Estava-se no início de outubro, ao correr do outono de 1968,
quando o FC Porto defrontou pela segunda vez o Cardiiff, na decisão da
eliminatória inicial da Taça das Taças da época de 1968/69, a então existente prova europeia da
taça dos vencedores de taças, para a qual o FC Porto se apurara como vencedor
da Taça de Portugal da época de 1967/68.
À chegada do segundo jogo, o FC Porto vinha de ter
conseguido no País de Gales um bom resultado, através de um empate a dois
golos. Perante uma grande recuperação, visto ter estado a perder por 2-0, respondendo
depois com dois golos do “capitão” Pinto, o “ Cabecinha de Ouro” que fixou
o resultado em 2-2.
Com dois golos marcados fora de casa, à luz dos
regulamentos das provas internacionais, o FC Porto estava em vantagem. Bastava
assim no jogo das Antas um empate desde que fosse a zero ou por um golo para cada lado,
se não fosse possível a vitória, mas esteve quase a acontecer outro empate a
dois golos (com o FC Porto a vencer pela diferença mínima), não fosse uma portentosa
defesa de Américo perante a marcação dum penalti, quase no expirar do tempo
regulamentar…
(À época se isso acontecesse, havendo empate na
eliminatória, depois poderia suceder algo mesmo de lotaria, visto haver desempates
por moeda ao ar… como o FC Porto fora já eliminado em outubro de 1966 para a
então existente Taça das Cidades com Feira, diante do Bordéus…)
Então, a 2 de outubro de 1968, em jogo disputado no Porto,
em pleno Estádio das Antas, a contar para 2ª mão da 1ª eliminatória da Taça das
Taças em futebol, disputou-se esse jogo entre o Futebol Clube do Porto e o
Cardiff, decisivo para a passagem à eliminatória seguinte.
Nessa noite, que era até de estreia do técnico José Maria
Pedroto como treinador nas provas da UEFA, o FC Porto recebeu e bateu o Cardiff, eliminando-o da
Taça das Taças, com resultado feito por meio de um golo de Djalma e outro de
Custódio Pinto, a suplantar um único golo adversário. Mas, com o resultado
assim, aos 87 minutos o árbitro apitou para um penálti contra os dragões... E com
muita gente a nem querer olhar, tal penalti acabou defendido pelo guardião
portista Américo. Uff… Assim Américo tornou-se herói do jogo, depois de ter
voado e desviado a bola para canto! Em remate bem apontado por John Toshack,
que havia sido marcador do golo da sua equipa durante o jogo (e anos volvidos
veio para Lisboa treinar o Sporting nos anos 80).
Resumindo, Pinto foi autor de três golos na eliminatória,
Pavão fez uma grande exibição, como toda a equipa e Djalma concretizou o outro
golo. Sendo de anotar que nalguns registos posteriores sobre o mesmo jogo
aparece atribuído o primeiro golo como tendo sido de Pavão, mas no jornal O Porto
ficou impresso ter sido de Djalma o 1º golo do encontro desse desafio da 2ª
mão, nas Antas.
Pois então, já com noite cerrada nesse fim de dia, em 1968, Américo
ao defender esse penálti já em tempo final do jogo, ajudou decisivamente o FC
Porto a qualificar-se para a eliminatória seguinte da então oficial Taça das
Taças.
Armando Pinto
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Grande Américo
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