quarta-feira, 31 de maio de 2023

Taremi: Melhor marcador do Campeonato da 1ª Liga de Portugal com 22 golos marcados em 2022/2023! Na Lista Portista iniciada em Pinga e continuada em Azumir...

O Internacional iraniano do FC Porto superou a concorrência de dois jogadores do Benfica, Gonçalo Ramos e João Mário, que ficaram na segunda e terceira posição, respetivamente. Sagrando-se Rei dos Goleadores do Campeonato da 1ª Liga de Portugal, com 22 golos marcados, em 2022/2023!

Terminado no último fim-de-semana de maio o Campeonato da principal Liga Portuguesa de futebol, o FC Porto não conseguiu esta época o objetivo de alcançar o 1º lugar da prova, não tendo assim revalidado o título de campeão nacional, que perdeu para o Benfica neste campeonato da batota nacional, como já é conhecido. Porém, ficou, mesmo assim, na equipa azul e branca aquele que foi o título de melhor marcador do campeonato, por Taremi. 

Entre belos remates certeiros, Mehdi Taremi superou a concorrência de jogadores como Gonçalo Ramos e João Mário (ambos do rival Benfica) e totalizou 22 golos na I Liga. Feito esse totalizado na última jornada, sagrando-se vencedor do troféu A Bola de Prata, de melhor marcador da prova, com mais três golos apontados do que Gonçalo Ramos. Tendo por isso recebido da Liga Portuguesa de Futebol o devido prémio, pela parte da atual entidade organizadora do Campeonato da 1.ª Liga Nacional, cuja entrega ocorreu nesta quarta-feria, último dia de maio.

Mehdi Taremi, após ter recebido o galardão de Melhor Marcador da Liga Portugal de 2022/2023 no estádio do Dragão, de seguida depositou no Museu do FC Porto a bola oficial do campeonato, devidamente autografada, em modo de imortalização deste fasto atual, para figurar para sempre no Museu FC Porto By BMG.  

Taremi passa assim a ser o mais recente Artilheiro-mor Portista do Campeonato Nacional, na linha iniciada com Artur de Sousa "Pinga" em 1935/1936.

Curiosamente, findo o Campeonato de 2022/23 no último sábado de maio de 2023, com o FC Porto a ter estado na discussão do 1.º lugar da classificação final até à última jornada e tendo ficado com a honra do melhor goleador ser um jogador de equipa portista, Taremi, tal facto faz lembrar que também em 1962, quando foi do FC Porto o melhor goleador desde que passou a haver um troféu para o marcador de mais golos, Azumir, o FC Porto também apenas na última jornada perdeu o título nacional. Cuja ocorrência se recorda com recorte do jornal O Porto.

Desde que a prova ficou como Campeonato Nacional, a partir de 1934/35, o FC Porto teve já como reis dos goleadores do mesmo campeonato uma honrosa lista, cuja galeria se recorda.


Rol dos futebolistas do FC Porto melhores goleadores no Campeonato da Liga Portuguesa:

- 1935/36 – Pinga – com 21 golos

- 1938/39 –- Costuras – 18

- 1939/40 – Slavko Kodrnja – 29

- 1941/42 – Correia Dias – 36

- 1947/48 – António Araújo – 35

- 1961/62 – Azumir Veríssimo – 23

- 1976/77 – Fernando Gomes – 26

- 1977/78 – Fernando Gomes – 25

- 1978/79 – Fernando Gomes – 27

- 1981/82 – Jacques Pereira – 27

- 1982/83 – Fernando Gomes – 36

- 1983/84 – Fernando Gomes – 21

- 1984/85 – Fernando Gomes – 39

- 1995/96 – Domingos Paciência – 25

- 1996/97 – Mário Jardel – 30

- 1997/98 – Mário Jardel – 26

- 1998/99 – Mário Jardel – 36

- 1999/2000 - Mário Jardel – 38

- 2000/01 – Pena – 22

- 2003/04 – Benni McCarthy – 20

- 2007/08 – Lisandro López – 24

- 2010/11 – Hulk – 23

- 2012/13 – Jackson Martínez – 26

- 2013/14 – Jackson Martínez – 20

- 2014/15 – Jackson Martínez – 21

- 2022/23 – Mehdi Taremi – 22


= Nesta sequência, ficaram a faltar alguns a quem lhes foi tirada oficialmente essa possibilidade, visto a partir de 1952/1953 ter passado a ser atribuído o troféu Bola de Prata através do jornal A Bola, com a correspondente contabilidade dos golos a ser atribuída pelos cronistas do mesmo jornal. E então aconteceu de algumas vezes os respetivos jornalistas nas suas crónicas não terem dado como marcadores de golos os verdadeiros autores, o que no fim influenciou e diminuiu as contas totais, obviamente, como aconteceu com António Teixeira em 1959, Domingos em 1991 (no que seria seu primeiro desse troféu da Bola…) e Falcao em 2010.

Ora, entre Pinga e Taremi, ficou pelo meio o início da atribuição em que em 1961/1962 foi Azumir o melhor artilheiro. Facto que agora apraz recordar. Tendo Azumir recebido o troféu Bola de Prata, de melhor goleador do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de 1961/1962, depois, nos princípios da época seguinte, em ato protocolar de que se encarregou o então diretor de A Bola, Dr. Vicente de Melo, no estádio das Antas.

Armando Pinto

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terça-feira, 30 de maio de 2023

De vez em quando… entre livros da biblioteca portista: “O Dicionário Língua Portuguesa Futebol Clube do Porto”

Mais um livro que figura na biblioteca pessoal do autor destas linhas, desta vez um livrinho pequeno e de índole diferente, mas com a chancela oficial do FC Porto. “O Dicionário Língua Portuguesa Futebol Clube do Porto”, publicado em 2010 pela Porto Editora (que também publicou então outros idênticos mas com os nomes de Benfica e Sporting). Em cuja SINOPSE, deste livrinho de bolso, o “Dicionário Futebol Clube do Porto” é apresentado como “DICIONÁRIO DO PORTO”, publicado «em parceria com o Futebol Clube do Porto». Sendo que «Este dicionário, produto oficial licenciado, contempla as novas regras do Acordo Ortográfico e proporciona aos adeptos, sócios e desportistas do Porto uma obra de referência para o dia a dia. Exprimir-se corretamente em português será, a partir de agora, uma prova de amor à camisola.» Ou seja, podendo funcionar como um auxiliar de consulta, no caso quando se escreve algo sobre o FC Porto, porque quanto a escrever mal já basta o que aparece sobre o grande FC Porto em publicações afetas aos adversários. Ah... E é cada confusão entre q e k, há e á, mesmo até ao acento em à... Enfim!

Está pois na estante pessoal, também, este útil meio linguístico, com a atualização da escrita da língua portuguesa sob as normas do acordo ortográfico vigente e com o qual se escreve agora corretamente em português. Com o qual também eu até concordo, ou dizendo de outro modo, por acaso nem estou em desacordo, especialmente porque não gostava de ter de se escrever, como antes acontecia, com letras que não se podiam ler. E não fiquei agarrado à antiga forma de escrita, mesmo por saber que ao longo dos tempos a língua portuguesa já teve diversas e sucessivas alterações na sua grafia, naturalmente com ideia de melhoria gráfica e de entendimento.

Ainda há tempos li algures um comentário, com o qual concordo plenamente, que se exprimia mais ou menos assim:

As línguas e a sua escrita são vivas e não um conjunto ancestral de regras imutáveis ao longo dos séculos. Se assim fosse, era correto escrever no presente, por exemplo, "pharmacia", tal era a antiga forma escrita de farmácia, e muitas outras palavras como se escreviam no início do século passado. Assim como até ao acordo se escrevia “baptismo” para se ler “batismo”. Etc. e tal. Continuando ainda a escrever-se outras como se liam e continuam a ler, quão por exemplo facto (ocorrência) e fato (vestuário), contrariamente ao que por vezes se ouve. Considere-se pois que o desafio para a língua portuguesa é manter a sua unidade como língua nos países hoje conhecidos como países de língua portuguesa, sem que a língua escrita em Portugal perca posição. Tal qual não se vislumbra nenhum benefício futuro em tomar uma posição que isole a língua portuguesa como dialeto falado por cerca de 10 milhões, permitindo que a língua brasileira conquiste o estatuto autónomo da sua língua e a língua portuguesa perca significado pelo reduzido número de falantes. Como tal é mais que evidente dever considerar-se que o futuro da nossa língua está mais ameaçado pela crescente fraca qualidade média no modo como se fala e escreve, do que por qualquer acordo ortográfico que alguns teimam em desacordar.

Assim sendo, tem pleno cabimento esse livrinho publicado em 2010 e que, como tem alusão de afinidade ao FC Porto na sua conceção, fica também bem aqui na biblioteca pessoal e particular.

Armando Pinto

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domingo, 28 de maio de 2023

Efeméride da Inauguração do Estádio das Antas (1952-2023)

O Futebol Clube do Porto, fundado em 1893 e reativado em 1906, teve como recintos oficiais de futebol o Campo da Rainha, o Campo da Constituição, o Estádio das Antas e agora o Estádio do Dragão.  Tendo aqui o autor destas lembranças ainda conhecido o Campo da Constituição na sua fisionomia antiga, embora então já só como campo de captação e jogos das camadas jovens do futebol e anexo recinto de desportos das modalidades amadoras, mas sobretudo vivido com sentimento alargado a afeição portista ao Estádio das Antas e agora também bem afeiçoado ao Dragão. Sendo como tal, na passagem do aniversário da inauguração do mítico Estádio das Antas, ocasião de puxar bem pela antiga ligação portista ao antigo estádio do mundo azul e branco.

Pois... Aos 28 dias do mês de maio do ano de mil novecentos e cinquenta e dois era solenemente inaugurado o estádio das Antas, oficialmente chamado Estádio do Futebol Clube do Porto. Tendo presidido ao cerimonial o então Presidente da República, General Francisco Higino Craveiro Lopes, aproveitando sua segunda vinda e primeira visita oficial à cidade do Porto após ser investido como Chefe do Estado, então para visitar e inaugurar algumas obras na cidade. Conforme se pode ler no livro “Notícia político-biográfica do General Craveiro Lopes 11º Presidente da República Portuguesa", da autoria de Zuzarte de Mendonça Filho e publicado em Lisboa em 1954. No qual se encontra uma foto sugestiva, da admiração de Craveiro Lopes pela imponência do estádio portista.

Este Presidente da República, curiosamente, embora escolhido para a função e respetivo cargo oficial durante o regime da ditadura portuguesa do Estado Novo de Salazar, revelou-se algo contrário à situação, a pontos de só ter exercido um mandato, pois logo que lhe foi possível o ditador afastou-o para escolher outro para o seu lugar, como se sabe. Sendo por toda essa envolvência o Presidente Craveiro Lopes deveras admirado popularmente.

À época era presidente do FC Porto o Dr. Urgel Horta, mas grandes impulsionadores da concretização do Estádio do FC Porto haviam sido também outros grandes homens da vida do FC Porto como o sr. Sebastião Ferreira Mendes, o Dr. Cesário Bonito, o Dr. Moreira de Sousa, o Dr. Miguel Pereira, o sr. Afonso Pinto de Magalhães, entre muitos outros.


Desse grande empreendimento do que foi a ampla casa desportiva do FC Porto durante cinquenta e um anos e meio, recuperamos para aqui, agora, alguns textos impressos no jornal O Norte Desportivo, aquando dos 25 anos do estádio, em 1977.

Ora em 1952 ainda eu não existia. Mas depois já andava na escola primária quando se deu o maior roubo verificado nas Antas, como está explícito na peça acima (apenas que o autor do texto quis dourar a pílula escrevendo que o Benfica não tivera culpa… mas bem se sabe o que era norma do sistema, em tal regime). E, por fim, por ter sido ocorrência em que estive presente, junto aqui imagem do meu bilhete do último jogo disputado no Estádio das Antas, a 24 de janeiro de 2004.


O estádio das Antas, que ao tempo da inauguração festiva ainda estava em obras, substituíra o Campo da Constituição, já pequeno para a afluência de público. 

E esse recinto muito maior e de maior comodidade, tivera então inauguração apressada para contar com  a presença do Presidente Caraveiro Lopes, em sua visita oficial à cidade do Porto no dia de comemoração nacional (do 28 de maio de 1926). Teve depois primeiro jogo oficial contra o Sportng a contar para a Taça de Portugal, com vitória portista por 2-0. Decorrendo seguidamente o tempo, sendo que «O Estádio das Antas foi a principal casa dos Dragões durante 52 anos, que puderam lá festejar uma Taça Intercontinental, uma Taça dos Clubes Campeões Europeus, uma Taça UEFA, uma Supertaça Europeia, 16 campeonatos nacionais, 12 Taças de Portugal e 13 Supertaças.»

~~~ ***** ~~~

Na pertinência da passagem de mais uma efeméride anual sobre a inauguração do estádio das Antas, vêm à ideia algumas lembranças que ficaram na peregrinação de memórias ligadas a esse mítico e místico local de tantos sonhos, algumas tristezas e muitas alegrias. 

Bem me lembro de dias e noites para ali de corpo e alma dirigido em passos apressados e atenções de ansiedade à flor da pele, aquando de jogos do FC Porto, mas não só, como também de momentos diversos. Por isso, lembrei-me de desta vez, mais uma vez, para aqui trazer algo de algumas dessas ocasiões, através de fotos fixadas no estádio ou com ele por fundo.

E mesmo quanto a isto também não só. Pois, como guardo ainda o rádio transístor com que ouvia os relatos do Porto, quer em casa ou onde estivesse, mas também nas Antas para melhor acompanhamento de tudo, até aos anos 70/80, junto imagem desse pequeno aparelho radiofónico, já sem capa como tinha em couro escuro, entretanto estragada com o uso… Rádio esse que está junto com uma pequenina coleção de máquinas fotográficas usadas por mim em tempos passados, inclusive em fotos feitas no ambiente das Antas. 

Coisas simples e banais, mas que fazem parte das memórias ligadas às idas ao estádio histórico, nesse local onde sempre me senti bem.

Armando Pinto

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sábado, 27 de maio de 2023

Efeméride da conquista da 1ª Taça dos Campeões Europeus de futebol do FC Porto - a inesquecível vitória de Viena-1987!

  

27 de maio, aquele célebre dia de 1987, ficou mesmo a ser e é uma data inesquecível, como momento saliente na vida portista e dos portistas. Dia importante na história do grande Futebol Clube do Porto. Tal foi a final europeia de Viena. Faz agora 36 anos, que lá, no estádio do Prater, na capital austríaca das valsas musicais, Madjer, Juary, João Pinto, Frasco, toda a equipa, com Artur Jorge e tantos outros, tocaram assim musicalmente em muitos corações e colocaram o nome do FC Porto no topo do mundo. Algo que sempre se revê na retina da memória e só as lembranças desse final de tarde e entrada pela noite dentro ainda fazem arrepiar.

Ora, uns bons anos antes, nas memórias pessoais portistas de um portista começado como tal nos inícios da década dos anos 60, havia acontecido em 1968 a grande alegria da conquista da Taça de Portugal que suplantou o poderio do sistema BSB. Depois houve finalmente o Campeonato Nacional conquistado ao cabo de muitos anos, então vivido em 1978. E, como que materializando sonhos antigos, em 1987 o FC Porto alcança a Taça dos Campeões Europeus de futebol.  Algo que suplantou tudo.

Se há dias felizes e momentos especiais, por vezes, daqueles em que acontece alguma coisa desejada mas até nem muito esperada, um desses foi a 27 de Maio de 1987 (ainda os meses se escreviam em português oficial com letra inicial maiúscula). Quando o FC Porto alcançou o título de Campeão Europeu de futebol e o mundo portista sentiu uma alegria indescritível, num daqueles momentos em que se vê e comprova que o futebol não é só um jogo nem apenas um desporto, é muito mais que isso. Sobretudo, como no caso pessoal, em que estava em jogo o FC Porto, algo especial que faz que se ande no mundo sem ser só por ver os outros andarem.

Pois então aconteceu isso, coisa que há muito desejamos e por vezes sonhávamos, mas com uma ponta de realismo nos parecia quase impossível. Nomeadamente por então ser já um tempo em que no futebol dominavam os interesses dos poderosos. Bastando recordar o que acontecera três anos antes, na final da Taça das Taças, ainda existente nesse tempo, em que a Juventus de Itália, patrocinada por uma firma automóvel de grande fortuna, foi beneficiada em prejuízo do FC Porto que, apesar de ter dado lição de bola, foi autenticamente espoliado desse troféu. Estando-se assim já muito longe de tempos em que qualquer equipa poderia ganhar quaisquer taças internacionais, visto antigamente não haver tantos jogos de bastidores premeditados e mesmo as comunicações eram reduzidas, a pontos das equipas irem jogar praticamente sem conhecerem quase nada dos adversários. Nessas eras antigas em que até a transmissão televisiva era tão rara que a chegada de imagens dos jogos das finais, via Eurovisão, eram uma espécie de imagens depois chegadas na primeira descida aos saltinhos do homem à lua…e a preto e branco.

Pois em 1987 foi já a cores!

Então se como poetou Fernando Pessoa, o homem sonha e a obra nasce, tal qual tudo vale a pena se a alma não é pequena, esse anseio que andava nas nuvens idílicas dos sonhos, tornou-se realidade. E logo com uma valsa de Viena por fundo!

Foi pois tudo isso em 1987, no Mês de Maria, das flores e dos amores. Coisa que leva mais tempo a descrever que o que sentimos num baque, sem saber já por quanto tempo até chegarmos à realidade, num final de tarde de sonho, depois entrado pela noite dentro.

Estava ali diante de nós, nas imagens da televisão, a legenda “FC Porto Campeão Europeu”. Era mesmo isso, assim. Vimos então tudo de coração arregalado para coisa que acontecia mesmo. O João Pinto beija a taça… como o Custódio Pinto beijara a Taça de Portugal em 1968, conquistada por Américo, Valdemar, Nóbrega, Pinto, Jaime, Djalma, Pavão, Rolando, Atraca, Eduardo Gomes e Bernardo da Velha. E mais tarde vimos Ademir, Gomes, Oliveira, Fonseca, Duda, Rodolfo, Séninho, Freitas, Murça, Gabriel e C.ª alcançarem o Título Nacional em 1978. Depois de anos em que até o Campeonato Nacional demorara a chegar, mas chegara. E ali, nesses momentos, a Taça dos Campeões Europeus também era nossa. Valeu a pena desejar e saber esperar. E ainda bem que chegou!

Ora, de tanta coisa, muito temos em coisas físicas a descrever e recordar tamanho feito. Bem como sempre temos diante dos olhos um quadro, feito pelas próprias mãos, a não deixar esquecer por um segundo tal coisa mais linda que nos aconteceu desportiva e portisticamente.


Assim em 1987 alcançámos a imortalidade entre a realeza do velho continente. A 27 de maio de 1987 pintámos o Danúbio de azul com um triunfo de proporções bíblicas diante do gigantesco Bayern de Munique. No relvado do Prater a final da Taça dos Campeões Europeus começou por sorrir desde cedo ao colosso alemão, que foi para o descanso em vantagem, por 1-0. Numa segunda parte absolutamente sublime, o calcanhar de Madjer repôs a igualdade (1-1) e a vitória portista (2-1) surgiu como um relâmpago graças à pontaria de Juary. A valsa extraordinária dos Dragões de Artur Jorge valeu a conquista do primeiro de sete troféus internacionais nas vitrines do grande baluarte desportivo da Invicta. João Pinto recusou-se a largá-lo, mas ninguém o pode condenar, assim até ficou mais para lembrar, gracejar e contar em modo interessante.

E tal como o João Pinto sentiu e se comportou, sem querer largar, esse foi um brinquedo que chegou e sentimos ser nosso!

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Maio, como mês de cerejas tem lembranças tais, também, a virem umas com as outras, sendo um período de muitas e boas memórias viçosamente azuis e brancas, como tem sido lembrado ao longo de muitos dos dias quentes de temperatura primaveril como de fluxo cardio-portista. 


Pois se o mês é assim, também o dia 27 do mesmo tem sido cheio de motivos oportunos de evocação interessante. Como, por exemplo, foi o caso de a 27 de Maio de 1928 Valdemar Mota se ter tornado o primeiro atleta olímpico do FC Porto, ao alinhar e marcar contra o Chile no primeiro jogo da seleção portuguesa de futebol nos Jogos Olímpicos de Amesterdão; bem como na mesma data mas de 1956 o FC Porto ao bater o Torreense por 2-0, com dois golos de Hernâni, venceu a primeira Taça de Portugal das muitas da nossa história. Temas já aflorados, por vezes, e mesmo evocados aqui anteriormente neste espaço de memória portista. E depois, como cereja no topo do bolo, houve em 1987 a vitória na final de Viena de Áustria.


Pois então, a 27 de Maio de 1987 o FC Porto venceu o poderoso clube bávaro Bayern de Munique em Viena, conquistando o nosso primeiro título internacional de futebol ao mais alto nível: a Taça dos Clubes Campeões Europeus.


Efetivamente foi esse um dia inesquecível, depois de algum tempo de entusiasta expetativa pela chegada da hora do jogo desse mesmo dia. E durante o próprio dia, num misto de confiança e receio, porque nada é certo e nem sempre há justiça, chegou enfim a hora da verdade. Tendo assistido em minha casa, pela televisão e a cores, obviamente, junto com dois bons amigos que quiseram viver esse jogo comigo. Algo que eles por certo terão bem presente. E eu tenho, de tal modo que, depois de durante o jogo ter barafustado mais até que o costume, no final foi o máximo, como algo desejado que finalmente foi conseguido. Tendo também comigo o meu filho, jovenzinho mas já ali como eu com olhos de sentimento. Pois que, tendo nós sofrido um golo alemão sem eles merecerem, inclusive num deslize da nossa equipa, e depois de uma exibição de gala sem que a bola entrasse do outro lado, por fim, quase na última dezena de minutos houve enfim a ansiada reviravolta e o FC Porto conseguiu vencer os germânicos mais que favoritos.


Desse jogo, para ilustrar o acontecimento, deitamos olhos a  publicações que, passados estes anos, recordam tal feito.


Tudo o que se possa dizer ou descrever sobre tudo aquilo leva mais tempo e espaço a narrar que a lembrar. Bastando referir que então, embora em casa, e já definitivamente de pé quase encostado ao televisor a ver bem tudo, foi especial ver o João Pinto a receber e beijar aquela taça, algo que quando víamos antes com outros parecia irrealizável para nós… E então, ali, ao ver os nossos a agarrar essa taça (quando o João Pinto deixava...), foi como se lá estivéssemos também a deitar-lhe as mãos. E tudo o mais, que nem vale a pena tentar discorrer por escrito, pois está de viva memória cá dentro.


Futebol Clube do Porto: Campeão Europeu! Eis a legenda que finalmente apareceu nas imagens televisivas e deu tão grande prazer ver e sentir. Tal como no dia seguinte aparecia nos jornais que comprei e com estima guardei. Como ainda em dias imediatos veio nalgumas revistas, igualmente  merecedoras de ficarem guardadas. E coisas várias, mais. Pois o nosso FC Porto alcançou o título de melhor da Europa!


= Bilhete Postal posto pelos CTT em circulação em 1988, no âmbito da LUBRAPEX 88, como homenagem ao F C Porto por em 1987/88 ter vencido as três maiores provas internacionais, a Taça Intercontinental, a Taça dos Clubes Campeões Europeus e Supertaça Europeia.  

Armando Pinto

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