A 29 de julho de 1974, poucos meses depois da mudança social
operada com o 25 de Abril e começados os primeiros sinais de mudanças na vida
nacional, Alfredo Murça realizava nas Antas testes médicos e foi confirmado
como reforço do FC Porto. Tendo depois assinado contrato no dia 1 de agosto, para ficar.
O lateral-esquerdo, oriundo do Belenenses, ficaria no
plantel principal do futebol do FC Porto durante seis temporadas, ao longo das quais disputou 204 jogos e pelo FC Porto conquistou 2 Campeonatos Nacionais,
mais 1 Taça de Portugal, além de ficar na história com um dos icónicos elementos
do FC Porto dos novos tempos.
Na pertinência, ocorre relembrar quão Murça representa mesmo na Memória Portista.
Entre pedaços de memórias tendentes a recordar parcelas da História do F. C. Porto, chega assim, desta feita mais uma oportunidade de lembrar um nome que participou na arrancada do futebol Portista, quando o Dragão que estava adormecido começou a despertar, já a partir de meados dos anos setentas. Enquanto no meio de tantas peças então integrantes da máquina que fez mover o F. C. Porto, há quem responda pela obra feita, como de imediato ressaltam os nomes de maior impacto na liderança futebolística das Antas: Dr. Américo Sá na presidência, Pinto da Costa na chefia do departamento de futebol e o grande timoneiro Pedroto, como cabeça da transformação da mentalidade diante da luta contra o poder do regime BSB. Mas já antes também homens como Jorge Vieira, Nuno Campos, Alfredo Borges, etc.. E naturalmente os jogadores. Dos quais alguns são incontornáveis, como Cubillas, Rolando, Oliveira, Gomes, Rodolfo, Duda, Seninho, Ademir, Freitas, Fonseca, etc, etc e… Murça - um valor que parecia esconder-se, mas aparecia, quase sem se dar por ele, porém eficazmente, sempre onde era preciso.
Nessa linha, tal qual o F. C. Porto foi e é um clube em evolução, sempre houve elementos dedicados e empenhados na causa que abraçaram, dos que foram acompanhando essa transformação operada. Quanto aconteceu com este Alfredo Murça, presente quando o Dragão passou a lançar fogo a valer: primeiro como atleta e depois como componente da equipa técnica, durante algum tempo ainda, antes de desaparecer.
(Nesta ficha, supra, inserta num dos números das Selecções
Desportivas, aparece um engano quanto à época de chegada de Murça ao FC Porto,
mas entende-se bem ter havido gralha de impressão, pois de seguida aparece a
estreia com data correta.)
Pois, como homenagem a esse senhor do futebol Português e Portista, que serviu bem o desporto que lhe despertou o ser, deixamos aqui duas peças exponentes de perfis alusivos. Uma primeira, acima, albergando uma identificação biográfica contida na revista Selecções Desportivas (de Junho de 1979) e por fim um resumo historiador, passados anos, sobre o mesmo Murça, numa ficha integrante do livro F. C. Porto / A Década de Ouro (publicado em 1990, de Manuel Dias).
Qual tributo póstumo, por ele entretanto haver-se escondido do número dos vivos, porém sem conseguir, por o sabermos importante na engrenagem que moveu o colosso, agora em constante movimento, o nosso Grande F. C. Porto.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens digitalizadas )))
Parabéns por mais este belo trabalho. Agora não há desses livros e daqui a alguns anos pouco se saberá dos jogadores por faltarem coisas dessas. Nessa ordem de ideias a revista Dragões devia fazer umas biografias dos jogadores, em vez de entrevistas de pouca informação.
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