Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Efeméride da estreia de Pedroto como treinador do FC Porto no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de futebol


José Maria Pedroto, que como jogador havia sido um dos ídolos da geração dourada do FC Porto nos anos cinquentas, e que como treinador começara nos juniores do seu clube também, passando por suas mãos uns Serafim, Neca Soares dos Reis, Faria, Valdemar Pacheco, Rui, etc. (assim como entretanto treinou a seleção nacional de juniores que venceu o Europeu de 1961), enquanto seguidamente como treinador de seniores passou pela Académica e Varzim, depois disso chegou a treinador principal do FC Porto no defeso da temporada de 1966, iniciando funções ao começo dessa época futebolística iniciada no final do verão de 1966, para ir por 1967 dentro. 


Então, após a preparação de pré-época, que como de costume meteu jogos particulares e torneios de verão, além do tradicional e oficial Torneio Início da A F Porto, começou as lides no banco dos responsáveis do FC Porto na 1ª jornada do Campeonato Nacional.


À época, em virtude do clube das Antas estar em fase de contenção e pelas limitações próprias da vida do país, o FC Porto apenas fizera uma aquisição, reforçando o plantel com a vinda do brasileiro Djalma, avançado que anteriormente dera nas vistas ao serviço do Vitória de Guimarães. Embora para o efeito tenha prescindido do defesa Joaquim Jorge, que foi incluído no negócio da mesma transferência, a somar à verba estipulada. Isso para além de entrada de juniores promovidos a seniores, como eram Alberto, Silva, Sérgio e Rendeiro, embora esses quase não passassem depois de jogos de reservas, como integrantes do plantel principal do clube. E a própria equipa estava ainda a contas com algumas baixas, sobressaindo a ausência forçada do guarda-redes titular Américo, a cumprir ainda jogos de castigo da época anterior, por ter sido expulso no Sporting-Porto da penúltima jornada da época finda  quando, aos 40 minutos de jogo em Alvalade, estando o FC Porto a anular todos os ataques sportinguistas, ele como capitão da equipa reclamou dum escandaloso penalti inventado para desbloquear o resultado empatado quase até ao intervalo… nesse jogo em que Américo estava a defender tudo, cotando-se como figura da tarde; e então depois já o Sporting conseguiu vencer, por 4-0 como poderia ser qualquer outro resultado, porque, não podendo haver substituição, como era norma ao tempo, teve de ir para a baliza do Porto um jogador de campo. Teve assim de ficar na baliza Carlos Manuel, polivalente defesa e médio defensivo (género quarto defesa, ou líbero, como hoje se diz), a vestir a camisola de guarda-redes e a postar-se entre os postes! Tendo inclusive o então treinador interino do FC Porto, Virgílio Mendes, feito saber que o árbitro, João Calado, era um sportinguista ferrenho, que ele conhecia demasiado por ser seu conterrâneo do Entroncamento… Acabando depois, por aberrante decisão tomada pelas instâncias do sistema BSB, com Américo suspenso por diversos jogos (seis, mais precisamente); cuja vergonhosa medida se alongou às primeiras jornadas da temporada imediata. Pois o guarda-redes ainda cumpriu um jogo no último da mesma época, então a findar; e mais cinco na que se ia iniciar. Coisas de bradar do regime ditatorial desse tempo. 


Pois assim, já com Pedroto ao leme e nesse cenário de fundo, ainda a tentar minorar mazelas, o FC Porto iniciou o campeonato da época seguinte na Póvoa de Varzim, diante do Varzim Sport Clube. E aí, a 18 de setembro de 1966, José Maria Pedroto fazia a estreia como treinador principal do FC Porto, frente à sua anterior equipa. Os Dragões venceram a formação local por 3-0, no arranque do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, com dois golos de Djalma e pelo meio um de Sidónio (na própria baliza). Tendo o FC Porto alinhado, nesse que assim foi o primeiro “onze” do Campeonato com Pedroto no comando da equipa: Rui; Carlos Manuel, Almeida, Rolando, Sucena, Pavão, Carlos Baptista, Jaime, Djalma, Pinto e Nóbrega.


Como curiosidade acrescida, refira-se que essa equipa seria precisamente a mesma que, ainda mediante as mesmas limitações, entrou em campo no jogo seguinte, diante do Sporting, à 2ª jornada do Campeonato, em que o FC Porto venceu no estádio das Antas  o Sporting por 1-0, com golo de Carlos Baptista a acertar contas. Sendo desse jogo do clássico das Antas a foto de pose da equipa azul e branca, à boa maneira fotogénica de então, nesse início de Pedroto como treinador principal do FC Porto.


Armando Pinto
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