No Porto sempre houve sentido de liberdade e memória. Sendo
a cidade do Porto a capital liberal, de onde partiram revoluções e conquistas,
mas também com memória de gratidão, ou não fosse por um apreço derivado que o
rei D. João I veio casar na área do Porto, ele que foi o rei de Boa Memória,
inclusive sendo no burgo portucalense que nasceu um seu filho dos mais ilustres rebentos
da Ínclita Geração, o Infante D. Henrique. E como os portuenses sempre foram de fazer
das tripas coração, é um orgulho ser o Porto que mereceu de D. Pedro IV o
coração desse monarca liberal constitucionalista.
Não admira, em todos os sentidos, que sendo o FC Porto o
clube com o nome da cidade da liberdade, também no grande baluarte azul e
branco sempre haja imperado o espírito reto, da boa memória. Sem esquecer quem
nos fez e faz mal, como os Calabotes de antigamente e os elementos da
arbitragem e conselhos dos anos recentes, quer o tal advogado Ricardo que
tentou colocar o FC Porto no purgatório há anos, como depois uns talhantes e
filhos de tasqueiros atuais, mais um Soares Dias traiçoeiro e os Fontelas das
nomeações. Mas lembrando especialmente quem fez bem ao clube, dentro da
edificação, no plano construtivo e progressivo. Como foi um caso que desta vez
aqui recordamos.
Ora, entre os muitos e bons exemplos, um grande homem que
ficou na história do FC Porto e, como tal, mereceu o devido apreço, sendo em
seu tempo alvo da natural gratidão portista, foi o Presidente Afonso Pinto de
Magalhães, antigo presidente da Direção nas gerências de 1967 a 1971/72, bem como
elemento de diversas direções em variados cargos e funções. Um bom gestor, honrosamente agraciado como um dos nossos Presidentes Honorários. Pinto de
Magalhães que teve direito a homenagem pública com a colocação de um monumento
alusivo junto ao antigo estádio das Antas, no amplo espaço de entrada entre os
acessos à cidadela desportiva das Antas.
Por essa homenagem ter acontecido em pleno Outono, corria o
ano de 1970, vem agora à ideia tal ocorrência. Que assim é assaz pertinente
recordar.
Pois Pinto de Magalhães foi um dos presidentes que marcou
positivamente o clube Dragão. O que nos leva a procurar evocar sua memória também. A pontos
que foi dado seu nome a duas das anteriores existências de salas-museus do FC
Porto, primeiro ainda na antiga sede da Praça do Município, junto à Câmara Municipal do Porto, e por
fim no museu do estádio das Antas, que, com a demolição do estádio, foi
substituído pelo atual Museu do FC Porto, no Dragão.
Nascido a 30 de Março, no já longínquo ano de 1913, Afonso
Pinto de Magalhães foi com efeito figura incontornável da História do F. C.
Porto, seu clube desportivo do coração, que serviu em diversos cargos. Tendo
chegado a desempenhar a presidência durante cerca de seis anos, sucedendo a
comissão administrativa em que também esteve incluído. Durante cujo mandato, de
permeio, teve reconhecimento dos consócios da coletividade como um dos
Presidentes Honorários. Apesar de não ter conseguido nenhum título de campeão
nacional de futebol sénior durante esse período, mas havendo imprimido uma dinâmica
que transportou o clube para um estado avançado em infraestruturas, mais instalações desportivas e sociais.
Ficou porém, e sobretudo, a sua presidência deveras
assinalável pelo trofeu de maior relevo nacional conquistado pelo FC Porto
durante a travessia sem títulos, como foi a Taça de Portugal conquistada em
Junho de 1968 por aquela equipa onde pontificava a presença elástica de
Américo, a segurança de Rolando, a genica de Atraca, a criatividade de Nóbrega, a omnipresença de
Custódio Pinto, o carisma de Pavão, o físico de Valdemar, o faro pelo golo de
Djalma, a velocidade de Jaime, técnica de Eduardo Gomes, prontidão de Bernardo
da Velha, elegância de Sucena, jogo de pés de Malagueta, etc.
Apesar de constar na maioria das publicações alusivas como
sendo natural do Porto, Afonso Pinto Magalhães nasceu em Arouca, no Distrito de
Aveiro; embora depois haja sido batizado no Porto, tendo recebido o sacramento
do batismo na igreja de S. Nicolau, da portuense freguesia da Sé, na cidade
capital do distrito do Porto e sede episcopal da diocese Portucalense. Havendo,
pela vida fora, sido um verdadeiro filho dileto da Invicta, servindo a mesma
cidade da Virgem «nas mais diversificadas instituições de Assistência, de
Indústria, do Comércio, de Benemerência, do Desporto. Por si mesmo criou
inúmeras Empresas sendo, de forma indiscutível e inatacável, o maior
investidor, industrial, comerciante, banqueiro e dirigente multifacetado» da
geração desse tempo. Como está expresso num livrinho que em 1989 lhe foi
dedicado pelo também antigo diretor do clube Mário Carvalho, aquando da
passagem de cinco anos de seu desaparecimento físico, tendo falecido a 29 de Janeiro de 1984 – cujo frontispício dessa publicação ilustra o início deste artigo.
Dos pontos mais visíveis de sua presidência fala um resumo inserido na Fotobiografia do FC Porto, da lavra de Rui Guedes.
Muito poderíamos aludir sobre este personagem ilustre e dinâmico presidente na vida
clubista, bastando por ora, para não alongar a exposição, cingirmo-nos a
algumas publicações que lhe dedicaram espaço de memorização. Entre outras
edições histórico-literárias, além de alguns livros que já referimos noutras
ocasiões.
- Chegada de Flávio ao aeroporto do Porto, perante grande
afluência humana que foi esperar esse famoso craque, à chegada a Pedras Rubras.
Pinto de Magalhães, que em 1955 como diretor do futebol trouxe Yustrich, o homão treinador do título nacional de 1956 e em 1971, como presidente ainda, tentou reforçar melhor a equipa principal do FC Porto com a aquisição de Flávio, craque goleador da seleção brasileira, ao tempo, foi sempre verdadeiramente um Homem do Porto, ponto!
No Porto, por fim, jaz em descanso eterno de justo guerreiro, sepultado que está em jazigo de família no cemitério de Agramonte, no mesmo campo santo onde repousam Glórias do FC Porto no Mausoléu do clube, mandado edificar durante a presidência portista de Afonso Pinto de Magalhães.
No Porto, por fim, jaz em descanso eterno de justo guerreiro, sepultado que está em jazigo de família no cemitério de Agramonte, no mesmo campo santo onde repousam Glórias do FC Porto no Mausoléu do clube, mandado edificar durante a presidência portista de Afonso Pinto de Magalhães.
Como ilustração, juntamos uma curta nota biográfica, do
livro “100 figuras do futebol português”. Havendo, curiosamente, em sequência
da sua continuidade como portista uma ilustrativa entrevista prestada à revista “Chuto” (edição da qual um exemplar está entre o material emprestado pelo autor destas
linhas ao museu do FC Porto), em cujo número, nesse de Abril de 1979, se percebe algo
de sua afeição clubista mesmo depois de ter deixado de ter ação direta no clube.
Fica assim aqui algo capaz de fazer avivar a memória desse
grande timoneiro portista do passado, que para sempre será lembrado entre os
portistas de boa memória e sentido de gratidão em azul vivo.
Armando Pinto
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Como nunca gostei de futebol, recordo com enorme apreço a figura de empresário que além de ter sido um Grande Banqueiro, seguidamente iniciou a actividade nos supermercados Invictos, dos quais me prezo de ter sido o vendedor do primeiro empilhador LINDE para um armazém que existia na Rua Justino Teixeira, era tudo movimentado por ...carrinhos.
ResponderEliminarEsses supermercados INVICTOS seriam reconvertidos através de Belmiro para o que nasceria depois......CONTINENTE de seu nome.....Hoje é o que se vê, mas por trás de tudo isto está este GRANDE SENHOR. Obviamente que haverá gente que não goste deste meu verídico comentário........
Um grande homem de verdade, que ficou conhecido pelo BPM, Banco Pinto de Magalhães, que fundou e fez progredir, mais tarde fundido no União de Bancos que durou poucos anos depois disso. Mas o que o tornou mais conhecido foi mesmo a sua ligação ao desporto, quer ao FC Porto, como à equipa de basquetebol do BPM que durante largo tempo ombreou com o Porto e Vasco da Gama a nível regional. O FC Porto fez-lhe algumas homenagens enquanto ele foi presidente, em especial através do Conselho Cultural desse tempo, nomeadamente na despedida de presidente. Faltou fazer uma outra mais tarde, e não se sabe porque o monumento que lhe fizeram nas Antas não foi trasladado para o Dragão, como aconteceu com os bustos de Pavão e Rui Filipe e o medalhão de Pedroto.
ResponderEliminarFoi Um grande Portista em suma. Paz à sua alma e como acima está escrito, será sempre lembrado.
Um grande Homem, o sr. Afonso Pinto de Magalhães, que parece que começou como humilde cidadão e por seu pulso subiu na vida, conseguindo singrar como empresário de grande sucesso e respeitável senhor, a pontos de ter sido benemérito de muitas instituições e ter tido ação na concretização de muitas ações e realizações dignas de aplauso. Se mais houvesse assim seria o mundo muito melhor. Enquanto infelizmente, ao invés, há invejosos que tentam criticar algo por inveja dos que conseguiram fazer coisas de jeito (tal um comentador anónimo que anda por aqui a tentar ser lido, mas cujos comentários continuarão a ir para o lixo). O sr. Pinto de Magalhães foi pessoa que hoje em dia ainda faz falta ao Norte do país e à cidade do Porto, para lutar junto com os poucos resistentes contra o centralismo do sistema do polvo lisboeta.
ResponderEliminarÉ um homem já um pouco esquecido, e os grandes homens não devem cair no esquecimento.
ResponderEliminarO Senhor Pinto de Magalhães, foi um Verdadeiro Mecenas no FCP, Quer como Dirigente, quer como Presidente do FCP, Injetou muito Dinheiro no Clube, Desinteressadamente, e sem Pedir nada em Troca. Serviu o FCP sempre com Honestidade e Portismo.
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