quarta-feira, 20 de julho de 2022

Efeitos da “santa aliança” profana de antes na sobranceria de “varandas” de agora...

O desporto português cada vez se torna mais espelho do ambiente político-social do país quanto à falsa justiça ou justiça de um só olho e outro fechado, com um de esguelha para onde convém ao centralismo e capitalismo elitista. Conforme se tem visto com os casos do Campeonato do Estorilgate, Campeonato do túnel, Campeonato Palhinha, etc. À imagem do que se tem visto nos sucessivos casos sociais que têm metido banqueiros e política, etc. e tal. Enquanto no desporto se viu mais recentemente com a perseguição aziada e invejosa à equipa de ciclismo W52-FC Porto e agora com a suspensão de 2 jogos ao estádio do Dragão para o Sporting não vir jogar ao Porto… Enfim… Tanto que como se costuma dizer, quem for honesto não se safa…

Pois isso da união da capital, desde os dois e os três clubes históricos sulistas e elitistas juntos, ou do poder político que mete uma senhora benfiquista a ter na mão a vingança contra o FC Porto, não é de hoje. Nem a aliança que o Benfica de Vieira fez ao Sporting no tempo de Bruno de Carvalho, como o próprio anterior presidente do Sporting afirmou, ainda não há muitos anos. Bem se sabe que antigamente, no tempo do sistema BSB, das presidências federativas só de Benfica, Sporting e Belenenses, o Campeonato era ganho à vez, com três para o Benfica e um para o Sporting, de quatro em quatro anos, em ciclos sucessivos, enquanto o Belenenses tinha lugar reservado na Seleção Nacional para um ou dois jogadores seus, pelo menos. Assim como o Sporting teve o caso escandaloso do árbitro que foi à China com a equipa que beneficiou dias antes, com o país e instâncias jurídico-desportivas a assobiar para o lado. Tendo a chamada “santa aliança” tido apoteose no estádio no Jamor em plena final da Taça de Portugal que foi autenticamente tirada ao FC Porto…

Isto para dizer que o facto do Sporting estar já a ser beneficiado, esta época, na pré-época, apenas é de estranhar por ser tão cedo, ainda antes do Campeonato da Liga começar. Havendo um exemplo que jamais se pode esquecer, como exemplo entre muitos. Quão foi a expulsão do guarda-redes Américo, em 1966, porque o Sporting não conseguia marcar os golos que necessitava para continuar à frente do Campeonato, estando o Américo a defender tudo o que lhe aparecia diante da baliza. Até que isso só aconteceu com uma falta sobre o guarda-redes, que o árbitro validou como golo... levando a protestos do guarda-redes lesado. Havendo o árbitro, por isso, aproveitado para arrumar do campo o adversário-mor, de modo a resolver a questão que o estava a preocupar. E então (como nesse tempo ainda não havia substituições, tendo de ir para a baliza um outro elemento da equipa), sem o guarda-redes do FC Porto em campo e com um jogador da frente a ter de fazer de guarda-redes, já os do Sporting ganharam à vontade e conseguiram até marcar quatro…  Conforme ocorreu, sendo árbitro João Calado, do Entroncamento, que era sportinguista doente como todos os seus conhecidos sabiam e o seu conterrâneo Virgílio afirmou perentoriamente… mas de nada valendo. A não ser que, para cúmulo, os do sistema BSB deram ao Américo um castigo de 8 jogos – para assim ele não poder jogar mais durante muito tempo e, como tal, não repetir vitórias anteriores em prémios e distinções de menos batido e regularidade, para outros de Lisboa ganharem.

Isto não se pode esquecer e tem sempre de ser lembrado. Conforme as imagens ilustrativas que se juntam (na sequência de fotos publicadas no jornal O Norte Desportivo, em sua edição de 28 de abril de 1966, referentes ao jogo disputado a 24 de abril)  quais pedaços de cibos históricos.

Armando Pinto

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