segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tempos de magra memória…


Esta época futebolística foi má de mais para as cores azuis e brancas do F C Porto, com um comportamento algo estranho da equipa principal, mais escolha de treinador inicial que se mostrou péssima, ao que adveio substituição menos conseguida também. E tudo numa planificação da época deveras abaixo do habitual, inclusive com uma organização aquém do que era apanágio do clube. Chegando-se ao ponto de alguns futebolistas terem passado o tempo a pensar neles, em vez dos interesses coletivos, como se notou nas constantes mensagens do Jackson para o exterior, com padecimento do interior da estrutura, além de outros que tais. Num panorama que todos os Portistas, por fim, mesmo sem andarmos muito por dentro desse mundo dos bastidores, acabamos por nos aperceber, tais as evidências, diante das consequências visíveis.

Perante isto, apenas resta esperar que o campeonato acabe, antes que haja mais desastres nos resultados; e que, sobretudo, para o ano, como se costuma dizer, a situação melhore, com melhores reforços e fixações. Bem como será de lembrar à Direção do F C Porto e extensiva SAD que façam um exame de consciência, lembrando como encontraram o clube em 1982, quando foi prometido devolver o clube aos sócios, quando afinal até nem os equipamentos foram respeitados, entretanto. E, porque o F C Porto é uma espécie de religião, também, há que reparar que no F C Porto, que é o que nos interessa, no caso, não pode acontecer como em certas organizações religiosas, segundo se sabe pela história, cujos membros nos inícios nem podiam andar de cavalo, por votos de contenção, e hoje se fartam de andar de carro, barco e avião…

Porém, porque este espaço é dedicado mais à memorização, fixamos, de permeio, um vislumbre retrospetivo de âmbito histórico, pois que ainda assim esta não foi a pior temporada, de que temos memória pessoal. Sabendo-se que houve um ano, corria a época de 1969/70, em que estranhamente o F C Porto se quedou num modesto 9º lugar no campeonato nacional.

= Equipa do F.C. Porto  - 1969/70 (em cima): Aníbal, Sucena, Pavão, Vieira Nunes, Valdemar e Gualter; (agachados) Lisboa, Salim, Custódio Pinto, Rolando e Nóbrega.

Por isso, porque normalmente dos fracos momentos não reza a história, poucas résteas desse tempo sobreviveram em nossos arquivos. Recordando-nos de havermos tido um poster gigante, distribuído com uma edição da revista Flama, com grande imagem da equipa do F C Porto que iniciou a época no verão de 1969… mas depois, por não ter deixado boas recordações, não chegamos a guardar aquilo, como com outros exemplos. De modo que agora, para ilustrar este arrazoado, nos socorremos duma fotografia da mesma formação (que encima o artigo), retirada, com a devida vénia, do blogue “dragãodoporto”. Equipa essa do F.C. Porto, de 1969/70, em cuja pose ficaram (e se pode ver ao cimo): A partir da esquerda e em 2º plano, de pé - Vaz, Acácio, Rolando, Vieira Nunes, Valdemar, Pavão, Sucena e Aníbal; em 1º plano, agachados – Rubens Salim, Seninho, Chico Gordo, Ronaldo, Eduardo Gomes, Custódio Pinto e Nóbrega.

Proveio aquela acidentada época após o ano em que o campeonato foi perdido quase na reta final. E como o guarda-redes Américo teve de abandonar o futebol, devido a grave lesão num joelho, ao passo que o seu substituto Rui esteve indisponível no início da época que se seguia, começou o campeonato com a guarda da baliza entregue ao então jovem  Aníbal, a quem se seguiu Vaz; e depois, porque o regresso de Rui também não foi muito auspicioso, ainda foram utilizados mais os guarda-redes Antenor e Frederico. Tal qual no resto do plantel se sucederam os jogadores utilizados, na maioria dos casos jovens com pouca prática e quase à experiência, de tal forma que os mais rodados e de valor firmado pouco conseguiram fazer.

Pois sim, mas nem só atrás houve raridades tais, já que no ataque apareceu um brasileiro, de nome Ronaldo, que vinha rotulado de goleador, mas como não marcava golos foi recuado para defesa, mais tarde; e, enfim, depois houve aquisição de Rubens Salim, que nem de selim sabia aparecer para marcar golos… Motivando que na maior parte dos jogos a equipa alinhou sem avançado-centro, como por esses tempos eram denominados os homens de área, com especialidade de marcadores de golos.


Desse ano, como exemplo, colocamos outra imagem duma formação em que alinhou de início um dos tais guarda-redes do quinteto utilizado, através duma foto que, também com a devida vénia, tem créditos do blogue “Memória Azul”. Na qual se incorporaram (a partir da esquerda, e em cima): Antenor, Rolando, Valdemar, Vieira Nunes, Sucena e Gualter; e em baixo – Chico Gordo, Pavão, Custódio Pinto, Eduardo Gomes e Nóbrega.

Nesse período a equipa portista, vá lá, conseguiu uma participação na prova europeia, em que esteve, não muito diferente de anos anteriores, como o que por norma ocorria, pois o máximo que era conseguido costumava ser até passar à 2ª eliminatória, ou pouco mais. Tendo-se revelado então o jovem Helder Ernesto com um aparecimento prometedor, contudo sem continuidade, à posteriori. Tendo depois a carreira internacional da equipa, nesse ano, derrapado diante dos ingleses do Newcastle – a que se reporta a gravura seguinte (esta guardada entre as papeladas de arquivo do autor, por algumas curiosidades, como o caso do equipamento todo branco, quando nesse tempo o alternativo tradicionalmente histórico consistia de camisola branca e calção azul).


Fica assim este bosquejo que não é muito agradável mas convém sempre recordar, pois nem só de bons momentos é feita a história duma grande coletividade, como o F C Porto, obviamente. E as lições do passado devem sempre servir para o futuro.

Assim sendo, como dizia o poeta: Como não pôr no Porto uma esperança…?!

© Armando Pinto

6 comentários:

  1. Mais uma página de glória que o meu caro amigo Armando faz por enaltecer apesar de ser tempos magros que evidentemente não nos traz boas memórias assim como esta Época ainda em curso, já na sua etapa final. Nesses tempos sobressaíam alguns jogadores que ainda davam algum rendimento como no caso (Custódio Pinto, Nóbrega, Pavão, Valdemar e Séninho) este último chegando a sénior com uma carreira que mais tarde se revelou bastante promissora. A lesão do Américo também de nada de positivo trouxe, como o amigo Armando destacou e bem, foi necessário reforçar a baliza com a chamada de Vaz e Antenor, já com o Rui e Aníbal formavam os donos da baliza dessa Época. Um final de Época catastrófico (9º lugar no campeonato) na Taça de Portugal fomos eliminados pelo Tirsense 3-2 nos 16 avos de final e na Taça das Taças fomos eliminados por o Newcastle 1-0, sem querer fazer grandes comparações com esta Época a verdade é que a nossa prestação ficou muito aquém do desejado, também a despedida de Elek Shwartz e entrada de Vieirinha de nada trouxe ao clube nessa Época assim como esta (Paulo Fonseca por Luis Castro). Eu e os demais portistas certamente esperamos grandes mudanças quer na estrutura da Equipa e do Clube, esta foi uma Época para esquecer mas também servirá para reflectir o actual momento, que sirva de exemplo para não voltar a acontecer. Aguardemos com tranquilidade.Da minha parte me despeço, um bem haja ao meu amigo Armando. Um abraço.

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  2. Houve certamente em anos passados, épocas bastante más. Porém, os tempos eram outros, o FC do Porto não tinha a dimensão vitoriosa que hoje possui nem os jogadores auferiam mordomias escandalosas que agora lhe são dadas. Para quem, como nós, preserva a paixão pelo Clube como se fosse uma religião e se lhe dá sem condições a não ser que defendam a sua honrada camisola, não pode deixar de sentir-se dececionado com o desapego emocional daqueles que o usam para se servirem dele.

    Entendemos bem que ganhar sempre é anormalidade. Mas, dar tudo o que é humanamente exigível na luta pelas conquistas é o dever exigido a quem tiver a honra de vestir uma camisola com o distintivo do FC Porto em cima do coração.

    DRAGÃO, SEMPRE!

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  3. Tal como essa época de 1969/70, a que vivemos actualmente de 2013/14 vai ser para esquecer, ou então para lembrar posteriormente e para que os erros cometidos não voltem a suceder, pelo menos a breve prazo.
    Vamos esperar que a próxima temporada seja bem melhor e que os jogadores voltem a honrar a camisola, coisa que não tem feito nos últimos jogos.

    Abraço

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  4. Caro Armando,

    Em relação à parte final: O Newcastle FC equipa às listas verticais pretas e brancas, com calções negros. O tradicional equipamento listado do F.C.Porto confundir-se-ia, mesmo com a utilização dos calções azuis. O equipamento todo branco permite(iu) uma maior diferenciação de equipamentos.

    Cumprimentos,
    João Moreira

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  5. Julen Lopetegui dado como novo treinador do FC Porto

    Julen Lopetegui Argote
    Espanha
    1966-08-28 (47 anos)

    « Julen Lopetegui está a ser apontado pela Rádio Marca como treinador do FC Porto para a próxima temporada, depois de uma época de insucesso do clube azul e branco.

    O treinador espanhol está sem clube desde que decidiu abandonar a seleção sub-21 de Espanha no final do mês passado, mas na hora de deixar a seleção revelou que tinha em mãos um novo projeto.

    «Surgiu outra oportunidade profissional na minha vida e aquilo que vivi nos últimos quatro anos vai ajudar-me», afirmou Lopetegui no último dia de abril.

    Enquanto treinador, o espanhol de 47 anos conta com passagens pelas seleções jovens da Espanha, pelas quais conquistou um Campeonato da Europa de sub-19 e outro de sub-21, Real Madrid B e Rayo Vallecano.

    Como futebolista, Lopetegui, que foi guarda-redes, defendeu as balizas de Real Sociedad, Real Madrid, Las Palmas, Logroñés, Barcelona e Rayo Vallecano, tendo ainda estado ao serviço da Espanha no Campeonato do Mundo de 1994.»

    Será? Ou é mais uma notícia para fazer distrair?

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  6. Afinal desta vez não havia outra, era mesmo verdade e já há treinador, que é o que se anunciava ontém. Sendo assim diferente do que sucedia em tempos passados, onde as novidades só se sabiam na hora, pelo que continua alguma fuga de informação, vendo que os jornais contrários e televisões também sabiam. Agora o presidente veio com saída para a frente, mandando sermões aos adeptos críticos, mas tem de reconhecer que o mal esteve dentro e os sócios têm razão. Mas vamos apoiar o novo treinador e o que a direcção possa fazer, a ver se resulta.

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