente com a minha prestação nesta competição! É o resultado do esforço desta grande equipa!
Só tenho que agradecer a todos os que me apoiam e aos meus colegas de equipa que tudo fizeram para que as coisas saíssem desta maneira!! Um muito obrigado a todos!!!»


ARMANDO PINTO

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sábado, 23 de abril de 2016

Presidente do F C Porto já tomou posse. Com pensamento que: “A HORA É DE PENSAR NO FUTURO, DE TRABALHAR E DE GANHAR”!


Tomou oficialmente posse na manhã deste sábado, para novo período de continuação do seu longo mandato,  o Presidente da Direção do F C Porto Jorge Nuno Pinto da Costa. Solenidade que teve lugar neste dia 23 de abril que é data histórica, ao perfazer o 34º aniversário do seu começo oficial como Presidente portista. Entrando assim em novo período que, enquanto já é o presidente de clube mais titulado, pode levar a que se torne mundialmente o presidente clubista com mais tempo no lugar cimeiro de seu clube, estando quase a suplantar os 35 anos de presidência madridista do antigo presidente Barnabéu do Real Madrid.

A oficialização em apreço, em que  o presidente do FC Porto prometeu “muitas alegrias” aos adeptos no dia da tomada de posse dos órgãos sociais do clube, deu também posse a todos os dirigentes do FC Porto para o quadriénio 2016/20, eleitos no passado domingo e que este sábado assinaram o respetivo livro dos autos diretivos, na Tribuna VIP do Estádio do Dragão. 

No dia em que se completam 34 anos desde a primeira vez que tomou posse como presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa agradeceu àqueles que o acompanharam ao longo do percurso, projetou o futuro para os próximos quatro anos e ainda deixou críticas à comunicação social: “Vamos fazer uma equipa coesa, todos, com os adeptos, e com a certeza de que vamos ser falados quando as coisas correrem mal. Vamos lutar por tudo, para poder aparecer o menos possível nos jornais e nas estações televisivas, porque é sinal de que ganhámos. A hora é de pensar no futuro, de trabalhar e de ganhar. "De certeza que vamos dar muitas e muitas alegrias aos nossos sócios e adeptos. Falar do presente, toda a gente fala, com mais destaque, sobretudo para quem escreve quando as coisas correm mal, com vergonha, quando correm bem. Obrigá-los a escrever menos sobre nós, que é sinal de que vencemos, é o que queremos fazer”, afirmou o dirigente máximo dos azuis e brancos reeleito para o 13.º mandato com 79 por cento dos votos.

Pinto da Costa realçou ainda “o espírito da nova direção”, composta por seis vice-presidentes, de acordo com os estatutos aprovados em Assembleia Geral. “Tive o prazer daqueles que saíram poder continuar a contar com eles noutros lugares ao serviço do FC Porto. Todos os que tomaram posse têm o intuito de servir o F.C. Porto. Mas queria chamar a atenção para o que representa ser FC Porto. Tenho a honra de ter pessoas na minha direção que já representaram nos mais altos lugares da nação. Aceitam-me como o seu presidente. E com muito orgulho, é isso que me anima, é isso que me dá força”.

Nos próximos quatro anos de mandato, a Mesa da Assembleia Geral do FC Porto será presidida por José Manuel de Matos Fernandes, enquanto o Conselho Fiscal e Disciplinar voltará a ser liderado Paulo Nunes de Almeida.

O Presidente reeleito aproveitou ainda para adiantar que a primeira reunião da nova direção está marcada para a próxima quinta-feira, no Estádio do Dragão, mas a vida do clube continuou logo de seguida, durante a tarde deste sábado.


E então, na tarde deste sábado, como todos os portistas, naturalmente, o autor destas notas ganhou mais disposição para confiar no futuro, com a equipa principal a triunfar em jogo do campeonato, sobretudo por continuar com moral favorável para o final da época, em que haverá a final da Taça de Portugal.

Sobre este primeiro dia do futuro, com o jogo principal em casa da Académica: - Gostei do resultado da equipa principal do nosso futebol (fazendo a distinção por também ter gostado dos juniores no 4-1 ao Sporting e dos sub-17 no 1-0 ao Braga, da  vitória de Samuel Caldeira, ciclista do F C Porto, na 1ª etapa da Volta à Bairrada, ao vencer na meta da Mealhada, entre outros resultados, para já), embora, no jogo de Coimbra, também esperasse outra exibição, depois do que vi frente ao Nacional. Ficará o alerta daquele lance em fim de jogo que podia ter dado empate, tal o desleixo de vários elementos, inclusive no adiantamento da guarda da baliza, mas não só. Há que ganhar mentalidade que os jogos têm noventa e tal minutos e só com atitudes à Máxi e Ruben é que se consegue voltar à fórmula das equipas à Porto.

De qualquer forma o estado de espírito está melhor, já sendo conseguido dar a volta ao resultado e andando em campo com outra motivação...

Enquanto isso, a vida do clube continua, no sprint da vida desportiva... tomando como exemplo mais uma vitória do ciclismo portista - como fica para a história a vitoriosa arrancada de Samuel Caldeira.


Armando Pinto

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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Equipa W52-F C Porto reportada em revista de ciclismo


A novel existência do ciclismo no F C Porto, por via da atual equipa portista consubstanciada na associação da firma W52 com o F C Porto, junto com o nome televisivo do Porto Canal, merece por estes dias algumas páginas na revista “Ciclismo a fundo”, em seu número de abril/maio 2016.

Dentro dessa edição da referida revista, dedicada ao ciclismo, consta uma reportagem sobre a equipa do F C Porto, contando algumas curiosidades da mesma equipa aquando da primeira participação numa competição desta época. De cuja exposição, bem delineada, aqui juntamos a parte visual da ilustração, destacando as imagens, por (embora interessante) o texto estar cingido à participação na Volta ao Alentejo, ou seja com alguma desatualização, quando depois disso a equipa azul e branca já venceu individual e coletivamente a Clássica de Amarante, em Portugal, mais em Espanha coletivamente a Vuelta a La Rioja e individualmente o Prémio da Montanha da Vuelta Ciclista a Castilla y León.

Ficam assim aqui, entretanto, registadas as atraentes fotografias constantes da reportagem da revista em apreço, Ciclismo a fundo, pelos bastidores da W52/FC PORTO/PORTO CANAL:


ARMANDO PINTO

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terça-feira, 19 de abril de 2016

Em eleições portistas mais concorridas que o normal - Presidente do FC Porto reeleito para mais um mandato!


Jorge Nuno Lima Pinto da Costa, sócio que tem sido mais importante do F C Porto há já muitos anos, com serviço em prol do clube que é de todos os portistas, foi reeleito pelos sócios do F C Porto que se manifestaram através do direito ao voto de quem tem a situação regularizada dentro da massa associativa azul e branca. Facto que teve lugar no passado domingo dia 17 de abril, 34 anos depois de ter sido eleito pela primeira vez, indo agora para o 13º mandato dos sucessivos exercícios presidenciais que tem desempenhado.

A eleição em apreço, curiosamente, quando havia gente dos clubes adversários a tanto desejarem inferiorizar os resultados, foi obtida com participação assinalável dos associados, numericamente a dobrar anteriores atos associativos do género. Numa percentagem em que, relativamente às últimas eleições para a presidência do clube azul e branco, houve um aumento de 91 % dos votantes, com 2.403 sócios a irem às urnas.

Pinto da Costa foi então reconduzido no cargo com 79 % dos votos expressos pelos 2.403 sócios votantes, entre os quais o autor destas linhas esteve presente (embora se não tivesse ido seriam apenas 2402 os votos, mas não teria direito moral a pronunciar opiniões por outros meios, em modesta opinião, entenda-se, sobre este ponto de vista pessoal). Não por qualquer outro interesse que não seja o que quero para o F C Porto. Pois, tal como o apreciei como dirigente, entre 1976/77 a 1979/80 quando ele transformou o futebol do clube, e depois dos acontecimentos que levaram à sua saída não me revi no estado clubista durante e após o chamado verão quente das Antas, e mais tarde rejubilei com o seu regresso em 1982, quando assumiu a presidência, com tão frutuosos resultados, continuo a manter confiança no seu comando dos destinos do F C Porto. Sem qualquer comprometimento nem interesses particulares, tanto que apesar de nos conhecermos, ele a mim como adepto portista e eu a ele como alguém importante na vida do clube que mexe com o coração, ainda no dia das eleições o vi e penso que ele me viu, mas nem chegamos a estar de frente sequer (por eu não ter querido intrometer-me numa roda de conversa em que ele estava). Sendo que para lhe dar parabéns pela continuidade basta voltar a ser feliz com o F C Porto proximamente.


Claro que nem tudo tem sido bom e não podemos estar de acordo no total das realidades, como no caso das camisolas oficiais dos equipamentos que se têm sucedido, que no século XXI não têm sido bem à Porto; tal qual o afrouxamento que houve com a comunicação mediática em defesa do clube, e sobretudo perante o menor acerto acontecido nos anos mais recentes pelas formações das equipas, quer do futebol, como de algumas das modalidades de pavilhão. Contudo ainda acreditamos que poderá haver melhorias e outra visão. Algo que fica desde já à atenção do provedor dos associados.

Isto o que apraz registar, em análise mais pessoal, clubisticamente. Enquanto, na parte de visão pública, merece retenção que «o presidente considerou que este é o início de uma “nova união” e que os derrotados não são os que “vieram expressar o seu desacordo anulando o boletim de voto”, mas sim “alguns jornais”, que mostraram uma vontade “descarada e frenética” de que a sua liderança fosse “hostilizada”. Porém, Pinto da Costa frisou que essa “campanha”, tal como o “apoio que os sócios” lhe mostraram nas urnas, lhe dá força para o futuro: “Hoje é o início de uma nova união, de determinação total de toda a gente para que o mandato seja ao nível deste fim de semana” (que em matéria desportiva, recorde-se, tivemos vitórias no sábado em basquetebol, frente ao Benfica, em andebol, contra o mesmo adversário, no hóquei, sobre o Óquei de Barcelos, e no domingo novamente no basquetebol, com o Barcelos, mais um triunfo do ciclismo em terras espanholas, com a vitória de Raúl Alarcón, ciclista do F C Porto, no prémio da Montanha da Vuelta Ciclista a Castilla y León, e vitória da equipa B de futebol sénior contra o Feirense, mais a magnífica exibição e vitória contra uma equipa bem valiosa, o Nacional da Madeira). É isso que os sócios querem e que os jornais não querem, mas vão ter de aguentar”.»


ARMANDO PINTO

domingo, 17 de abril de 2016

(Re)Eleição do Presidente do F C Porto Jorge Nuno Pinto da Costa / 1982-2016


Passa hoje o dia 17 de abril de 2016, domingo em que acontece mais um ato eleitoral do F C Porto, para eleição do Presidente da Direção do F C Porto. Data que em 1982 ocorreu ao sábado, quando Jorge Nuno Pinto da Costa foi pela primeira vez eleito para a Presidência Portista.


Estava um sábado de semblante algo sombrio no ambiente, a 17 de Abril de 1982, diferente assim do ânimo esperançoso pessoal, quando naquele distante dia da primavera de 1982 o autor destas linhas foi propositadamente ao Porto e demandou o pavilhão de treinos das Antas, para votar em Pinto da Costa. Estando nessa tarde o ambiente da cidadela desportiva das Antas a respirar um ar já de fé, vertendo pelo meio desejos de mudanças, quer em melhorias no seio do F. C. do Porto (conforme se escrevia à época), como ainda também na parte associativa, pois que então as mulheres ainda não podiam votar nas eleições do clube, por exemplo, como se ouvia pelo meio de conversas, entre aspetos em que o verão de anos antes era lembrado. Entremeado com frases de ordem do dia, na promessa da devolução do clube aos sócios e reforço do dragão adormecido.


Estamos agora neste domingo de 2016, na calha do dia 17 de abril, passados tantos anos, data em que atualmente o mês até já é escrito com letra pequena, perante a atual ortografia oficial portuguesa. Tendo de permeio acontecido muita coisa, com o FC Porto (conforme se está a escrever agora) transformado no Dragão que até já conquistou títulos europeus e mundiais, embora naturalmente com momentos diversos de altos e baixos, como se passa com tudo na vida. Dia este que agora, em 2016, volta a ser de nova reeleição para novo mandato do Presidente Pinto da Costa.


Na oportunidade, em que voltamos a ir ao Porto para voltar a votar no Presidente que durante estes anos dirigiu o F C Porto a pontos de nos ter proporcionado já tantas alegrias, recordamos a efeméride de há 34 anos, com algumas imagens relacionadas, quer da própria eleição e mesmo de algumas recordações guardadas - como do calendário e dum panfleto da época em que Pinto da Costa concorreu pela Lista B (já que uma A desistira entretanto da eleição para presidente e concorria apenas ao Conselho Superior do clube, como ao tempo acontecia).

O currículo de serviço portista de Jorge Nuno Pinto da Costa fala por si e por nós. O futuro a Deus pertence! 


Armando Pinto

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sábado, 16 de abril de 2016

Memórias históricas do F C Porto, a propósito de Pinga, Costuras e bons resultados...


Estamos a 16 de Abril de 2016. Num tempo que, como diz o rifão popular, é mês chuvoso, tanto que em Abril águas mil… Quanto são milésimas as memórias relacionadas, olhando para o céu estrelado de memórias azuis e brancas…

Com sol ou chuva, mesmo tempo nublado, nada impede que na memória portista se mantenha a cintilar, olhando ao alto do imaginário portista, figuras que mereciam ser mais recordadas, retendo a carreira ditosa de Pinga e outros grandes desportistas que representaram as cores do F C Porto.


Ora, num exemplo desses, a 16 de abril de 1939, na penúltima jornada do campeonato dessa era, o FC Porto liderava a competição nacional e a deslocação não era longa, ao terreno do vizinho Académico do Porto. Era e foi decisivo vencer, para na última jornada decidir o título com o Benfica, e os comandados de Mihaly Siska não brincaram em serviço, tendo vencido por 12-1, na que ainda é a maior goleada do FC Porto num jogo fora de casa para o campeonato nacional. Foi o jogo 200 de Pinga com a camisola do FC Porto.

Além desse facto, outro se tornou então também de realce. Como foi o caso dessa tarde ter sido de inspiração goleadora de Costuras, autor de cinco golos na goleada. Avançado portista que nessa época, inclusive, foi o melhor goleador do campeonato, somando 18 golos ao longo da competição.

Há sempre qualquer coisa a recordar e mais ainda tratando-se da gloriosa história do F C Porto!

Como ilustração juntamos imagens da revista Seleções Desportivas de Agosto de 1978 (referindo esse ano de início do campeonato com o nome de Campeonato Nacional), mais uma ficha do Pinga e uma alusiva foto de Costuras, da coleção publicada naquela referida antiga revista .

Armando Pinto

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sexta-feira, 15 de abril de 2016

“Capitão-Comandante” / General João Sarmento Pimentel : Um ilustre portista entre personagens históricos da Grei


O fenómeno social que se revela no caso do desporto, como facto de atração e profuso elo de ligação com os mais diversos campos da sociedade, é também generoso em conexão com curiosidades de relação portista, como no tema que desta vez trazemos à ampliação memorial. Tal o caso dum histórico personagem dos anais da história portuguesa do século XX, que teve também simpatia pelo clube da cidade Invicta, a capital da Liberdade que foi sempre sua. Vindo a talhe evocar a figura lendária do “Comandante” João Sarmento Pimentel, homem que recebeu a espada de honra da cidade do Porto e, apesar de constar na toponímia de diversas cidades e vilas, como por exemplo Leça da Palmeira, Matosinhos, Mirandela, Felgueiras, Arrentela e Corroios-Seixal, Vila Franca de Xira, e na freguesia de Rande (Felgueiras) onde viveu durante anos, etc, não tem na cidade do Porto qualquer rua com seu nome e a própria espada que ele depois ofereceu para o antigo museu da cidade portuense nem consta de relações identificativas dos roteiros de museus e outras publicações que tais…

(Nalgumas das mesmas localidades e diferentes também - frise-se, para evitar confusões - há outras ruas com nomes toponímicos de seu irmão, esse natural de Rande-Felgueiras, o aviador Francisco Sarmento Pimentel, autor da 1ª travessia aérea de Portugal à Índia, em 1930.)

= [Retrato de] João Maria Ferreira Sarmento Pimentel, in Vultos da Exposição Histórica da Ocupação: retratos de figuras de campanhas coloniais do séc. XIX e princípios do séc. XX. Organizada pelo Ministério das Colónias, no Pavilhão do Parque Eduardo VII, Lisboa, em 1937 / Instituto de Investigação Científica Tropical - Fundo Agência Geral do Ultramar - Arquivo Histórico Ultramarino  =

Refere-se assim este perfil, de honrado português antigo, pela aura que o distingue, sem olhar a quadrantes políticos nem simpatias sociais, num tempo como agora que praticamente não há grandes diferenças ideológicas, tal o estado político-social a que chegou o país, pois os atuais partidos políticos com assentos em lugares públicos se diferenciam mais nos nomes que no resto de interesse geral. Sendo assim referenciado João Sarmento Pimentel, que foi um lutador pela liberdade à luz de antigamente, aqui por nós lembrado apenas como pessoa que admiramos, por quanto teve alguma relação com o interesse portista.

Como enquadramento, anote-se uma breve referência biográfica:

João Maria Ferreira Sarmento Pimentel (n. Eixes, Mirandela-Portugal, 14 de Dezembro de 1888 — f. São Paulo-Brasil, 13 de Outubro de 1987) foi um oficial de Cavalaria do Exército Português, escritor e político que se distinguiu na luta contra a Monarquia e posterior Ditadura desde o 28 de Maio ao Estado Novo. Apesar de ter nascido no concelho de Mirandela, em Trás-os-Montes, onde sua família tinha propriedades, passou a maior parte da vida civil em Portugal na área do Douro Litoral, na Casa da Torre, casa-mãe da família, na freguesia de S. Tiago de Rande, em Felgueiras. Tendo aí vivido as peripécias mais pessoais e afetivas desde sua infância até à juventude, como narra no livro “Memórias do Capitão”, obra prima memorial que foi livro de estudo literário de ensino no Brasil. 
Como aluno da Escola do Exército participou nos movimentos da Rotunda, em Lisboa, ao lado de Machado Santos, nos dias 3 a 5 de Outubro de 1910, de que resultou a implantação da República Portuguesa. Participou nas campanhas do Sul de Angola, esteve na Flandres, durante a I Grande Guerra, foi o herói da derrota da Monarquia do Norte e consequente manutenção da República, em 1919 (…"Mas a breve guerra civil terminou com a entrada das tropas republicanas no Porto, após a revolução de 13 de Fevereiro de Sarmento Pimentel" [...] - José Gomes Ferreira, A memória das palavras.) Cujo movimento vencedor levou a ter sido reconhecido com uma espada de honra dos habitantes da cidade do Porto, pela sua participação nessa revolução de 13 de fevereiro de 1919. Tendo entretanto sido ainda distinguido com medalhas pelas campanhas militares e agraciado com a Ordem da Torre e Espada. Até mais tarde ter estado entre os comandantes da revolta de 1927, no Porto, após cujo desfecho se teve de exilar, fixando residência no Brasil. Ali liderou também a colónia portuguesa de opositores ao regime de Salazar e Caetano, tendo entretanto vindo à Galiza para colaborar numa revolta falhada em 1931. 
De permeio escreveu o livro “Memórias do Capitão”, editado no Brasil em 1962 e que ficou como livro de estudo em universidades brasileiras. Livro que só foi possível publicar em Portugal em 1974, depois, após o 25 de Abril, quando regressou temporariamente para festejar e rever seu país, passados quarenta e sete anos de exílio por motivos políticos. Veio a ser ainda condecorado com a Ordem da Liberdade, na presidência do General Ramalho Eanes. Seu nome foi honrosamente atribuído à Biblioteca Pública de Mirandela e a uma Escola Estadual no bairro de Itaquera, em São Paulo-Brasil. Tendo por fim falecido no Brasil, com uma pneumonia fatal pela noite de 12 para 13 de Outubro de 1987, quase a perfazer 99 anos de idade, junto à prole familiar ali já radicada.

Como no tempo de sua participação nos últimos movimentos revoltosos tinha a patente de capitão, era considerado como “Capitão-comandante”. Mesmo depois de ter sido promovido a General, como foi seu posto distinto, continuou a ser conhecido pelo popular apelido.  

Ora vem a propósito evocar o famoso “Capitão-Comandante” Sarmento Pimentel na ligação ao F C Porto, para registar o facto de constar algo relacionado ao clube na sua correspondência, que tem sido objeto de estudos. Atendendo à digressão que a equipa principal de futebol do F C Porto efetuou ao Brasil em 1956, (após conquista do campeonato português e em trânsito para a primeira participação na taça do Mundialito da Venezuela), sendo que João Sarmento Pimentel, exilado no Brasil desde 1927, era figura de relevo na comunidade portuguesa radicada na metrópole brasileira de São Paulo. Ele que em 1935 fundara a Casa de Portugal, em São Paulo, onde em 1952 foi escolhido como Presidente do Centro Republicano Português. Sabendo o autor, por contactos de amizade (derivado a ele ser conhecido de familiares do autor destas linhas, como conterrâneo de residência em Portugal), que João Sarmento Pimentel nutria simpatia pelo F C Porto, clube da cidade onde ele residiu nos tempos de heroicidade bélica, em que deu voz de prisão aos monárquicos de Couceiro em 1919 e se envolveu na revolta de 1927. Embora sem maior associação por ter saído de Portugal ainda em tempo que o desporto não estava muito desenvolvido socialmente.

(Uma carta, como ilustração de conhecimento pessoal)

Indo ao assunto propriamente, refira-se então que entre a “Correspondência de João Sarmento Pimentel a seu cunhado Fortunato Seara Cardoso”, que era ao tempo diretor d’ O Comércio do Porto, é de reter uma passagem – depois de uma vista de olhos por outras linhas, nos predicados epistolares:

- 1956. Carta de São Paulo, 29 de junho.
(Aludindo chegada de notícias e receção duns livros: ) «Esta vida de agora, mais sedentária, leva-me a mergulhar na leitura. E assim vou iludindo a ausência da terra mater e estas saudades, que são a águia lendária do velho Prometeu, sem esperança de vir outro Hércules libertar-nos do suplício. Aqui os livros portugueses atingem preços astronómicos, demais sendo uma raridade. O governo ainda não se convenceu que o único meio dum intercâmbio eficiente e garantia do predomínio da cultura portuguesa no Brasil, seria uma livraria onde os escritores portugueses estivessem ao alcance da gente remediada. Essa propaganda é substituída por endeusamentos do Estado Novo, parecendo que o passado e o futuro não contam. Nós outros não pensamos assim e ainda agora lembramos à urbs gigantesca o gigante Camões com uma notável exposição bibliográfica das obras do épico na Casa de Portugal e conferências em Santos, São Paulo, Ribeirão Preto e São Carlos. Mandar-lhe-ei oportunamente os opúsculos que registam e atestam essa homenagem à Pátria madrasta e ao seu maior expoente, também em vida por ela abandonado e esquecido». (Muda de conversa para o futebol. A propósito da ida ao Brasil do Futebol Clube do Porto, anota, na mesma carta, dando notícias do Futebol Clube do Porto, referindo ter a embaixada portista passado com atuação fria e friamente recebida pela comunidade lusa em São Paulo, por falta de cortesia na receção e de associações que cultivassem a parte afetiva do intercâmbio.) «A Casa de Portugal não foi procurada, nem recebeu, como de direito, comunicação oficial ou oficiosa da vinda a São Paulo daquele time, pelo que não tomou providências que sempre lhe deram pretexto para mostrar o seu patriotismo, generosidade e boa vontade por todas as atividades que mostram os seus patrícios chegados a Piratininga. E como a Casa de Portugal congrega a melhor gente portuguesa e de maior poder económico, resultou desse alheamento o fracasso financeiro e social da excursão em terras bandeirantes.» (Arquivo Maria Elisa Pérez - conf. estudo da Drª Maria Estela Guedes, para um projeto de livro)


Naturalmente que o caso tem a ver com o facto dos representantes portugueses em São Paulo serem  então contrários à situação política vigente em Portugal, naquele tempo e, como tal, a política portuguesa, através dos canais da censura e redes policiais, vulgo Pide, não terem dado azo a que houvesse o devido contacto. Mais porque o F C Porto nunca foi visto pelo Estado Novo com olhos protetores, nem de grande afeto, aliás. Perpassando assim na colónia lusa, naquele chão brasileiro, alguma frustração de não ter podido render as devidas homenagens à embaixada portista que andou então por aqueles sítios.

Fica assim mais um testemunho de outros tempos. De… In illo Tempore!

Como ilustração, juntam-se algumas imagens sobre o percurso e obras literárias desse português que sentiu o Porto também do outro lado do Atlântico.

ARMANDO PINTO

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Nota Bene: A propósito, confira-se também anterior artigo, 
(clicando)
sobre

A.P.