sábado, 19 de janeiro de 2019

Falecimento de "Flash" Dover - O melhor basquetebolista que jogou em Portugal

Ao findar a semana de meio deste primeiro mês do ano, na sexta-feira dia 18, chega notícia que faleceu Dale Dover, o basquetebolista que muito honrou o sentimento portista em ter jogado no FC Porto, um autêntico malabarista que foi o melhor jogador de basquetebol que jogou em Portugal.
Dele, o Dale Dover, que pela sua espetacularidade e jogo desconcertante era apelidado de "Flash" Dover, já aqui havia ficado algumas considerações, ao longo destes particulares  trabalhos de memorização portista. Mas nesta ocasião de seu desaparecimento, a ocorrência faz hora e honra de o recordar mais e melhor.

Tão importante foi a sua passagem pelo FC Porto que o entusiasmo público gerado pelas suas exibições originou a onda da concretização do pavilhão de jogos das Antas, pois que até aí as equipas das modalidades amadoras do FC Porto, embora preparando-se no pavilhão de treinos Pinto de Magalhães da cidadela desportiva das Antas, tinham de fazer os jogos caseiros nos pavilhões do Académico, do Infante de Sagres ou no Palácio de Cristal.
Ora, para não se repetir o que sobre o mesmo está escrito, respigamos para partilha o apontamento biográfico  descrito pelo grande portista vilarealense Fernando Moreira no blogue "Bibó Porto, carago" e na sua página de facebbook: 


« Dale Dover – O espetáculo dentro do espetáculo

Dale Dover, n. 1-09-1949, Bronx, Nova Iorque – m. 18-01-2019.
Este norte-americano é ainda hoje a maior estrela do basquetebol do FC Porto e, para muitos, o melhor jogador de toda a história da modalidade em Portugal. Dover, em cujo currículo consta a passagem pela Universidade de Harvard, chegou ao FC Porto em 1971 e jogou com, entre outros, Alberto Babo, Fernando Gomes, António Portela, Fernando Assunção, Ivo Leite, Arlindo Cunha e Alfredo Leite.
Inicialmente fora contratado para jogar na equipa do Banco Pinto de Magalhães mas o próprio Afonso Pinto de Magalhães, presidente portista, quando o viu atuar deu imediatamente ordens para ele representar a equipa do FC Porto, tal era o potencial demonstrado. 
Dover, basquetebolista genial, tornou-se jogador/treinador do FC Porto e foi o grande responsável pelo regresso do FC Porto aos títulos, em 1971-72, depois de um longo jejum de 19 anos.


O norte-americano, dotado de extraordinária capacidade técnica e física qual exímio "globetrotter", arrastava multidões. No Pavilhão dos Desportos no Palácio de Cristal (hoje "Pavilhão Rosa Mota"), onde as partidas mais relevantes eram disputadas,verificavam-se enchentes impressionantes.

O basquetebol estava ao nível do futebol, tal era o entusiasmo dos adeptos portistas. Num célebre FC Porto-Benfica, o jogo teve de ser transferido do pavilhão de Gaia para o Palácio de Cristal. 10.000 espectadores encheram o recinto para verem basquetebol e… Dale Dover. E ficaram de fora mais alguns milhares de pessoas! Alguém que viu o jogo, disse: “Era uma loucura”. Eu também vi Dover nesse encontro. Que orgulho, que saudades!

Dale Dover foi a motivação para que a Direção do FC Porto entendesse que devia ser construído um pavilhão gimnodesportivo nas Antas. O Pavilhão Gimnodesportivo das Antas (que mais tarde haveria de chamar-se "Pavilhão Américo de Sá", como homenagem de Pinto da Costa àquele presidente) foi inaugurado em Julho de 1973.

Dale Dover representou o FC Porto durante 3 épocas (1971-72 a 1973-74). Uma lesão grave precipitou a sua partida.

Fernando Moreira – 4 Abril 2012 – Meu post em blogue “Bibó Porto, carago!”

[Ontem, 18 de Janeiro de 2019, tivemos a triste, muito triste notícia: Dover também partiu do mundo dos mortais com 69 anos de idade! A doença maldita vitimou-o. Mas, connosco, ficará para sempre a sua memória.
OBRIGADO, OBRIGADO POR TUDO, CAMPEÃO!] »

»»»»»  * «««««

Posto isto, recordamos também o que aqui havia ficado registado anteriormente, em artigo do autor deste blogue, aquando duma das visitas de romagem do "nosso" Dover ao Porto, em Março de 2016: 


Os deuses são eternos. Como se diz em frases feitas de memória. E como até tem sido tema para filmes e se aplica no desenvolvimento histórico. Tal o que calha a preceito para evocar uma recordação do grande basquetebolista Dale Dover, o valoroso encestador que passou pelo basquete portista e foi o melhor basquetebolista de sempre que jogou nas provas portuguesas por equipas nacionais.

Dover foi um caso à parte, um ídolo endeusado que cativava adeptos. Com ele a jogar os pavilhões enchiam, a pontos de mais ter feito sentir a necessidade do F C Porto ter um pavilhão próprio, levando à construção do primeiro pavilhão para jogos de competições que o F C Porto teve, o Gimnodesportivo das Antas.

Em harmonia à sua maneira de atuar, era conhecido popularmente por "Flash" Dover. Naquele tempo de que guardamos foto coeva, que ainda é do arquivo pessoal do autor.

A propósito, no “Dragões Diário” vem uma forma de recordação que apraz vincar, como forma de mais fazer perdurar sua imagem à posteridade:

«Viu Dale “Flash” Dover jogar? Lembra-se de uma das lendas do basquetebol do FC Porto no início da década de 70 (do século XX), que tinha médias de 40 pontos por jogo e que enchia os pavilhões portugueses? Falamos-lhe dele, da grande figura do título de campeão nacional de 1971/72, porque o norte-americano apareceu cá na cidade do Porto de surpresa para "matar saudades" e conhecer a estátua que o imortaliza no Museu, que visitou, tal como o Estádio do Dragão. Dover recordou, sempre a falar em português, os tempos memoráveis com a camisola azul e branca e, no fim, confessou ter ficado “portista para sempre”. O FC Porto ficou no coração de Dover e Dover também ficou no coração do FC Porto».

Eis então, como aqui fica, umas imagens de vídeo reportando essa recente visita do “Flash” Dover ao Museu F C Porto by BMG:


Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens de cima, para ampliar. E na seta do vídeo, para aceder ao filme )))
A P

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