Relembra hoje a página comunicativa do FC Porto, através da
missiva Dragões Diário desta sexta-feira última do presente setembro de evidente
verão tardio, que efetivamente faz anos que neste dia se deu a estreia de José
Maria com a camisola do FC Porto.
Pois, «foi a 30 de setembro de 1949, há 67
anos, que José Maria ingressou no FC Porto. O avançado esteve ao serviço do FC
Porto oito épocas, tendo marcado 78 golos com a camisola azul e branca, entre
eles o primeiro do nosso clube nas competições europeias, e conquistado a
primeira dobradinha, em 1955/56.»
O facto dá azo a relembrar algo mais e ao mesmo
tempo evocarmos algum do Portismo que sempre correu nas veias ao longo dos
tempos. Tal o caso disso nos fazer lembrar um antigo portista a quem esse
antigo avançado José Maria marcou mais que os golos que havia obtido ao serviço
do FC Porto.
= José Maria na equipa do FC Porto durante a época das vitórias no Campeonato e Taça de 1955/56: (estando, no estilo clássico de fotos das equipas) de
pé e da esquerda para a direita - Pinho, Virgílio, Porcel, Osvaldo, Vale,
Eleutério e Barrigana; e em primeiro plano - Carlos Duarte, Pedroto, Hernâni,
Perdigão e José Maria. =
Com efeito (passando a descrever na primeira pessoa para
facilitar a narrativa) tive a felicidade de em pequeno, catraio ainda de
escola, ter convivido em acompanhamento clubista com um tio que era um
apaixonado portista. Um tio que nunca chegou a ver ao vivo o FC Porto no
estádio das Antas, além de ouvir pelos relatos radiofónicos, a não ser num jogo particular acontecido em Felgueiras (quando
a equipa do FC Porto andava a fazer jogos particulares pela província em
eventos de angariação de receitas para o pagamento da construção do então novo
estádio das Antas), pois naquele tempo a distância de coisa de sessenta
quilómetros para o Porto cidade representava tormentas várias, além das
possibilidades económicas dum trabalhador assalariado desses tempos dos anos cinquenta
e sessentas, etc. e tal…
= Célebre linha avançada da equipa do FC Porto (em
dia dum Porto-Benfica), contando, a partir da esquerda, com José Maria, José
Pedroto, Monteiro da Costa, António Teixeira e Barros. =
Ora esse meu tio, o meu Tio Zé Moreira, ficou muito triste
quando o José Maria trocou o FC Porto pelo Benfica, como ele dizia, tendo
ingressado no clube rival lisboeta. Algo que ele, o meu tio, jamais esqueceu, até porque,
como dizia também, isso fez com que diversos seus amigos adeptos desta região sousã tivessem
começado nesses dias a simpatizar com os mouros vermelhos.
Aproveito agora o facto, então, para assim fazer uma homenagem a
esse meu tio, portista da velha guarda, cujo Portismo ajudou muito ao Portismo que vem desses
tempos. Relembrando essa ocorrência, que teve algum lenitivo naquele meu tio
pela passagem do Zé Maria por Lisboa não ter tido sucesso e um ano volvido ter
acabado enfim por rumar ao Braga. Como exemplo que qualquer história pode estar algo esquecida,
mas será sempre lembrada.
E o FC Porto permanecerá sempre na memória pelos confins dos tempos.
E o FC Porto permanecerá sempre na memória pelos confins dos tempos.
Armando Pinto
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