Entre lembranças de inícios de setembro no FC Porto - Evocação da chegada de Madjer ao FC Porto, para ficar na História Portista pelo mais famoso golo de calcanhar…!

Tal como felizmente há muitas e boas lembranças, também no anuário memorando do mundo azul e branco, os inícios de setembro no FC Porto têm folhas de calendário marcante. Podendo, entre diversas boas ocorrências, como exemplos de memórias interessantes, registar-se que o dia 5 de Setembro de 1948 ficou para a história por ter sido quando os jogadores do FC Porto alinharam pela primeira vez com números nas camisolas, então e durante muitos anos em numeração de 1 a 11, cumprindo a correspondente deliberação da Federação Portuguesa de Futebol para esse efeito. Acontecimento verificado em jogo contra o Famalicão, que o FC Porto venceu por 3-0 – já aqui referenciado anteriormente neste espaço de memória Portista. Assim como, passados muitos anos, num dia 7 de setembro, em 1985, chegava ao Porto para integrar o plantel do FC Porto o argelino Madjer.

Pois então, a 7 de setembro de 1985 Rabah Madjer chegou ao FC Porto, proveniente do Racing Club de France, mais conhecido como Matra Racing, de Paris. A propósito, o próprio Madjer recordou numa entrevista: «(Depois de referir que então aterrou pela primeira vez no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto) - Cheguei com o Lucídio Ribeiro, empresário português que trabalhava muito no mercado francófono. Estava um dia cinzento. Fui para o hotel e daí para o Estádio das Antas, para ver o FC Porto-Penafiel [3-1, com golos de Semedo, Gomes e João Pinto] onde conheci toda a gente…»

Depois, passados dias, teve a sua estreia em campo no dia 22 seguinte, ainda no mesmo mês, em jogo particular, embora festivo, na inauguração da conclusão das bancadas do 3º anel do antigo estádio da Luz, ajudando logo o FC Porto a ganhar uma taça, apesar de se ter verificado um empate a zero. Cujo “Troféu do Fecho do 3.º Anel” do Benfica foi recebido como recordação de oferta do clube anfitrião. Até que, volvido mais um mês, já a 27 de outubro, Madjer teve estreia oficial em jogo no Restelo, com vitória do FC Porto em casa do Belenenses, por 2-3 (por esta ordem sendo o FC Porto o clube visitante).

Ora, depois disso Madjer teve no FC Porto um percurso com especiais momentos gravados a letras de ouro na História do FC Porto e do Futebol Português. Mas antes, como há sempre um princípio, foi efetivamente a 7 de setembro de 1985 que Rabah Madjer aportou na cidade Invicta para representar o FC Porto, vindo do Matra Racing de Paris, ao tempo mais conhecido por Matra, conforme a sua firma patrocinadora dessa era. Passando o famoso argelino a integrar os trabalhos da equipa portista sob a supervisão de Artur Jorge, culminando na célebre final de Viena. Além da final Intercontinental do Mundial de Clubes, depois, já com outro treinador – pois, curiosamente, passados 2 anos da integração de Madjer com a camisola das duas listas azuis, a equipa francesa donde o FC Porto foi buscar o homem do calcanhar de Viena e do chapéu de Tóquio, veio buscar o treinador português Artur Jorge, no defeso de 1987 com o Porto recém-campeão da Taça dos Campeões Europeus da temporada anterior, saindo com acordo do clube com quem tinha contrato, a custo zero, ainda antes do começo da temporada de 1987/88. Enquanto Madjer então ainda ficou no Porto, e continua na sua e nossa história, como toda a gente que deu alegrias Portistas.

Armando Pinto

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