tag:blogger.com,1999:blog-5336143715408875988.post6773007230570438244..comments2024-03-27T23:16:55.060+00:00Comments on Memória Portista: Histórico Guarda-redes Armando... de Parabéns!Armando Pintohttp://www.blogger.com/profile/05653734012109987928noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5336143715408875988.post-87790309382796841092015-10-12T19:55:16.450+01:002015-10-12T19:55:16.450+01:00Jamor, 22 de maio de 1966. No relvado do Estádio N...Jamor, 22 de maio de 1966. No relvado do Estádio Nacional, no Jamor, SC Braga e Vitória de Setúbal estão empatados a zero. Passam os minutos, prolonga-se o nulo e cresce a ansiedade. Falta menos de um quarto de hora para o final da Taça de Portugal. O jogo está aguerrido, disputado por homens de barba rija, sem temores e em ritmo elevado.<br /><br />O clique para o SC Braga desbloquear o resultado surge aos 77 minutos, quando o avançado Perrichon, oportuno e letal, supera os adversários e remata certeiro. Mais do que um golo, o avançado argentino consegue cunhar o nome dos minhotos na História perante uma equipa que jogava como detentor da Taça de Portugal, ficara em quinto lugar no campeonato e tinha jogadores de valor como Mourinho Félix, Jaime Graça ou Carlos Manuel.<br /><br />Antes de o capitão, Canário, um universitário vindo de Lisboa, poder receber a Taça de Portugal das mãos do Presidente da República, Américo Tomás, o SC Braga precisou de sofrer. Uniu esforços e vontades, cerrou os dentes e agarrou-se à vantagem. Um dos últimos lances ofensivos do Vitória de Setúbal terminou nas mãos de Armando, titular indiscutível da baliza bracarense. Logo depois, Braga Barros, internacional de Leiria, terminou o jogo.<br /><br /><br />“Eu saí da baliza e vi todos os outros, os jogadores, o treinador, o massagista… Parecíamos ovelhas tresmalhadas, uns para um lado, outros para outro. Depois, foram as comemorações normais de quem não está habituado a ganhar”, recorda ARMANDO. Hoje, com 74 anos e com a doença de Parkinson a importunar, o antigo guarda-redes, um dos intocáveis nesta equipa treinada por Manuel Palmeira, mantém as memórias dessa final bem vivas. “Tenho muito, muito, muito orgulho”. E isso fica notório em cada recordação.<br /><br /><br />Até surgir, então, o tal golo de Perrichon. “A bola é jogada no meio campo, depois é metida nas costas da defesa do Setúbal. O Perrichon vai a correr de frente, o defesa está de costas e tem que virar e o Perrichon, como vai embalado, tem mais facilidade em chegar à bola primeiro. E chegou”. A descrição é feita por Armando, ao pormenor, acompanhada de um desenho, como se fosse um esquema, feito com os dedos na mesa. “O Vitória de Setúbal era uma equipa fabulosa. E só uma grande equipa lhes poderia ganhar”, orgulha-se.<br /><br />Para chegar ao Jamor, o SC Braga não teve tarefa fácil. Pelo caminho, já se disse, enfrentou Benfica e Sporting, equipas dominadoras de então. Frente aos encarnados, o SC Braga perdeu por 3-1 na Luz – a única derrota na caminhada – mas a vitória conquistada no então Estádio 28 de Maio (4-1) permitiu a passagem à fase seguinte. “Nós começamos a ganhar a Taça quando eliminámos o Benfica”, atira Canário. Uma vitória por 1-0 frente ao Sporting, ao terceiro jogo, depois de dois empates a um, carimbou o passaporte do SC Braga rumo à final.<br /><br />Pela primeira vez na sua história, o SC Braga atingiu a final da Taça de Portugal. Para Armando, contudo, a sensação de pisar o relvado do Jamor não foi nova, porque o guarda-redes já havia conquistado o troféu, em 1958, ao serviço do FC Porto, apesar de não ter sido utilizado. Fazê-lo pelo SC Braga provoca, no entanto, uma emoção diferente. “É indescritível. Não há palavras que consigam transmitir aquilo que a gente sentiu”, diz.<br /><br />“Ganhar uma Taça de Portugal pelo SC Braga é mais qualquer coisa, porque no FC Porto, se não ganhar num ano, ganha para o outro ano. No SC Braga não havia outra hipótese, era aquela e acabou”, atira. E o “acabou” é, até este momento, para ser levado à letra, porque foi nesse ano que o clube – que até tinha corrido o risco de ficar fora do campeonato nacional por falta de dinheiro – ganhou a única Taça de Portugal do seu historial. De lá para cá, esteve em mais quatro finais: perdeu duas para o FC Porto e outras duas para o Sporting.<br /><br />(Reportagem de 2015)<br />Anonymousnoreply@blogger.com