sexta-feira, 18 de julho de 2025

Falecimento de Florência (1938 – 2025): Uma Portista que foi conhecida cantora!

Na noção pessoal que as mulheres mais bonitas são as que gostam de nós e do que mais gostamos, pode juntar-se ao caso as que são portistas. E entre essas naturalmente há apreço pelas conhecidas, ditas famosas, que quando se sabe serem portistas ganham mais simpatia pessoal. Não há como dar a volta, é a verdade. Assim como minha mãe nem ligava praticamente nada ao desporto mas gostava que o Porto ganhasse, por saber que era o que eu queria… bem como minha avozinha Júlia (que ficou paralítica por “ataque” sofrido quando me tinha a seu colo, tinha eu ainda poucos meses) e depois de sua cama me embalou puxando meu berço e com ela cresci a ouvir contar-me histórias, ela até sabia a que horas eu queria ouvir os relatos do Porto no rádio da sua mesinha de cabeceira… tal como a minha esposa antes nem dava grande atenção mas passou depois a dar… e minha filha sempre se sentiu ligada ao que eu gostava e gosto. Também assim quando eu sei que alguma das mulheres são portistas passo a ser mais fã delas em seu mister, mais no que as tornou famosas. Tal o caso, desde há muitos anos, de uma cantora de linda voz, que sempre gostei de ouvir cantar e mais apreciava ainda por ser portista – a cantora Florência.

Ora, faleceu hoje essa mesma Florência. Cançonetista de música ligeira, de voz timbrada. Que eu só conhecia de a ouvir cantar em discos e pelo som de rádio e televisão, mas qua gostava de ouvir e ver, achando-a bonita de voz também. Linda mulher nascida em 1938 e falecida agora em 2025, neste dia 18 de julho. Lembrando-me de ela ser uma das vozes nortenhas que davam vida a poemas de grandes autores de letras de canções, cá do Norte também, como o famoso José Guimarães (irmão de um colaborador do jornal O Porto, Alberto Guimarães).

Sobre ela, a Florência de voz alegre,  lê-se num belo texto que circula na internet:

«Partiu Florência, uma das vozes mais singulares da música portuguesa, que atravessou décadas com a mesma entrega com que começou a cantar aos 13 anos. Da voz clara que deu vida à “Moda da Amora Negra”, “João do Mar”, “São João Rapioqueiro”, “Não Me Chames Amor” ou a inesquecível "Rosa Branca", Florência foi presença viva nos palcos, na rádio, na televisão e no coração de quem a ouviu.

Filha do Norte, cedo partiu para o Brasil, onde brilhou na rádio e na televisão. De regresso a Portugal, encheu de alma os palcos dos casinos de Estoril, Espinho e Póvoa, somou êxitos discográficos, conquistou prémios e emocionou plateias em festivais nacionais e internacionais. Com o marido, Domingos Parker, criou o Rádio Clube de Matosinhos. Amada no palco da revista e admirada nas comunidades portuguesas além-fronteiras, Florência deixou gravado um legado notável: mais de 60 discos, inúmeros espetáculos, e a certeza de que se pode cantar o país com autenticidade. Vivia, desde 2023, na Casa do Artista, onde continuava a ser acarinhada por colegas, familiares e amigos.

Hoje, calou-se a voz, mas permanece a memória viva de uma mulher que cantou com uma emoção irrepetível, que foi timbre de uma época, rosto de uma força tranquila e presença que ficará para sempre na banda sonora de várias gerações.»

Sobre ela e seu percurso, vem agora a propósito evocar sua carreira através duma entrevista publicada em 1979 na revista Desportiva “Chuto”, quando juntava a seu palmarés das canções também a entrada no mundo do teatro de revista. Percebendo-se bem o porquê dessa entrevista ser integrada numa revista desportiva, lendo até ao fim a mesma reportagem.

Descanse em paz, Florência!

Armando Pinto

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