terça-feira, 21 de março de 2017

Estreia de Barrigana na Seleção A


A 21 de março de 1948, Barrigana, o “Mãos de ferro”, como ficou conhecido o guarda-redes retratado numa das esculturas que conduzem à entrada do Museu FC Porto, estreava-se pela Seleção Nacional A num amigável com a Espanha disputado no Nuevo Chamartín, o estádio do Real Madrid (que em 1955 seria rebatizado com o nome de Santiago Bernabéu, o histórico jogador, treinador e presidente dos “merengues”). Portugal perdeu nesse dia por 2-0 e Barrigana entrou na segunda parte, sofrendo de penálti um dos golos com que César, avançado do Barcelona, fez o resultado. Assim sendo, o primeiro golo havia sido sofrido por Sério, do Belenenses, enquanto depois Barrigana passou para a frente das redes aquando do outro golo do encontro, este de penalti.


Relacionado com esse jogo, pode acrescentar-se que também jogou um outro elemento portista, o Araújo, ao tempo um dos expoentes do futebol do clube (e que naquela época marcou 38 golos em 27 jogos pelo FC Porto, com um poker e cinco hat-tricks à mistura), tendo então António Araújo alinhado de início na equipa portuguesa.


Barrigana havia tido anteriormente sua estreia internacional por uma equipa representativa do futebol português em jogo pela Seleção B, jogando a 4 de Maio de 1947 contra a seleção de França B em Bordéus, cujo desfecho, de 4-2 a favor dos gauleses, só não foi mais dilatado graças a grande exibição de Barrigana, como rezam as crónicas do tempo.


Quanto à sua estreia na seleção principal portuguesa, Barrigana mereceu o seguinte comentário de José Parreira na “Biografia de Frederico Barrigana - O Homem das Mãos de Ferro”: «Em 21 de Março de 1948 Portugal defrontara a Espanha, no Estádio de Chamartin, em Madrid, levando o nosso team representativo Sério como efetivo e Barrigana como suplente. Para o segundo tempo e dado o nervosismo demonstrado pelo guardião belenense, Barrigana substituiu-o. E jogou muito bem. Sofreu apenas um golo, a 2 minutos do recomeço, mas este mesmo apontado de grande penalidade.»

Armando Pinto

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