domingo, 23 de junho de 2013

Desportistas falecidos em atividade Portista


O F C Porto é um mundo. Na verdade só assim, com tamanha abrangência se poderá abarcar uma definição do F C Porto, um grande clube desportivo e um colosso social, algo que ultrapassa quaisquer limitações e se transforma num bem comunitário, tal a ligação a significativo número e qualidade de pessoas e ações. 

Numa grande instituição, assim, como é o F C Porto, o presente e o futuro solidificam-se com pedras do passado, em obras e factos que foram construindo este edifício grandioso, não esquecendo a gesta que elevou o clube aos melhores momentos, mas também a epopeia que transportou o mesmo clube em conjunturas diferentes. Sendo, por conseguinte, de enaltecer o que entretanto passou, dignificando o passado, por quanto não se perde nada em recordar, por vezes, o que foi vivido entre o que possui valor de consciencialização clubista. Levando, por isso, a um reconhecimento dignificante, como tem havido e há, afinal, num sentimento de gratidão atinente à devida recordação, por valores alevantados no universo Portista.


Nessa constatação insere-se o facto de já ter havido casos de personagens Portistas a quem só a morte impediu a continuidade do serviço a esta nobre causa, tal o sucedido com atletas falecidos ao serviço do F C Porto. Mais se evidenciado a eterna paixão que um símbolo destes encerra.


Assim sendo, embora as lágrimas também sequem, perdurando mais a saudade em constante presença memorial, recordamos agora alguns exemplos já verificados, de pessoas que tombaram em pleno exercício de atividade desportiva e outros durante período de ligação ao clube, entre casos de desportistas que morreram com a causa Portista no coração, como se verificou com Jorge Orth, falecido quando era treinador efetivo do futebol principal do F C Porto; e atletas falecidos quando envergavam a sagrada camisola azul e branca, como aconteceu no futebol com Pavão e no ciclismo com Veiga da Mota e mais tarde com José Zeferino; além dos futebolistas Vidal Pinheiro, Velez Carneiro, Zé Beto e Rui Filipe enquanto desportistas do clube, embora esses em peripécias e desastres fora da atividade clubista, bem como o treinador Pedroto a quem uma malfadada doença incurável acabou por afastar do seio da grande coletividade Portista.

= Ciclista Manuel Veiga da Mota = 

Feito o preâmbulo de apresentação, vamos por partes.  Abrindo a evocação com Nomes representativos, que à época em que pereceram representavam as cores do F C Porto e acabaram por sucumbir precisamente com essa função no próprio momento da saída da vida de seu corpo e consequente partida para o além.

Assim começamos por lembrar um jovem ceifado na flor da idade, o ciclista Veiga da Mota, falecido em resultado duma aparatosa queda, corria o ano de 1959, quando seguia de bicicleta e devidamente equipado em treinos das equipas de ciclismo do F C Porto.


Ora, Veiga da Mota, era então considerado uma das grandes esperanças do ciclismo português até ao seu desaparecimento, aos 20 anos de idade. Tendo falecido num trágico acidente, quando fazia a sua preparação para os campeonatos de Fundo. O infortunado atleta, representante do F. C. Porto, seguia em treino de estrada, integrado na equipa, num percurso que chegara até Penafiel. No regresso, entre Valongo e Ermesinde, Veiga da Mota perdeu o controlo da sua bicicleta, devido a avaria no eixo da roda dianteira, embatendo com muita violência, numa árvore colocada no separador central, na descida junto á Igreja de Santa Rita. Gravemente ferido na cabeça, foi socorrido e transportado de urgência em ambulância dos bombeiros voluntários de Ermesinde para o Hospital Geral de Santo António, no Porto. Mas, apesar de todos os esforços, acabaria por não resistir aos ferimentos, vindo a falecer horas depois.


Mário Manuel Veiga da Mota, como era seu nome completo, nascido em Gueifães-Maia, a 5 de Janeiro de 1939, desde cedo se interessara pelas bicicletas e pelo ciclismo. Em 1956 ingressou no F.C. Porto e correu pela 1ª vez na categoria de Populares. Em 1957, nesta mesma equipa de ciclismo, passou à imediata categoria de iniciados. Até que em 1958 subiu à categoria sénior, situação que manteve até a sua morte, ocorrida em Fevereiro de 1959, quando muito se augurava de um futuro auspicioso. 

Veiga da Mota era já uma cara conhecida das corridas de ciclismo. Iniciara sua carreira em 1956 na Volta a Valongo, na categoria de Populares. No ano seguinte de 1957 disputou a sua primeira corrida oficial, denominada Porto-Santo Tirso-Porto, para Iniciados. Nesse ano sagrou-se Campeão Regional de Velocidade. Depois, em 1958, entre outros êxitos, alcançou os títulos de Campeão Regional e Campeão Nacional de Velocidade.


...E já em 1959, na categoria de Amadores Seniores, venceu todas as provas oficiais de Ciclo-Cross: Campeonato Regional e Nacional, sendo este último disputado em Lisboa. Na derradeira prova em que participou, em Fevereiro de 1959, a Prova de Preparação da Associação Ciclismo do Norte, sendo então treinado por Onofre Tavares, alcançou novamente o 1º lugar da categoria de Seniores. Estava, entretanto, a preparar-se para a seguinte participação no Campeonato Nacional de Fundo, quando ocorreu o desastre que o vitimou.


Ele, inclusive, treinava com os componentes da equipa principal, tendo chegado a alinhar nalgumas corridas ao lado de grandes nomes da modalidade, como eram os ciclistas do F C Porto Carlos Carvalho e Sousa Cardoso (que se vêm na imagem da equipa do F C Porto desses tempos, sendo Carlos Carvalho o 3º a partir da esquerda, Veiga da Mota o 5º e Sousa Cardoso o 6ª), numa rara captação histórica de conjunto.


Devido ao inesperado e súbito desaparecimento deste atleta, quatro das medalhas que conquistara anteriormente foram entregues em cerimónia póstuma a seu pai, pelo então presidente do F. C. Porto, Luís Ferreira Alves, num ambiente de profunda consternação, tendo o muito publico presente irrompido numa ovação espontânea de reconhecimento e pesar. 

Após isso, conforme noticiou o jornal O Porto em Fevereiro de 1960, foi assinalado o 1º aniversário de seu falecimento com uma missa de sufrágio, em homenagem prestada pelo F C Porto, seguindo depois todos os presentes em romagem ao túmulo do falecido ciclista.




Não sabemos se, de permeio, houve mais algum caso do género, dentro das atividades Portistas em tempos passados, já que este tema do ciclista Veiga da Mota até nos era desconhecido, tendo dele tomado conhecimento há pouco, apenas, nas constantes pesquisas de tudo o que nos entusiasma na dignificação do F C Porto, clube da nossa vida. 

Atendendo às característica do ciclismo, cuja prática pode ser atrita a esses desastres quando uma queda leva um ciclista a cair desamparado, esta modalidade sempre foi especial na consideração dos seus heróis. Acontecendo, por via disso, se dar a curiosidade do ciclismo ter uma divindade oficialmente nomeada, havendo como Padroeira dos ciclistas a Nossa Senhora de Gisalho (Madonna di Ghisallo), desde que foi consagrada oficialmente como Padroeira dos Ciclistas no dia 13 de Outubro de 1945 pelo Papa Pio XII.

Relaciona-se o caso mediante uma ocorrência com um tal Conde Ghisallo, que estava viajando perto da vila de Magréglio (Itália) quando foi atacado por bandidos da estrada. Ora esse Conde medieval correu então para um pequeno santuário ao cimo duma montanha, em cujo refúgio se deparou com uma imagem da Virgem Maria, em vista da qual acabou por não ser roubado. A aparição de Nossa Senhora tornou-se conhecida como a Madonna di Ghisallo”. Tal história propagou-se e como Madonna di Ghisallo é uma colina perto do Lago de Como na Itália, e o santuário situa-se no topo desta montanha, começou ali a ser um lugar de descanso para muitos ciclistas, depois de subir esta montanha tão íngreme. Após a 2ª Guerra Mundial, um padre local, Ermelindo Vigano, propôs que Madonna di Ghisallo fosse declarada a padroeira dos ciclistas. Assim com a consagração oficial do Papa em 1945, o santuário recebeu cada vez mais visitas e nos dias de hoje há um pequeno museu com fotos, equipamentos de ciclismo e também algumas bicicletas de grandes campeões do ciclismo internacional, entre diverso lote de promessas, como presentes ofertados em ação de graças. Em torno do templo há ainda alguns monumentos evocativos de ciclistas famosos desaparecidos, enquanto o santuário também possui uma Chama Eterna, pelos ciclistas já falecidos.

= Nossa Senhora do Gisalho – Padroeira dos Ciclistas =

Passados poucos anos aconteceu o falecimento dum treinador de futebol em atividade no clube, o treinador húngaro Jorge Orth, falecido no decurso do campeonato de 1961/62, estando a fazer uma época prometedora, a pontos de proporcionar um ambiente de entusiasmo nas hostes azuis e brancas. Decorria o Campeonato Nacional à 12ª jornada quando se deu tal desaparecimento, num repentino desenlace, a interromper a boa carreira que vinha desempenhando à frente da equipa principal de futebol do F C Porto. Sendo por isso  deveras tocante seu acompanhamento final, levado no adeus pelos seus futebolistas, que fizeram questão de pegar na urna pelas próprias mãos. Passados dias, no primeiro jogo realizado, a equipa conseguiu superar o desalento, indo vencer o Sporting em Alvalade por 0-1, para as nossas cores, graças a um golo de Azumir, a culminar uma portentosa exibição do guarda-redes Américo e conjuntamente um bom desempenho de toda a equipa, para no final homenagearem seu Mister com dedicatória dessa vitória a Jorge Horth.



Com efeito, a 11 de janeiro de 1962 faleceu repentina e surpreendentemente Jorge Orth, o então treinador principal do futebol do FC Porto, que tão boa conta estava a dar no comando da equipa principal portista. Desaparecendo então esse malogrado técnico de futebol, sem ter tido tempo de levar o seu trabalho mais além. Ficando porém deveras saliente na memória alvi-anil, na perpetuação dos que da lei da morte se libertaram por sua aura na História do F C Porto.

= Jorge Orth =

(Por quanto este tema merece maior desenvolvimento, iremos dedicar um artigo a narrar com mais pormenor esse marcante acontecimento, que teve repercussão em depois não ter havido uma continuidade da boa carreira que a equipa estava a conseguir.)

Mais tarde, no início dos anos 70’s, do século XX, já nas proximidades aos tempos da mudança político-social que alterou o ambiente nacional, deu-se um outro desenlace, quando Pavão, o futebolista Fernando Pascoal Neves, mais conhecido por “Pavão”, caiu em pleno relvado do estádio das Antas, onde disputava um jogo pelo FC Porto, para não mais se levantar e passar a ser um representante espiritual do que consubstancia a luz eterna do F C Porto. 

Estava-se em Dezembro de 1973. Sendo por muito tempo contado, além de até cantado num disco duma cantora portuense.


Desse infeliz acontecimento, o segundo (por ordem cronológica) de que temos conhecimento quanto a desportistas Portistas falecidos quando praticavam sua função ao serviço do F C Porto, restam diversos testemunhos e recordações sentidas. Como se pode evocar a mágoa vertida, através de imagens e um recorte documental da época, além de alusivas fotos sobre o monumento que foi erigido em sua memória, ao tempo colocado junto à entrada para o Departamento de futebol, no exterior do estádio das Antas. (Cuja coluna, muitos anos depois, com a mudança da casa do FC Porto das Antas para o estádio do Dragão, ficou em zona interior do novo estádio.)




Sobre o Pavão desnecessário se torna enumerar o seu currículo, a não ser o realce curioso que há quanto às internacionalizações que teve em escasso número, naturalmente por ser do F C Porto (algo nesse tempo determinante nas escolhas)... e nomeadamente por ser merecedor de atenção o facto de ter pertencido à equipa do F C Porto que venceu a Taça de Portugal de 1968, por nesse tempo de aridez desportiva isso ser raro.

Volvidos anos, ultrapassadas no tempo mágoas de tal perda do futebol Portista, novo desastre veio a vitimar um outro representante do F C Porto, desta vez e novamente do ciclismo, com a morte em plena estrada do jovem ciclista José Zeferino. Uma promessa do panorama ciclista português, tal era considerado esse irmão de Manuel Zeferino, destinado que se prestava o José a vitórias como a que seu irmão já obtivera, por exemplo.


Zé Zeferino, vitimado então no decurso da Volta ao Algarve, à saída de Castro Verde, quando seguia na dianteira dessa corrida, incorporando um grupo de fugitivos ao pelotão, foi roubado ao grosso da coluna do ciclismo. Chegou depois a ser aventada possibilidade de construção dum memorial alusivo no local onde caíra. Perdurando porem algo tenuemente na voragem dos tempos.


Do ocorrido há devidas referências publicadas no jornal O Porto, de cujas colunas fixamos aqui o que então foi registado na edição de 12 a 25 de Maio de 1982, do órgão oficial do clube.




Posto isto, passamos a exemplos acontecidos fora das pugnas desportivas, com elementos ligados ao F C Porto. O primeiro caso passou-se com Vidal Pinheiro, então Tenente e depois Capitão, caído morto em pleno ato de bravura numa batalha durante a 1ª Grande Guerra Mundial de 1914/1918 (a que proximamente aqui dedicaremos espaço mais alargado, num artigo sobre tema da participação do F C Porto em casos militares); depois foi Velez Carneiro, em Maio de 1925, tendo sido morto em condições estranhas, baleado numa rua da cidade do Porto. Dando azo, como figura pública e pessoa muito estimada, que o caso fosse deveras expandido na comunicação social, como se nota por cópia que anexamos, junto com uma imagem ilustrativa de seu acompanhamento fúnebre.



« Velez Carneiro fez parte da equipa que venceu pela primeira vez o S.L. Benfica em Lisboa por 3-2. O primeiro Campeonato de Portugal emergiu na época de 1921/22 e Velez Carneiro, que jogava a meio-campo e, conforme as crónicas da altura, era um jogador de elevada qualidade, foi um dos loureados pela conquista do F.C. Porto. 
De 17 para 18 de Maio de 1925 foi morto a tiro por um tal Carmindo Ferreira Duarte na Travessa dos Congregados, depois de uma discussão entre os dois. Era na altura um dos ídolos dos Dragões, e isso espelhou-se no seu funeral que foi imponente. Desde a Constituição até ao cemitério de Paranhos, foram muitas as pessoas que se acotovelaram para o ultimo adeus. No dia 22 de Maio, o “Jornal de Noticias” escrevia: “Muito antes da hora marcada para a saída do féretro já o Campo de Jogos da Constituição regurgitava de pessoas. Depois de dar a volta ao campo, o féretro, conduzido pelos jogadores do team de que o finado fazia parte, foi colocado ao centro do campo, mantendo-se o público em silêncio durante cinco minutos, que foram observados religiosamente. Findo este recolhimento que impressionou, a Direção do F. C. Porto procedeu à colocação da bandeira do seu clube sobre o féretro. O capitão da equipa, Hall, conduzia sobre uma almofada de cetim preto as medalhas oferecidas ao falecido jogador.»

Muito mais tarde, mas por motivos de doença, outro importante personagem da História do F C Porto teve um grande reconhecimento público na despedida, conforme recordamos do falecimento de Pedroto, em 1985. 

Ligado como estava ao clube, como treinador que operou a mudança de rumo para a senda dos êxitos que então iam já sendo obtidos, Pedroto era como que Treinador Honorário do F C Porto, em virtude de apenas não estar no cargo derivado aos tratamentos médicos a que estava sujeito. Como se sabe e não mais esquece. Bastando aqui e agora uma outra reposição documental, através de recortes jornalísticos, constantes da edição especial d’ O Porto de 9 de Janeiro de 1985.






Até que, anos passados, novos tristes acontecimentos tiraram a vida a dois futebolistas do F C Porto, no caso em desastres de viação, tal o sucedido com o guarda-redes de futebol, Zé Beto, a 4 de Fevereiro de 1990, e depois com o prometedor médio da equipa principal de futebol, Rui Filipe, a 28 de Agosto de 1994. 

De tais vivências, ainda presentes no subconsciente Portista, atemo-nos à vista de testemunhos escritos, por quanto duram momentos desses na memória coletiva. Deixemos algumas passagens escritas transmitir o que ia na alma coletiva, por esses motivos.






Em sinal desse sentimento de resplandor da luz perpétua, estão nas instalações do estádio do Dragão os monumentos antes erigidos no exterior do extinto estádio das Antas, de homenagem a Pavão e Rui Filipe. Enquanto de Pedroto há a dedicação da sala de conferências com seu nome, também no Dragão, além de placas relativas a alguns factos.

Extravasando o plano competitivo, também o F C Porto tem heróis falecidos noutras áreas de serviço do clube, tal o caso, por exemplo, de massagistas (como já lembramos o massagista Lopinhos num artigo anterior) e dirigentes, a quem havemos de dedicar também, proximamente, algumas referências memoriais numas linhas articuladas, por aqui.

Num rol assim, não exageramos em pensar, justamente, ser do mais elementar tributo que no próximo futuro Museu do F C Porto também devam repousar memórias mais a estes e outros dos Homens que faleceram quando eram representantes do F C Porto. Porque as lágrimas secam, mas a memória perdura, qual grato reconhecimento e eloquente recordação.


Armando Pinto 

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Campeões… Sempre!


Terminada a época futebolística e enquanto não chega a seguinte, há lugar para mais temas de futebol em férias, sempre com o título nacional conquistado bem presente em nossos sentidos. 

Pois bem, continuando em nossas melhores lembranças essa conquista do campeonato findo, numa prova renhidamente disputada e que parecia ir ter outro fim, vem à baila que esta época, por o título nacional ter ficado resolvido só na última jornada, não houve oportunidade de uso daquela frase noutros anos referida, de se poder antecipadamente encomendar as faixas. Só que isso agora já é mais uma frase feita, daquelas de assimilação semântica, pois atualmente os campeões recebem medalhas alusivas aquando da entrega do troféu próprio, já não havendo a antiga entrega das faixas. No entanto, por quanto representa a obtenção dum campeonato máximo, a outrora tradicional cerimónia das faixas dava uma amplitude característica ao caso, além de proporcionar recordação à posteridade com maior ênfase, na ostentação de tão significativa e atrativa faixa colorida. 

Em vista disso, rememorando antigos êxitos idênticos, devidamente assinalados com a colocação das faixas traçadas no peito dos campeões, recordamos por instantâneos fotográficos alguns momentos de anteriores campeonatos ganhos em arrancadas finais empolgantes.


Assim, começa-se tal revisão no título de 1958/59, o tal conquistado depois da hora… também, mas por motivos de prolongamento demasiado do tempo, devido ao célebre caso-Calabote, a que se reportam as iniciais imagens - reportando a esse ano a primeira imagem, no cabeçalho do artigo, com Yustrich ao centro da formação do plantel quase completo, embora faltando na ocasião alguns dos jogadores utilizados e estando alguns que não alinharam em jogos do campeonato; e a segunda, aqui acima, referente ao cerimonial das faixas, que metia sempre jogo de exibição festiva, para o efeito. 

E, porque esses títulos conseguidos em ardorosos despiques têm sempre outro sabor, relembramos um outro que foi inesquecível: o de 1977/78. O tal título que acabou com a espera de longos 19 anos de desencantos. Escreveu Fernando Pessoa (por meio dum seu heterónimo, em Poemas Inconjuntos, de Alberto Caeiro) que em sua vida, para ser escrita sua biografia «não há nada mais simples. Tem só duas datas – a da minha (dele) nascença e a minha morte (dele também). Entre uma e outra cousa todos os dias são meus» (dele). Mas não é assim tão fácil de definir a “sentimentalidade”. Em nosso caso há muitos dias que não são só nossos, mas de muitos, em conjunto, por assim dizer, tais os que todos os correligionários Portistas viveram vibrantemente do mesmo modo, os momentos de glória das vitórias saborosas do F C Porto.


Fastos esses e estes que podemos exemplificar também na vitoriosa corrida do Campeonato Nacional de 1984/85, conquistado da forma que não mais esquece, após ombro a ombro até ao fim com o Benfica, cuja disputa apenas ganhou decisiva vantagem na derrota dos benfiquistas perante os seus rivais de Alvalade, à penúltima jornada, enquanto o F C Porto triunfava em Setúbal; e no epílogo houve confirmação no jogo final das Antas diante do Covilhã, à mesma hora que os águias eram mais depenados no Bessa.

Sucesso tal que deu posteriormente direito a mais uma festa das faixas, cuja entrega temos documentada nas imagens seguintes.


Entre umas e outras, dessas festivas entregas, ficaram registadas memórias de conquistas de categoria. Consagradas por fim no estádio das Antas, em pleno reconhecimento oficial dos Campeões, diante do público que pôde então vitoriar os homens que ganharam por todos nós, e em uníssono se mostrar aos ídolos o devido respeito, na consideração coletiva. 

Armando Pinto 
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terça-feira, 18 de junho de 2013

Curiosidades em tempo de “Defeso Futebolístico”...


Entrado o mês dos santos populares, um período instável também no aspeto meteorológico - ou não seja Junho quando até ao S. João é sempre sezão – depara-se um tempo algo insípido, em diversos semblantes e, no que vem ao caso, também no ambiente do interesse desportivo, à falta de futebol especialmente. Sim, porque ainda vai havendo um jogo ou outro de modalidades diversas, em desportos com e sem bola, maior ou mais pequena que seja, mas não de bola de futebol; pois que o desporto-rei está de férias oficiais, sem competições, nem treinos ainda, sequer. 

Ora, enquanto a bola não rola nos relvados ou nem aparece em imagens de pré-época, torna-se propício, entretanto, dar um outro ar de graça em espaços familiares como este, de modo a espicaçar a chama clubista que move um convívio assim, virtual mas também memorial e, sobretudo, comunitário. 

Assim sendo, trazemos desta feita a recordação de um jogo disputado, há uns anos bons, entre a equipa principal de futebol do F. C. Porto e uma equipa simpática duma das então províncias ultramarinas. Sendo, como era, em tempo político de carácter imperial, no antigo regime colonial. Postando aqui e agora, por conseguinte, uma imagem da formação conjunta das duas equipas, antes do início de tal encontro a contar para a Taça de Portugal de 1970/71. Prélio esse em que o F. C. Porto recebeu o Ferroviário de Lourenço Marques, a quem venceu por 4-1 no estádio das Antas, corria o ano de 1971 em finais de Maio, num jogo disputado quase em clima de arraial de confraternização, já em plena aproximação ao mês dos santos populares. A que não faltaram bandeirinhas, como se vislumbra nas mãos dos intervenientes, por protocolar troca de galhardetes que houve, para assinalar e mais tarde recordar.

= Imagens, em populares cromos de coleção, de alguns elementos do futebol do F C Porto, à época =

Dessa tarde domingueira, passada calmamente no ambiente específico do estádio das Antas, ficou uma pose de conjunto, dos elementos que estiveram em campo dessa vez, ombreando os contendores em posições alternadas, na foto, para recordação à posteridade - a preto e branco, como era ainda mais usual. Vendo-se, na foto cimeira em apreço, desse modo (e referindo apenas os futebolistas do F. C. do Porto que alinharam de início): em cima, a partir da esquerda - Rui, Armando Manhiça, Pavão, Rolando e Leopoldo (terminando a fila com o moçambicano Brassard, pai do mais tarde também guarda de balizas que chegou a treinador dos guarda-redes da seleção portuguesa); e em baixo - Abel (estando a seu lado um antigo companheiro de equipa no futebol moçambicano, Baltasar), mais Pinto, Joaquinzinho, Nóbrega, Bené e Valdemar. Era treinador do F. C. Porto o António Teixeira e no segundo tempo alinhou na baliza portista o guarda-redes Armando, substituindo Rui, enquanto Ricardo entrou para o lugar de Custódio Pinto; tendo o marcador funcionado para o F. C. Porto através de um bis de Joaquinzinho e restantes golos por intermédio de Abel e Ricardo. 

Fica aí uma recordação disso, assim, num mero exercício de memórias, sempre com seu quê atrativo, quanto interessa conhecer, pois o mal ou o bem sempre à face vem. 

Armando Pinto 
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domingo, 16 de junho de 2013

Pinho: Guarda-redes do F. C. Porto típico dos anos 50's...


O sentimento Portista é algo especial que não se consegue descrever de forma como concebemos, sabendo porém que se sente e bem, quanto basta. No caso pessoal desde longos tempos, sensivelmente pelos anos da nossa meninice, a pontos de nos recordar imagens que nos ficaram a pairar na retina dessas eras. Uma das quais a associação que fazíamos de desportistas sorridentes que nos eram simpáticos, por serem do Porto é bom de ver, comparativamente, com os artistas de cinema que víamos na televisão ou no pano onde passavam sessões de cinema (pois que vinham fitas da FNAT para saraus de trabalhadores e seus familiares à fábrica grande desta minha região, à Metalúrgica da Longra, recorde-se), do que andava por esse país fora a tornar o ambiente propício, em tais eras... de alegria no trabalho. Ora, um desses artistas da bola, lembro, era o Pinho, que sabíamos ter defendido pelo Porto - pois ainda andava nas figuras dos rebuçados, os populares cromos, quando o autor destas linhas já andava de alguma forma a par dessas coisas do desporto, porque havia uma coisa a despertar o ser, o F C Porto.

Agora, um destes dias, chegou-nos às mãos, finalmente, o livro do Pinho. Muitos anos passados, mas a tempo de o poder ter...

Após termos conseguido juntar e guardar os livros da colecção Ídolos do Desporto que tiveram edição já nos tempos em que podíamos adquirir livros desses, em tempo oportuno, e de permeio naturalmente não ter havido oportunidade pessoal de angariação de outros anteriores, foi-nos agora possível ficar a possuir um desses de antigamente, o livro do Pinho que andara em nossos olhos nos tempos de menino, pelas colagens e trocas de cromos, como verdadeiro personagem de contos da bola de outrora. Daqueles que apareciam em fotos à artista...

Desse material, com adaptação de outros textos, como dum interessante site de Glórias de Futebol do Passado, lembramo-nos de fazer uma junção recordatória, por quanto a figura de Pinho merece. Transpondo para aqui esta espécie de homenagem póstuma e perene, no sentido de preservação memorial. Apesar de nunca o termos visto pessoalmente, mas porque foi um dos ídolos antigos entre atletas que tiveram o distintivo do F C Porto junto ao peito.

Estava-se a meio dos anos cinquenta, do século XX. «Depois de passar cerca de 15 anos sem conquistar o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, o FC Porto quebrou definitivamente o enguiço vencendo a edição de 1955/56 da principal competição futebolística portuguesa. O guarda-redes titular da equipa portista nessa épica conquista dava pelo nome de Pinho, homem cuja fisionomia não parecia nada de arcaboiço talhado para a função, mas que afinal se revelou um excelente guardião.

A vida de Manuel Henriques de Pinho, tal era o seu nome completo, começou no dia 21 de Setembro de 1930 na então pitoresca localidade de S. Roque, em Oliveira de Azeméis. Desde muito novo foi sempre participante activo nas “futeboladas” instituídas pelos miúdos da terra e cedo se evidenciou a sua paixão pelas balizas. Ao contrário da maioria da rapaziada, era como guarda-redes que o jovem Pinho gostava de alinhar, demonstrando, precocemente, ter aptidão inata para essa posição.

Já adolescente Pinho surgiu a treinar nas camadas jovens do Oliveirense e, aos 17 anos de idade, foi o guarda-redes da equipa de juniores que conquistou o Campeonato Distrital da A. F. de Aveiro naquela categoria, em 1947.

Logo na temporada seguinte o jovem Pinho integrou a equipa sénior do Oliveirense, assegurando primeiramente a titularidade e simultaneamente contribuindo, com as suas majestosas intervenções, para a conquista do Campeonato Distrital da A.F. de Aveiro por parte da formação de Oliveira de Azeméis.

Surpreendentemente, o mesmo jovem foi contratado pelo FC Porto no início da temporada de 1949/50 por indicação expressa do consagrado técnico portista Artur Baeta, que aconselhou vivamente a sua aquisição.

No FC Porto, obviamente, encontrou a concorrência do conceituado guardião portista Frederico Barrigana, não passando, como tal, da condição de suplente da formação principal e titular na equipa de reservas. Nessa categoria de reserva, o guardião Pinho coleccionou vários títulos de campeão regional da A. F. do Porto, ao serviço da equipa azul e branca.
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= Equipa do FC Porto em 1954/55, com Pinho como suplente de Barrigana. =
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= Espectacular defesa de Pinho no FC Porto =
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A sua estreia oficial deu-se numa partida de carácter amigável disputada entre o FC Porto e o Belenenses, que a equipa azul da capital venceu, marcando quatro golos a Pinho.

Entretanto, a carreira desportiva de Pinho teve também outras peripécias de realçar. Desde logo a passagem pelo Campeonato Militar em futebol, onde Pinho, a cumprir serviço militar, representava a equipa do 5º Batalhão de Cavalaria de Aveiro. Todavia, desta feita, o jovem Pinho actuava na posição de interior esquerdo em detrimento do seu lugar preferido, na defesa da baliza. No mesmo período dedicou-se a outra modalidade desportiva, concretamente, o basquetebol, onde foi jogador no Campeonato Militar ao serviço da mesma equipa militar que representava em futebol.

A tendência de Pinho para praticar outras modalidades estendeu-se também ao FC Porto. Enquanto esteve tapado na equipa de futebol principal do FC Porto pelo célebre Barrigana, o jovem Pinho acedeu ao convite de Manuel Dias Saúde, seccionista no andebol do clube azul e branco, para integrar a equipa de Andebol de Onze do grémio da Constituição e das Antas, tendo ainda chegado a atuar também na variante do Andebol de Sete.

= Pinho entre Campeões do Andebol no F C Porto =

Com muitos e reconhecidos méritos, Pinho acabou sendo um notável guarda-redes da equipa de andebol, sagrando-se campeão regional e nacional naquela modalidade ao serviço do FC Porto.

Mas o grande sonho de Pinho era efectivamente afirmar-se no futebol. Cansado da falta de oportunidades Pinho cogitou abandonar o FC Porto. Esteve próximo de isso acontecer, seduzido que estava por ter a possibilidade conseguida por um amigo em treinar à experiência em clubes da cidade espanhola de Barcelona.
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= Equipa do FC Porto na decada de 50 =
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= Voo de Pinho entre os postes durante um treino =
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Um dia tudo mudou. Dorival Knippel, o famoso Yustrich, afamado treinador brasileiro do FC Porto, afastou o guarda-redes Barrigana da equipa portista, alegadamente por motivos disciplinares, mais para acabar com a predominância dos mais velhos (tendo acompanhado Barrigana, nesse afastamento, também o internacional e capitão Ângelo Carvalho, mais o artistico Porcel), escolhendo Pinho como sucessor na defesa da baliza.

Conquistou então Manuel Pinho o lugar de guarda-redes principal do FC Porto no início da temporada de 1955/56 e logo se afirmou como um dos melhores jogadores portugueses naquela posição.
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= Plantel do FC Porto na temporada de 1955/56 =
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= O guarda-redes Pinho nas alturas =
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= Pinho agarra com segurança, sob as vistas de Osvaldo Cambalacho. =
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Essa época desportiva de 1955/56 foi o ano da concretização de todos os sonhos do jovem modesto vindo de Oliveira de Azeméis. Ganhou a titularidade na equipa portista, foi campeão nacional da 1ª Divisão, venceu a Taça de Portugal, tornou-se internacional pela primeira vez na sua carreira, pela Seleção Nacional B e chegou mesmo a integrar o lote da Selecção A Nacional, embora como suplente.

Pinho jogou em 25 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1955/56, ficando Acursio como seu guarda-redes suplente na equipa do FC Porto. A equipa azul e branca, com a participação deveras fundamental do guarda redes Pinho, colocava um ponto final no longo jejum de vitorias na principal prova nacional, vencendo categoricamente o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, conquista à qual juntou, ainda, a Taça de Portugal, numa final em que os portistas venceram o Torreense por 2-0.
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= Equipa do FC Porto com o Jamor por cenário, quando venceu a final da Taça de Portugal,com 2-0 sobre o Torrense, na época de 1955/56 =

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= Pinho não consegue evitar o golo num encontro frente ao Benfica =
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= Equipa do FC Porto na temporada de 1955/56 =
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= Seguro no jogo aéreo =
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= Jogo entre FC Porto-Atletico no Estádio das Antas =

Por seu turno, a sua estreia internacional pela Selecção Nacional “B” aconteceu no Estádio das Antas frente à congénere austríaca. Apesar de ter realizado uma boa exibição, Pinho conheceu o sabor da derrota na respetiva primeira internacionalização já que a Áustria venceu Portugal por 1-2.

No mesmo ano contabilizou a segunda internacionalização, novamente, representando a Selecção Nacional “B”, desta feita, defrontando o Sarre, em Sarrebruque. As redes da baliza defendida por Pinho ficaram neste jogo invioladas, fruto, essencialmente, de uma grande exibição do guardião Pinho, num encontro que terminou empatado a 0-0.

Posteriormente o mesmo Pinho chegou a ser incluído no lote da Selecção Nacional “A”, mas nunca pôde alinhar, sendo mais um caso dos que injustamente não chegaram a jogar pela equipa principal portuguesa, tal o favorecimento que era dado aos jogadores do Benfica, Sporting e Belenenses  (em época do poderio BSB, ou seja da Federação Portuguesa de Futebol ser sempre presidida por representantes dos Benfica, Sporting e Belenenses), limitando-se assim Pinho a ocupar a condição de guarda-redes suplente de Carlos Gomes, do Sporting, o titular de Portugal nessas ocasiões.
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 = Selecção de Portugal na decada de 50 =

Imagem amarelecida pelo tempo... do guarda-redes Pinho na Selecção Nacional da Federação de Portugal...

= Pinho, com José Pereira, do Belenenses - os guarda-redes da Selecção "B", nesse tempo. =
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= Selecção de Portugal "B" na decada de 50 =
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= Pinho durante um treino na Selecção Nacional =
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Nessa altura destacava-se também, pela importância que representava, a deslocação do FC Porto ao Brasil e à Venezuela para participar em alguns encontros e torneios amigáveis com clubes sul-americanos. Aí Pinho ficou conhecido pelo epíteto de Rato do Maracanã por causa das sensacionais defesas que efectuou numa partida frente ao Fluminense, no Brasil.

Pinho era, acima de tudo, considerado um guarda-redes muito seguro e atento. De baixa estatura, muito entroncado fisicamente, num aspecto considerado pouco recomendado para um guarda-redes, Pinho caracterizava-se pelo seu posicionamento entre os postes e fora deles, que lhe valiam intervenções eficazes.
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= Equipa do FC Porto na época de 1955/56 =
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= Defesa a soco de Pinho =

= Lançado-se ao relvado, segura a bola com segurança =
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Muito corajoso e arrojado na forma como se lançava aos pés dos adversários e muito rápido na execução de defesas, o guarda-redes Pinho surpreendia também pela sua agilidade quase felina e na forma repentista de decidir e rápida de actuar, capaz de protagonizar milagrosas intervenções.

No período mais conturbado e indefinido da sua carreira no FC Porto, ao chegar o tempo que foi de passagem de testemunho, Pinho revelou-se sempre com um amplo espírito competitivo e crença nas suas capacidades. Era aplicado e nos treinos estava sempre pronto a aprender com os mais velhos e ajudar na progressão dos mais novos.
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= Equipa do FC Porto da vitória na Taça de Portugal de 1955/56, já num tempo de transição de fotos tenuamente coloridas...
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= Entre dois adversários Pinho segura a bola com segurança.
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= Pinho em acção ao serviço do FC Porto, sob olhar protetor de Miguel Arcanjo.=
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Pinho jogou no FC Porto até ao final da época de 1958/59 praticamente sempre como guarda-redes titular dos azuis e brancos. Nesse período venceu novamente a Taça de Portugal na temporada de 1957/58 numa final frente ao Benfica, que os portistas, treinados pelo húngaro Otto Bumbel, venceram por 1-0, com um golo de Hernâni. Tendo estado no banco como guarda-redes suplente o então muito jovem guarda-redes Armando, que subira dos juniores do clube.

Finalmente, na última época ao serviço do FC Porto, Pinho voltou a sagrar-se campeão nacional da 1ª Divisão. Neste Campeonato Nacional de 1958/59, ele alinhou em 16 encontros oficiais, partilhando já a baliza com aqueles que seriam os seus sucessores nos azuis e brancos, o guardião Acúrsio» (como nesse tempo aparecia escrito), esguio mas elegante guarda-redes que esteve à frente da baliza por nove vezes, nesse campeonato, além de Américo, então jovem prometedor já, que também deu sua contribuição num jogo.
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= Pinho na capa da Revista Idolos do Desporto =

= Pinho no Maracanã frente ao Fluminense =
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= Na escuridão do Maracanã... =
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= Frente ao Fluminense Pinho segura a bola à flor da relva =
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= Mais uma boa intervenção de Pinho, num Benfica - F C Porto =
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= Pinho com o emblema do FC Porto ao peito =
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= Pinho guarda-redes polivalente do FC Porto, vitoriado pelos adeptos no final de um jogo de Andebol de 11 =

= Uma vez mais nas alturas, com a pala da bancada central das Antas em plano dum cenário de fundo. =
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= Em mergulho junto ao relvado, segurando a bola =

= Equipa da final da Taça de Portugal ganha pelo FC Porto em 1957/58, com um golo de Hernâni!

= Pinho em acção, com ajuda de Monteiro da Costa e proximidade de Arcanjo. =

= Desafio entre Sporting e FC Porto, com Virgílio pronto também para o que der e vier...

Plantel do FC Porto na época de 1958/59, com as faixas de Campeões Nacionais

= Ao serviço do FC Porto, ainda. =

Aos 29 anos, Pinho era já um guarda-redes muito experiente e dos mais conceituados no futebol português. Findando sua prestação nas Antas de forma algo surpreendente, tendo sido dispensado, no terminus do campeonato em que Guttman abandonou traiçoeiramente o clube, com contrato firmado com o clube rival  lisboeta do estádio então chamado de Carnide. Nesse período, Pinho deixou então o FC Porto no final da temporada de 1958/59 e ingressou na equipa do quase vizinho Vitoria de Guimarães.

Após a saída do Porto, Pinho integrou então o plantel do Guimarães, onde formou com o veterano Silva a dupla de guardiões da baliza vitoriana na temporada de 1959/60. Foi todavia esta a única época que o guarda-redes Pinho esteve ao serviço do Guimarães, pois no final da temporada foi dispensado. Tendo então prosseguido a carreira no Salgueiros, que na época de 1960/61 ascendia à 1ª Divisão Nacional. Esse regresso foi bastante influenciado pelo treinador do clube de Paranhos, precisamente o homem responsável pelo início de sua carreira, Artur Baeta, então treinador do popular Salgueiral. Depois Pinho viajou depressa para uma zona vizinha de Lisboa, tendo ido reforçar a equipa do Atlético para a época de 1961/62. Volvidos tempos, passado que foi sua estada em Alcântara e entrado entretanto na casa dos trinta anos, ao aproximar-se dos 32 anos de idade o veterano e experiente guarda-redes Pinho deixou a 1ª Divisão Nacional e rumou ao distrito de Viseu para ingressar na equipa do Lusitano de Vildemoinhos, então a militar na 2ª Divisão Nacional. E jogou ainda no União de Lamas, então treinado pelo seu antigo colega Barrigana, tendo-se sagrado Campeão na subida do clube dessa época, à 3ª Divisão Nacional.


Posteriormente Pinho emigrou para França, vivendo na pátria de Napoleão durante anos. Regressou mais tarde a Portugal, acabando por falecer num lar de terceira idade na cidade do Porto, segundo chegou ao conhecimento público. Falecido a 10 de outubro de 2005. Tendo ficado, por fim, sepultado na sua terra, na atual vila de S. Roque, no concelho de Oliveira de Azeméis. 

Armando Pinto
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