Há muito, muito tempo, descobri algures muito mal estimado
um livro, dedicado a um dos históricos guarda-redes de futebol do FC Porto, o
célebre Barrigana, que não vi jogar mas muito dele li e ouvi falar. Sendo um daqueles
ídolos que, sem termos conhecido cara a cara, admiramos pelo que representa
para a mística que nos enternece. Predileção também acrescida pela aura que o
acompanha pelos tempos fora, conforme ficou imortalizado por “Mãos de Ferro”,
tal a forma como defendia a bola que lhe chegasse à frente, pelo ar, rente ao
chão, como pelos lados, fosse como fosse.
Pois então, esse livro apareceu diante dos olhos aqui do
autor destas linhas há já muitos anos, mas deveras estragado, sem capa e com
folhas soltas. Tendo eu, com desvelo natural, tratado logo de o guardar, após
alguns tratamentos de recuperação possível, com o gosto que vem de longe por
livros e sobretudo documentação historiadora de tudo o que me desperta o sentido
estudioso. Tendo então lhe colocado uma capa, melhor dizendo sobre-capa, de
minha lavra, com imagens duns mini-posters (antigas separatas) a fazer de capa mais
contra-capa e tudo revestido a plástico, em modo de preservação.
Agora, passados muitos anos, apareceu-me diante dos olhos um
original exemplar desse livro, com capa e em bom estado, para o tempo que tem
obviamente, distando sua publicação de 1953 (antes de eu nascer, portanto). Surgindo-me por estes dias de 2019, passados tantos anos, a oportunidade de o passar a ter de facto, junto com outros. Engrossando assim
a biblioteca particular do que tem sido possível angariar, para passar a estar guardado
aqui na estima pessoal.
Armando Pinto
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