Não, não se trata de figura de cinema, lembrando que ficou
célebre a cena de Mastroianni na Fontana di trevi, fonte monumental de Roma com
ligações amorosas e artísticas. Mas sim, isso sim, no caso presente, de um
epíteto de exaltação, a glorificar cintilação em momento marcante em Roma. Como
por estes dias de Agosto aconteceu com o grande resultado que o FC Porto obteve
no estádio olímpico da cidade eterna, diante do AS Roma (Associazione Sportiva
Roma) a contar para o apuramento para a Liga dos Campeões europeus; e anos
antes ocorreu com um dia de portentosa exibição do guarda-redes portista
Américo, então em jogo com a camisola de seleção portuguesa.
O FC Porto, através da equipa principal do futebol azul e
branco, já obteve por diversas vezes bons resultados em Itália e
particularmente em Roma. Contudo o desfecho da pré-eliminatória bem presente
ressalta acima ainda, mais pelos números, tal a categórica vitória por três
golos sem resposta conseguida em Roma, que apurou o clube Dragão para a fase de
grupos da Liga dos Campeões desta época. Acontecendo que mais brilho houve no
firmamento romano, habituado em tempos áureos a ver passar em terra legiões
triunfantes. Sendo que a estrela do acontecimento, desta feita, em 2016, foi a equipa
portista no seu conjunto. Algo que duma vez anterior foi mais personalizado –
tal como foi apelidado, no caso, o guarda-redes Américo, “Estrela de Roma”, em
1967. Tendo o Jornal de Notícias ido mais longe, ao considerá-lo "Águia de Roma", olhando aos seus vistosos voos (e na linha de anteriormente Virgílio ter sido celebrizado como "Leão de Génova", derivado a grande exibição também pela seleção, em jogo então disputado na cidade italiana desse nome).
O tema traz assim à memória ter brilhado em tempos outra
estrela portuguesa, quando Américo se cobriu de glória na defesa da baliza
portuguesa, precisamente também no Estádio Olímpico de Roma, em plena semana da
Páscoa de 1967.
Relembre-se que Américo, apesar de nesse tempo ser considerado
o melhor guarda-redes português, não entrou em jogo durante o Mundial de 1966
por motivos da política desportiva do regime dessas eras. Passada essa saga dos
Magriços de 66, e depois de no primeiro jogo a seguir ter acontecido mais do
mesmo, com os mesmos resultados na defesa da baliza da equipa representativa
da Federação Portuguesa de Futebol do sistema BSB, foi depois Américo
finalmente chamado a defender a honra portuguesa, em Março de 1967, em jogo
decorrido no estádio da antiga capital do império. E então Américo mostrou como
era… e nesse ano e seguinte, até ter sofrido grave lesão que o obrigou a
abandonar a carreira, Américo foi reconhecido com diversas distinções,
comprovativas da sua grande categoria.
Em atenção disso, registamos aqui essa recordação, com
recortes jornalísticos alusivos à exibição de Roma, mais algumas outras
passagens documentais referentes a prémios com que foi agraciado à época, além da
célebre primeira Baliza de Prata e primeiro trofeu Somellos-Helanca, entre os
que já anteriormente havia recebido. Sendo no seu último ano de atividade até
considerado o Desportista do Ano.
Então, em tempo de grande vitória portista em Roma, algo que
leva o FC Porto a estar num interessante grupo na fase seguinte da mais importante
prova europeia, já ao décimo sexto ano do século XXI, há que vincar que na
década de sessenta, em pleno período musical dos Beatles, de estrelas de cinema
como Marcelo Mastroianni e Sofia Loren, mais outros grandes nomes da história
internacional, Américo foi considerado em 1967, no século XX, “Estrela de Roma”!
Armando Pinto
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Foi num belo dia de salutar Portismo, no passado mês de Maio, que tive o prazer de cumprimentar o mítico Américo e de conhecer o Sr. Armando Pinto, autor deste magnífico blogue, que nos proporciona deliciosas viagens ao passado.
ResponderEliminarUm abraço