No dia 1 de Setembro de 1936 o Dr. Canto Moniz foi eleito e tomou posse
como o 18.º Presidente do FC Porto – embora em diversas publicações seja referido
como Camilo Moniz, conforme consta na Fotobiografia do FC Porto, por Rui
Guedes, à página 249, na Tábua Biográfica. Tendo sido presidente de emergência, interinamente, durante cerca de um mês, mas tendo estado à frente dos destinos do FC Porto.
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«Canto ou Camilo
Setembro de 1936 foi um mês tumultuoso no FC Porto, onde, tão complexa era a situação do clube, que ninguém se podia dar ao luxo de ser claro ou a permitir pensar em tal. O mundo azul chegou a Setembro sem liderança, e este superatleta que vemos... um campeoníssimo de water-polo, natação e ténis, internacional e campeoníssimo especialmente em water-polo e natação, avançou com rara coragem para a presidência do FC Porto.
A maioria das publicações e arquivos descrevem-no como Camilo Moniz, mas não, o seu nome é, realmente, dr. Luiz Couceiro do Canto Moniz, e durante o duro mês de setembro, segurou o barco azul enquanto colecionava medalhas. Detentor de 138 títulos nas piscinas, dono de brilhantes juízos, opiniões e convicções, Canto Moniz foi uma grande figura do FC Porto dos anos 1930, e em Setembro de 1936 teve o calor e a coragem de dirigir os destinos do Dragão. Uma figura mítica, que é forçoso recordar (e já agora, corrigir o seu nome: Canto e não Camilo).
Como homem, foi um clínico famoso, e a sua obra em vida não reflectia apenas medalhas de ouro e prata aos quilos: tinha um carácter fortíssimo, uma mentalidade de grande combatente, foi um criador e um criativo, e transfigurou, num só mês, muitas das mentalidades reticentes que estiveram na origem da crise directiva portista. Foi o presidente do FC Porto que menos tempo esteve no cargo (um mês, até se resolver a crise), mas em apenas um mês, Setembro, reforçou o seu estatuto de superatleta e de cérebro privilegiado. Um homem de singular riqueza atlética e humanística na história do Dragão, o Dr. Canto Moniz, que sabe muito, muito bem, recordar neste Setembro de 2018, 82 anos depois da sua passagem pelo cadeirão há mais de três décadas ocupado por Jorge Nuno Pinto da Costa.»
(Do jornalista Vítor Queirós – um mestre na arte da escrita e da investigação histórica, integrante da equipa instaladora do Museu FC Porto By BMG e que entretanto, depois de ter tido essa possibilidade e deixado de pertencer à empresa instaladora, desapareceu... e inclusive ainda não devolveu 2 livros ao legítimo proprietário, que tomou de empréstimo e são do autor destas linhas. Antigo jornalista, esse, que de permeio tem escrito alguns livros, por encomendas de Câmaras Municipais e Associações/instituições.
Texto aquele, de 2018, que de tão sintomático exprime como a história do FC Porto é interessante em todo o esplender de pormenores!)
= Imagem do Livro "História do Foot-Ball Club do Porto 1906-1933", por Rodrigues Teles, onde na legenda da imagem é referido: «O Dr. Luís Couceiro do Canto Moniz presidiu já aos destinos do FC Porto.» =
Nota: Acrescente-se que essa confusão parece ser da fusão que costuma ser feita de dois em um, juntando dois portistas como se fosse o mesmo, quando se trata de dois diferentes. Segundo dá para perceber, com alguma atenção sobre o que há escrito sobre esses tempos da vida do FC Porto.
= Imagem de "Separata" do 1º volume da "História do Futebol Clube do Porto", publicado em 1955, por Rodrigues Teles =
Ora o Dr. Luís Canto Moniz foi Campeão de Water-Polo, em equipa representativa do FC Porto (conforme se vê na imagem ilustrativa de conjunto e por recorte individual separado da mesma; tal como noutras que fazem parte do primeiro livro da História do FC Porto escrita por Rodrigues Teles até 1933, em cujas fotos se pode ainda ficar com ideia que nessa modalidade o emblema do FC Porto teria uma outra variante nesse tempo). Tendo no Water-Polo sido ainda capitão de equipa e diretor da secção; além de campeão também na Natação.
Enquanto Camilo Moniz (Camilo Vouga Moniz de Matos) foi futebolista que partilhou a conquista da Taça Monteiro da Costa e ainda pelo FC Porto foi praticante de Ténis, até que depois passou também a dirigente, tendo no FC Porto sido Secretário-Geral e Vice-Presidente da Direção, enquanto em representação do clube ocupou ainda lugares na Associação de Futebol do Porto (desde Conselheiro Técnico, Selecionador e Presidente), assim como na Federação, a vice-presidente (lugar então permitido ao FC Porto no órgão federativo).
= Imagem do Livro "História do Foot-Ball Club do Porto 1906-1933", por Rodrigues Teles =
Enquanto Camilo Moniz (Camilo Vouga Moniz de Matos) foi futebolista que partilhou a conquista da Taça Monteiro da Costa e ainda pelo FC Porto foi praticante de Ténis, até que depois passou também a dirigente, tendo no FC Porto sido Secretário-Geral e Vice-Presidente da Direção, enquanto em representação do clube ocupou ainda lugares na Associação de Futebol do Porto (desde Conselheiro Técnico, Selecionador e Presidente), assim como na Federação, a vice-presidente (lugar então permitido ao FC Porto no órgão federativo).
Na História do FC Porto normalmente apresentada em publicações entretanto publicadas, o Dr. Canto Moniz não costuma ser muito referido entre os Presidentes do FC Porto. Essa é uma verdade que convém passar a constar mais e, assim, deixar de ser um presidente quase desconhecido na História do FC Porto publicada.
Observação: Assunto a merecer atenção e um cuidado estudo do pessoal afeto ao Muséu e Arquivo do FC Porto – para corrigir ou pelo menos tirar dúvidas – através de pesquisas nas Atas das Direções e nos livros de tomadas de posse dos Presidentes do FC Porto.
Armando Pinto
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