Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Coleção “À Volta da Volta a Portugal” do JN – Caderneta com pequenas histórias da “Volta”


Com o aproximar do início da “Grandíssima portuguesa”, estando a Volta a Portugal em bicicleta prestes a arrancar para a estrada, cresce a atração pela maior prova nacional do desporto dos pedais. Atenções naturais que são acrescidas no mundo portista, sabendo-se que o FC Porto, apesar de ter começado a participar na Volta muitos anos depois dos outros clubes grandes e outras equipas tradicionais da modalidade, tal como de permeio ter estado ausente à volta de três décadas, ainda é o clube com mais vitórias no historial da Volta, com 14 vitórias individuais e 15 coletivas, além de prémios de montanha e outros entre as diferentes classificações.  Até agora, antes da Volta de 2018.

Sendo assim este tempo de atento seguimento ao que se relaciona com o ciclismo, e como é normal haver nalguns anos certas iniciativas tendentes a cultivar o interesse que a grande corrida desperta, já anda na roda mais uma iniciativa relacionada – uma coleção de fotografias autocolantes para completar a caderneta que o Jornal de Notícias publica.


Assim, numa espécie de caderneta, em formato circular, por associação à roda de bicicleta que inclusive aparece desenhada, ficam impressas algumas notas historiadoras de algumas passagens da Volta a Portugal, desde 1927 (com hiatos de alguns anos, em diferentes períodos, em que se não realizou) até 2017. Numa coleção também da espécie tradicional de cromos, que vêm em lâminas com imagens autocolantes, para ir acrescentando sucessivamente até completar. Obviamente numa ideia de promoção a que o jornal seja adquirido por mais gente que o normal (visto as peças serem entregues com o jornal diário, paulatinamente, dia a dia, ao longo do tempo decorrido da Volta), mas em louvável ação, pois possibilita mais algum acervo documental a quem gosta destas coisas.


No caso, através desta coleção pode conhecer-se ou recordar «histórias em torno da mágica corrida que apaixona os portugueses. Uma coleção com um novo olhar e novas histórias sobre o maior evento do ciclismo português. Grátis, com o JN», que já começou a partir de 29 de julho. Procurando tal «caderneta "À Volta da Volta a Portugal" do JN, sequenciar, numa linha do tempo, os temas mais significativos da história da corrida.» Tratando-se «de uma coleção de qualidade, certificada pela Federação Portuguesa de Ciclismo, destinada a enriquecer o património velocipédico nacional». Em «Campanha válida de 29 de julho a 17 de agosto


Registamos mais este facto, aqui, não por a iniciativa precisar de promoção, além da que o jornal difunde – nem há aqui sermões encomendados, e neste espaço muito menos missas de falsos padres – mas simplesmente para dar conhecimento do facto aos amigos leitores deste cantinho, havendo mais interessados em colecionismo e recolha de documentação ilustrada, sobre desporto e particularmente do clube especial que nos identifica e une. Assim como para chamar a atenção, no sentido construtivo, que realizações destas, muito bonitas e apreciadas, precisam sempre de cuidado na concretização, através de elaboração atenta, também. Ficando algo explícito entre as imagens de ilustração a este artigo.

Venha agora a Volta, com mais uma peça para juntar à biblioteca, a modos como desejamos que venha mais outra coroa de louros, mais taças de vitórias individual e coletiva, para o ciclismo do FC Porto.

Armando Pinto
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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Festa da Apresentação Oficial do FC Porto 2018/2019, com gente da mesma cor !


Não é preciso referir tratar-se do futebol e especialmente do plantel principal, bastando indicar ser FC Porto. Por tudo o que é óbvio e mais atrativo publicamente. Sendo assim a festa do regresso do futebol portista a casa, após as férias e na proximidade da nova época, uma festa evidente. Como foi este sábado último de julho de 2018 em pleno ambiente do Dragão, desde as imediações, passando pela zona da loja e do museu, até se sentir o que mais cativa, dentro do estádio e com os olhos rasos da imensidão azul e branca de preenchimento ao fluxo chegado ao coração.


De volta ao mundo alvi anil da zona das Antas, agora no imponente conjunto desportivo-social do Dragão, para lá da visão do novo painel pintado junto às bilheteiras vizinhas do espaço do museu e do bar, foi possível adquirir mais um livro para a coleção de literatura portista. Passando a poder ver e ler o volume escrito pela “guionista” Joana Marques, sempre engraçada, no termo popular de pessoa com ironia interessante, como expõe nas suas 92 mini histórias a totalizar minutos de épica memória. De permeio com maneiras de passar o tempo a observar tudo o que nos enche as medidas, e por fim dar asas ao voo do pensamento, para pousar em degraus da bancada a ver a entrada de apresentação do plantel, embora sabendo que ainda não será definitivo, perante cenário possível de poder haver alterações. Por entre números do programa, que até teve momento de homenagem a Mister Robson, o treinador que ficou ligado no FC Porto ao começo do Penta e é comum à história de FC Porto e Newcastle. E por fim o jogo, para dar corda às chuteiras que os jogadores calçam em nosso nome, desta feita ainda sem ser a sério, mas de modo experimental, para cunho mais real à festa.


Foi de festa, na verdade, o espírito vivido no Porto, no sábado dia 28 de julho, na apresentação oficial da equipa do FC Porto para a época quase à porta. Por entre agradável panorama de ver que nos dias que correm o FC Porto é admirado por gente de todas as idades, como vimos o estádio a encher-se de muitas crianças, com muitas camisolas azuis e brancas de diferentes fases dos padrões dos sucessivos equipamentos de anos ainda recentes e sobretudo atuais à Porto, mais raparigas e mulheres em número cada vez mais crescente, além dos seus acompanhantes obviamente, por entre a mole humana de tantos e tantos portistas ali com o mesmo sentido do Portismo que nos corre nas veias.


Disputado o desafio de futebol entre o FC Porto e o Newcastle de Inglaterra, que era número final do programa, ainda que o resultado do jogo nem fosse o mais importante, saldou-se tal prélio num empate, apesar do FC Porto ter tido oportunidades mais que suficientes para ter podido ganhar, não fosse as bolas saídas de alguns remates terem estrondosamente esbarrado nos postes e traves, mais um ou outro lance salvo por defensores da equipa inglesa quase sobre o risco, contudo também com culpas caseiras de alguma inoperância e falta de eficácia noutros momentos.


De notar, pelo meio, que ficou desde já mais uma amostra do que continua a ser o sistema desportivo interpretado pelos agentes da arbitragem, a partir da imagem deixada pelo árbitro do encontro. Tanto que, apesar de ser o que era, sem contar para qualquer prova, ficou um penalti por marcar, obviamente a favor do FC Porto, quase no final do encontro – em seguimento de livre direto, cujo remate foi impedido de ir para a baliza com o cotovelo metido por um defensor adversário, que saltou na barreira daquele modo. Como pode aquilo não ter sido visto a pouca distância, como estava o árbitro e o próprio auxiliar? Logo o avançado portista, no caso o Hernâni, levantou o braço a reclamar e o público desse lado da bancada mostrou ter-se apercebido. Inclusive as imagens da transmissão televisiva mostraram bem, segundo se pode ver. Ou seja, até a feijões os funcionários do poder não conseguem esconder para o que andam ali… Mesmo, como foi, a deixar os adversários usarem de rudeza durante todo o jogo. Se começa a ser assim ainda com a procissão no adro, o que será depois quando sair a terreiro…


Então, de volta a casa, passada essa parte do dia no sítio em que nos sentimos bem, um dos locais que mais gostamos de estar, fica a esperança de um bom porvir (dentro das possibilidades em jogo dentro do campo, desde naturalmente que a equipa consiga sempre superar as contrariedades. Caso seja possível marcar mais um golo que os que os árbitros subtraírem, por exemplo, e a moral seja superior às artimanhas do costume).


Enquanto isso, damos uma inicial passagem de olhos pelo livro adquirido pessoalmente no mesmo dia, da Joana Marques, que faz sorrir no gosto da nossa cor comum, a pontos que quase apetece sugerir-lhe que continue nessas linhas, proximamente com mais histórias a propósito da conta dos 125 anos do FCP que estão quase a ser comemorados. Não faltando mais motivos, até para então não se referir só ao futebol, mas lembrar também que o FC Porto é grande no ciclismo, com exemplares eternos como o tão popular Fernando Moreira, mais tantos heróis dos pedais, desde Dias dos Santos, Moreira de Sá, Onofre Tavares, o papa etapas Artur Coelho, o rei da montanha Carlos Carvalho, uns ídolos como foram Sousa Cardoso, Mário Silva, etc. e agora há Álarcon, Carvalho, Veloso, etc; quão no hóquei em patins tem havido bom manejo do aléu por craques como Cristiano, Vítor Hugo e Cª, inclusive que no basquetebol o FC Porto já teve um “Flash” Dover; como no andebol os campeoníssimos Fabião, Campos, Dias, Leandro, etc. etc.; para cortar a meta da memória com parcelas do ecletismo de outrora, a fazer lembrar corridas medalhadas dumas Aurora Cunha e Fernanda Ribeiro, mais saltos do Fernandes da vara e outros que tais. Tudo gente e factos recordados em espaços de memória portista e que fazem parte da História do FC Porto, clube que já teve pelo menos 20 modalidades e ainda vai tendo algumas em número dos dedos duma mão, mais, além do futebol.


E agora venha mais do mesmo, que é continuar a ver o FC Porto na mó de cima, para nosso encanto e descanso do coração.

Armando Pinto

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domingo, 29 de julho de 2018

Falecimento de Branco, antigo guarda-redes de hóquei em patins no FC Porto e no Académico


Morreu o Branco. Ouço em notícia transmitida ao telemóvel por pessoa amiga, que quando sabe de alguma coisa relevante relacionada com o hóquei do Porto de tempos idos me vai informando, entre conversas de amizade que perdurou dos tempos em que ele também jogou hóquei patinado no FC Porto e sabia da existência dum entusiasta pelo hóquei portista, que era eu.

Pessoa, esse ele, que posso até dizer quem é, pois não deve levar a mal, antes merece que lhe agradeça publicamente a sua amizade e disponibilidade - o meu amigo Fernando Barbot, antigo hoquista, que foi campeão europeu de juniores, tendo feito parte da seleção portuguesa triunfante no Campeonato da Europa de 1969, disputado em Vigo, na Espanha. Havendo assim, junto com Cristiano, Castro e António Júlio, sido um dos quatro primeiros campeões europeus de juniores do FC Porto e um dos três primeiros formados no FC Porto. Sim, no universo de todas as modalidades, pois até então nenhum atleta do FC Porto conquistara um título europeu nesse escalão, e mesmo a nível sénior só os futebolistas Hernâni, Arcanjo e Barbosa tinham sido campeões pela seleção militar, vencendo o Torneio Internacional Militar em 1958, com equipas de nações da NATO (enquanto o título conquistado na seleção portuguesa de juniores pelos futebolistas Rui e Serafim, não terá esse estatuto, visto o Europeu de 1961 ser então chamado de Torneio da UEFA). Ao passo, voltando ao tema da apresentação e justificação, que a amizade e admiração mútua vêm desde os tempos em que ele, Fernando Barbot, filho, jogava nos juniores e seu pai, de quem herdou o nome igual, era então o senhor Fernando Barbot dirigente carismático do hóquei. Formando família muito ligada ao hóquei da era de implantação da modalidade dos patins no Norte do país (pois, tal como o filho mais velho, também o segundo, Luís Barbot era júnior nesse tempo e o mais novo, João Paulo Barbot, jogava na equipa de juvenis que deu o primeiro título nacional de hóquei em patins ao FC Porto). Pois bem, o Fernando, filho, que depois ainda foi sénior no FC Porto e mais tarde também jogou no Académico do Porto e no Candal, vai assim informando aqui o autor deste blogue por admirar o que eu vou fazendo, segundo me diz, ao jeito de como eu admirei o que esses jovens dos anos sessentas e setentas fizeram pelo hóquei do FC Porto de que eu gostava. Tal como Américo, Pinto, Festa, Nóbrega, Pavão, e outros, faziam pelo futebol, e uns Mário Silva, Sousa Cardoso, Ernesto Coelho, Joaquim Leão, Cosme Oliveira, Gabriel Azevedo, Joaquim Freitas, José Pinto,  e outros também, faziam pelo ciclismo, por exemplo. Só que do hóquei fiquei mesmo com amizades desses tempos (embora do futebol mais tarde tenha ganho conhecimento pessoal com o Américo, meu ídolo de infância, e tenha sido muito amigo do também guarda-redes Armando Silva; e, do  ciclismo dessas eras seja agora também amigo do Ernesto Coelho e do Gabriel Azevedo, por exemplo, entre casos que não vêm ao caso, por assim dizer). Isto para dizer que felizmente ainda vai sendo possível ir sabendo novidades, boas e menos boas, mas sabendo coisas, por via dessa boa e velha amizade.


Ora, voltando ao fio da meada, o Fernando Barbot deu-me então essa notícia, desta vez. Que tinha morrido o Branco. E logo me veio à ideia que se tratava dum antigo guarda-redes de hóquei que jogou no FC Porto era eu ainda rapazinho, tanto que era o guardião do tempo em que eu, menino e moço, comecei a ter conhecimento da evolução repentina do hóquei do FC Porto com os então jovens Cristiano e Hernâni Martins a reforçar o lote da equipa que tinha Alexandre Magalhães, Leite, Valentim, etc. Aos quais mais tarde se juntaram José Ricardo e José Castro, vindos da Madeira. Tudo isso e mais conforme passara a saber pela leitura do jornal O Porto e a ouvir pelos relatos radiofónicos do ao tempo popular “Norte Reunidos” (Emissores do Norte Reunidos). Pois o Branco foi nome que logo me chamou a atenção precisamente por esse tal nome, que não era normal. Assim a modos que em tempos a Espanha teve um guarda-redes chamado Largo, coisa que eu soube por meu pai me contar, porque uma vez o meu irmão mais velho, então criança de pouca idade, ao ouvir no relato da rádio um golo marcado à Espanha pela seleção portuguesa de hóquei se saiu com um dito que meteu graça a muita gente, ao dizer (festejando o golo) que o Largo ficou estreito.

Assim sendo, o Branco não mais me passou despercebido, apesar de depois ter ido defender para o Académico do Porto, quando o Brito, que se formara no FC Porto e entretanto passara pelo Académico, onde jogava ainda quando em 1968 foi segundo guarda-redes da seleção portuguesa que conquistou o Campeonato do Mundo no Porto, por fim regressou ao FC Porto, em finais dos anos sessentas (mais precisamente no final da época de 1968, a pontos de ter feito já parte da equipa portista que venceu o Campeonato Metropolitano em 1969). Mas curiosamente, enquanto depois o Brito deixou de ser frequente na seleção portuguesa, a não ser em episódicas convocatórias, como aconteceu para os Jogos Mundiais; já o Branco chegou a ser selecionado depois e quando jogava no Académico foi também segundo guarda-redes na seleção nacional. Num género parecido com a recente chamada à seleção de Vítor Hugo Pinto, que enquanto esteve no FC Porto não era lembrado e agora que joga em Lisboa no Sporting já foi (tendo feito parte da equipa que esteve presente no Europeu de 2018).

= Branco na Seleção A de Portugal =

Branco, de nome mais completo José Manuel Branco, era um valoroso guarda-redes de hóquei em patins, portanto. Um madeirense que veio na dianteira de outros madeirenses que depois lhe fizeram companhia na metrópole, ou no continente português, como dizem. Tendo feito parte dum conjunto de conterrâneos que ainda andaram e se cruzaram também na cidade do Porto, em escalões e clubes diferentes nalguns casos, como nos lembramos do Branco, e dos Ricardo, Castro, Jorge Câmara e Januário. José Manuel Branco, que fizera parte da primeira equipa de hóquei do Marítimo, em 1957, jogou depois no FC Porto de 1965 a 1968, tendo a partir de 1969 passado a integrar a equipa do Académico. Em 1973 fez parte da seleção portuguesa vencedora do Torneio de Montreux e em 1974 foi Campeão Mundial também com a seleção portuguesa que venceu esse campeonato em Lisboa, no qual Cristiano foi o melhor marcador. Tendo em ambos os casos Branco feito parte da equipa nacional junto com Cristiano (o único hoquista do FC Porto durante muitos anos que ia à seleção A nacional). Entretanto, Branco atuou ainda no Ferrovia de Luanda, onde esteve pouco tempo, em 1974, devido aos acontecimentos derivados do 25 de Abril, tendo precisamente por isso o Mundial de 1974 não ter sido disputado em Luanda, como estava destinado. Após isso, com o título de Campeão Mundial, Branco abandonou a carreira e regressou à Madeira, onde ainda treinou equipas jovens do Marítimo episodicamente.

Branco faz parte da história do hóquei em patins português. Paz à sua alma.

ARMANDO PINTO

Post Scriptum:

Já depois de ter escrito e publicado este memorando de homenagem evocativa, e ao correr da escrita ter deixado percorrer memórias associadas, vi que também tinha uma mensagem de outro amigo a dar-me conta da mesma notícia. Através de informação no chat do facebook, enviada pelo também grande amigo Jorge Câmara, hoquista e inesquecível cicerone do célebre dia em que estive pela primeira vez ao vivo com os hoquistas do FC Porto, daquela vez em que a vitória sobre o Valongo me foi dedicada pessoalmente.

Porque durante tarde e noite de sábado andei absorvido com o mundo festivo do Dragão, presente na festa de apresentação do plantel de futebol, não tinha tido acesso ao meu computador, onde abro ligação à internet, já que o telemóvel para mim é mais para receber chamadas...

Assim sendo, registo mais esse outro meio de conhecimento, em sinal que, como poetou Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

A. P.
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sábado, 28 de julho de 2018

Apresentação da equipa principal do futebol do FC Porto


Todos os anos há algo de similar no começo de cada época, para lá das esperanças e fé que move os passos ao local da apresentação oficial da equipa portista do futebol sénior, para ver a equipa principal, afinal, do FC Porto, sendo o futebol o desporto rei. Diferindo apenas a amplitude, através dos tempos.

Em épocas de outrora tudo se processava inicialmente no antigo confessionário dos balneários, com a equipa técnica a ser apresentada pelo presidente e pelo chefe do departamento de futebol, seguindo-se inicial palestra do treinador e posterior reunião de conjunto a definir as linhas mestras para a época, até que os jogadores subiam ao relvado do estádio das Antas, perante a curiosidade dos sócios e restantes adeptos ciosos e sequiosos de ver futebol através dos jogadores do FC Porto. Muito diferente dos tempos atuais, em que a apresentação aos sócios e apoiantes acontece já com os trabalhos de preparação em curso, após treinos e estágios, metendo programa festivo deveras atrativo, como hoje se verifica.

Não faltam fotos desses momentos, dos mais variados modos e feitios. Contudo, para assinalar mais um início de época a sério, desta feita em dia de apresentação oficial da equipa portista para a época que se perfila após a grande conquista ainda de fresca memória, ilustra-se esta singela memorização com uma imagem pessoal nas bancadas do estádio das Antas no dia de apresentação de há uns anos bons – quando em 1996 o autor deste blogue, mais uma vez, se deslocou propositadamente ao Porto, nesses tempos em que ainda nem havia autoestrada de ligação do interior do distrito do Porto para a capital do Norte, por exemplo, para presenciar in loco a apresentação do FC Porto. Por sinal em dia da chegada do Jardel e entrada em cena do restante plantel que, mais uma vez teve uma grande época, depois. Entre cujo lote estava Sérgio Conceição, então a ingressar no plantel de honra do FC Porto, vindo de estada no FC Felgueiras por empréstimo, após alguns tempos de rodagem nalguns clubes.


Na pertinência, como que a dizer que vem a propósito, complementa-se pois este assinalar dessa tal vez, dum dia da apresentação, através de algumas páginas da revista Dragões, como ilustração acrescida, com correspondentes páginas de reportagem alusiva.


Ontem como hoje, a fé move os nossos passos, agora para o estádio do Dragão!

Armando Pinto
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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Efeméride do lançamento das sementes de relva no estádio das Antas


Em todos os inícios há sempre que semear para depois colher, ou seja há o ato de introduzir para fazer algo nascer, conforme os casos. Tal como desportivamente, pela fase de preparação, há um tempo de planear a germinação, com vista aos frutos que daí advêm. Vindo de imediato ao pensamento o que ansiamos sempre para o FC Porto, ao início de cada época, na fé do porvir.

Foi assim também no caso da concretização da edificação do mítico estádio das Antas, velho sonho dos antepassados portistas e realidade das gerações seguintes. Vindo a talhe, na ocasião da passagem da correspondente efeméride, lembrar a ocasião em que foram deitadas as primeiras sementes para o relvado original das Antas.

Foi a 26 de julho de 1951, que foi lançada à terra a semente para o relvado do estádio das Antas, então em construção.

Ao tempo, ainda o arrelvamento era feito com sementes deitadas no próprio local e com tempo para a respetiva nascença. Levando que a semeadura no terreno tivesse de ter sido efetuada ainda com as bancadas em construção, para dar espaço de tempo a nascer enquanto a obra decorria.

Dessa evolução, pode-se ter ideia através de imagens de antes e depois. Primeiro com uma captação visual de Outubro de 1950, conforme ficou publicada na revista Stadium a situação nesse tempo.


O Estádio do FC Porto, como seria e foi o nome oficial, era mesmo algo de relevância nos mais variados quadrantes do sentimento relacionado, como se comprova por artigo jornalístico a fazer crónica correspondente, conforme publicação de Setembro de 1951 na revista Stadium.


Enquanto isso, após o início das obras do anfiteatro das Antas, enquanto já se viam as bancadas em formação (perante cenário aéreo com as cestas de carvão que faziam o trajeto de S. Pedro da Cova para o Monte Aventino), foi sendo preparado o retângulo de jogo para receber as primeiras sementes de relva – conforme imagem coeva, que se dá à estampa.


Até que chegou o tempo do semear da relva. Acontecendo isso em data de finais de Julho, para aproveitar o tempo de calor propício ao natural desenvolvimento e nascença.

Estava-se na fase tradicionalmente quente da época de veraneio em Portugal. Ainda no âmbito das festas tradicionais das terras dedicadas a S. Tiago Maior, o Apóstolo da Península Ibérica, a cujo túmulo em Compostela desde séculos acorrem peregrinos, por cujos itinerários dos Caminhos de Santiago se fundaram comunidades paroquiais com S. Tiago por Orago. Como que por analogia, estava a ser também profetizado no Porto algo sublime.

Nesse dia, a 26 de Julho de 1951 – conforme passou a constar nos anais portistas e ficou registado na História do FC Porto escrita por Rodrigues Teles, em seu 3º volume – a ocorrência foi marcante na consolidação do anseio. Facto agora relembrado na newsletter “Dragões Diário”, como acontecimento:

«Faltavam dez meses para a inauguração do Estádio das Antas quando, a 26 de Julho de 1951, foi semeada a relva do novo estádio. Norman Hall, ex-jogador de classe da década de 1920 e sócio honorário, dirige todos os trabalhos, ele que foi a Inglaterra fazer a seleção das melhores sementes.»


Das envolvências e do próprio tema deu conta mais tarde o jornal O Norte Desportivo, aquando da comemoração dos 25 anos do referido estádio portista, historiando passos históricos a que ficou ligada a A Sementeira, casa que faz parte das memórias portuenses.


Por uma foto coeva, do dia da sementeira, fica-se com ideia da importância do ato e de quanto a evolução da construção do estádio representava então - vendo-se o carro com as sementes, devidamente engalanado e ilustrado.

Na sequência dos acontecimentos, está ligado ao arrelvamento das Antas Alípio Pereira Dias. Ao qual, no livro "FC Porto figuras & factos 1893-2005", por J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias, é descrito esse grande portistas: «Comerciante bem conhecido e estimado na cidade do Porto, associado do F. C. do Porto, sempre se disponibilizou para colaborar, leal e desinteressadamente, com sucessivas Direcções do clube. Proprietário de um estabelecimento comercial na Rua Mouzinho da Silveira, "A Sementeira", ficou a dever-se-lhe a oferta, sem o mínimo encargo, da semente para o primeiro arrelvamento do Estádio das Antas. (Posteriormente) Em 1987, foi distinguido, a título póstumo, com o "Dragão de Ouro" como "Sócio do Ano".»


Atendendo a toda a vivência em torno do assunto e enquanto enquadramento ao desenvolvimento na Vida do FC Porto, respiga-se ainda da mesma obra da História do FC Porto, escrita na década de cinquenta, um manifesto de regozijo – antevendo, já então, o que sempre foi e será o FC Porto: Um GRANDE CLUBE!

Armando Pinto
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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Carlos Simões: Um "fortalhaço" ligado ao 25 de Abril e não só...


Há nomes para sempre relacionados com determinados factos e especialmente de ligação perene a curiosidades que vêm à tona da memória amiudadas vezes, quando se relembram certas ocorrências. Tal o caso do antigo defesa Simões, aquele “esteio da defesa” portista do tempo de Pedroto, entre os nomes eternamente ligados à conquista do título nacional obtido pelo FC Porto ao cabo dos sempre relembrados 19 anos de espera e seguinte bi-campeonato conquistado, o “raçudo” defensor que fazia dueto com Freitas no centro da defesa, que também ficou associado à época romântica do 25 de Abril, nas esperanças advindas pelas mudanças operadas. Conforme vem a talhe ilustrar com uma página da publicação que à época lhe foi dedicada na coleção Ídolos do Desporto, da versão dos anos oitentas.


Entretanto, o mesmo Carlos Simões, habituado a marcar os opositores que o defrontavam, não os deixando fazer o que queriam, também ficou historicamente marcado noutro sentido, mais tarde, ao ser lembrado em assimilação, por vezes, pelo autogolo que quase sem saber como, involuntariamente e de modo azarado, calhou de ter feito diante do Benfica no jogo mais importante desses tempos. Como é da história. Mas, enquanto os autogolos nem costumam ser bem recordados a maior parte das vezes, esse é sempre lembrado pelas melhores razões, por ter depois feito com que um empate soubesse a vitória. Conforme sucedeu nesse célebre 1-1, com dois golos marcados por jogadores do FC Porto em situações diferentes que o Benfica e o FC Porto protagonizaram a 28 de maio de 1978 nas Antas, e acabou por ser decisivo para a conquista do título por parte do FC Porto.


Isso tudo após amálgama de peripécias, no decurso desse jogo que o FC Porto não podia perder, mas em que logo de início ficou em desvantagem por via do lance infeliz do Simões, devido à bola lhe ter embatido a meio da perna e de joelhada ter acabado por trair o colega Fonseca, surpreendido e impotente para deter o rumo do lance. Seguindo-se o resto do tempo com os jogadores do Benfica remetidos a defender a vantagem caída das núvens, enquanto os homens da equipa portista iam tentando e tudo fazendo para contrariar o azar e fatalismo até aí sentido. De permeio com esporádicas escapedelas dos benfiquistas, que em raros contra-ataques meteram certos arrepios na imensa mole dos assistentes; inclusive levando Fonseca, com pouco trabalho mas mantendo grande atenção, a ter salvo a honra da casa numa "defesa do outro mundo" com que salvaguardou a escassa diferença do marcador. Até que a poucos minutos do fim Ademir repôs a igualdade e pôs o estádio das Antas em delírio. Estava lá então, no meio da bancada central do lado da Maratona, o autor destas linhas. Felizmente ainda com vinte e poucos anos, senão teria por certo sido antecipado algo do enfarte e ataques de pericardites depois acontecidos... 


Muito antes disso, porém, Simões viera para o FC Porto num reflexo das alterações vividas na mudança de regime político. Em ocorrência que apraz referir, na passagem da data do seu ingresso no FC Porto.


Eis como é recordada essa efeméride, na missiva oficial portista “Dragões Diário”:

Em 1974 «…ainda o cadáver do Estado Novo estava quente e já o FC Porto recebia um dos reforços que seriam protagonistas do 25 de abril do futebol português, que se concretizou na temporada de 1977/78. A 23 de julho de 1974, o defesa Simões confirmava que estava de saída da Académica de Coimbra e que o maior clube da Invicta era o seu destino. Em 1974/75, o atleta deu início a uma sequência de nove temporadas consecutivas de Dragão ao peito, em que conquistou duas Ligas portuguesas, uma Taça de Portugal e uma Supertaça.»


Ora, esse grande defesa do FC Porto dos anos setentas, grande em estatura, pujança física e valor, o “bigodes” Simões, um “fortalhaço” defensor, pedra fulcral da fortaleza edificada por José Maria Pedroto, é pois merecedor das boas lembranças a que seu nome ficará eternamente associado.

Armando Pinto
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domingo, 22 de julho de 2018

Alarcón vence o Grande Prémio de Portugal "Nacional 2"


Durante cinco dias, em cinco etapas, Portugal foi percorrido pela corrida de ciclismo de norte para sul através da estrada Nacional 2, prova assim decorrida ao longo da maior estrada da Europa, a chamada Nacional 2, desde o cimo de Portugal, a partir de Chaves, até ao Algarve, a terminar em Faro. Edição primeira esta que, ao assinalar a existência dessa estrada de tão longo percurso, teve como primeiro vencedor o ciclista do FC Porto Raúl Alarcón, da equipa W52-FC Porto, também triunfante por equipas.


Primeira edição agora realizada, entre 18 e 22 de julho, ligando Chaves a Faro ao longo de cinco etapas, o Grande Prémio Nacional 2, como se denomina a nova grande corrida, teve um total de 779 quilómetros, ao longo da maior estrada da Europa e terceira do Mundo, a pôr a EN 2 no mapa do ciclismo mundial.


Prova esta que, pela importância que se lhe atribui, teve nesta primeira vez o antigo e prestigiado ciclista Cândido Barbosa com o honroso cargo da direção desportiva de tal grande competição de alto nível competitivo, classificada pela UCI no nível 2.2 [por etapas de segunda categoria]". Com objetivo de nos próximos anos a prova ser classificada em 2.1 [primeira categoria] e com mais um dia de competição", segundo foi anunciado. Nas palavras de Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, afirmando que "este é um projeto fantástico, que une Portugal de Chaves a Faro, demonstrando que o ciclismo continua a ser a modalidade que mais une os portugueses".


Chegada ao fim esta corrida de amplitude clássica, a Nacional 2, na ligação duma extremidade em Chaves e chegada à outra em Faro, é de assinalar então a vitória de Alarcón que venceu a primeira etapa e desde aí manteve sempre a camisola amarela, com alargada vantagem. Enquanto coletivamente também a equipa azul e branca venceu por equipas, em mais uma demonstração de categoria, mesmo sem apresentar a totalidade dos principais ciclistas, pela gestão necessária no decurso da época.


Assim sendo, RAÚL ALARCÓN É O VENCEDOR DO GP PORTUGAL NACIONAL 2, tendo o Ciclista da W52-FC Porto estado toda a prova na liderança da geral individual.


Para a história: Raúl Alarcón é o grande vencedor do 1º Grande Prémio Portugal Nacional 2, que terminou este domingo 22 de julho com a realização da quinta e última etapa, a ligar Ferreira do Alentejo a Faro (142,8 quilómetros). O ciclista da W52-FC Porto concluiu assim a boa exibição mantidada desde que assumiu a liderança da prova no primeiro dia e não mais a largou.


Com efeito, a vantagem conquistada na etapa inaugural acabou por ser decisiva para o triunfo final de Raúl Alarcón, que consumou o Grande Prémio Portugal Nacional 2 com 2 minutos e 39 segundos de vantagem sobre Mário González (do Sporting-Tavira) e 2m 43s sobre David de la Fuente (Aviludo-Louletano-Uli), segundo e terceiro classificados, respetivamente.


Da equipa portista presente, César Fonte (8.º), José Neves (12.º), Rui Vinhas (18.º), João Rodrigues (31.º), Samuel Caldeira (36.º) e Daniel Freitas (78.º) foram os restantes Dragões em prova. A boa prestação portista também se refletiu na classificação geral por equipas, com a W52-FC Porto a vencer coletivamente.


Parabéns Raúl Alarcón e equipa W52 FC Porto: fantástica prova!


Alarcón, além da vitória da classificação final na Geral Individual, também venceu o Prémio da Montanha.


Classificações finais respeitantes ao FC Porto:

Geral Individual Final
1º Raúl Alarcón 18h 00m 18s
8º César Fonte +2m 56s
12º José Neves +3m 09s
18º Rui Vinhas +4m 01s
31º João Rodrigues +5m 47s
47º Samuel Caldeira +11m 26s
78º Daniel Freitas +31m 43s

Geral Equipas
1º W52 – FC Porto

Geral Montanha
1º Raúl Alarcón
2º João Rodrigues
3º César Fonte

Geral Juventude
3º José Neves

Em resumo e conclusão: Raúl Alarcón e a W52-FC Porto fizeram hoje história ao serem o primeiro ciclista e equipa a vencer no 1º Grande Prémio de Portugal Nacional 2.

Armando Pinto

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