sábado, 17 de maio de 2014

Questões de Identidade Portista


O brasão historicamente costuma representar as armas de uma estirpe. Sucedendo que os brasões desportivos, popularmente mais conhecidos por distintivos, são emblema de marca. Como no que concerne ao nosso F C Porto. Associando-se à camisola e bandeira como símbolos identificativos da comunidade que se irmana e revê em tudo o que seja Portista.

Tal como aconteceu com a camisola do tradicional equipamento do F C Porto, há alguns anos atrás, a passar já de cerca de década e meia, vem agora à baila o símbolo-mor clubista, o distintivo, vulgo emblema, e mais classicamente considerado brasão - a figurar nas camisolas e ao peito de nossos representantes. Não que desta vez, neste caso, seja tanto de acreditar, mas mesmo assim trazemos o tema mais pelo que se passou com a camisola.


Com efeito, um jornal dito desportivo trouxe agora a questão do emblema para a praça pública. Contudo como esse periódico é avesso a tudo o que se relacione com o F C Porto, sendo um autêntico papagaio com recados mandados pelos clubes de Lisboa, não se lhe pode dar muita credibilidade. Tão só faz ganhar outros contornos com esse avivar da simbologia Portista. Sendo assunto que toca de modo especial em quem sente o grande clube português com mais títulos internacionais, além de ainda detentor da maior soma total.

Pois o tema emerge derivado à questão anual das camisolas, por causa da vertente comercial provocadora da alteração sistemática da camisola oficial. Contra o que está nos Estatutos, frise-se, até. Transpondo ao presente por via da substituição da marca fornecedora dos equipamentos, pois para a época de 2014 / 2015 será a norte-americana Warrior (em vez da Nike, transformadora da camisola das duas listas azuis, numa retalhada camisola de risquinhas). Deparando-se então, para surpresa, a alegada situação de estar em cima da mesa a possibilidade de mexerem no distintivo, num recuo ao passado.


Para o efeito, foi novamente recordado o pioneiro símbolo das iniciais, sob desenho conhecido de Rui Saraiva, amigo da blogosfera Portista. Não sendo, porém, de acreditar nessa possibilidade, embora atualmente já nada seja impossível por quanto se tem visto na sociedade em geral. Bastando recordar, no nosso caso, o que sucedeu com as camisolas.

Como curiosidade (porque, relembre-se, o problema das camisolas começou a ser aflorado em 1996, com as primeiras notícias vindas a lume), recordamos o exemplo pessoal de então termos questionado a Direção do F C Porto, oficiando sobre a questão; tendo recebido perentória resposta (por ofício, conforme carta de que se junta imagem respetiva) a negar tal viabilidade. Só que, apesar disso, de que «embora o Futebol Clube do Porto dê um retoque todos os anos nos equipamentos… tem sempre em atenção não violar os estatutos»…  o que era negado tornou-se realidade, e…  afinal, apenas ficara a marinar, porque a partir de 2000, zás, estava consumado.


Ora, depois que a partir do ano 2000 a gerência do clube, desde que apareceu a extensiva SAD, aceitou comercialmente alterar a camisola histórica, que há décadas vinha enchendo os olhos dos apoiantes, ficou certa convicção de se estarem a perder valores. Resultando que, passados já coisa de catorze anos, tem havido uma mescla de equipamentos, todos os anos diferentes, e, assim sendo, a marca que durante esse período foi responsável, não foi capaz de respeitar a identidade Portista, nem teve capacidade de repor de vez em quando o padrão que em maioria os adeptos sempre preferiram. Chegando-se à atualidade com as bancadas, dos recintos onde joguem representações do F C Porto, pejadas de diferentes e variadas camisolas azuis e brancas, quase dando ideia de mistura de adeptos, tal a visão de camisolas tão diversificadas, dos mais diversos feitios, com riscas mais largas e estreitas, quando não de risca ao meio. Até que agora, neste tempo de defeso, enquanto não aparecem as camisolas que ficarão a vigorar, paira no ar alguma expetativa pela imagem de marca que virá com a nova camisola.


Dos palpites, opiniões, sugestões e indicações que todos os anos aparecem enquanto não há novidades, por estes dias surgiu uma notícia de poder vir a ser possível a reposição da verdadeira camisola à Porto. Aguardemos. E se realmente for assim, apetece dizer: Até que enfim… Aleluia! Mas sempre de pé atrás, a ver no que param as modas.

Quanto ao distintivo, o emblema que distingue o F C Porto e nos enche os olhos - tal como o Deco, quando assinou pelo F C Porto só acreditou quando teve a confirmação do presidente Pinto da Costa - embora não crendo em reduções, queremos confirmação oficial,  porque acreditamos no presidente Dragão.

Armando Pinto

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8 comentários:

  1. Boa noite caro amigo Armando !!! Mais um post que nos orgulha imenso de ver e ler atentamente, porque está em causa o nosso símbolo com a qual precisamos sempre de o bem defender. Jamais nós portistas algum dia iríamos confiar no tal "jornal" que publicou a possível alteração do símbolo. Tal jornal desportivo nunca em altura alguma teve a honra e a dignidade de nos defender.... não seria agora, por apresentar esta informação como sendo uma possibilidade, não tem o nosso crédito, jamais.... Não tem nem nunca terão credibilidade nas suas noticias. Resta-nos esperar que o nosso Clube saiba aplicar as linhas tradicionais, na camisola, sendo que a Warrior dará oportunidades de apresentar a verdadeira camisola que durante quase toda a nossa história nos representou, se assim for eu também direi até que enfim "aleluia" !!! Um abraço Armando.

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  2. Para mim a camisola do Futebol Clube do Porto há-de ser sempre a das duas riscas azuis e fundo branco. E o distintivo o que é hoje.

    Eu sei que é irrecusável a pressão imposta pelos interesses comerciais onde se move actualmente o futebol. É aqui e em tudo. Nada se faz hoje que não envolva dinheiro. Mas custou-me e ainda não me habituei a ver a nossa equipa vestida com equipamentos que nada dizem ao passado histórico do Clube.

    Ao menos que se conserve o inimitável distintivo que tanto orgulho nos suscita.

    DRAGÃO, SEMPRE!

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  3. Muito pertinente esta análise, mas será que nestes tempos em que tudo se vende, teremos capacidade para fazer respeitar a história? Essa possível camisola é interessante, mas não querem eles mudar o emblema, como fizeram no Liverpool e Sevilha?

    Abraço

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  4. Quero acreditar que não se atrevam a modificar o emblema atual, o que todos os vivos praticamente sempre conheceram. Só se quiseram arranjar uma crise, nesta altura em que muitos andam revoltados com as asneiras feitas na época do futebol e determinadas atitudes sociais.
    Tem faltado canais de informações dos diretores para os sócios e adeptos do F C do Porto. Igualmente fico a esperar uma resposta do presidente J N Ponto da Costa, porque o clube é dos sócios e estas mudanças contra o que está legislado nos estatutos não podem apagar a história sem aprovação em assembleia. Sei que o mesmo se passou com as camisolas e na prática os sócios ficam à espera que outros se manifestem, mas lá vem o dia em que o cântaro de tanto apanhar água se parte.
    A meta comercial é um erro, porque até se vende menos com tantas mudanças, poucos são os que querem todas ou algumas camisolas e material complementar. Conheço portistas que nunca compraram dessas novas camisolas e apenas têm camisolas do tempo da final de Viena e do Penta. E também eu, se a camisola retornar ao que era, como esse exemplo aqui postado, serei um dos que finalmente vou ter uma camisola nova.

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  5. Não se vê nenhum desmentido, será que a notícia não vem de bocas mandadas como recados, não encomendados mas atirados, para serem ouvidos e alguém publicar, para ir preparando terreno? Não Acredito que seja este ano, mas daqui a um ou dois nunca se sabe, se for como se vê o que foi com as camisolas. Mas estou com dúvidas, porque os diretores não quererão sair pela porta pequena, como o Américo Sá que queria meter a política e estes misturam negócios.

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  6. A evolução de uma instituição como o Futebol Clube do Porto é actualmente muito difícil de prever. Nem sequer os directores, nem o presidente Pinto da Costa (que é muito mais do que um presidente para o nosso clube) conseguem "controlar" minimamente o futuro do clube.Porquê? porque o universo portista tornou-se imensamente grande, somos muitos e somos muito diferentes uns dos outros. Estamos espalhados pelo país e pelo mundo, temos crenças, costumes e convicções diferentes uns dos outros. O Portismo extravasou há muito as margens do Douro. A evolução do nosso Porto é assim condicionada internamente por todos aqueles que sentem o amor ao clube, das mais variadas formas, mas também externamente por factores económicos e outros factores, veja-se só por exemplo como o paradigma organizativo do futebol português está a mudar e tudo devido à guerra pelos direitos televisivos...

    Esta questão da alteração dos símbolos portistas, como os equipamentos e o emblema, é mais um exemplo da tal evolução imprevisível. Aquilo que parecia impossível para alguns (talvez muitos) portistas, e até quiçá algo chocante, está aí em cima da mesa e é já um facto consumado no caso das camisolas.

    Também sou daqueles que preferem a camisola "tradicional" azul e branca, com duas listas azuis em fundo branco, e ainda hoje sinto saudades do Estádio das Antas, mas por muito que me custe tenho a noção de ser apenas "mais um" nesta mole imensa de portistas e espero e desejo que o Futebol Clube do Porto perdure muito para além de mim. A evolução é incontornável, já mudamos de estádio algumas vezes, já houve alterações ao emblema (embora o emblema actual tenha muitos anos), e já nem falo dos equipamentos que estão em constante alteração por questões comerciais.

    Assim os símbolos da identidade do nosso clube estão também sujeitos à mudança. Que seja para o bem do Futebol Clube do Porto, honrando sempre o nosso passado.

    Nota: a resposta às questões levantadas pelo Sr. Armando Pinto, pelo director de serviços do FC Porto, demonstra já nessa época (1996) a arrogância e falta de respeito pelos sócios de alguns dirigentes portistas... o advento das SAD's veio piorar ainda mais essa situação...

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  7. Sócio FCP mui antigo18 de maio de 2014 às 14:09

    Por muito que nos custe, o Benfica neste ponto tem sido coerente e não é por ser menos grande nem ter menos adeptos e distribuição e impacto. Eles têm mantido a camisola principal sempre vermelha, esses sim com alguns retoques todos os anos mas no essencial mantendo o padrão, nunca mudaram. E o emblema, idem, aspas. Pinto da Costa e seus pares que olhem para isso. Nós sabemos reconhecer as coisas, quando são melhores ou minimamente não piores.

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  8. Qualquer emblema antigo só se for como marca de água na camisola, mas no sítio tradicional que é o lado do coração só pode ser o emblema atual, que desde mil novecentos e vinte e poucos é o que tem as armas do Porto. Senão até perdíamos o Dragão, que existe no atual e não nos antigos. Os mais velhos, quer o primeiro como o segundo dos antigos, podem ser usados em t-shirts ou camisolas de treino, nunca na camisola oficial de competição, que nos representa.

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