quinta-feira, 25 de agosto de 2016

"Estrela de Roma" - Américo, o primeiro Baliza de Prata português !


Não, não se trata de figura de cinema, lembrando que ficou célebre a cena de Mastroianni na Fontana di trevi, fonte monumental de Roma com ligações amorosas e artísticas. Mas sim, isso sim, no caso presente, de um epíteto de exaltação, a glorificar cintilação em momento marcante em Roma. Como por estes dias de Agosto aconteceu com o grande resultado que o FC Porto obteve no estádio olímpico da cidade eterna, diante do AS Roma (Associazione Sportiva Roma) a contar para o apuramento para a Liga dos Campeões europeus; e anos antes ocorreu com um dia de portentosa exibição do guarda-redes portista Américo, então em jogo com a camisola de seleção portuguesa.


O FC Porto, através da equipa principal do futebol azul e branco, já obteve por diversas vezes bons resultados em Itália e particularmente em Roma. Contudo o desfecho da pré-eliminatória bem presente ressalta acima ainda, mais pelos números, tal a categórica vitória por três golos sem resposta conseguida em Roma, que apurou o clube Dragão para a fase de grupos da Liga dos Campeões desta época. Acontecendo que mais brilho houve no firmamento romano, habituado em tempos áureos a ver passar em terra legiões triunfantes. Sendo que a estrela do acontecimento, desta feita, em 2016, foi a equipa portista no seu conjunto. Algo que duma vez anterior foi mais personalizado – tal como foi apelidado, no caso, o guarda-redes Américo, “Estrela de Roma”, em 1967. Tendo o Jornal de Notícias ido mais longe, ao considerá-lo "Águia de Roma", olhando aos seus vistosos voos (e na linha de anteriormente Virgílio ter sido celebrizado como "Leão de Génova", derivado a grande exibição também pela seleção, em jogo então disputado na cidade italiana desse nome). 


O tema traz assim à memória ter brilhado em tempos outra estrela portuguesa, quando Américo se cobriu de glória na defesa da baliza portuguesa, precisamente também no Estádio Olímpico de Roma, em plena semana da Páscoa de 1967.

Relembre-se que Américo, apesar de nesse tempo ser considerado o melhor guarda-redes português, não entrou em jogo durante o Mundial de 1966 por motivos da política desportiva do regime dessas eras. Passada essa saga dos Magriços de 66, e depois de no primeiro jogo a seguir ter acontecido mais do mesmo, com os mesmos resultados na defesa da baliza da equipa representativa da Federação Portuguesa de Futebol do sistema BSB, foi depois Américo finalmente chamado a defender a honra portuguesa, em Março de 1967, em jogo decorrido no estádio da antiga capital do império. E então Américo mostrou como era… e nesse ano e seguinte, até ter sofrido grave lesão que o obrigou a abandonar a carreira, Américo foi reconhecido com diversas distinções, comprovativas da sua grande categoria.


Em atenção disso, registamos aqui essa recordação, com recortes jornalísticos alusivos à exibição de Roma, mais algumas outras passagens documentais referentes a prémios com que foi agraciado à época, além da célebre primeira Baliza de Prata e primeiro trofeu Somellos-Helanca, entre os que já anteriormente havia recebido. Sendo no seu último ano de atividade até considerado o Desportista do Ano.


Então, em tempo de grande vitória portista em Roma, algo que leva o FC Porto a estar num interessante grupo na fase seguinte da mais importante prova europeia, já ao décimo sexto ano do século XXI, há que vincar que na década de sessenta, em pleno período musical dos Beatles, de estrelas de cinema como Marcelo Mastroianni e Sofia Loren, mais outros grandes nomes da história internacional, Américo foi considerado em 1967, no século XX, “Estrela de Roma”!


Armando Pinto

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1 comentário:

  1. Foi num belo dia de salutar Portismo, no passado mês de Maio, que tive o prazer de cumprimentar o mítico Américo e de conhecer o Sr. Armando Pinto, autor deste magnífico blogue, que nos proporciona deliciosas viagens ao passado.

    Um abraço

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