terça-feira, 3 de maio de 2016

Cristiano: Nome Referencial do Hóquei em Patins Portista, Nacional e Internacional!


Cristiano Joaquim Marques Trindade Pereira, portuense de gema, nascido que foi na cidade Invicta a 3 de Maio de 1951, é referencial genuíno do hóquei em patins do F C Porto, o “Cristiano do hóquei do Porto”.


O hóquei em patins, modalidade que cedo passou a dar títulos internacionais ao desporto português, por meio da seleção nacional, teve durante anos maior impacto no sul do país, enquanto no resto era falado mais no tempo dos relatos radiofónicos de jogos da seleção portuguesa, com as goleadas que faziam eco pelo povo. Sendo a norte, durante muito tempo, visto quase como um desporto jogado em jeito marreca, com o corpo derreado, tanto que durante décadas só era praticado na cidade do Porto por clubes de modalidades de rinques (ao ar livre, antecedendo a era dos pavilhões). Assim sendo, no F C Porto apenas apareceu numa primeira tentativa em meados da década dos anos quarentas e por pouco tempo. Até que a meio dos anos cinquentas ressurgiu tal atividade dentro do ecletismo portista e definitivamente o hóquei patinado foi evoluindo no F C Porto, contudo sem grandes investimentos. Até que com a década de sessenta já entrada passou a crescer mais e sobretudo com o surgimento na equipa principal de Cristiano, então jovem ainda com idade de júnior, a modalidade ganhou outro ser dentro do mundo apaixonante do F C Porto.


Desses tempos, e para não alongar a descrição, colocamos aqui, a seguir, uma narração anotada ao tempo por um jovem admirador desse então jovem que despontava e cativava atenções para o hóquei do F C Porto – em descrição manuscrita…


Ora Cristiano, formado no FC Porto, depois de ter sido internacional júnior, foi durante muitos anos o único representante portista na seleção nacional A de hóquei em patins.

= Cristiano na seleção principal portuguesa que venceu o Campeonato Europeu de 1971=

Tendo sido ao longo desses tempos autenticamente como que a bandeira do hóquei em patins azul e branco, foi um jogador carregado de talento, com prestígio reconhecido além-fronteiras, que além de vistosas jogadas, contribuiu com golos decisivos e enorme classe para as muitas vitórias do FC Porto na modalidade. Era de modo especial um finalizador nato, com seu jeito de meter o setique como colher na bola e com grande interferência em jogos importantes.


Campeão nacional, europeu e mundial por diversas vezes, Cristiano Pereira aliou depois à notável carreira como jogador também uma sequência de sucesso enquanto treinador, que teve na Taça dos Campeões Europeus conquistada pelo F C Porto em 1986, frente aos italianos do Novara, um corolário consentâneo com as suas capacidades.

= Pose dos Campeões Europeus e seus acompanhantes, junto ao hotel em Novara-Itália

Cristiano, depois de ter sido em 1968 um dos dois primeiros internacionais júniores do F C Porto de hóquei em patins (Cristiano e José Castro) e, até mais, sendo então o primeiro internacional de hóquei em patins do F C Porto formado no clube; tal como ainda, em 1969, foi um dos três primeiros campeões europeus do clube formados no F C Porto (ele, mais Fernando Barbot e Júlio - além de também haver um quarto hoquista dragão campeão europeu, mas não formado no clube portista, o guarda-redes Castro que veio para o F C Porto oriundo do Marírimo do Funchal), Cristiano foi depois treinador da equipa principal logo que deixou de jogar, a partir de 1985.

= Cristiano na capa da revista Dragões, em seu nº 6, no primeiro ano de publicação, em 1985, aquando da passagem para treinador do F C Porto =

Entretanto, também depois de ter passado pelo comando da seleção nacional, regressou ao F C Porto mais tarde, voltando a assumir o lugar de treinador do FC Porto pela segunda vez, então respondendo a pedido do clube novamente, após a morte de António Livramento com nova época em preparação, o que obrigou os dirigentes do clube a procurarem um homem que estivesse à altura do antigo técnico, tendo a escolha recaído sobre o ex-selecionador nacional, Cristiano Pereira.


Sendo Cristiano um nome referencial na história do F C Porto e uma referência na existência do hóquei em patins do F C Porto, justo é o facto de estar no passeio da fama fronteiro ao pavilhão Dragão Caixa, havendo uma das metálicas placas circulares com o nome de Cristiano Pereira no largo fronteiro ao atual pavilhão desportivo do F C Porto. Como justo será quando devidamente constar com destaque no museu do F C Porto, sendo como foi o valor mais importante dentro do historial do hóquei portista, como segundo internacional sénior do clube em hóquei (depois de Acúrcio, que chegou a ir á seleção nacional A em finais dos anos cinquentas, antes de optar pelo futebol), bem como o primeiro de juniores e o mais internacional, por fim.

= Cristiano: a ser homenageado pela Associação de Patinagem do Porto, representada pelo seu presidente sr. Fernando Barbot (pai) aquando da primeira participação na seleção de juniores em 1968, conjuntamente com o colega de equipa Castro; e junto com os companheiros de clube também campeões europeus de 1969 (Castro, massagista Lopinhos, Fernando Barbot e António Júlio), prestando declarações para entrevista no jornal O Porto. 

Cristiano como jogador no FC Porto, representou o clube durante cerca de 20 anos, tendo, com a camisola das duas listas azuis do F C Porto, sido campeão Metropolitano em 1969 e em 1983/84 e 1984/85 campeão Nacional. Posteriormente, quando abraçou a carreira de técnico, começando por treinar os portistas, ganhou quatro Nacionais, diversas Taças de Portugal e várias competições internacionais.

= Cristiano na equipa do F C Porto em 1968, durante digressão à ilha da Madeira.

CRISTIANO Joaquim Marques Trindade Pereira (nascido em Paranhos-Porto, a 3 de Maio de 1951), começou nas escolas de hóquei em patins do FC Porto e aos 13 anos já jogava. Um ano depois, em 1965, passou a integrar a equipa júnior e aí permanecendo duas temporadas. Sobressaindo dos demais jogadores do escalão, de forma que com 16 anos foi promovido à equipa principal sénior.


Entre os mais velhos cedo patenteou as suas excecionais qualidades para a prática da modalidade, de tal modo que progressivamente ia jogando na equipa, até que se tornou titular indiscutível embora ainda fosse júnior. Dando então outra dinâmica à equipa onde já pontificavam uns Alexandre Magalhães, Joaquim Leite e Branco, sendo desse tempo também já Hernâni, Vitorino e diversos mais, como depois teve como companheiros outros valores que se juntaram, como Brito, Ricardo, Castro, Valentim, Graça, Rui Caetano, Joel, Fernandes, e ao longo dos anos Campos, Augusto, Fernando Barbot, Jorge Câmara, etc. etc.


A Cristiano se deve uma quota-parte de responsabilidade no desenvolvimento e projeção do hóquei em patins no FC Porto. As suas exibições na Seleção catapultavam o orgulho das gentes portistas e estimulavam o ânimo para mais altos voos da equipa de azul-e-branco vestida. A aura de Cristiano, ajudava ao crescimento da modalidade no clube e contribuiu para começar a ganhar força a ideia de ser necessário haver um pavilhão propriedade do clube, para os jogos da equipa de hóquei poderem ser em casa própria (e os apoiantes portistas não terrem de andar de lado para lado atrás da equipa). Juntando a simpatia do público portista perante o aparecimento de Cristiano, a juntar à atração que começou a suscitar a carreira do basquetebol através do virtuosismo de Dale Flash Dover. Resultando então que em 1973 um forte impulso foi dado às modalidades de pavilhão com a inauguração do Gimnodesportivo das Antas (mais tarde Pavilhão Américo de Sá) com o qual se passava a dispor de um recinto para a realização dos jogos (pois o que até então havia era somente de treinos, o Pavilhão Afonso Pinto de Magalhães).


Goleador de reconhecidos méritos, foi durante anos o único hoquista portista na Seleção Nacional que representou com enorme sucesso. No escalão júnior vestiu a camisola das quinas por 17 vezes e marcou 28 golos; pela seleção A foi internacional em 151 jogos e fez 189 golos. É, com 13 anos de camisola das quinas, um dos jogadores com mais tempo ao serviço da “equipa de todos nós”. Campeão Europeu e Mundial por 5 e 2 vezes respetivamente, e vencedor de torneios internacionais, era tido além-fronteiras como um dos melhores jogadores no ativo e um dos melhores de sempre. Em reconhecimento do seu valor teve o privilégio de ser selecionado para a equipa do “Resto do Mundo”, pela qual em quatro jogos marcou cinco golos. Em 1978, na Argentina, sagrou-se melhor marcador do Campeonato do Mundo, tendo dois anos depois, no Chile, sido considerado o melhor jogador da competição onde apontou 22 golos. Teve diversas distinções e foi medalhado oficialmente pelo governo português (como se pode ver pela sua ficha na Enciclopédia do Desporto, que publicamos no final deste artigo).

= Cristiano, avançado que vestiu as camisolas 4 e 5 da equipa senior do hóquei do F C Porto. 


Entretanto, em 1976, o virtuoso hoquista jogou durante 6 meses em Itália. Em 1980-81 voltou ao estrangeiro e a Espanha onde representou o Liceu da Corunha. Depois, numa decisão muito controversa para a massa adepta portista, regressou a Portugal para ingressar no Benfica. Mas porque do FC Porto ninguém lhe acenou com vontade de o voltar a receber nessa ocasião. Tendo sido apenas de Lisboa que teve proposta para regressar, rumou à equipa encarnada. Acabando aí por se juntar a vontade de querer ser campeão nacional, desiderato menos possível de conseguir, por diversos motivos, na capital do Norte, até esse tempo. Resultando disso tudo Cristiano se ter transferido para o Benfica. Embora no Porto o ambiente estivesse já a ser alterado, apenas que a casamentos e batizados vão os convidados... Então, sob a batuta do inigualável Ilídio Pinto, o FC Porto encetava, por essa altura, uma reestruturação que finalmente foi capaz de elevar a equipa a um patamar acima nas competições de âmbito nacional e internacional. Um conjunto de valorosos e promissores jogadores prometia fazer furor e cumpriu a breve trecho: Campeões Nacionais em 1983/1984, tendo repetido o êxito na época imediata de 1984/85, já com Cristiano de novo equipado de azul e branco. Aí sim, já como convidado, tendo finalmente regressado ao seu clube de origem e de coração.

No regresso ao FC Porto, Cristiano teve a oportunidade de alinhar e jogar numa equipa em que pontificavam ele próprio, Vítor Hugo, Vítor Bruno, Domingos Guimarães, Alves, etc. ou seja a base da seleção nacional desse tempo. Foi então Campeão Nacional, finalmente, tendo passado a somar no currículo vitórias em todas as competições de camisola azul-e-branca vestida, além da Seleção Nacional.

= Vitória como selecionador nacional no Mundial de 1991 = 

Após a época 1984-85 (em que o FC Porto ganhou o conjunto das provas nacionais), Cristiano Pereira, aceitando pedido dos responsáveis do hóquei portista, decidiu abandonar a carreira de hoquista e enveredar pela de treinador. E começou bem… porque conduziu a sua equipa – a do FC Porto – à conquista da Taça dos Campeões Europeus, numa épica jornada em Novara, Itália. Além de ter vencido todas as competições caseiras. Enquanto esteve em períodos distintos no clube das Antas, mas sempre com muito êxito.


A carreira de treinador não a confinou ao seu clube de coração: foi selecionador nacional (Campeão do Mundo), selecionador da turma italiana e orientou o Óquei de Barcelos, para o qual conquistou também uma Taça dos Campeões Europeus, em 1991.

= Cristiano no grupo dos primeiros agraciados com o trofeu Dragão de Ouro, galardão substituto do trofeu Pinga, de reconhecimento portista - na atribuição dos primeiros Dragões de Ouro, formando grupo com outros símbolos do clube, como o Presidente Nuno Pinto da Costa, o futebolista bi-Bota d'Ouro Fernando Gomes, as atletas campeãs Aurora Cunha e Fernanda Ribeiro, o nadador olímpico Rui Borges, o primeiro treinador de futebol campeão europeu Artur Joge, etc.

O talento de Cristiano Pereira manifestou-se, com brilhantismo, no jogador e no treinador que foi. A sua classe de hoquista e de técnico vale-lhe um lugar indelével na história da modalidade. Pelo FC Porto conquistou tudo. A atribuição dos troféus “Pinga” (em 1971) e “Dragão de Ouro” (de 1985, como hoquista / Atleta de Alta Competição do Ano; e depois enquanto treinador, em 2000, como Treinador do Ano) são o testemunho da gratidão de um Clube e dos seus adeptos. Cristiano, uma glória do FC Porto – como foi homenageado aquando da inauguração do Dragão Caixa, em 2011, entre estrelas do F C Porto!

= Dragões de Ouro de 2000 =

O currículum vitae desportivo do hoquista Cristiano consta na Enciclopédia do Desporto, volume 11, edição Quidnovi de 2003:


ARMANDO PINTO
((( Clicar sobre as imagens )))

4 comentários:

  1. Cristiano era um dos meus ídolos mais estimado tendo o destaque correspondente à sua enorme categoria. Graças a ele o Futebol Clube do Porto tornou-se uma equipa de óquei triunfadora, quer como oquista de eleição quer na função de treinador.

    Parabéns, Cristiano Pereira, e obrigado pela contribuição dada ao prestígio do nosso Clube de eleição.

    DRAGÃO, SEMPRE!

    ResponderEliminar
  2. Caro Remígio.
    Muito simpático da sua parte, obrigado.
    Abraço e VIVA o PORTO.
    Cristiano

    ResponderEliminar
  3. Ola Cristiano, era eu rapaz e gostava de te ver jogar um dos meus desporto preferido , como tambem o falecio Antonio Livramento , grandes jogadores ,grandes equipos e seleccao , em janeiro passado fui operado por um grande jogador espanhol da vossa epoca, e na primeira consulta que tive com ele , me disse assim, iamos joguar a portugal contra dois granded do hoquei ,Livramento e o Cristiano , naquela epoca jogavamos com amor a camisola
    HUMBERTO FERRER Y ESCOBAR.
    UN ABRACO GRANDE

    ResponderEliminar
  4. Como eu gostava de te ver jogar. E o bicho do buraco que eu era, quando nos cruzamos em família. Um orgulho, sempre!🥰 Raquel

    ResponderEliminar