29 DE JUNHO - Nesta data, ao correr do último domingo de junho de 1969, em dia de S. Pedro, terminava o “II Grande Prémio Phillips”,
que em segunda edição era já uma prestigiada prova do calendário do ciclismo
português, como foi durante alguns anos. Tendo então José Luís Pacheco do FC Porto vencido a prova
individualmente, enquanto o FC Porto também venceu por equipas, seguindo-se o
Sporting e o Benfica.
De tal modo Luís Pacheco sucedia a seu colega de equipa Gabriel
Azevedo, vencedor do “I Grande Prémio Philips" em 1968 (e que entretanto tinha
sido obrigado a interromper sua carreira desportiva temporariamente, por ter ido
para a guerra colonial do ultramar português).
Desse dia, da tarde triunfal de José Luís Pacheco, assinala-se
aqui o facto em modo de evocação comemorativa, com recortes da reportagem ao
tempo publicada no jornal O Porto.
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Na oportunidade, e como
homenagem, reavivamos também o que já escrevemos sobre o mesmo nosso amigo e
ciclista de minha admiração, de tempos de juventude, José Luís Pacheco.
José Luís de Oliveira Pacheco nasceu a 3 de Abril de 1948, na freguesia de Água Longa, concelho de Santo Tirso. Residindo atualmente em Alfena, concelho de Valongo.
Iniciou a atividade de ciclista em 1967, tendo abandonado em 1978.
Inicialmente, como amador de 2ª, foi campeão regional e nacional de Rampa, campeão regional e nacional de Perseguição por equipas em pista e campeão de perseguição em pista. Como amador de 1ª foi campeão regional de Fundo e campeão regional e nacional de Contra-relógio por equipas.
Passado a profissional foi também campeão regional e nacional de Contra-relógio por equipas. Tendo participado em muitas provas, entre as quais foi ganhando algumas.
A sua carreira tem
diversos pontos de convergência com colegas seus contemporâneos no FC Porto.
Assim logo em 1968 Luís Pacheco, ainda como amador, foi o vencedor do
Campeonato Regional da sua categoria etária. E a seu lado estava Joaquim Leite,
que ficou em 2º lugar. Bem como os dois, por clubes, também foram Campeões
Regionais. E seguidamente, os dois, Luís Pacheco e Joaquim Leite, junto com
Custódio Gomes, em equipa, foram “Campeões Nacionais de Amadores. Após passagem
a profissional, ainda em 1968 Luís Pacheco sagrou-se Campeão Nacional de
Clubes, em profissionais, ao lado de Mário Silva e Joaquim Leite, tal como
Campeão de Perseguição por equipas. No ano seguinte, em 1969, foi novamente
Campeão Regional por equipas, a par de Joaquim Leão e Joaquim Leite.
Em 1969 venceu o Grande Prémio Philips, tendo tido verdadeira apoteose na chegada ao Porto, ao fim das diversas etapas dessa prova, sendo muito vitoriado no estádio das Antas, em cuja pista estava a meta final e houve perante o público das bancadas o cerimonial protocolar e a tradicional volta de honra.
Nesse mesmo ano, depois na Volta a Portugal José Luís Pacheco obteve o 5º lugar na classificação geral, tendo chegado a ter boas hipóteses de triunfar, não fosse uma avaria mecânica que impediu que tivesse continuado na frente da fuga na etapa da serra da Estrela. Como dizia um jornal (cuja imagem de recorte se junta) a afirmar que Luís Pacheco podia ter ganho essa Volta, depois de grande corrida feita na subida à Estrela, em que esteve até esse momento sempre junto aos melhores e chegou ainda a dar esperanças publicamente de poder alcançar a camisola amarela. Cuja sua boa prestação e as de Mário Silva e restantes colegas, afinal, contribuíram para a vitória final por equipas.
= Volta de honra da equipa de ciclismo do FC Porto a mostrar ao público a taça da Vitória Coletiva, da classificação por equipas, na Volta de 1969. Durante o intervalo do jogo de futebol entre F. C. Porto e Setúbal a contar para o Campeonato Nacional da então 1ª Divisão de futebol de 1969/70, a 1 de Março de 1970. Já não estando na equipa Mário Silva, que tinha ido para Moçambique como ciclista e treinador da Fagor; enquanto Duarte Ribeiro e António Carvalho já não representavam o clube. Indo a taça na mão de Hubert Niel, treinador-corredor da equipa, ao tempo, ladeado por Manuel de Sousa, Joaquim Leite, Cosme de Oliveira, José Luís Pacheco, José Azevedo e Joaquim Leão. =
Eis algumas imagens da escalada célebre da Volta a Portugal de 1969, pela serra da Estrela acima - conforme está guardado em arquivo do autor, da lavra de então jovem adepto do ciclismo portista....
Fruto de sua boa época anterior e continuidade seguinte, Luís Pacheco representou a Seleção Nacional nos Campeonatos do Mundo de Estrada em Leicester (1970) e em Mendrizio (1971).
Em 1974, junto com Joaquim Leite, transferiu-se para o Benfica, além de seguidamente ter representado outras equipas, até terminar a carreira. Havendo ainda em 1978 vencido
a clássica Porto-Lisboa pela Lusotex.
Também depois de largar a bicicleta, oficialmente, passou a estar ligado ao ciclismo como colaborador, sendo atualmente o Presidente da Associação de Ciclismo do Porto.
= José Luís Pacheco, como Presidente da Associação de Ciclismo do Porto, junto com o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo e individualidades presentes, como o presidente da Câmara Municipal de Felgueiras e a histórica campeã olímpica de atletismo Rosa Mota, na largada da etapa Felgueiras-Mondim (Senhora da Graça), no penúltimo dia da Volta a Portugal de 2018.
Armando Pinto
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