quarta-feira, 8 de março de 2023

Lembrando Cubillas, o eterno "Cubilhas do Porto" - na passagem de seu 74.º aniversário natalício

Nascido a 8 de março de 1949, no Perú, mais precisamente em Puente Piedra, um "pueblo" distante vinte e poucos quilómetros de Lima, perto assim da capital do país das memórias Incas, Cubillas celebra agora seu 74º aniversário neste dia de 2023. Sendo esse mesmo, Teófilo Juan Cubillas Arizaga, o que ficou eternizado como "Cubilhas do Porto", por haver sido futebolista famoso do FC Porto a meio da década dos anos 70, desde Janeiro de 1974 a janeiro de 1977, e que no FC Porto ainda ficou ligado à conquista da Taça de Portugal de 1976/1977 por haver também jogado e marcado golos nas duas primeiras eliminatórias da campanha dessa Taça. Permanecendo Cubillas na Memória Portista como um dos melhores estrangeiros que vestiram a sagrada camisola das duas listas azuis do FC Porto. 

Então, em Janeiro de 1974 chegou ao Porto o célebre futebolista Teófilo Cubillas, tendo aterrado no aeroporto portuense a 10 de janeiro, já com contrato assinado com o FC Porto. O popular "Cubilhas" (como se diz em português). Tempos antes esse internacional peruano, que ficara muito conhecido no mundo do futebol perante suas exibições em pleno Campeonato Mundial de 1970, viera antecipadamente ao Porto ver in loco tudo, para verificar se lhe agradava o clube, bem como as condições, tendo depois assinado contrato ainda na Suíça, onde estava ao tempo. Havendo entretanto rubricado oficialmente o compromisso na presença do Diretor do Departamento de Futebol do FC Porto, Jorge Vieira. Depois disso foi então concluída essa sensacional transferência com a chegada do ídolo das multidões, acompanhado pela esposa, Betty, perante apoteótica receção no Aeroporto de Pedras Rubras. E, após visitas e cumprimentos da praxe, no estádio das Antas, logo no dia seguinte começou a efetivação de sua presença no mundo portista, primeiro com exames médicos de vistoria e de imediato nos primeiros contactos com os colegas e treino.

Então, a 11 de janeiro, em manhã húmida de inverno, Cubillas logo passou a trabalhar junto com os colegas. Dando também para a ocasião ter sido aproveitada, em estilo de promoção, a apadrinhar o começo da existência de Cachecóis à Porto, típicos adereços em malha fofa de apoio com listas azuis e brancas, numa iniciativa que estava a começar a ser comercializada então pela dupla Guedes e Rolando, dois dos futebolistas do plantel portista que tiveram a feliz ideia, a implementar o facto no seguimento do que já anos antes se via pelo estrangeiro, nomeadamente através das imagens televisivas que iam chegando do público assistente dos jogos na Inglaterra e outros países.

Rolando e Guedes, os dois futebolistas da defesa da equipa principal do FC Porto, desse tempo, haviam começado a anunciar pouco antes essa tal iniciativa, incluindo anúncios na imprensa com aviso de possibilidade de comercialização através de envios por correio, também, a quem desejasse (pois à época ainda não havia lojas do clube, mas apenas um postigo em frente ao estádio, junto às bilheteiras, de venda de fâmulas e literatura portista). Tendo nesse início sido de imediato adquirido um cachecol aqui pelo autor destas lembranças, o histórico e tão estimado cachecol que tenho ainda, o meu primeiro cachecol do FC Porto também – que se mostra, aqui, em imagem junto ao Livro de Ouro do FC Porto, com a foto da ocasião do apadrinhamento de Cubillas ao empreendimento dos colegas, no pioneiro movimento de implantação dos cachecóis de uso para apoio ao FC Porto. 

Antes disso, e até aos inícios dos anos 70, do século XX, era com bandeirinhas nas mãos ou ao ombro que os assistentes mais apoiantes das equipas apareciam nas bancadas, em manifesto entusiasmo nos jogos de futebol. Vendo-se nas tardes domingueiras dos jogos de futebol, na habitual tradição horária de tempos idos, multidões com essas bandeirinhas, ostentando simbologias e cores estampadas em panos presos a pequenas hastes de madeira, vulgo paus roliços, bem como nas cabeças predominavam bonés de pala ou mesmo de papel e cartão, em modo passageiro. Chegando, por fim, a moda dos cachecóis, mais apelativa, inicialmente ainda junto com as pequenas bandeiras, e depois mais prevalecente. Tendo sido então por aí, em Janeiro de 1974, já com Cubillas no Porto, por assim dizer, o início do aparecimento de cachecóis de apoio nos estádios de futebol em Portugal, pouco tempo antes ainda do 25 de Abril, mas quase já na onda de transformação que vivia o país. Denotando quão toda essa interligação merece registo memorando.

= Assistência no então chamado peão dum campo de futebol com gente portista em tempos antigos - aspeto de época entre as décadas dos anos 1950-1960... 

Regressado à sua Pátria em Janeiro de 1977, Cubillas ficou entretanto mais na História do FC Porto como participante do lote dos jogadores utilizados ao longo das eliminatórias da Taça de Portugal de 1976/1977 (culminada meses volvidos, em maio de 1977, com o triunfo sobre o Sporting clube de Braga por 1-0, na final disputada no Estádio das Antas e resolvida com um golo de Fernando Gomes). Havendo sua saída merecido diversos artigos, como um que lhe foi tributado na revista O Chuto:

= Da revista O Chuto - Edição Especial 1977 =

Ora, Cubillas, esse célebre futebolista peruano que passeou pelos estádios de futebol a sua elegante classe, e que para muitos simpatizantes continua a ser considerado o melhor futebolista estrangeiro que jogou no FC Porto e mesmo dos melhores em clubes portugueses, conquistou assim também um título português, pelo Futebol Clube do Porto, em competições do calendário futebolístico superior de Portugal.

Além disso, Cubillas está ligado a muitos e bons momentos de Portismo então vividos pela massa associativa e mole de adeptos do sentimento azul e branco portista. Sendo, naturalmente, um dos maiores do FC Porto eternamente recordados no seio da família portista.

De Cubillas, também, estão guardados na estima dessa ligação, ainda, o cachecol original desse tempo e o livro sobre ele publicado na coleção "Ídolos", entre objetos da coleção do autor destas lembranças.

Armando Pinto

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2 comentários:

  1. Recordo com uma saudade de amor e admiração, por esse grande jogador...
    Pra mim o melhor de todos os tempos... Ainda hoje o melhor que no nosso país, jogou.... O Martins um póveiro de coração azul...

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  2. Viva amigo. Não costumo publicar comentários anónimos, mas publiquei este por ver que é com boa intenção. Mas seria bom pelo menos no fim do comentário colocar o nome, para sabermos quem é. Pode ser? Abraço.

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