quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Primeira Deslocação duma Embaixada do Hóquei em Patins do FC Porto à Madeira


Agosto por norma é tempo de dias soalheiros e calor a convidar ao retemperamento. Tornando mais interessante as viagens, pelos atrativos derivados. E quando se deparam motivos especiais na busca de novos horizontes, melhor ainda. Tal como há já uns bons anos, mais precisamente em 1968, através duma embaixada representativa do FC Porto, um grupo de gente do hóquei patinado portista rumou à ilha da Madeira. Fez já 50 anos em 2018 (ocasião em que foi assinalada neste blogue, no próprio dia da efeméride) que aconteceu essa que foi a primeira deslocação à Madeira por parte da secção de Hóquei em Patins do F.C. do Porto (como ao tempo se escrevia oficialmente a denominação do clube).


De notar, no caso, tratar-se então duma primeira deslocação do Hóquei do FC Porto, pois que do Futebol portista haviam-se já sucedido várias idas à Madeira muito anteriormente, tendo ficado célebres algumas, quer uma que levou à vinda de Pinga para o FC Porto, como mais tarde ficaram na memória as do tempo em que Barrigana com suas exibições ajudou o FC Porto a deixar cartaz na ilha.jardim.

[Como ao tempo da escrita dessa narrativa, em 2018, não tinha o meu arquivo antigo, que havia emprestado há muitos anos (aquando da escrita do livro da coleção Ídolos sobre o Cristiano, para o trabalho do amigo Carvalho Couto, à época diretor interino d’ O Porto, a quem eu facultara esses meus apontamentos) e ainda não me tinha sido devolvido tal espólio, não pude completar melhor, como desejava, tendo-me ajudado informações prestadas pelo amigo e também antigo guarda-redes José Castro, felizmente, como aliás referi no mesmo artigo. Ora como entretanto pude reaver esse conjunto de páginas, da minha lavra de tempos de juventude (recebidas em recente reencontro com o amigo do antigo jornal O Porto), ou seja tendo de novo isso do que fui armazenando em jovem, agora vou republicar o mesmo artigo, com acrescento da respetiva página do meu arquivo referente ao mesmo.]

Estava-se nos primeiros dias de Agosto de 1968, com a partida a suceder no dia 7, a partir do aeroporto de Pedras Rubras, onde o Presidente da Direção, nesse tempo, Afonso Pinto de Magalhães, foi desejar boa viagem – motivo de ter sido fotografado entre os elementos da caravana, antes da entrada da comitiva portista no avião.


À época o FC Porto estava a apostar mais no hóquei em patins, como reflexo da equipa principal do clube, com Branco, Magalhães, Leite, Hernâni, Cristiano, ter começado a fazer boa figura a nível competitivo com as equipas do sul, há muito dedicadas ao hóquei patinado. E em vista disso o FC Porto reforçou-se mais, fazendo vir da Madeira o guarda-redes José Castro e o jogador de campo José Ricardo. Tendo ficado no acordo da respetiva vinda um intercâmbio, de modo aos madeirenses poderem ver o FC Porto também sobre patins.

Foi assim a primeira viagem do Hóquei em Patins do FC Porto à Madeira, na verdade, uma ida para pagar a transferência do Castro e do José Ricardo, na permuta do Marítimo para o FC Porto. Tendo as viagens sido pagas pelo FC Porto, enquanto a estadia foi custeada pelo C.S. Marítimo.


E assim passaram os hoquistas do FC Porto uma semana na paradisíaca ilha da Madeira, fazendo o que gostavam, que era jogar hóquei, e saboreando as especialidades da culinária madeirense, além de terem podido presenciar as belas vistas por ali visíveis, diante dos olhos e sentidos.


Durante a digressão, porque havia um programa a cumprir em rinque, com a disputa de um torneio, a equipa do FC Porto fez 5 jogos: com o C.F. União, C.D. Nacional, H.C. Madeira e C.S. Marítimo, quase só com vitórias, de permeio com um empate, por sinal diante do Marítimo, por ser um jogo revestido de características diferentes. Com a curiosidade de nesse encontro, o Castro e o Ricardo terem jogado pelo Marítimo, contra o F.C. Porto, em número de programa simpático e afetivo.


No fim de contas, o FC Porto ganhou naturalmente o torneio, embora, contando o empate referido, a vitória final e consequente conquista do trofeu principal tenha resultado de vantagem pela diferença de golos, pelo chamado goal-average, a culminar essa semana por todos considerada magnífica na Madeira.


A embaixada do FC Porto foi então assim constituída: Como jogadores foram Castro, Branco, Leite, Magalhães, Hernâni, Ricardo, Cristiano, Valentim e Vitorino, sob orientação do treinador Laurentino Soares e assistência do mecânico Óscar Amaral. Como dirigentes, o Diretor Dr. Mota Freitas, e os Seccionistas Arlindo Sousa e Prof. Miranda.

Um pormenor interessante: Os jogos tiveram relato na rádio, pela estação portuense dos Emissores do Norte Reunidos, tendo a delegação portista, para o efeito, sido acompanhada pelos locutores José Barroso e Ilídio Inácio (este também produtor e técnico, ao mesmo tempo).

Eis então, desse acontecimento da vida portista, o que ficou registado manualmente em arquivo pessoal do jovem entusiasta do hóquei azul e branco, agora autor deste blogue de Memória Portista:


Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

NOTA DE AUTOR: Sendo que à época apenas acompanhei esse acontecimento através do jornal O Porto, as anotações desse tempo cingiram-se ao que veio publicado na respetiva reportagem jornalística, da qual se recortaram as imagens, também. As fotos de reportagem com carimbo são do arquivo de José Castro. 
A. P.

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