segunda-feira, 23 de março de 2020

Acúrcio: Guarda-redes portista autor do 1º golo de baliza a baliza em Portugal


A 23 de março de 1958, enquanto no ambiente da paisagem portuguesa, como país de clima geralmente ameno, começava a despertar tempo primaveril, no panorama do futebol português algo aconteceu fora do normal e logo com alguém do clube maior de fora da capital da nação. Sabendo-se que no chamado cantinho à beira mar plantado por interesses poderosos tem sido lei sobretudo contar Lisboa e o resto ser apenas paisagem.

Ora, então nessa data, em 1958, em tempo de aproximação às célebres eleições que abanaram a modorra nacional com a candidatura de Humberto Delgado, numa tarde de futebol domingueiro e em jogo decorrido em Lisboa, o guarda-redes do FC Porto foi figura de destaque.

Então, «Acúrcio assumia-se como a grande figura do FC Porto na vitória sobre o Belenenses, por 3-1, no Estádio do Restelo. O guarda-redes marcou um golo de baliza a baliza e ainda aguentou uns bons minutos entre os postes com o braço partido, pois na altura não havia substituições.» (Só meses depois daí começou a haver guarda-redes suplente com lugar no banco, para essa eventualidade de lesão do titular, única substituição que foi permitida ainda durante mais alguns anos).

= A equipa do FC Porto que na época  de 1957/58 alinhou no jogo do Restelo celebrizado pelo golo de Acúrcio. Campeonato Nacional da 1ª Divisão da Época 1957/1958, à 26ª última jornada, a 23/03/1958. Estádio do Restelo, CF Os Belenenses, 1 - FC Porto, 3. Golos do FC Porto obtidos por Acúrcio (no remate de baliza a baliza), Pedroto e Mário Paz (em autogolo, ao tentar anular  lance enviado com um enviesado efeito dado à bola por Osvaldo), sendo o golo do Belenenses através de Vicente Lucas. Na foto da pose: em cima e da esquerda para a direita - José Pedroto, Barbosa, Miguel Arcanjo, Ângelo Sarmento, Virgílio Mendes e Acúrcio; em baixo, pela mesma ordem - Carlos Duarte, Gastão, Jaburu, Osvaldo Silva e Hernâni. 

Foi ao minuto 18 da 1ª parte que Acúrcio, ao lançar a equipa para o ataque, em remate para longe, atingiu a baliza adversária com esse longo pontapé, batendo o guarda-redes José Pereira, do Belenenses, que viu a bola ir pelo ar e ultrapassá-lo surpreendentemente, acabando anichada no fundo das redes e a fazer baloiçar o “véu da noiva” – como se dizia em linguagem dos relatos radiofónicos.

Imagens e crónica resumida desse jogo Belenenses - FC Porto na revista Sport Ilustrado, nº de 25 de março de 1958, sob título “Um golo raro ...” !

Era e foi isso ao tempo um caso inédito nos registos dos anais futebolísticos lusos. Tornando-se pois Acúrcio, na época guarda-redes efetivo da equipa principal portista, o autor do 1º golo de baliza a baliza em Portugal. 


Esse é um dos históricos factos que ficaram impressos no pequeno livro “300 FACTOS FC PORTO PARA OS MAIS APAIXONADOS”, editado em 2012 como “© Produto oficial licenciado FCP” com registos da memória azul e branca até esse ano.

Armando Pinto

Nota: Sobre Acúrcio, guarda-redes de futebol e avançado de hóquei em patins do FC Porto, recorde-se mais (clicando) aqui.

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4 comentários:

  1. Agradeço enquanto portista estas partilhas que gosto muito de conhecer e recordar. Até alguns anos atrás só a história do Benfica e do Sporting era conhecida dos jornais de Lisboa e das televisões antes de haver o Porto Canal. Com o aparecimento de alguns blogs históricos, com este à cabeça sabemos todos, a memória do Futebol Clube do Porto tem sido bem tratada finalmente. Há os que depois de lerem dizem e escrevem qua tanmbém conheciam, mas não escreveram antes, Aqui tudo fica presente. Bem haja.

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  2. Nesse tempo sim havia raca , ate jogavam como braco partido ganhavam pouco mas tinham um verdadeiro amor a camisola ao clube , hoje em dia levam um pequno toque ela se atiram para o chao a espera de faltas penaltys etc ,, e ganham fortunas ,contratos ,,milionarios , , teem corpo , fama mas nao teem coracao , ,isso e coisa do passado ,, nem todos ,,claro , hoje ainda ha quem tenha algum coracao , mas geralmente teem o bolso maior

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  3. Nesse tempo sim jogavam com raca tinham raca ate jogavam com um braco partido , tinham amos a camisola ao clube e ate ganhavam pouco,,hoje em dia levam um toquesinho e atiram-se log para o chao a procura de ,faltas ,,penaltys , ect , e ganham ordenados churudos ,,milionarios , mas nao teem coracao ,,salvo raras excepsoes , ,,ainda ha alguns com essa raca , mas infelizmente sao poucos , hoje teem um coracao ,,pequeno ou inexistente mas teem um ,bolso grande , ,,fama dinheiro milhoes , ,,como era saudavel o futebol desses tempos , ate da ,,saudades

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  4. Armando :

    Nesse dia , era eu criança , estava a mais de 10 000 kms de Portugal a ouvir o relato através da emissora nacional . Lembro-me que o locutor ficou indeciso no momento de gritar gooooooool ...
    Acho que só o árbitro sabia a regra a aplicar naquele caso ... e foi mesmo golo !

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