Os dias seguintes ao Porto ter ganho são sempre melhores que
os outros, quando sucede o contrário. E uma segunda-feira a seguir ao FC Porto
vencer de forma a começar a fazer-nos acreditar novamente, ainda melhor, como
sucede presentemente. Pois com este estado de graça a segunda-feira desta
semana deu-nos ainda a possibilidade de vermos pela televisão a gala anual dos Dragões
de Ouro, da entrega festiva do galardão de honra do FC Porto.
Claro que seria melhor se pudéssemos ter assistido ao vivo,
em presença, mas compreende-se que poucos têm essa possibilidade, tal o número
de convidados para os lugares disponíveis, entre dirigentes do clube e de
outros clubes e entidades, também amigos, mais atletas, familiares, patrocinadores e por ali adiante, além dos faltosos (pois viam-se diversos lugares vazios, nas áreas captadas pelas câmara televisivas, o que mostra que houve convidados deesinteressados). Uma
sala de espetáculos não é como um estádio de futebol, poucos sócios do FCP conseguindo
entrar no Coliseu. Mas o facto de se poder ver pela televisão, na transmissão
direta em exclusivo do Porto Canal, já é bom, afinal. Sendo como uma réplica do
Dragão pequenito de louça que também nós recebemos em casa, embora não haja comparação.
Mas pela diferença de agora para outrora, sim, em certa. medida.
Antes da existência da ligação entre
o FC Porto e o Porto Canal não víamos nada disto. Se fosse uns anos antes
teríamos de esperar pelo dia seguinte para se ver nos jornais umas linhas e uma ou
duas fotos impressas, assim como pelos noticiários televisivos umas quantas imagens rápidas, de
forma que se então o FC Porto já tivesse de novo ciclismo, como agora, às tantas
nem veríamos bem o Vinhas, apesar do forte dele nem ser o sprint.
Tecendo assim um comentário aqui, à distância, do que vimos
com atenção, pela transmissão televisiva, foi uma noite mesmo de constelação de
estrelas. Dando para apresentar algumas palavras escritas de opinião, em registo
pró memória, sem contudo apresentar outros dados, de momento. Entre momentos interessantes.
Desde vermos o Alberto Índio cantar de camisola à Porto, mais ouvirmos o Abrunhosa cantarolar que quer ver o céu a brilhar, à Joana Marques
com graça mandar seus bitaites aos adversários, até ao Nuno Norte entoar com
garra que o Porto faz o nosso dia e sobretudo Óscar Branco ter sido, quanto a
mim, a estrela da noite, pelo que tocou mais aqui ao autor destas linhas.
Com efeito Óscar Branco, que costuma ter sempre piada, desta
vez ainda foi mais cómico, fazendo muito bem o seu papel humorístico, tendo até acabado em grande com aquela tirada de fazer lembrar o Américo, um dos ídolos de recordação
permanente.
Depois, por entre as estatuetas honoríficas entregues, com
saliência para o galardão de André Silva, que foi apoteótico ao sentimento
clubista, Pinto da Costa discursou no final, ao seu estilo. Tendo sublinhado os
"quatro pilares" essenciais para o sucesso no FC Porto: "-Rigor,
Competência, Ambição e Paixão. São estes os quatro pilares. Se um destes
falhar, tudo pode ruir. Todo o trabalho de décadas que se tem construído pode
cair. Caso não falhem, ano após ano, iremos ter aqui um grupo de galardoados
como tivemos hoje", começou por dizer.
O presidente do FC Porto falou também de todos os
distinguidos na gala, com alinhamento de cabeça, em discurso fluente de
improviso, como nos habituou. Embora sem novidades, nem a antiga fleuma. Numa
oratória em que reforçou a convicção generalizada, dizendo: "André Silva
deu o exemplo do que é 'Somos Porto'. Agradeceu o Dragão de Ouro e desejou
vitórias não só à sua equipa mas também às modalidades. André, és 'Somos
Porto", acrescentou. Mais que "Danilo, dentro do campo é um motor
do 'Somos Porto'". E, ainda, «…Vimos aqui imagens do nosso treinador Nuno,
quando jogador, a lançar o slogan Somos Porto. E é que somos mesmo. E quem
achar que deixamos de ser vai ter muitos desgostos pela vida fora e que os que
nos fazem enterros vão falir como armadores. Nós vamos continuar unidos, vamos
continuar a ser Porto", concluiu Jorge Nuno Pinto da Costa no apogeu da
Gala Dragões de Ouro, então decorrida esta segunda-feira no Coliseu do Porto.
Foi uma sessão festiva para gente importante e figuras colunáveis, como nestas
coisas é normal, obviamente. Sendo no entanto uma gala festiva, em suma, demonstrativa
que no FC Porto atualmente tudo é feito em grande. Como grande que é o FC
Porto. Ainda que interesse mais que tal grandeza se manifeste dentro do campo
de jogo. Tendo a palavra aí os elementos da equipa de futebol, como também
todos os atletas dos vários escalões e das diversas modalidades.
Armando Pinto
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