segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Relembrando: quando no sistema BSB foi posto a jogar na Seleção Nacional um guarda-redes com 38, 5º de "febre”, para Américo não ganhar o lugar… e Festa foi chamado à pressa para ficar de fora!

A propósito de Américo e relação da Seleção Nacional versus FC Porto no tempo do sistema BSB, das presidências federativas circunscritas a representantes de Benfica, Sporting e Belenenses, vem a propósito relembrar como tardou a estreia de Américo Lopes em jogos pela Seleção A. Tratando-se então do guarda-redes que nos relatos radiofónicos de jogos em que os grandes de Lisboa não venciam o FC Porto, ao não conseguirem bater o guardião Américo, clamavam os comentadores alto e bom som, referindo-se ao Porto, (dizendo) ser Futebol Clube do Américo. 

Isso enquanto esse que foi o primeiro Baliza de Prata em Portugal era colocado de lado na dita Seleção. Apesar de várias distinções, como em 1962 foi entretanto até reconhecido na RTP, por exemplo. Sendo chamado à Seleção, nas convocatórias, para ficar a ver de fora...

Para enquadramento, convém antes uma visão circunstancial desses factos:

Há noção verdadeira que se Américo tivesse sido de um dos clubes de Lisboa teria jogado no Mundial de 1966 e muitíssimas mais vezes na Seleção Nacional. Bem como uns bons anos antes. Tal qual, no tempo em que foi titular da equipa das quinas o guarda-redes do Benfica Costa Pereira, de uma das vezes, em 1962 no Brasil em jogo de Portugal com a Seleção Canarinha, apesar de estar com 38,5º de temperatura (trinta e oito graus e meio de "febre"), Costa Pereira jogou, obviamente por iniciativa dos responsáveis, para não dar possibilidades de Américo mostrar merecer o lugar e naturalmente Costa Pereira não perder a posição. Tal como, mais tarde, na fase final do Mundial de Inglaterra, em 1966, e depois de Américo no único jogo que lhe deram possibilidade de jogar na fase antecedente ter mantido a baliza inviolada, com uma grande exibição na vitória por 1-0 sobre a Roménia dias antes da ida dos Magriços para Inglaterra, pois ficou depois a suplente… porque o grosso da coluna da seleção tinha de ter fartos representantes dos 3 do sistema BSB… A pontos de depois de no primeiro jogo ter jogado Carvalho, do Sporting (que não mais jogou depois pela Seleção!), seguiu-se nos restantes jogos ter defendido o guarda-redes do Belenenses, José Pereira, já em final de carreira, de tal modo que passada uma época a seguir a esse tal Campeonato Mundial já não jogou mais pelo clube do Restelo e foi para a 2ª Divisão em que estava o clube que o contratou… Enquanto, depois de tudo, até o selecionador, Luz Afonso, que era quem decidia com o beneplácito do treinador Otto Glória, ter por fim reconhecido o erro, de não ter colocado Américo a defender, perante o que se passou... como afirmou publicamente em entrevistas que foram e estão publicadas. E então Américo, com exceção do primeiro jogo pós-Mundial, já ter jogado a titular nos jogos seguintes da Seleção principal, começando por uma grande exibição em Itália diante da Seleção Azzurri, mantendo-se a n.º 1 da camisola das quinas até ter acabado a carreira, obrigado a terminar vítima de forte lesão. Enfim, demonstrando tudo isso que Américo era mesmo bom para, mesmo assim, ainda ter conseguido jogar 15 jogos na dita Seleção Nacional A, nesse tempo em que os jogadores do FC Porto para serem selecionados e jogarem pela mesma equipa das quinas, não bastava serem idênticos ou algo melhores, tinham mesmo de ser muitíssimo melhores, muito superiores aos outros.

Ora, para melhor elucidação e cingindo o tema à parte mais antiga e menos lembrada, dá-se conhecimento do caso de 1962. Quando Américo estava já considerado o melhor guarda-redes do Campeonato Nacional e ficou em espera, como suplente, com a internacionalização adiada. Bem como algo caricato se passou com Alberto Festa, conforme se pode ver e recordar. Basta atentar no que ao tempo foi então narrado no jornal O Porto, em sua edição de 9 de maio desse ano. Onde, porque ao tempo havia censura oficial (sendo o jornal “Visado pela Censura”) foi aquilo descrito em tom jocoso, como simples “Anedota da Quinzena”  sobre o que se passou nesse jogo ocorrido a 6 de maio de 1962 (Brasil, 2-Portugal, 1). Em que alinharam, pela equipa representativa de Portugal, como titulares 4 do Benfica, 4 do Sporting, 2 do Belenenses e 1 do FC Porto (Serafim, então em estreia pela Seleção A), além de terem entrado depois, nas substituições operadas, mais 1 do Benfica e 1 da CUF. 


Sendo na mesma edição do jornal, em "O Porto a rir", finalizado assim:

Armando Pinto

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1 comentário:

  1. Verdade eu aqui no BRASIL acompanhei toda essa senvergonhice, com os jogadores do NOSSO PORTO, EM FAVOR DOS JOGADORES APADRINHADOS..DOS CLUBES LISBOETAS... E HOJE AINDA CONTINUA....

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