Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Os meus primeiros Livros do FC Porto


Estando um dia assim de fazer a vida parecer acabrunhada, de semblante ambiental escuro e com humidade a entrar pelo corpo e mesmo na alma, perante morrinhenta chuva e alguma ventania, há contudo desejo ansioso pelo jogo que pode ter importância decisiva no campeonato principal do futebol português e como tal o sangue vai fervendo no ânimo mental.
O que faz lembrar outros tempos em que quem não fosse ao estádio e tivesse de seguir tudo pelos relatos radiofónicas, tinha de imaginar o que se passava pelo que berravam os sons saídos de roufenhos aparelhos de rádio dessas eras e saber destrinçar o que mentiam certos relatadores, enquanto do cenário haveria de ser no dia seguinte pela visão das fotogravuras dos jornais, como que metendo a cabeça entre guarda-chuvas da disposição impressora.

Ora foi assim num destes dias que eu, catraio ainda de primeiros tempos de escola, tive em mãos os meus primeiros livros do FC Porto, uns livrinhos dedicados a jogadores do Porto. Daqueles livros de bolso da antiga coleção Ídolos do Desporto, ao género de revistas pequenas nesse tempo de muito apreço entre os simpatizantes do fenómeno futebolístico. Tendo logo lido esses livrinhos, lido e relido vezes a fio, já quase ficando desde então a saber de cor a vida desses meus ídolos, o “Américo e o Pinto do Porto”. E lembra agora o caso porque estava um dia assim, tristonho, tendo eu com isso nem me apercebido do cinzento do dia, com os olhos rasos do azul que emanava das páginas.


Passaram-se muitos anos e como em pequeno não pude comprar todos os livros que queria, dos que tinham coisas do FC Porto, ao longo do tempo fui depois amealhando exemplares possíveis da mesma coleção original, iniciada em 1956 e finda em 1972 (a que se seguiu, anos volvidos, uma nova série, já de capa a cores, que também tenho, essa completa). Faltando-me ainda dois exemplares, da antiga, por sinal daquele tempo em que eu, criança de escola, não podia comprar tudo o que queria. Mas está quase. E assim, neste chuvoso e ventoso dia, como há cerca duns cinquenta anos e pico, também o próprio dia passa com o semblante azul da esperança. Dando largas à visualização dessa coleção particular, fixando-a aqui em imagens da sucessão dos respetivos números, a histórica coleção “Ídolos do Desporto”.


Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

3 comentários:

  1. Possuo as séries (completas) dos anos 60... a 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª. E dois volumes dos anos 70 até ao seu final. Por isso, centenas de Ídolos do Desporto... de todos os Clubes.

    Além de dezenas (avulsas) dos anos 50.

    Muitos deles, sobretudo, de atletas do FC Porto... autografados!

    Uma autentica relíquia que perspetivo mau destino no futuro... É a vida!

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  2. Viva, amigo anónimo. Nunca na vida deverá deixar perder isso. Se não quiser que tenha outro destino melhor, ao menos que fique nalguma biblioteca pública de sua confiança. Eu tenho a coleção quase completa, desde a 1ª série, imiciada em 1956. Faltam-me apenas 2, um de 1964 e outro de 1967/68. Que então devem estar incluídos nos que o amigo possui. Caso queira dizer qualquer coisa relacionada, pode comentar com indicação de e-mail para possível contacto, que obviamente não será publicado, ok.
    AP

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  3. Quando digo "perspetivo mau destino" tem a ver com a consciência que não somos todos iguais na sensibilidade; mesmo aquele(a)s que nos sucedem e que ...
    "herdam os nossos pertences". Vai ser o meu caso em que não vislumbro mínima motivação de que me vai suceder (no caso filha e neta). Não por serem mulheres mas por não terem sensibilidade para tal independentemente da simpatia clubística (ambas sócias desde nascença, como milhares, sem para tal tivessem autorizado...).

    É que não se trata só deste espólio mas de "toneladas" de outros "amealhados" durante anos e anos...

    Vou-lhe contar uma história (verdadeira). Um dia quando andaram a "angariar" recordações para o Museu do Clube (que sempre achei não estar completo, mas é outra história) sabendo ser eu um "fanático" das coleções, desencaminharam-me a ceder algumas. Mostrei recetividade desde que me deixassem ceder o exemplar do extinto jornal "O Comércio do Porto" (de Outubro de 1982) onde o recém eleito presidente do Clube dizia: "Jamais receberei um tostão ao serviço do FC Porto". Chamaram-me maluco...

    Voltando ao espólio. Em tempos cheguei a pensar cedê-lo sobretudo a Casas do Clube, tipo Filiais na sequência de um saudosismo do tempo em que essas Casas eram mesmo... Filiais. Hoje em dia tratam-se de... Tascos!

    Não quero comparar-me a ninguém mas orgulho-me das recordações do Clube que possúo, recordações alicerçadas em documentação em que destaco:

    - a coleção completa do saudoso e extinto Jornal "O Porto" (15 volumes encadernados com 100 jornais) num total de... 1.500;

    - os três volumes da História Oficial do FC Porto, de Rodrigues Telles;

    - as tais edições de Ídolos do Desporto (cerca de 200) muitos deles autografados; e

    - um livrito de autógrafos dos anos 60, tempos em que não havia a moda dos autógrafos; vou referir só alguns dos falecidos: Serafim, Rico, Miguel Arcanjo, Hernâni, Pavão, Nóbrega, Pinto, etc, etc; nesse livrito estão alguns jogadores dos rivais quando a seleção vinha às Antas; por exemplo, em 1965 um Portugal-Checoslováquia (0-0) em que até o árbitro holandês autografou... Leo Horn. Já faleceu.

    Tudo tem um fim...



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