sexta-feira, 17 de abril de 2020

38º aniversário da eleição de Pinto da Costa para Presidente do FC Porto, em 1982


Parece que foi há pouco, e ao mesmo tempo com algo a parecer ecoar de há muito, que em 1982 o nosso portismo, que andara meio confuso durante cerca de dois anos, voltou  acirrar de entusiasmo anterior. Quando o FC Porto ganhou outra vida praticamente. Com a retoma da diretriz futebolística que havia sido interrompida no verão quente de 1980 e nova chama passava a inflamar o grande clube dragão, até ali adormecido. Na chegada de Nuno Pinto da Costa à presidência do clube, rodeado por boa equipa de diretores acompanhantes como Alexandre Magalhães, Pôncio Monteiro, Rui Batista, Armando Pimentel, Álvaro Pinto, Carlos Pacheco, Fernando Vasconcelos, Ilídio Pinto, Sardoeira Pinto, Manuel Borges, etc. e mais a companhia técnica de Pedroto.


Com efeito, em 1982, a 17 de abril, «a história do FC Porto mudava para sempre. O clube foi a votos e os sócios elegeram Jorge Nuno Pinto da Costa para a presidência, (então) um jovem de 44 anos que, enquanto chefe do departamento de futebol, formou uma dupla imbatível com o treinador José Maria Pedroto. Com mais de 95% dos votos, o (ao tempo) recém-eleito presidente Jorge Nuno Pinto da Costa deixou a promessa de uma equipa forte em Portugal e na Europa. Se alguém duvida de que cumpriu o que prometeu, basta dizer que é hoje o presidente mais titulado da história do futebol mundial. Contra factos destes nunca há argumentos.»

Foi então naquele sábado de abril de 1982 que teve início essa bela caminhada, quando Jorge Nuno Pinto da Costa foi pela primeira vez eleito para a Presidência Portista.


Estava um sábado de semblante algo sombrio no ambiente, nesse 17 de Abril de 1982, diferente assim do ânimo esperançoso pessoal, quando naquele distante dia da primavera de 1982 o autor destas linhas foi propositadamente à cidade do Porto e demandou o pavilhão de treinos das Antas, para votar em Pinto da Costa. Estando nessa tarde o ambiente da cidadela desportiva das Antas a respirar um ar já de fé, vertendo pelo meio desejos de mudanças, quer em melhorias no seio do F. C. do Porto (conforme se escrevia à época), como ainda também na parte associativa  pois que então, como os sócios auxiliares não podiam votar e era nessa categoria que se inscreviam «as esposas, mães, filhas, ou irmãs de sócios efetivos», as mulheres ainda não podiam votar nas eleições do clube, por exemplo, como se ouvia pelo meio de conversas. Entre aspetos em que o verão de anos antes era lembrado. Entremeado com frases de ordem do dia, na promessa da devolução do clube aos sócios, sendo deveras evocado haver clãs dentro das estruturas reinantes. Num todo e com tudo em nome de reforço do dragão adormecido.



Passados tantos anos, estando-se agora em tempo que atualmente o mês até já é escrito com letra minúscula (perante a atual ortografia oficial portuguesa); e tendo de permeio acontecido muita coisa; como com o FC Porto (conforme se está a escrever presentemente) transformado no Dragão que até já conquistou títulos europeus e mundiais, intercalando naturalmente com momentos diversos de altos e baixos, como se passa com tudo na vida, volta a vir acima o anseio de nova vaga existencial de êxitos.


Na oportunidade desta efeméride, recordamos agora, em 2020, a ocorrência de há 38 anos, com algumas imagens relacionadas, quer da própria eleição e mesmo de algumas recordações pessoais guardadas  como do calendário e dum panfleto da época em que Pinto da Costa concorreu pela Lista B (já que uma A desistira entretanto da eleição para presidente e concorria apenas ao Conselho Superior do clube, como ao tempo acontecia).

Da mais recente eleição de Jorge Nuno Pinto da Costa, então para o 13.º mandato como presidente, houve destaque para o regresso em 2016 do ciclismo ao clube, reforçando o historial do clube com nova avalanche de vitórias na Volta a Portugal e outras provas dessa modalidade das bicicletas. Bem como teve realce a conquista do campeonato da Liga de futebol senior que em 2018 atualizou o hino do clube no que toca ao futebol, sendo a modalidade do desporto-rei obviamente a mais querida, tanto como consta do próprio nome do clube. 


Pinto da Costa é líder do FC Porto há 38 anos, mas longo foi o caminho, desde os tempos em que entrou para os corpos sociais do dirigismo portista e especialmente a partir que chefiou o departamento profissional de futebol azul e branco e nessa missão teve papel importante no retorno dos títulos ao clube, assim como no período que se seguiu ao chamado verão quente das Antas e por fim o regresso (tão desejado por nós e muitos mais, como se percebe pela missiva cujo original até chegou a ter estado no atual museu do FC Porto – carta essa de que se junta imagem), ao assumir em boa hora a presidência portista. Como entretanto em tempos também se deu testemunho num artigo escrito e publicado, em mensagem pessoal, na antiga revista "Mundo Azul" (do anterior Conselho Cultural do FC Porto).


Naturalmente que, passados estes anos, tudo isso vem à memória, entre recordações e mais que pontas de saudade.

Com o anseio de ainda poder haver nova vaga, no sentido de continuidade dos bons tempos, à imagem de 1982, com o que advenha das eleições que estão em espera devido ao período de quarentena do Coronavírus. Quer com a mesma presidência, naturalmente renovada com sangue mais ativo de visão clubista, ou com outras perspetivas que se possam perfilar. Interessando que o FC Porto ganhe e seja revitalizado. Com a mensagem de 1982, da devolução aos sócios. Como foi apanágio de tempos não muito distantes, mas que parecem algo afastados. De modo a ter tudo o que foi conquistado bem presente, desde memória mental até exposição pública em museu vivo, de tudo que de memorando existe, mais fisionomia de dimensão bem configurada, perante a grandiosidade e representatividade do clube.  

Armando Pinto
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