Num ambiente algo esbatido, perante a irregularidade da equipa
de futebol sénior portista, paira alguma nebulosidade no semblante azul e branco quando se perde oportunidade de tomar a dianteira do panorama futebolístico
nacional. Assim, com as prestações no campeonato da Liga em fase de altos e baixos, o
F C Porto deverá também pensar na participação em todas as competições, durante
toda a época. Ora, assim sendo, haverá de se pensar igualmente na Taça, enquanto terá
de haver um cerrar de dentes para o que se avizinha decisivamente no campeonato…
Entretanto, além de ter de haver mentalidade ganhadora em qualquer local, em casa e fora, como até nas idas à ilha da Madeira, por exemplo, também na Taça o F C Porto vai em breve até outra ilha, do grupo dos Açores. Onde bonitas paisagens se vislumbram por entre clima de quase simultâneas estações num mesmo dia, como os representantes do F C Porto se terão de adaptar e transfigurar, tal como o sol brilha sempre entre as nuvens. Enquanto nós, os que estamos fisicamente sempre fora do campo, mas de resto com tudo lá dentro, queremos continuar com confiança no futuro, desde que haja atitude vencedora de quem anda por nós e por eles mesmos dentro do recinto de jogo.
Pois... lá terá de se começar a pôr a cabeça também na Taça, sem descurar o campeonato. Tendo ditado o sorteio da FPF que o ANGRENSE é o próximo adversário do F C PORTO na 4ª
eliminatória da edição da Taça de Portugal de 2015/16. Indo assim os Dragões
viajar até aos Açores, proximamente, para jogarem perante o clube de nome representante da
bonita cidade de Angra, da ilha Terceira, no dia 21 de Novembro que se avizinha.
O Angrense, do ex-Campeonato
Nacional de Seniores (CNS) e agora chamado Campeonato de Portugal (CP), será então
o adversário do Futebol Clube do Porto na quarta eliminatória da Taça de Portugal, em
encontro que se vai disputar em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, dos
Açores.
Reina entretanto natural euforia em
tal boa nova para os portistas residentes nessas bonitas paragens distantes e esfregam as
mãos de contentes os dirigentes e adeptos do referido clube ilhéu, pela
ressonância que terá esse evento, como acontecimento e fator revigorante.
Não há registo de encontros entre
os Dragões e a formação açoriana do Angrense, que está atualmente entre os primeiros lugares
da série E do CP. Na atual edição da Taça de Portugal, o Sport Club Angrense já
eliminou a Associação Académica de Coimbra-SF, da Divisão de Honra da Associação
Futebol de Coimbra (2-1, em casa), o Moura, da série H do CNS (2-1, fora, após
prolongamento) e o Torre de Moncorvo, da Divisão de Honra da AF Bragança (4-1,
em casa). Em 2013/14, o clube fundado a 1 de Dezembro de 1929 venceu a Liga
Açores, tendo, na época seguinte, subido ao CNS e atingido a permanência com
tranquilidade, permanecendo na mesma divisão (com o novo nome CP,
presentemente). O ex-internacional português Pedro Pauleta, natural de São
Miguel e que, embora algo fugazmente, também passou pelo F C Porto, representou
o Angrense em 1994.
Assim, o F C do Porto nunca defrontou o Angrense, até agora. Unicamente
chegou a fazer um jogo particular na ilha Terceira, diante de equipa
representativa da ilha, formando seleção da Terceira, aquando dum périplo da
equipa titular portista pelas ilhas, ao começo da década de cinquenta, do
século XX.
= Barrigana, o então idolatrado “homem das mãos de ferro”, senhor
de grandes estiradas, foi um dos grandes nomes da bola que alinharam em Angra do Heroísmo no jogo do
F C Porto com uma seleção da ilha Terceira, em 1950. =
Aliás, acrescente-se, o clube açoriano Angrense só jogou oficialmente com um dos clubes de maior nomeada do
continente português, o Benfica, do qual o mesmo clube de Angra é filial. Tal
aconteceu em 1959/60. Na altura as eliminatórias da Taça de Portugal eram
disputadas a duas mãos, tendo o Benfica ido vencer com naturalidade (por 0-2) o
seu filiado na ilha Terceira e depois carimbado o afastamento do Angrense com
uma goleada no antigo Estádio da Luz, por 10-0. Curiosamente, anos volvidos voltou a deparar-se
nova oportunidade entre os mesmos intervenientes, mas então o clube de Lisboa não
precisou de jogar, sequer… Numa “história gira”.
- O quê…? Pois não é que o regime antigo permitia tudo ao
clube do regime…reinol?! Ora foi isso mesmo… como é narrado em diversas crónicas, e,
por exemplo, o site “Maisfutebol” descreve da seguinte forma:
“Um compromisso da Taça que passou a jogo particular
…Sete anos mais tarde (da tal eliminatória anterior),
como campeão dos Açores, o Angrense regressou à Taça de Portugal. Uma vez mais,
foi emparelhado com o Benfica mas o jogo da 3ª eliminatória não se chegou a
realizar.
«Devido a compromissos internacionais, o Benfica não estava
em condições de apresentar a sua equipa principal na data em que deveria ser
disputada a eliminatória. Em vez de efetuar o jogo, o Angrense aceitou a
proposta dos benfiquistas para um jogo particular, a realizar mais tarde, com
todos os jogadores da equipa que conquistou o título nacional dessa época», é
possível ler na revista publicada no 83º aniversário do clube Angrense.
Nos registos ficou uma desistência do Angrense e a
passagem do Benfica à eliminatória seguinte, onde acabou por ser afastado pela
Académica de Coimbra.
O clube da Luz manteve a promessa e apresentou-se na
Terceira posteriormente, em Junho, com Eusébio e companhia, para deleite dos
locais. Vitória por 6-1 no jogo particular.” Enfim…
Ora o F C Porto, agora que se depara ocasião, vai mesmo à
ilha Terceira, na oportunidade em que surge vez de disputar um jogo oficial com
um clube insular daquela atraente terceira ilha descoberta do arquipélago dos
Açores. Pois da anterior vez, e de cariz amigável, há muitos anos, foi com uma seleção
dos clubes da ilha, sabendo-se que em Angra do Heroísmo pontificam, com
alguma rivalidade pelo meio, o Angrense e o Lusitânia (com o qual o F C Porto já jogou, em 1974 e 1979 e também para a
Taça de Portugal, embora na cidade do Porto, tendo vencido primeiro por 8-0, através de 2 golos de Cubillas, 2 de Ricardo, 2 de Abel, 1 de Flávio e 1 outro de Oliveira; enquanto depois foi por 2-0 com um bis
do goleador Fernando Gomes. Curiosidades estas relacionadas com esse clube fundado no ano da
travessia aérea do Atlântico sul, em 1922, e por isso assim chamado com o nome da
aeronave desse nome, em homenagem à travessia transatlântica de Gago Coutinho e
Sacadura Cabral). Em cujo Estádio João Paulo II se vai disputar o jogo
Angrense-F C Porto, devido ao estádio municipal, onde costuma jogar o anfitrião
Angrense, não reunir condições regulamentares para a disputa oficial da prova
em causa.
Tempos, aqueles antigos, em que o F C Porto, como se vê, tinha de lutar contra o poderio federativo do sistema BSB... mas mesmo assim era um clube de grande implantação nacional.
Esta ocorrência próxima faz relembrar a tal vez anterior em
que o F C Porto foi até aos Açores e particularmente à ilha Terceira, onde
disputou um jogo de futebol. Tal aconteceu em 1950, aquando duma digressão
efetuada pela equipa principal do F C Porto pelas ilhas, numa embaixada
clubista de grande significado e impacto, com paragens e realização de jogos na
ilha da Madeira e em duas ilhas dos Açores, em S. Miguel e na Terceira. Viagem
essa realizada devido ao sucesso da digressão feita no ano anterior a África,
na famosa Caravana da Saudade. Tendo então o F C Porto ido também levar idêntico
abraço às ilhas portuguesas, sulcando as águas do mar até ao meio do Atlântico.
Num trajeto feito de barco, como era mais viável à época, em navio a vapor,
como regista uma foto coeva, durante a navegação – em pose de conjunto de
viajantes, com os futebolistas e dirigentes do F C Porto a serem alvo de
cordial simpatia por parte dos tripulantes e passageiros. Entre outros, vê-se
Virgílio ao centro, em primeiro plano sintomático.
Corria adiantado o mês de Junho, naquele ano primeiro da
década de 50, e no jogo disputado em Angra, com a seleção local da ilha Terceira,
o F C Porto venceu por 4-3, num ambiente de grande entusiasmo e apreço.
A referida digressão foi prolongada, tendo a comitiva portista saído de Portugal em Junho (depois ainda de no mesmo mês o F C Porto ter efetuado alguns jogos particulares de cariz festivo, entre os quais venceu a equipa brasileira da Portuguesa de Santos por 1-0, havendo o regresso ao Porto sido já a meio de Julho.
A referida digressão foi prolongada, tendo a comitiva portista saído de Portugal em Junho (depois ainda de no mesmo mês o F C Porto ter efetuado alguns jogos particulares de cariz festivo, entre os quais venceu a equipa brasileira da Portuguesa de Santos por 1-0, havendo o regresso ao Porto sido já a meio de Julho.
Daquele jogo em apreço, feito em Angra do Heroísmo, junta-se aqui, também, a foto da equipa do F C
Porto que alinhou então diante da seleção insular, integrando efetivos e suplentes. Num documento fotográfico raro, graças
a um amigo leitor deste nosso blogue, que nos facultou tal preciosa relíquia
(que lhe foi cedida por um senhor que era amigo de seu pai e tem atualmente 83
anos, o qual se ufana ainda e bem de ter também entrado em campo no decorrer desse
jogo amigável, tendo jogado nos últimos 15 minutos pela seleção da Ilha
Terceira, a modos que ainda hoje fala num jogador que na altura se dizia estar algo adoentado
mas encheu o campo todo com o seu futebol… o célebre Araújo).
Na foto, vêm-se os grandes nomes do F C Porto admirados pelo
país de cá e além-mar, que jogaram nesse dia – e é possível reconhecer pelo que se conhece da nossa
Historia Portista e por quanto se vai colecionando, familiarizados com fisionomias
de quem nunca vimos sequer pessoalmente. Aparecendo-nos diante dos olhos uns António Araújo, Joaquim
Machado, Pinto Vieira, Ângelo Carvalho, Alfredo Pais, Virgilio Mendes, Romão?, Barrigana, Monteiro da Costa, Vital? (Correia?), Sanfins, José Maria, Carlos Vieira e (...?). Enquanto os duvidosamente restantes, mais (...), deixamos à apreciação de quem os conseguir identificar. Em sequência que apraz colocar à curiosidade e atenção pública.
Armando Pinto
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