quarta-feira, 19 de junho de 2019

Recordando: Ascensão do Hóquei em Patins do FC Porto no panorama nacional


O hóquei patinado entrou já tarde no FC Porto, muito depois de fazer parte de outros clubes de nomeada, embora na maioria dos casos fosse praticado por clubes de menor dimensão eclética, sobretudo por emblemas mais dedicados às modalidades amadoras. Tendo mesmo o FC Porto passado a ter hóquei patinado quase a pedido, pelo menos depois de certo movimento nesse sentido, para que a modalidade evoluísse no Norte, onde as melhores equipas eram de clubes não ligados ao futebol, logo sem despertar atenções do grande público. E, à segunda tentativa (depois duma episódica primeira experiência em 1944), com definitiva implantação em 1955/56, após um início quase a tentear-se sobre os patins, em 1956, a partir que entrou Acúrsio na equipa azul e branca foi sentida rápida melhoria (cativando o então guarda-redes da equipa principal de futebol do clube também para o hóquei, que já praticara anteriormente). Situação contudo ainda passageira  em virtude do mesmo Acúrcio Carrelo, entretanto selecionado para a seleção portuguesa em 1957 e assim tornado o primeiro hoquista internacional do FC Porto, ter depois enveredo a tempo inteiro pelo futebol, na chegada do profissionalismo ao desporto-rei português. 

Evoluindo assim o hóquei em patins algo lentamente, andou anos ao nível da disputa do Campeonato Regional. Até que já em finais da década de sessenta saltou de vez para a ribalta. Tendo sido, com efeito, em 1968 que houve um significativo pulo na escala de valores, ao ser alcançado o 2º lugar no Campeonato Metropolitano (nesse tempo a prova maior da Metrópole, sendo o Nacional em fase final com os clubes das províncias ultramarinas).


Nesse surpreendente comportamento da equipa sénior do FC Porto, incluindo alguns elementos com idade júnior, sobressaía o jovem Cristiano, que junto com outros prometedores valores reforçava a equipa em que pontificavam Alexandre Magalhães, Joaquim Leite, Hernâni Martins e Branco, nomeadamente. Além de então terem entrado dois madeirense valorosos, Ricardo e Castro, cujas aquisições animaram as hostes. E, perante algum espanto, o FC Porto goleou mesmo o campeão nacional da temporada, tendo vencido surpreendentemente o Benfica por 6-0, no encontro disputado no Porto entre os contendores que terminaram em 1º e 2 na classificação final. Era praticamente a “sticada” que faltava, passando o hóquei a ser visto como modalidade em que o FC Porto podia andar em cima, também. Deixando para trás clubes que anteriormente andavam por cima na tabela, tendo ficado abaixo o Valongo, em 3º e seguidamente Campo de Ourique, Carvalhos, Cuf, Académica de Espinho e Parede.


Desse célebre encontro ficou guardado em arquivo pessoal, do autor destas linhas, uma crónica de análise pessoal, segundo o que então fora ouvindo pelos relatos radiofónicos do “Norte Reunidos” (como popularmente era simplificado o nome dos Emissores do Norte Reunidos) e respetivos registos.

(Arquivo esse só agora recuperado, final e felizmente – em devolução que me foi feita por um amigo dos tempos de colaboração no jornal O Porto, aquando do recente Dia do Clube – pois emprestara essas páginas para a elaboração da biografia do Cristiano para a coleção Ídolos, publicada em 1980, e não mais lhe pusera a vista, pensando até estar isso perdido. Por de permeio ter deixado essa colaboração gratuita, após o verão quente das Antas... Podendo agora, enfim, haver futuramente mais assuntos e documentação para partilhar, neste cantinho de memória portista.)

Ora, então desses apontamentos, eis o que consta desse arquivo manuscrito do então jovem entusiasta do hóquei portista, aí ainda com 14 anos e muitos já de Portista…


Alcançado esse estatuto, estando então a ombrear já com os melhores no panorama do hóquei nacional, e dentro do que ficara acordado na aquisição dos dois hoquistas madeirenses, o FC Porto entretanto deslocou-se também à Madeira, tendo ali vencido o Torneio Quadrangular que assinalou essa visita festiva.

De tal caravana de amizade ficou essa mesma ida à Pérola do Atlântico também devidamente anotado no dito arquivo pessoal:


Recorde-se que desta digressão à Madeira já aqui foi lembrada tal deslocação, com artigo evocativo no ano da passagem de cinquenta anos dessa primeira ida duma embaixada hoquista do FC Porto à ilha jardim portuguesa. Como se pode relembrar (clicando) em


Armando Pinto
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