quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Mais uma exposição temporária na sala livre do Museu do FC Porto – Ligações históricas do FC Porto com Angola, no visual d ‘A Casa de Luanda no Porto’


Como diz uma canção do Duo Ouro Negro, dupla de portistas angolanos eternamente lembrados (no mundo musical e não só), setembro chegou e o verão terminou…


Ora, na transição do Verão para o Outono, na roda do ano e dentro do calendário temporal das iniciativas do Museu do FC Porto, por entre vislumbres do que vai sendo anunciado e visto na agenda de programação desse setor, há as histórias mostradas através das exposições temporárias que de vez em quando têm lugar na sala de acesso livre entre o museu e espaços de convívio e aquisições, junto ao hall de entrada do museu e da loja, mais do bar-café. Decorrendo de quando em vez exposições de duração limitada, a demonstrar parte do muito que tem estado por ver, ou seja com peças de armazém dos fundos do museu, entre material que ainda não teve a devida colocação no museu próprio.


Como é a exposição temporária, aberta em finais de Agosto e a decorrer até por Outubro dentro.


Assim, chegando à atualidade, sendo Setembro o mês dos aniversários do Museu e do FC Porto, estão em marcha algumas realizações, como tem sido anunciado. Entre cujo ambiente está também patente a exposição já à vista, sobre as ligações entre o FC Porto e Angola, através das suas filiais e congéneres, na afinidade citadina com a Casa de Luanda no Porto. No relacionamento do FC Porto haver sido o primeiro clube português a visitar Angola, como sucedeu em 1949 numa visita que ficou eternizada como a Caravana da Saudade. Tendo essa viagem resultado numa embaixada de sucesso marcante, a ponto de ter levado à publicação dum livro narrador dessa romagem portista e a partir daí haver originado o surgimento de delegações e filiais do FC Porto naquele torrão da então província do ultramar português. Assim como depois se sucederam outras deslocações de idêntico cariz, como foi em 1969 (na presidência de Pinto de Magalhães), e mesmo 1972 (ao tempo da presidência de Américo Sá, representado por Fernando Cabral e Jorge Vieira, na chefia à comitiva dos futebolistas desse tempo), e por aí adiante. Ficando marcas em filiais como as de Luanda, Cabinda, Moxico e Lubango. Com a particularidade desta mostra se cingir mais ao futebol, pois se fosse extensível a outras modalidades seria de recordar, por exemplo, algumas filiais com prática de hóquei em patins, basquetebol, etc. 


Em tal conexão, o sexto aniversário do Museu e os 126 anos do FC Porto, que se comemoram a 28 de setembro, passam também por esta exposição temporária. Embora o mais evidente, no que toca o sentimento global portista, seja naturalmente a exposição permanente, do museu propriamente, onde se sente e vê parcelas da história azul e branca, a contar desde 1893, ano da fundação do clube: - «O património portista marca presença em três séculos bem distintos e diferencia-se pela genuína identidade portuense que o FC Porto assume, orgulhosamente, desde o nascimento» – como consta da literatura oficial.


Pois então, a exposição temporária, presentemente visível ao público, ajuda a percorrer uma pequena parte da memória dos Dragões, numa ínfima porção de visita ao passado afetivo do mundo azul e branco.


Em tal circuito dessa vivência, também aqui o autor destas linhas esteve um destes dias em visita ao mundo do Dragão, no caso para uma providência de burocracia necessária (a inscrever como sócio do clube o meu neto mais novo), aproveitando para dar uma vista de olhos na mais recente exposição temporária, à disposição pública duma visita rápida. 


Com a feliz ocorrência de ter tido a companhia dum bom amigo correligionário portista, tendo tido oportunidade de rever e ter sido acompanhado pelo Paulo Jorge Oliveira que também pensa o FC Porto sempre.


Assim sendo, tendo-se revisitado por essas imagens gráficas de tamanho grande algumas grandes recordações, do acompanhamento como apoiante do clube, o facto levou mais uma vez também a pensar como aquilo ali, na parte propriamente museológica do clube, será algo importante do todo que deve fazer parte permanente do museu do FC Porto. 


Como tantas outras coisas ainda guardadas, pois tudo o que faz parte da memória portista, sendo que foi conquistado e tem história como tal, merece figurar diante dos olhos de todos.


Como foi bom ver aquele grande quadro da equipa da “Visita a Angola” em 1949, ao jeito de um que figurou na antiga sede da Praça do Município e depois no Museu das Antas, a Sala-museu Afonso Pinto de Magalhães, entre os quadros oferecidos ao clube pelo senhor Armando Plácido. Como ver as gravuras dos angolanos que vestiram a camisola do FC Porto, ali vendo caras de boa memória como foram Arcanjo, Carlos Duarte (o tal que levou a que o antigo presidente angolano Eduardo dos Santos fosse e seja portista), mais Boavida, Lemos, Seninho, Freitas, Jorge Plácido, Chainho e todos os outros ali referenciados… 


... Mesmo algumas das delegações de tais embaixadas sucessivas, como aquela da foto em que aparecem Aníbal, Pavão, Custódio Pinto, Luís Pereira, Rolando, João, Nóbrega… 


... E mesmo o livro da Caravana da Saudade (que por acaso até tenho no meu espólio arquivista também um exemplar, em bom estado), assim como peças respeitantes a ofertas ao clube ou a pessoas do clube em representações clubísticas, etc.


Em suma, esta exposição temporária, intitulada ‘A Casa de Luanda no Porto’, a decorrer na Sala Multiusos do Museu, está patente ainda durante setembro e outubro, com entrada livre, a mostrar imagens relacionadas com as afinidades históricas entre Angola/Luanda e o FC Porto/cidade do Porto.


Acrescendo a tudo isto que o universo portista tem muitíssimos relacionamentos com essa convivência de afinidades pátrias, como no caso de Angola consta em diversa literatura historiadora. Como se pode lembrar através de alguns do muitos livros com referências alusivas, entre o acervo da biblioteca particular aqui do autor deste blogue.  


Armando Pinto
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