domingo, 16 de setembro de 2018

António Oliveira: O “Sandokan do FC Porto” – no “Universo Porto Entrevista”


Oliveira, o Oliveira da célebre equipa de Rodolfo, Gomes e Oliveira cantada nos discos comemorativos do título de campeões nacionais de 1978, foi o herói da história passada em entrevista televisiva no Porto Canal. Entrevistado desta feita numa das entrevistas de carreira que o Porto Canal tem realizado. Tendo de se repetir as palavras porque não há forma de sintetizar melhor esse encontro de Oliveira diante dos espetadores, como o autor destas linhas, que estive de frente ao televisor a seguir atentamente a conversa, logo na primeira passagem desse programa, na noite de sábado de meio de setembro. A ponto de quase desejarmos que o entrevistador, Rui Cerqueira, fizesse as perguntas que nos apetecia fazer, perante as questões que nos vinham à ideia. Estando Oliveira em frente ao entrevistador e diante das câmaras, como que câmaras e entrevistador fossemos nós. Quão Oliveira desperta interesse em questões portistas.


Oliveira… Assim como Custódio Pinto foi o rosto que vimos pelas fotos de jornais em 1968 a receber, beijar e levantar a Taça que tão bem soube ao mundo portista ver o Porto finalmente ganhar, como ficou para a história de meias já em baixo, pelas canelas das pernas e camisola de fora, como se viu o Pinto, depois de a receber das mãos do presidente da nação, ao tempo o almirante Américo Tomás, a erguer a Taça de Portugal que ele e Américo Lopes, Valdemar Pacheco, Francisco Nóbrega, Djalma, Pavão, José Rolando, Jaime Silva, Atraca, Eduardo Gomes e Bernardo da Velha venceram em pleno relvado do Jamor… também Oliveira foi quem vimos e ficou nas fotos, de barba e sorriso rasgado, a levantar a Taça em 1977, no camarote presidencial do estádio das Antas, recebida das mãos de Mário Soares, então primeiro-ministro da nação. Tendo sido aí Oliveira, de barba crescida à Sandokan (herói de filmes televisivos), que lá em cima representava toda a equipa, com quem depois partilhou no relvado, passando a taça a Gomes, Rodolfo, Torres, Murça, Freitas, Duda, Taí, Gabriel, Simões, Seninho, etc. etc, como representou todos os portistas, os que aplaudiram esses bravos depois na volta de honra, diante dos adeptos, ou quem em casa ou onde se encontrava ouviu pela transmissão radiofónica do Quadrante Norte o Amaro gritar o golo de Gomes e relatar o ambiente vivido nas Antas.


Oliveira que anos antes recebera o último passe de Pavão, foi também quem fez o remate de livre que originou a recarga de Ademir para o golo do empate com sabor a vitória de Maio de 1978 e por fim marcou o primeiro golo do último jogo do regresso dos títulos nacionais ao Porto… mas também o Oliveira que anos mais tarde ficou associado a momentos de fraca memória, quando foi para o Sporting e falou como leão, sobretudo… Assim como volvidos anos regressou como treinador, tendo arcado com tenaz oposição do sistema do futebol português através do programa Donos da Bola da SIC, mas, superando isso e a costumeira roubalheira arbitral contra o Porto, foi o técnico do Tri e do Tetra, deixando por fim o trabalho feito para o Penta que se seguiu…


Ora Oliveira esteve então no “Universo Porto-Entrevista” do Porto Canal. Podendo assim o mundo portista rever-se nalgumas recordações e extensivamente poder fazer-se algumas reflexões. Porque Oliveira é figura que capta atenções e gera diferentes pontos de vista, tal como nuns aspetos leva facilmente à simpatia e noutros deixa a pairar algumas interrogações se queria mesmo dizer ou não o que as palavras dizem mas poderão não querer dizer. Tal como uma coisa é uma coisa e outras coisas podem ser outras coisas.  Sendo contudo notório ser portista e sócio que vive o clube à sua maneira, além de acionista da SAD e da admiração que merece o seu empreendedorismo, como empresário de sucesso, nomeadamente enquanto figura para já marcante na cidade do Porto. Ele que é natural de Penafiel, onde deixou nome no futebol, também, mas especialmente por continuar como figura nacional e portuense afetivo, também.  


Oliveira, que fez seu percurso de formação no FC Porto e no FC Porto foi um dos maiores futebolistas de sempre...


... tal qual como treinador foi campeão nos dois anos em que esteve à frente da equipa portista, é um nome que dispensa muitas apresentações no aspeto histórico.


Tendo sido um bom entrevistado, desta feita, marcou alguns pontos na opinião pública, para amenizar a ferida que há na história portista de Oliveira quando jogou pelo Penafiel contra o FC Porto nas Antas, em 1981, ter tido atitudes que caíram mal, e depois quando jogou pelo Sporting ter ficado célebre a sua frase de quando cair um leão outro se levantará... Havendo a entrevista passado um pouco ao lado, além do caso das memórias para a atualidade e possíveis lampejos futuros. Sem esquecer que foi contemporâneo da ultrapassagem do "Cabo Bojador" do futebol português, mesmo que nos dias que correm ainda haja resquícios, mormente com os campeonatos ganhos pelo Benfica em moldes do túnel da Luz, do modo que a descoberta dos famosos e-mails demonstra e a situação nacional se reflita em haver toupeiras nos sistemas fortes da nação.  


Em suma, sem necessidade de se alongar o percurso curricular de Oliveira, explanado em diversos locais e dos mais variados géneros e feitios, deixamos pequena amostra de sua ficha de carreira. Enquanto fica boa sensação de se ouvir Oliveira, como se viu no Porto Canal. Por quanto fez, jogando e treinando, continua nome importante na História do passado do FC Porto.


Armando Pinto
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1 comentário:

  1. Pelo que se lê no facebook dos comentários a este artigo, faltará ao António Oliveira assumir o que é, porque com o seu discurso de apaziguamento do futebol português, erra descaradamente, quando o que os adversários querem é esconder a corrupção e continuarem a roubar descaradamente. Também se fala que vai substituir o Guedes num painel de televisão, mas se for com esses paninhos quentes vai depressa perder a simpatia que ainda tem em muitos adeptos e sócios do Porto.

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