sábado, 30 de novembro de 2019

Jantar comemorativo do cinquentenário da vitória portista no Campeonato Metropolitano de 1969


No próprio dia da passagem de 50 anos da conquista do título de Campeões Metropolitanos, em 1969, realiza-se este sábado, 30 de novembro de 2019, um encontro de antigos hoquistas do FC Porto para celebrarem o cinquentenário da vitoriosa campanha do Campeonato Metropolitano, culminada no último jogo em Lisboa com o Paço de Arcos, na noite da véspera do feriado 1º de Dezembro, em 1969.


Decorre este evento por iniciativa e organização de alguns dos campeões metropolitanos, com a aderência dos restantes que poderão marcar presença, juntando os que participaram desde a fase de apuramento até à fase final, mais alguns convidados que tiveram alguma relação correspondente. Sendo esse encontro à mesa apenas de jogadores, dos hoquistas do FC Porto daquele tempo.


Assim, estão confirmados para o evento (30 / 11 / 2019):

Participantes

Hoquistas campeões - Cristiano, Alexandre Magalhães, Joaquim Leite, Brito, Castro, Hernâni, Rui Caetano, Sobral, Joel, Graça, Orlando e Júlio.
(Não participam, por impossibilidade de motivo pessoal, Luís Caetano; e Segadães, incontactável.)

Convidados – Valentim, Fernando Barbot e Zé Fernandes.
(Valentim porque foi anteriormente hoquista do FC Porto, apenas não tendo feito parte do plantel na época de 1969 por haver sido transferido, para o Académico, envolvido que foi, junto com o já falecido guarda-redes Branco, na troca acontecida para a vinda e regresso de Brito para o FC Porto. Também Fernando Barbot porque era no FC Porto o capitão da equipa júnior desse tempo, além de ter sido colega de seleção dos da equipa de seniores que no mesmo ano foram campeões no Europeu de juniores em Vigo, na Galiza. E José Fernandes por igualmente ter sido, junto com Cristiano, Castro e Barbot, campeão europeu júnior em 1969; acrescendo na época seguinte ter ingressado no FC Porto. Com a particularidade de Fernandes haver participado no Metropolitano de 1969 como jogador da CUF, equipa que fez com que o campeonato durasse mesmo até ao fim, por na penúltima jornada ter conseguido a única derrota do FC Porto, de modo que a vitória portista no jogo final foi decisiva diante do Paço de Arcos para a atribuição do 1º lugar.)


O acontecimento naturalmente terá reunião festiva à mesa, como é da praxe, mas antes da refeição será celebrada uma Missa por alma de José Ricardo, pelas 19 horas, na Capela do Santuário Coração de Maria, em Pedroso / Carvalhos – Gaia. Por, dos hoquistas intervenientes no acontecimento de 1969, Ricardo entretanto já haver desaparecido do número dos vivos fisicamente, mas continuando, como estará então, presente na recordação de todos.

Por fim terá lugar o Jantar Comemorativo, no Restaurante Mário Luso, nos Carvalhos (onde houve um anterior encontro de hoquistas).


Como, e muito bem, o evento é apenas para os antigos jogadores, depois através dos mesmos haverá motivos de reportagem, por meio de imagens fotográficas que os convivas naturalmente farão chegar ao autor destas linhas escritas com grande apreço.

Fica assim prometido, desde já, aqui dar-se à posteriori uma devida ilustração fotográfica, pelo menos, de tão significativa ocorrência de algo importante na história do FC Porto, bem como dos próprios atletas e mais elementos da secção, além dos apoiantes portistas. Tendo sido esse feito, da conquista do Campeonato Metropolitano, em 1969 o primeiro grande cometimento de âmbito nacional da história do Hóquei em Patins do FC Porto.

Armando Pinto

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Efeméride jubilar da 1ª grande conquista nacional do Hóquei em Patins do FC Porto: Cinquentenário do Título de Campeão Metropolitano !


Pois é. Passam já 50 anos da conquista do cetro de Campeão Metropolitano vindo para o FC Porto em 1969  o primeiro título de grande monta, do hóquei em patins portista. Sendo que o Campeonato Metropolitano era nesse tempo o Campeonato Nacional da Metrópole, havendo depois uma fase final com os representantes das províncias ultramarinas, como eram Angola e Moçambique, onde o hóquei patinado estava evoluído.


Para a chegada à fase decisiva do Metropolitano, houve antes a fase de apuramento, em cujo percurso o FC Porto, além do grupo base constituído por João Brito, José Castro, Alexandre Magalhães, Joaquim Leite, Hernâni Martins, Cristiano Pereira e José Ricardo, utilizou outros valores como António Júlio, Rui Caetano, Joel Pinto, Luís Caetano, Segadães, Sobral, Graça e Orlando.


Chegada por fim a fase final, a disputa dos jogos desenrolou-se inicialmente com jogo inicial entre as duas equipas apuradas de cada zona (no Norte FC Porto e Carvalhos, no sul a CUF e o Paço de Arcos), para depois num fim de semana se ter disputado jornada dupla no Norte entre os do Norte e do Sul, e seguidamente ao contrário, vice-versa na semana seguinte, até acontecer o final em Lisboa (na véspera do feriado do 1º de Dezembro, Dia da Restauração Nacional) com os nortenhos a jogarem no reduto dos sulistas da área de Lisboa.

E a 30 de novembro, desse ano de 1969, disputou-se o último e decisivo jogo, ao fim do qual, após emotivos contornos, o FC Porto venceu e convenceu, tornando-se Campeão Metropolitano.


Eis os resultados, em números e nomes, da parte do FC Porto, na caminhada de campeão:

Com Carvalhos – 2-2 e 5-1 (empate e vitória)
Cuf – 2- 0 e 1-5 (vitória e derrota)
Paço D’Arcos – 2-1 e 2-1 (duas vitórias)

Marcadores dos Golos:
Cristiano – 9
Ricardo – 4
(e 1 do Paço d’Arcos na própria baliza, no jogo final; em que também o golo do Paço de Arcos foi em autogolo da parte do FC Porto)

Jogadores utilizados:
Brito, Magalhães, Hernâni, Cristiano, Ricardo, Leite, Castro e Júlio.

Classificação:
1º - F C Porto
2º - CUF
3º Carvalhos
4º Paço de Arcos


E o FC Porto conseguiu então ser assim Campeão Metropolitano, obtendo pela primeira vez um título de âmbito nacional.


Dessa grande epopeia pode reter-se algo mais através do que ficou registado, nesse tempo, pelo punho do autor destas linhas, ao tempo ainda jovem adepto entusiasta do hóquei azul e branco, por entre o que sentia no portismo que corria nas veias e saía pelos poros da pele. Embora, no caso dos registos anotados, naturalmente ressalvando as condicionantes da época e a erosão do tempo. Por meio de cujas páginas, então retiradas dos cadernos escolares e metidas em pasta de argolas, se avivam sensações e quase que ainda se consegue conviver com protagonistas (então conhecidos apenas de nomes e fisionomias pelas imagens dos jornais e acompanhamento pelos relatos radiofónicos, pois só mais tarde houve conhecimentos pessoais) mais acontecimentos vividos intensamente, numa linha cronológica que acompanha a alegria sentida, também.


Foram depois, então, todos os Campeões alvo de louvor oficial da Associação de Patinagem do Porto.

Nota Bene: - Para comemorar o Cinquentenário desse feliz acontecimento de novembro de 1969, haverá um jantar entre os hoquistas campeões metropolitanos, no próprio dia em que há 50 anos se sagraram campeões. Desse evento, a assinalar o caso e a realizar por iniciativa dos mesmos, contando só com jogadores que tiveram ação direta e indireta na caminhada para o título então alcançado, se dará aqui nota informativa até ao dia.

Armando Pinto
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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Hóquei em Patins do FC Porto de há 50 anos: Vitória no “Regional”, em Advento do “Metropolitano”


Estava-se em 1969. O hóquei em patins portista ia crescendo a olhos vistos. Contudo se a nível nacional até ali havia alguma diferença ainda, já a nível regional, no âmbito da área associativa portuense e nortenha, já ombreava com as equipas até então favoritas. Mas, após ter chegado ao hóquei muito depois de quase todos os outros, passando o FC Porto a competir regularmente a partir de 1955/56, tendo logo sido campeão da 2ª divisão regional e ascendido à 1ª divisão de imediato, e havendo conseguido conquistar o Campeonato Regional em 1959/1960, passaram-se anos sem ter voltado a chegar-se ao lugar cimeiro da prova maior da Associação de Patinagem do Porto. Até que finalmente em 1969 isso foi alcançado, finalmente, quase uma década depois.


Como tal, em ilustração histórica, junta-se composição de recortes ao tempo retirados do jornal O Porto e colados em página do arquivo pessoal do autor destas recordações. Com as formações dos campeões anteriores e dos sucessores, quase dez anos depois. 
(Na colagem, onde se lê acima é ao lado, sendo a equipa de 1969 a da gravura mais pequena.)


Assim sendo, esse título Regional foi, pois, como que o advento da obtenção do título de vencedor do Campeonato Metropolitano, que se seguiu.

Estando-se assim em tempo comemorativo da conquista desse título de Campeão Metropolitano obtido pelo FC Porto no final de novembro de 1969, há que recordar o título Regional antecedente. Tendo sido através da disputa desse Campeonato que seguiram em frente os representantes nortenhos para medir forças com os do sul no campeonato da Metrópole de Portugal. Havendo assim sido apurados para a disputa do Metropolitano o Campeão Regional, FC Porto, e o vice-campeão, Carvalhos.


A equipa do FC Porto era composta por um grupo coeso de hoquistas, contando com a experiência de Alexandre Magalhães e Joaquim Leite, o valor crescente de Cristiano, mais valias de Ricardo, Hernâni, Castro e Brito. Tendo durante essa prova do Regional também feito parte do plantel como reforços Joel, Rui e Luís Caetano, além de Júlio e mais um ou outro utilizado episodicamente (nos apontamentos tenho anotado um outro, Mário, do qual agora passados estes anos todos já não me lembro nada mais).


Estava-se então em 1969. Passaram-se já 50 anos. E naquele tempo, aproximava-se a fase final do Metropolitano, que o FC Porto conquistaria depois já em pleno tempo de aproximação também à chegada do tempo natalício, qual estrela a reluzir no horizonte. Sendo como tal esse Regional que levou a ter o Metropolitano à vista.


Armando Pinto
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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

FC Porto-Vitória de Setúbal na Taça de Portugal: Algo histórico


O FC Porto assegurou, este domingo, a passagem para os oitavos de final da Taça de Portugal desta época de 2019/2020, depois de ter batido o Vitória de Setúbal por 4-0, em encontro referente à quarta eliminatória da prova rainha do futebol português.

FC Porto 4-0 Vitória FC

Mbemba aos 35 minutos de jogo, Fábio Silva aos 42’, Jubal (na própria baliza) aos 56', e Marega aos 59', foram os autores dos golos na goleada dos dragões. E mais alguns remates foram aos postes e trave da baliza, ficando na retina os potentes remates de Loum e Nakajima.


A equipa treinada por Sérgio Conceição manteve assim as aspirações na competição após a paragem para os compromissos das seleções.

Enquanto e após isto, o FC Porto manteve também a bitola de bater o Vitória sadino em encontros disputados na cidade do Porto a contar para a Taça de Portugal. Tanto que ficaram a ser, em 8 Jogos em casa com o Vitória FC para a Taça de Portugal, 6 vitórias e 1 empate, através de 28 golos marcados e 9 sofridos.

Isso além de outras oportunidades entretanto havidas, sobressaindo terem-se já encontrado por duas vezes na final.


Então, o FC Porto e o Vitória FC já se defrontaram duas vezes na final da Taça de Portugal. E em ambas o FC Porto venceu, na chamada festa do futebol, no estádio do Jamor em Oeiras. Primeiro por 2-1 em 1967/68, com golos de Valdemar e Nóbrega; e depois por 1-0 em 2005/06, com um golo de Adriano.


Dessas duas finais recordam-se essas jornadas festivas, com maior ênfase para a primeira, disputada em junho de 1968, juntando imagens da revista oficial da final, quer da capa como do interior em dupla página, mais a foto do plantel com a maioria dos jogadores utilizados ao longo da época de 1967/68. E das duas as respetivas fichas e curiosidades, por meio de páginas da revista Dragões.

= Plantel de 1967/1968 = 
Da final de 1968:


 E da de 2006: 


Armando Pinto
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sábado, 23 de novembro de 2019

Os primeiros Dragões de Honra


Depois de ter sido instituído em 1985, quando na presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa o Conselho Cultural do FC Porto tinha supervisão de Alexandre José Magalhães, então vice-presidente da Direção, e quando o trofeu já detinha feição aprovada, tal galardão Dragão de Ouro teve os primeiros galardoados em 1986. Em cerimónia decorrida na cidade do Porto, no Hotel Infante de Sagres.


Desse acontecimento consta a respetiva memória descritiva em reportagem do jornal O Porto, que então ainda existia (embora já com a revista Dragões a ganhar espaço para a substituição que se verificou depois). Dando conta, em edição especial de 5 de fevereiro, do que se passou então a 17 de janeiro. Enquanto na revista houve posterior reportagem, na edição de fevereiro, também


Entre os primeiros vencedores, além naturalmente do Presidente Pinto da Costa, lá estava também naturalmente o goleador Bota de Ouro Fernando Gomes, o treinador Artur Jorge, o hoquista Cristiano, as atletas Aurora Cunha e Fernanda Ribeiro, o senhor Armando Plácido (a título póstumo), o nadador Rui Borges, o seccionista Antero Rebelo, o dirigente Válter Morais e o médico Dr. Espregueira Mendes como sócios do ano, e o Varzim como filial, conforme se pode ver e relembrar nas imagens e pela reportagem do ao tempo jornal oficial do clube. 


Agora e a propósito da recente entrega dos Dragões de Ouro de 2019 na gala decorrida também na cidade do Porto, desta feita no Super Bock Arena/Pavilhão Rosa Mota, recordamos o início dessa outorga de reconhecimento aos que se vão salientando no seio do FC Porto e têm escolha de quem dirige o clube e o extensivo Conselho Cultural.


Armando Pinto
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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Dragões Ouro 2019 - Nuno Norte


Um dos momentos altos da Gala da entrega dos Dragões de Ouro de 2019.

Armando Pinto

Falecimento de Tavares Teles, Portista ilustre


Esta quinta-feira, 21 de novembro, no dia em que à noite se realizava a Gala da entrega dos Dragões de Ouro, durante o mesmo dia faleceu um Portista de ouro, o jornalista António Tavares-Teles.

Transmontano radicado primeiramente em Lisboa, por via de sua profissão, sendo que na capital política e sócio-informativa do país gira tudo e mais alguma coisa, mostrou-se sempre bom Portista e nortenho, sem renegar raízes nem sentimentos; enquanto depois ficou a viver no Algarve, onde se estabeleceu com uma galeria de arte.


A nível clubístico, entre a massa da família portista, ficou conhecido como autor da letra do novo Hino que nos inícios da presidência de Pinto da Costa chegou a ser assim considerado, na ideia de incluir a palavra Dragão no hino portista. Com letra forte, à Porto de finais do século XX. Porém essa canção de teor heroico não chegou a vingar como tal, por um lado por o autor da respetiva música ser um conhecido benfiquista (Tó Zé Brito, agente musical e cantor residente em Lisboa, embora portuense, mas afeto ao clube do sistema reinol da nação centralista) e por outro, mais importante, por estar bem arreigado nos hábitos portistas o histórico hino, cantado pela nossa Maria Amélia Canossa.  


Também Tavares Teles se tornou algo familiar no conhecimento do meio azul e branco por crónicas que escreveu nalgumas publicações de teor dragoniano, como na revista Dragões; e por ter sido incluído em alguns debates púbicos entre gente portista.


Ora, ainda durante o mesmo dia chegou ao público a notícia: Morreu António Tavares-Teles.

O infausto acontecimento teve difusão então através da comunicação social, de modo mais genérico sobre sua faceta jornalística e de figura pública dos meios sociais.


«Morreu António Tavares-Teles, jornalista do célebre 'O Pato' do jornal 'O Jogo', que escreveu, durante anos, a célebre coluna 'O Pato' do jornal 'O Jogo'. Tinha 77 anos. A notícia da morte do jornalista foi avançada pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). Tavares-Teles foi igualmente autor de textos que serviram o humorista 'Estebes', personagem celebrizada por Herman José e, em 2005, ficou célebre uma indemnização de um euro que Luís Filipe Vieira lhe teve de pagar após decisão dos tribunais.»

«António Tavares Teles era jornalista, tendo-se dedicado sobretudo à área do desporto - foi colaborador n´A Bola e n' O JOGO - e era igualmente autor de livros e de programas de televisão. O jornalista e escritor António Tavares Teles, de 77 anos, morreu no Algarve, segundo a Sociedade Portuguesa de Autores, que enviou uma nota a expressar pesar pelo falecimento.»


«Natural do Pinhão, no Alto Douro, António Tavares Teles faleceu no Algarve, onde tinha uma galeria de arte. Opositor à ditadura nos tempos do Estado Novo, saiu de Portugal e soube da notícia da revolução de 25 de Abril de 1974 quando estava em Bruxelas. Como jornalista, destacou-se na área do desporto e trabalhou em vários órgãos de comunicação social, desde jornais, à rádio TSF e televisão. Também escreveu textos para o humorista Herman José, nomeadamente para a personagem "Estebes", um comentador de futebol com pronúncia do Norte. Publicou vários livros, um dos quais sobre o antigo presidente do Sporting Filipe Soares Franco. "Tavares Teles viveu as lutas e inquietações do seu tempo de uma forma inconfundível", refere a Sociedade Portuguesa de Autores, lamentando a perda "de uma personalidade invulgar".»

- Curvamo-nos diante de sua memória, lembrando sempre a forma decidida e veemente como defendia ser Portista.

Paz à sua alma
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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

José Donas - Um dos Nomes Históricos do FC Porto



Em pleno período de confraternização do tempo de castanhas e vinho novo, como é por norma o chamado tempo do verão de S. Martinho, reuniam na cidade Invicta os associados do FC Porto. Então, a 18 de novembro de 1938, numa assembleia clubista, «os sócios do FC Porto reclamavam a utilização do (estádio do) Lima devido à escandalosa renda que os Dragões estavam a pagar. Prontamente, José Donas, tesoureiro do clube, propôs uma solução: “Arranjamos homens com algumas posses, damos dez contos cada um e começamos a construir um estádio”. Há 81 anos, um projeto começou a ser pensado e acabaria por se tornar no Estádio das Antas» - conforme é lembrado, nesta data, na rubrica "Aconteceu" da newsletter Dragões Diário.

José Donas era então, em 1938, tesoureiro do clube durante o mandato do Dr. Ângelo César.

Vem o caso a calhar para lembrar e homenagear na preservação memorial esse que foi um bom Portista, José Donas, segundo nos apercebemos pelo que dele ainda chega ao conhecimento vindouro. Porque, como noutros casos, se não forem de vez em quando evocados personagens que foram salientes em suas ações, passam ao injusto esquecimento, quando muito fizeram pelo clube que chegou até nós.

Tanto foi assim, que esse entusiasta da realidade azul e branca fez parte da original comissão com vista à materialização do anseio da edificação de um melhor recinto do FC Porto. Então, em meados de 1937/38 constituiu-se a chamada Comissão Pró-Campo, formada por José Donas, Domingos Ferreira, Sebastião Ferreira Mendes, Carlos Lello e António Martins. Mais tarde substituída pela comissão executiva pró-estádio, já mais alargada e com outros associados a revezarem alguns dos pioneiros.

= José Donas aparece nesta foto do acto de posse do Presidente Júlio Ribeiro de Campos, em 1950. Da esquerda para a direita: Carlos Mesquita, Dr. Urgel Horta, Júlio Ribeiro Campos, Dias Ferreira, Dr. Aureliano Braga, António Sousa, José Moreira, Engº Alberto Mendonça e José Donas (de óculos de aros escuros).

Entretanto, de sua mobilização permanente, por esses tempos, recorde-se mais uma das realizações em que ele esteve envolvido, sempre pugnando pelo crescimento do FC Porto.

Ora, vindo de longa data a existência de convívios entre gente do FC Porto, desde organizações oficiais até iniciativas particulares, sempre visando o fortalecimento do Portismo que não cabe só no íntimo e tem de extravasar para ser compartilhado e convivido, algumas das antigas iniciativas constavam de banquetes de confraternização de diretores e associados. Ficando na história as organizações desse grande portista do passado, em pleno século XX, o sr. José Donas, que ao longo de anos foi alma de diversas dessas reuniões de portistas pelos anos quarenta e cinquenta.

Como homenagem a essa realidade antiga, com forte marca deixada na mística que formou o Portismo chegado a nossos dias vindo de outrora, damos nota duma dessas organizações, conforme caixa publicada na revista Stadium, a fixar à posteridade um jantar comemorativo do FC Porto de Dezembro de 1950 (do qual, por acaso, há um filme que aparece pela Internet, de arquivo da Cinemateca Nacional, ainda que sem som, mas facilmente identificável pelas imagens condizentes com as fotos que aqui colocamos agora), do tempo de grandes nomes diretivos do FC Porto como o Dr. Urgel Horta, Padre Marcelino da Conceição, Sebastião Ferreira Mendes, Afonso Pinto de Magalhães, Dr. Neiva de Oliveira (entretanto diretor do jornal O Porto), etc. Tratando-se, na ocasião, de um jantar natalício, por assim dizer, realizado à chegada da quadra de Natal dessa época, juntando em alongadas mesas numerosos portistas, diretores e associados Amigos do FC Porto, a meio do mês de dezembro do início da década de cinquenta.


Como se vê sempre houve ações de confraternização dentro do clube, com gente do FC Porto, a procurar elevar a mística portista. Algo que na atualidade, embora em moldes diferenciados, incluindo convidados de fora, ainda se vai podendo rever de alguma forma na gala dos Dragões de Ouro do tempo presente.

Armando Pinto