segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

F C Porto mantém o apetite com doçura vitoriosa // Liga, 24ª Jornada: Belenenses-FC Porto: 1-2 !


Nesta altura do campeonato o que mais importa é ir vencendo, continuando a vencer cada jogo e mantendo posição que possibilite a chegada mais acima. Como aconteceu este domingo na vitória diante do Belenenses, em pleno estádio do Restelo, onde se venceu o velho teimoso que facilitou a vida aos adversários compinchas de Lisboa e, como sempre, fez vida difícil ao F C Porto.

Assim sendo é ainda mais saborosa esta vitória, com sabor a pastéis de Belém que deixaram um bom sabor, desta vez.


Continua assim o sonho, não por sonhar ser fácil, como era o título dum filme à antiga portuguesa, mas porque deste modo segue acesa a chama do título cimeiro do futebol nacional.

Num campo tradicionalmente difícil, onde inclusivamente nos dois últimos anos a equipa do F C Porto averbara dois empates, agora sorriu um melhor resultado. Sem contudo se poder esquecer que no total dos jogos em casa do Belenenses o F C Porto tem melhor pecúlio, e melhor ainda também no atual estádio azul, que o clube do Restelo passou a ter a partir de 1956. Havendo alguns laços interessantes a reter, entretanto, sabendo que há velha tradição mútua entre os dois clubes das mesmas cores azuis e brancas, qual é de na visita ao Porto os homens de Lisboa entrarem em campo com toda a equipa a transportar em mãos o pano da bandeira do F C Porto, e o F C Porto nas idas a Lisboa depositar no estádio do Restelo (pelas mãos do capitão, mais dos subcapitães e com a presença de toda a equipa e seu dirigente delegado da ocasião) uma coroa de flores no monumento ao futebolista Pepe, emblemático do clube da Cruz de Cristo. Ocorrência que os representantes do F C Porto efetuaram agora, mais uma vez, aquando do encontro deste domingo no estádio do Belenenses, continuando a levar uma coroa de flores ao mausoléu de Pepe, como se verificou antes do início do jogo.

Virá a propósito recordar: «Em Setembro de 1932, menos de um ano depois da morte de Pepe, do Belenenses, em 1931, era inaugurado no antigo campo das Salésias um mausoléu para perpetuar a memória do mesmo jogador, monumento depois transferido para o Restelo, com a construção do estádio, onde ainda se encontra. Desde então, o FC Porto presta homenagem ao Belenenses através dessa reverência a Pepe, colocando uma coroa de flores junto à sua imagem, antes da entrada em campo». 


O pessoal afeto ao F C Porto merecia esta vitória e estão de parabéns os muitos portistas que, dos mais variados pontos do país, foram apoiar a nossa equipa ao recinto do Belenenses e ajudaram a compor o panorama das bancadas com tão numerosa assistência, no ambiente daquele estádio que quase nunca enche, melhor dizendo fica com grande parte dos lugares vazios, fazendo sentir o frio do cimento tão à vista.

Em suma, o F C Porto venceu e nesta segunda-feira acordamos mais bem dispostos.

Por mais que se olhe às exibições, conta sempre mais o resultado. E isso está à frente dos olhos e sentidos. Continuando o F C Porto a conseguir superar as dificuldades e oposições, permanecendo em boa posição, à espreita de melhor, se for possível. Com muito trabalho de consolidação pela frente e de mentalização, de permeio. No F C Porto tem de se ser bom em tudo e sempre, especialmente bem melhor que a concorrência.

Armando Pinto

domingo, 28 de fevereiro de 2016

“Clássicos” do histórico jornal O Porto: Melo Alvim e Amarelhe! Recordando futebol, hóquei em patins e ciclismo, ao correr da pena…


Não é por qualquer outra circunstância, mas simplesmente por apreço de tudo o que tenha feito bem ao fortalecimento místico portista, o mote que desta vez leva a uma evocação através do artigo de agora. Sendo oportunidade de recordar o antigo e tão valioso jornal O Porto, quase único meio de comunicação que remava contra a maré em tempos de despotismo do regime BSB do futebol português e do próprio desporto contemporâneo das paradas públicas do Estado Novo. Na pertinência de fazer justiça a dois articulistas que deixaram marca na existência do antigo órgão informativo do F C Porto, no sentido de recordar dois dos mais célebres publicistas que escreviam crónicas de louvar a Deus do misticismo portista, nos tempos em que o autor destas linhas era ainda e apenas leitor assíduo desse periódico do maior clube nacional de fora de Lisboa…

Um grande clube assim, como é o F C Porto, além dos seus dirigentes e agentes de nomeada, sempre teve na retaguarda pessoas devotadas que não procuram nada para si mas para o clube. Entre cuja massa quase anónima, do chamado grande público e mesmo dos dirigentes, por vezes, lembramos dois colaboradores do histórico jornal do F C Porto, o extinto semanário O Porto (em certas épocas também quinzenal e até mais, conforme as vicissitudes das épocas), antecessor da mensal revista Dragões. Aproveitando para homenagear um duo de carolas da escrita portista, por entre consócios que admiramos (aqui expressando-se o autor na terceira pessoa) pelo portismo amassado ao longo do preenchimento de espaços jornalísticos que muito fizeram pelos sentimentos portistas de quem os ia lendo. Como acontecia com Melo e Alvim, bem como Amarelhe, dois colunistas d’ O Porto que merecem nosso reconhecimento, por isso mesmo. Pessoas que enobreceram a coleção desse tão carismático jornal O Porto, em cujo percurso o autor destas linhas se honra de ter colaborado durante alguns anos (mais precisamente entre 1974 a 1980, até ao surgimento dos acontecimentos do apelidado verão quente das Antas), sem contudo ter chegado a contactar pessoalmente com esses dois vultos das letras memoriais do F C Porto. Devido sobretudo à distância física, que então se fazia sentir muito, perante uma residência do interior nortenho face ao mundo do clube na cidade Invicta. Isto para dizer que não nos move qualquer outra motivação, mas apenas apreço portista, quanto ao que movia e inspira o autor destas linhas.


Melo e Alvim tinha uma coluna sensivelmente semanal, n’ O Porto, em rubrica sob título “DO ALTO DO TOPO SUL” (numa associação simbólica ao conhecido setor da bancada sul do estádio, popularizada por Tribunal das Antas), e Amarelhe (Domingos Amarelhe, salvo erro), tinha sua rubrica intitulada “DA MINHA LAVRA” (dele).

Diante disso e disto, colocamos aqui dois artigos desses dois prodigiosos cronistas das páginas azuis e brancas, como exemplo do que durante anos transmitiram. Vindo a talhe lembrar, ao correr da escrita, da pena de outras eras e teclado destes dias, quão nesses artigos ficam também evocados alguns factos de outrora, como eram em tempos certos comportamentos (como aquando da saída do defesa Almeida, que teve uma entrevista pouco abonatória num jornal lisboeta, obviamente) e sobretudo a palma atribuída à honra que então era o F C Porto ter quatro campeões europeus de hóquei em patins (como o texto do primeiro artigo mostra, com sublinhados que aparecem a preto nesta cópia), mais um caso particular que até vem a talhe nesta época do ressurgimento do ciclismo, na calha do reconhecimento de sempre.

Mas o melhor é ler-se os artigos, para melhor juízo, à posteridade.


Dessas crónicas, de seguida apresentamos o texto em parcelas, na devida sequência (1 - 1; 2 - 2, 3- 3...), para facilliar a leitura. Seguindo a ordem dos artigos, a começar pelo "Alto do Topo" de Melo e Alvim...


... e acabando com o da "Lavra" de Amarelhe:


Armando Pinto

((( Clicar sobre os recortes digitalizados, para ampliar e ler melhor)

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Américo sempre!


Quando eu era pequeno (em idade, na infância, entenda-se), sendo Portista por intuição de bom gosto, como sempre julgo que tive, e paixão por encantamento do que me entusiasma, tinha na cabeça, quase por entre os livros e cadernos escolares, os nomes dos jogadores do Porto, imaginando-os de cara pelo que via nos populares cromos da bola, que circulavam entre nós, moços da escola. Sendo desse tempo a imagem cimeira de "cromo dos rebuçados" (como vinham embrulhados), para as coleções de cadernetas dos ases do futebol. E o Américo era o que mais admirávamos, o que nos seduzia ao ouvir pelo barulho radiofónico os relatos domingueiros dos jogos, pelas suas defesas… 

- Américo voa para a bola, blocando o esférico…! - Américo, entre vários jogadores, afasta o perigo… - Américo segura a redondinha, espetacularmente! (ouvíamos nos emissores do Norte Reunidos, porque as emissoras de Lisboa pouco davam do Porto) – Nem só os pássaros voam, Américo quase dá com as costas na trave, lançado em voo elegante…”

Foi dos tempos de sua entrada na equipa principal do F C Porto, por volta de 1961, a imagem da equipa com que ilustramos a descrição. Cujas fisionomias ficamos a conhecer logo pelos cromos que guardamos, juntando aqueles ídolos da geração de ouro que ganhara campeonatos e taças de que ouvíasmos falar, com outros que estavam em inícios de carreira. Num naipe em que Américo já brilhava, ao lado de Virgílio, Miguel Arcanjo, Monteiro da Costa, Ivan, Barbosa, Acúrcio, Carlos Duarte, Hernâni, Noé, Serafim e Perdigão... 


Até que… Depois, quando pela primeira vez entrei num campo em que jogava o Porto, foi com os olhos no Américo que senti melhor como gostava daquele Porto… já em tempos de Américo, Festa, Pinto, Nóbrega e por ali adiante.

Ora o Américo nesta data está de parabéns. Que eu quero mais uma vez lhe dar. Deixando narrativas no plural, como é dos cânones literários, para de modo personalizado lhe dirigir mais algumas palavras, por este meio, em ocasião assim.

Esta é uma efeméride que dá gosto assinalar, por um lado sabendo que muita gente não associa como tal, e por outro pelo que é. Pois, se ele, o Américo que foi grande guarda-redes do F C Porto, se tivesse facebook, iria receber parabéns só daqui a dias, mas não de quem sabe da história. Porque o sr. Américo Ferreira Lopes faz anos hoje, sendo nesta data que é o dia verdadeiro do seu aniversário natalício. A 27 de Fevereiro, que foi o dia em que nasceu, afinal, e não no 6 de Março, data do registo civil e que consta oficialmente.

Já muito escrevemos sobre ele nestes espaços informáticos, e muitas imagens publicamos, ao longo dos anos em que temos este blogue, como outros também, por gosto de escrita e história, em apreço pela memória portista, no caso. Mas nunca será demasiado lembrar Américo, por quanto ele foi referência e representa na história do F C Porto e do desporto nacional. Américo que foi o grande injustiçado do futebol português, quanto a internacionalizações pela seleção dita portuguesa, como ficou para a história. Mas, apesar de tudo, foi o melhor guarda-redes português da década dos anos sessentas - incluindo também lote de respeito nas equipas valorosas de que fez parte no F C Porto, como a da imagem seguinte. 


Assim sendo, como reforço de memorização, para que nunca possa ser esquecido o que lhe fizeram os senhores do futebol do sistema lisboeta BSB (do sistema antigo das presidências federativas circunscritas a serem comandadas por homens de Benfica, Sporting e Belenenses), reavivamos aqui histórias sobre isso.

Américo era o melhor guarda-redes português, mas no Mundial de 1966 ficou a ver os jogos no banco de suplentes, porque tinham que jogar os dos clubes dos dirigentes federativos. Motivo porque do lote dos 22 “Magriços” (como foram chamados os futebolistas dessa campanha), do F C Porto só o defesa Alberto Festa pôde jogar e apenas em metade dos jogos dessa fase final. Ficando Américo e Custódio Pinto a suplentes, enquanto Nóbrega, que até chegou a ter fato oficial pronto para o efeito, ficou de fora a ver os jogos pela televisão, preterido quase nos últimos dias, indo em sua vez um que jogava num clube pequeno mas que estava já comprometido com um dos clubes grandes de Lisboa.


Ora, para recordar essa injustiça, com o guarda-redes do F C Porto de então, respigamos uma entrevista de Américo a contar histórias relacionadas, como veio a público há uns anos no jornal O Jogo.


Posto isto, segue esta lembrança, por esta via, com votos de feliz aniversário, mais sinceros parabéns ao Américo, o guarda-redes do F C Porto que Di Stefano considerou um dos melhores que viu jogar. Consideração que em Portugal obviamente não teve tanto impacto, como se fosse referente a alguém dos clubes de Lisboa, teria… mas em Espanha foi bem considerada. A pontos que ainda no início da época presente, quando Casillas veio para o F C Porto e ao Porto aportaram muitos jornalistas estrangeiros para cobrirem o acontecimento, então chegaram espanhóis a perguntar pelo antigo guarda-redes que Di Stefano disse que foi dos melhores que defrontou…  

A propósito, recorde-se que em anterior artigo, aqui já publicamos um recorte com caixa do também antigo jornal Norte Desportivo, mostrando destaque alusivo a essa afirmação.

Parabéns então ao "Américo do Porto"!

Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Breve historial de vencedores portistas em provas de ciclismo


Como as histórias começam sempre por um princípio e não a meio, voltamos aqui, num relance de enquadramento, aos tempos iniciais do ciclismo do F C Porto. Em ideia de subsídio à memória da existência dessa modalidade dentro do F C Porto.

De acrescento a anteriores referências, além de se saber também que já nos primórdios da vida do clube, por alturas quer da fundação como depois pela refundação da coletividade, refira-se, haviam entretanto sendo dadas iniciais pedaladas, embora com caracter de lazer e sem haver então ainda oficialização competitiva. Sabendo-se como nos primeiros tempos da vida do F C Porto houve ligação com o andamento do Velo Club do Porto, clube com prática de corridas de bicicletas, onde diversos elementos pioneiros do Futebol Clube do Porto também foram do referido Velo. Até que começaram a andar ciclistas em representação do F C Porto, como foi pelos idos tempos de finais dos anos vinte – segundo consta d’ “A VIDA DO GRANDE CLUBE NORTENHO (2)”, nº 2 das duas revistas de edição Extra das Seleções Desportivas, em 1978. Conforme vem desde aquela década dos anos vinte, tendo em 1928 Manuel Nunes de Abreu vencido o “1º circuito do Cávado” e o “Porto-Felgueiras-Porto”, em tempo dos “Fortes” e dos “Fracos”, como eram referidos. Categorias essas que ainda continuaram pela década de trinta, já com um Adalberto Soares, mais Elias Cruz e José Rainho, nos “Fortes”, tal como, entre outros também, Manuel Leite e Joaquim Silva Teixeira, nos “Fracos”…

Fernando Moreira em plena corrida de pista  – gravura de 1950 =

Havendo diversas publicações referindo que Nunes de Abreu corria em 1927 pelo Leixões, a ser assim (como escreveu Luís César naquela coleção das Seleções) em 1928 já andava pelo F C Porto. Enquanto (como está descrito no livro “A história do ciclismo português”, de Gil Moreira) em 1930, no “Match Oficial Lisboa-Porto «disputado na cidade nortenha, por estradistas nortistas e sudistas» (sic), entre outros vencedores, impôs-se então também Albino Pereira, do F C Porto.

= Dias dos Santos, duplo vencedor da Volta a Portiugal, em dois anos seguidos. =

Com isto, assim descrito, procura-se unicamente engrossar o acervo de material referente ao ciclismo no F C Porto. Porque as figuras históricas, como as do ciclismo azul e branco, por vezes se esfumam da memória vindoura, algo que apraz resgatar, a bem da gratidão do simbolismo clubista.

Vem assim a propósito acrescer, quanto a memorização relativa a provas em que ciclistas do F C Porto se salientaram, uma indicação respeitante, para reter dados sobre os quadros de honra das provas de que há conhecimento, desde a Volta a Portugal até a circuitos quase desconhecidos, fazendo a devida fixação por informações dos vencedores de muitos  certames competitivos, como foram e são as “clássicas” e os Grandes Prémios, provas de ligação entre cidades, no primeiro caso, e em etapas de curta duração, durante alguns dias, no outro.

Pois bem, além do que já historiamos em anteriores artigos, fazendo eco da galeria de ciclistas do F C Porto com lugar nas tabelas memoriais da história do ciclismo portista e seu cunho no historial da velocipedia portuguesa, desta vez vamos procurar fazer menção dos vencedores com indicação de nomes e datas (anos ou épocas desportivas), sobre as vitórias individuais e coletivas das respetivas classificações gerais finais. Começando pela  corrida mais importante, ou seja a Volta a Portugal, e continuando pelos percursos de outras provas de nomeada, sem a mesma duração, entre as corridas oficiais que ao longo dos tempos fizeram parte do calendário do ciclismo português.

= Barrendero, numa pose oficial de apresentação para a Volta  – gravura de 1950 =

Assim sendo, na Volta a Portugal, é honrosa e volumosa a galeria que faz do F C Porto o clube mais triunfador da Grandíssima Volta. Conforme atestam os números e factos do palmarés portista na história da Volta”: Vencedores individuais: Volta de 1948 – Fernando Moreira; 1949-Dias dos Santos; 1950- Dias dos Santos; 1952- Fernando Moreira de Sá; 1959-Carlos Carvalho; 1960-Sousa Cardoso; 1961-Mário Silva;  1962-José Pacheco; 1964-Joaquim Leão; 1979-Joaquim Sousa Santos; 1981-Manuel Zeferino; 1982-Marco Chagas (doze no total, antes da Volta de 2016 obviamente). Vitórias coletivas (classificação por equipas em que o F C Porto venceu): nas Voltas dos anos de 1948, 1949, 1950, 1952, 1955, 1958, 1959, 1962, 1964, 1969, 1979, 1980, 1981 (treze). 

E 7 (sete) Prémios da Montanha conquistados por ciclistas do F C Porto: em 1947-Fernando Moreira; em 1955, 1958, 1960 e 1961-Carlos Carvalho; 1962-Mário Silva; 1981-José Amaro. Bem como na classificação por Pontos (que poucas vezes foi atribuído nos tempos antigos), venceram do F C Porto: 1958 – Sousa Cardoso e 1962 –José Pacheco; ao passo que (na mais recente) classificação de Combinado foi vencedor um representante portista nesse tempo: 1982 – Marco Chagas.



«------ O "Rei da Montanha", Carlos Carvalho

= Um trio de grande carisma no ciclismo portista: Onofre Tavares (ciclista dos primórdios e treinador da equipa no período áureo), mais os consagrados ciclistas Mário Silva e Sousa Cardoso =

Entre curiosidades da Volta, aponte-se o caso dos contra-relogistas, como vencedores das etapas em contra-relógio, onde cada ciclista tinha e tem de lutar sozinho, ou então em grupo restrito no caso do contra relógio por equipas, contra o tempo. Assim, no que toca aos CONTRA-RELÓGIOS INDIVIDUAIS: em 1946 (11ª Volta), na etapa Viana do Castelo-P. Varzim, com 59 Km, venceu Fernando Moreira; depois, em 1949 (14ª Volta): Pista do Lima, 9 Km, Fernando Moreira; 1949 (14ª Volta): Vila Real de Santo António-Tavira, 25 Km, Dias dos Santos; 1951 (16ª Volta): Figueira da Foz-Sangalhos, 71 Km, Dias Santos; 1956 (19ª Volta): Pista do Lima, 9 Km., Artur Coelho; 1958 (21ª Volta): Pista de Alvalade, 9 Km, Carlos Carvalho; 1959 (22ª Volta): Circuito do Estoril, 10 Km, Sousa Cardoso; 1959 (22ª Volta): Covilhã-Guarda, 44 Km, Artur Coelho; 1960 (23ª Volta): Évora-Beja, 78 Km, Sousa Cardoso; 1961 (24ª Volta): Circuito de Espinho, 3,6 Km, Artur Coelho;
1961 (24ª Volta): Pista de Alvalade, 9 Km, José Pacheco; 1962 (25ª Volta): Circuito do Furadouro, 7 Km, José Pacheco; 1962 (25ª Volta): Vila Viçosa-Portalegre, 75 Km, Sousa Cardoso; 1962 (25ª Volta): Pista das Antas, 9 Km, Sousa Cardoso; 1966 (29ª Volta): Fundão-Castelo Branco, 46 Km, Mário Silva; 1969 (32ª Volta): Pista de Tavira, 8,4 Km, Hubert Niel; 1970 (33ª Volta): Pista de Tavira, 8,4 Km., Hubert Niel; 1972 (35ª Volta): Pista das Antas, 4,5 Km, Manuel Gomes; 1974 (37ª Volta): Pista das Antas, 2,250 Km, Joaquim Andrade; 1977 (39ª Volta): Circuito de Espinho, 3,6 Km, António Alves; 1980 (42ª Volta): Estoril-Cascais, 27,5 Km, Belmiro Silva; 1980 (42ª Volta): Águeda-Curia, 23,5 Km, Alexandre Rua; 1981 (43ª Volta): Águeda, 35 Km, Manuel Zeferino; 1981 (43ª Volta): Évora, 4,2 Km, Belmiro Silva; 1981 (43ª Volta): Seia-Gouveia, 29 Km, Belmiro Silva; e 1983 (45ª Volta): Pista de Tavira, 2 Km, António Fernandes. E em etapas de CONTRA-RELÓGIOS POR EQUIPAS (variante mais rara, realizada em poucas edições da Volta; correndo juntos todos os elementos da equipa e contando o tempo da corrida coletiva): Em 1952 (à 17ª Volta): na etapa Braga-Vila do Conde, ao longo de 47,8 Km, F C Porto; 1980 (42ª Volta): Circuito de Espinho, 7,2 Km., F C Porto; 1981 (43ª Volta): Tavira-Loulé, 48 Km., F C Porto; 1982 (44ª Volta): Circuito do Campo Grande, 5,6 Km., FC Porto.
---» (Foto acima) Artur Coelho

= Momento apoteótico da equipa do F C Porto, com Sousa Santos, Carlos Carvalho e Artur Coelho a serem vitoriados, em carro aberto - após a conquista da "Volta de Carlos Carvalho", vencida também na classificação coletiva, por equipas, pelo F C Porto!

Passando às “Clássicas”, na de maior história (porque ainda se realizava antes da interrupção do ciclismo no FC Porto; e só deixou de se fazer já nos primeiros anos do século XXI), o Porto-Lisboa, é também grande o rol de ciclistas portistas vencedores: em 1949-Fernando Moreira; 1951-Amândio Cardoso; 1952-Luciano Sá; 1953-Luciano Sá; 1957-Sousa Santos; 1958-Carlos Carvalho; 1959-Mário Sá; 1960-Pedro Polainas; 1961-Azevedo Maia; 1965-José Pacheco; 1966-Joaquim Leão; 1970-Joaquim Leite; 1981-José Amaro; 1982-Alexandre Ruas; 1984-Alexandre Ruas (totalizando 15).


Enquanto no Lisboa-Porto (que cedo deixou de se realizar, entretanto) é esta a lista dos que venceram pelo F C Porto: em 1949-Fernando Moreira; 1953-Alberto Moreira “Copi”; 1955-Alberto Gonçalves Silva; e em 1981-José Amaro.


= Fernando Moreira venceu o Lisboa-Porto, de 1949 (foto Stadium de 22 de Junho de 49) =

A propósito, virá a talhe pormenorizar algumas outras curiosidades, mais. Ora, em diversas publicações aparece Pedro Polainas com referência de outro clube, por durante muitos anos ter representado o Sporting, só que quando venceu esta clássica corria pelo Porto, ou seja estava em representação do F C Porto. Mas não admira essa e outras incorreções que por vezes aparecem publicadas, quando nos espaços informáticos de jornais com tradições documentais e da própria Federação estão dados incorretos sobre factos históricos.


Acrescente-se ainda, entre exemplos possíveis de interesse, que pela década dos anos trinta, o ciclismo estivera mais circunscrito ao centro e sul do país, rareando ciclistas nortenhos em posições de dianteira. Mas nos inícios dos anos quarentas o panorama evoluiu e então  o F C Porto começava a dar nas vistas, passando a ter alguns corredores de valor. Assim, para além do F C Porto ter tido duas equipas (A e B) na Volta de 1934, no Porto-Lisboa de 1941 já o F C Porto esteve representado com uma boa dupla, por Aniceto Bruno e Alberto Raposo. Tendo Raposo comandado a corrida durante grande parte do percurso, tanto que passou já em São João da Madeira adiantado, mantendo a fuga ainda em Albergaria, até à Mealhada, sem contudo depois ter conseguido aguentar a pedalada, mais para diante. Enquanto na Volta a Portugal à 6ª etapa fazia o 4º lugar, mas tanto ia na frente como parecia que se desinteressava, ao passo que Aniceto Bruno foi mantendo um ritmo certo até que no final se classificou em 3º na Geral. Em vista disso, segundo conta Eduardo Cunha Lopes no seu livro “Em Memória de Eduardo Lopes”, Raposo foi apelidado de “Estoira-vergas e versátil”; a pontos que à 18ª etapa, devido a ter tido uma queda, ainda, chegou em último à meta, «sendo presenteado por esse facto com um presunto e cem escudos» - caso que foi registado em pose fotográfica, a que reporta a foto seguinte.


Entretanto, no mapa de corridas, a atividade ciclista distribuía-se por provas de índole diversa, desde as chamadas corridas domingueiras, realizadas aos domingos e só de um dia, portanto, nas áreas das associações; tal como alguns grandes prémios, conforme se deu nome a provas de alguns dias; e sobretudo circuitos, como eram chamadas às corridas de etapa inseridas em festas ou dias especiais, dando voltas a localidades, onde passavam diversas vezes pelos mesmos sítios, além de corridas de pista.

Assim sendo, ficaram para a história corridas e corredores, num rol de vencedores, tais como (referindo apenas nomes de ciclistas vencedores do F C Porto):

- Circuito de Estoril: 1941 – Aniceto Bruno (que já em 1936 vencera o Circuito de Aveiro, como individual)
- Circuito da Curia: 1941 - Aniceto Bruno
- Circuito das Aves: 1945 – Fernando Moreira (FC Porto)
- Circuito de Vila de Conde: 1945 – Fernando Moreira (então ainda como circuito autónomo, nas três primeiras ediçôes. Depois, a partir da 4ª edição, já em 1952, com o mesmo nome, mas incluído na Volta a Portugal): 1957 – Agostinho Brás; 1972 – Manuel Gomes.
- Circuito da Longra (Felgueiras): 1947 – Manuel Pereira. Prova essa que fez parte do programa festivo do VI Aniversário do Sport Club da Longra (de basquetebol). Tendo a vitória do portista triunfante sido discutida sobre a meta com Joaquim Sá, também do F C Porto
- Circuito do Norte: 1948 – Fernando Moreira

De permeio, sendo também  realizadas corridas a contar para campeonatos, foram

- Campeões regionais de pista: Moreira de Sá, campeão regional de fundo; Amândio Almeida, campeão de amadores-seniores (duo das duas fotos seguintes, abaixo).

(fotos da revista  Stadium, de 11 de Maio de 1949)

- Campeonato dos 100 KM da UVP: 1949 – Onofre Tavares
- Campeonato Nacional de Velocidade (pista-Elites): 1947 – Onofre Tavares; 1948 – Onofre Tavares.

E na continuidade das corridas diversas,

- Circuito da Malveira: 1952 – Onofre Tavares; 1965 – Albino Alves; 1979 – Venceslau Fernandes;  1980 – José Amaro
- Circuito dos Campeões (Figueira da Foz): 1957- Artur Coelho
- Circuito de Esmoriz: 1957 – Agostinho Brás
- Circuito de Fafe: 1957 - Emídio Pinto
- Circuito de Garcia: 1959 – Artur Coelho
- Volta ao Porto: 1958 – Artur Coelho; 1978 – Venceslau Fernandes
- Grande Prémio Vilar: 1957 - Emídio Pinto; 1958 – Emídio Pinto; 1959 – Artur Coelho.
- Circuito Entre Douro e Minho: 1959 - Artur Coelho
- Circuito da Curia: 1941 - Aniceto Bruno; 1958 – Artur Coelho; 1964 – Mário Silva
- Circuito de Santo Tirso: 1958 –  Sousa Cardoso; 1962 – José Pacheco; 1966 – Alberto Carvalho
Circuito de Rio Maior: 1961 – José Pacheco; 1966 – Mário Silva; 1980 – Fernando Fernandes
- Circuito de Matosinhos: 1962 – José Pacheco

- Circuito de Vila da Feira: 1962 – Ernesto Coelho
- Grande Prémio Robbialac: 1962 – Sousa Cardoso; 1965 – Mário Silva
- Grande Prémio do F C Porto: 1963 – Mário Sá; 1964 – Mário Silva; 1981 – Fernando Fernandes; 1982 – António Alves; 1983 – António Alves.


«--- Ernesto Coelho =
De permeio, em títulos de campeonatos de outras especialidades, Joaquim Leão sagrou-se campeão Nacional de Ciclo-Cross, em 1965 (ano em que Manuel Jorge triunfou nos 3. os Jogos Luso-Brasileiros). Em 1967 Cosme Oliveira  foi Campeão Nacional de Perseguição. Enquanto Alberto Carvalho bisou no título Nacional de Ciclo-Cross em 1966 e 1967, assim como Joaquim Leão voltou à liça com o título Nacional de Rampa. Depois em 1968 o F C Porto conquista o título de Campeão Nacional de Clubes, ano em que Cosme Oliveira obtém novo título de Perseguição e Custódio Gomes o de Velocidade.

- Troféu Abril em Portugal: 1968 – Joaquim Freitas.
- Grande Prémio Philips: 1968 – Gabriel Azevedo; 1969 – José Luís Pacheco
- Grande Prémio Sachs: 1969 – Hubert Niel
- Circuito do Bombarral (“12 Voltas à Gafa”): 1970 – Hubert Niel; 1972 – Manuel Gomes; 1973 – Manuel Gomes; 1974 – Manuel Gomes.
- Grande Prémio Folpec-Azul: 1971 – Cosme Oliveira
- Grande Prémio Papéis Vouga / 1974 - Joaquim Andrade
- Volta a Gaia: 1977 – António Fernandes 
- Grande Prémio do Minho: 1978 – Venceslau Fernandes; 1981 – Belmiro Silva
- Grande Prémio Clock: 1978 – Fernando Mendes
- Grande Prémio da Ass. Ciclismo do  Porto: 1978 – Venceslau Fernandes
- Grande Prémio Abimota / “Duas Rodas”: 1978 – Fernando Mendes; 1983 – António Alves
- Grande Prémio Jornal de Notícias (JN): 1980 – Venceslau Fernandes; 1982 – Manuel Zeferino
- Grande Prémio Sicasal: 1982 – Manuel Zeferino
- Grande Prémio Sical: 1981 – Marco Chagas; 1982 – Manuel Zeferino;
- Volta ao Algarve: 1963 – Azevedo Maia; 1977 – Belmiro Silva; 1981 – Belmiro Silva
- Circuito da Moita (Oeste): 1984 – Alexandre Ruas

 = (foto) Gabriel Azevedo --»

Entre as corridas de nomeada, há ainda uma prova que em tempos teve certa importância, como foi a corrida do Regional e seguinte Nacional de Estrada. Dando-se, como exemplo, entre as diversas épocas, uns casos ao nível dos campeonatos regionais e nacionais, mais o quadro de honra  do campeonato nacional, corridas essas tradicionalmente denominadas pela realização da correspondente etapa em estrada.

Como exemplos:

- Campeonatos Nacionais de 1951...

E
- Campeonatos Regionais de Fundo de 1972 – Joaquim Andrade


LISTA DE CAMPEÕES NACIONAIS de FUNDO (Campeonato nacional de estrada): 1946 - Fernando Moreira, 1950 – Luciano Moreira de Sá; 1951 – Fernando Moreira de Sá; 1953 – Onofre Tavares; 1960 - Azevedo Maia; 1962 - José Pacheco; 1978 – Fernando Mendes; 1981 - Fernando Fernandes; 1982 – Marco Chagas.


Fica assim levemente anotado, em roda livre, um breve historial das provas conquistadas por ciclistas do F C Porto, em corridas pelo território de Portugal.



= Vitórias mais recentes, da "Volta do Zeferino", ainda na última fase da gerência do Dr. Américo Sá, e já na presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, o sempre atual presidente do F C Porto a proceder à consagração do último vencedor do Grande Prémio do F C Porto.  


Nota: Estes números e factos são apenas uma amostra naturalmente, para não alongar demasiado o espaço de exposição num simples artigo deste género. Havendo obviamente muitíssimo mais... de algo que estará mais vocacionado para ficar em livro, como merece a História do Ciclismo do FC Porto.

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))