quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Falecimento do Dr. José Eduardo Pinto da Costa (1934-2021) - Antigo Dirigente do FC Porto e conhecido médico de Medicina Legal

Morreu o Dr. José Eduardo Pinto da Costa, antigo Dirigente do FC Porto e Associativo, como também irmão do atual Presidente da Direção do FC Porto Jorge Nuno Pinto da Costa. Atualmente mais conhecido como médico legista de renome e professor catedrático. Falecido esta quarta-feira, dia 8, aos 87 anos. Era o irmão mais velho de Nuno Pinto da Costa, com quem o atual presidente portista pela primeira foi ver um jogo de futebol ao campo do FC Porto, na Constituição, quando o mais novo era ainda criança e este irmão já jovenzito.

= Foto do livro "JORGE NUNO PIMNTO DA COSTA A CHAMA DO NOSSO DRAGÃO", do próprio Jorge Nuno. 

Recorde-se que ainda recentemente, em novembro, já o presidente do FC Porto tinha sofrido um duro golpe familiar com a morte da irmã, Maria Alice, falecida então aos 86 anos.

Nascido na cidade do Porto a 3 de abril de 1934, o Dr. José Eduardo era o mais velho de seis irmãos, numa história familiar conhecida por via do irmão ser o Presidente do FC Porto e dirigente desportivo mais titulado no país e no mundo.

Médico, com licenciatura concluída em 1960, na Faculdade de Medicina do Porto. Cuja tese, “Morte por Acção do Óxido de Carbono – Estudo Médico-Legal”, teve honras de citação na revista da Interpol. Desenvolveu saliente atividade, numa carreira notável, havendo transitado por variados e importantes cargos, bem como esteve envolvido em organizações de eventos ligados à sua especialidade e à docência. Havendo então sido o primeiro português a ser eleito vice-presidente da Academia Internacional de Medicina Legal e de Medicina Social, cargo exercido entre 1985 a 1991, após eleição numa assembleia geral realizada em Budapeste, na Hungria. Era membro de 32 sociedades científicas nacionais e internacionais, autor de livros científicos e de inúmeros artigos publicados em revistas médicas. Exerceu de permeio diversos lugares no dirigismo desportivo. Foi condecorado com o Grande Colar de Santa Apolónia, em 1987, e agraciado com a Comenda de Honra da Federação da Cultura Portuguesa. A partir de 1974 dedicou-se exclusivamente à Medicina legal, na tripla vertente do ensino, investigação científica e realização pericial.

Desde muito novo ligado ao desporto e sócio do FC Porto, foi entretanto em jovem também jogador de futebol do FC Infesta, tal como o irmão, e depois serviu o FC Porto em diversos lugares diretivos em várias modalidades, bem como em representação do FC Porto foi presidente da Associação Portuense de Boxe (quando irmão assumiu dentro do FC Porto a liderança da secção da mesma modalidade) e ainda elemento diretivo na Associação de Patinagem do Porto. Em 1970/71 integrou o corpo clínico do FC Porto e mais tarde passou a ser presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Hóquei em Campo.

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Na parte sociável mais conhecida, era reconhecido em Portugal e no estrangeiro por uma vida inteira dedicada à Medicina Legal, mas também era um especialista em viver bem e de forma positiva, sendo um homem com um sentido de humor extremamente refinado e com um gosto especial pelo teatro. Ler e escrever foram as formas preferidas de passar o seu tempo livre. Ainda no ano passado, quando Portugal entrava em estado de emergência devido à covid-19, em março, o Dr. José Eduardo foi entrevistado pelo "Expresso" e, quando lhe perguntaram que conselho daria às pessoas em confinamento, aconselhou-as a ler. Mas também disse uma vez que, "se não fizesse (mais) nada, ia todos os dias ao teatro", uma paixão que nasceu na infância e que recordou aos microfones da TSF, também em 2020. José Eduardo tinha 9 anos quando começou a frequentar regularmente o S. João Cine, atual Teatro Nacional de S. João, ao tempo propriedade de um bisavô, onde toda a família tinha à disposição um camarote para ver teatro e cinema, mais uma frisa para assistir a concertos. Chegou a representar na adolescência e até dizia que o teatro devia ser uma disciplina obrigatória: "A capacidade de comunicar aprende-se muito no teatro". Também teve os seus 15 minutos de fama na música. Ou talvez não. "Tocava - e muito mal - violino, diga-se de passagem. Cheguei a dar um concerto que foi o primeiro e único, porque as pessoas falavam tanto que eu fiquei frustrado e disse: para isso, não", contou à rádio.

Era figura pública, quão personagem social deveras simpático e muito conhecido, além de sua vida e obra, pela sua fisionomia saliente em suas longas barbas brancas.

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Quando era dirigente do FC Porto teve até ocasião de homenagear os Campeões Europeus da Seleção de Juniores de 1968, vencedores do Europeu disputado em Vigo, na Galiza-Espanha, em conjunta homenagem da Associação de Patinagem e do próprio F C Porto, numa cerimónia realizada no rinque da Constituição. Sendo dessa ocasião a foto que se regista: Vendo-se, no instantâneo fotográfico respetivo, os hoquistas Cristiano, Barbot e Castro, no momento em que era entregue a Fernando Barbot uma placa alusiva com que a APP homenageou os Campeões Europeus de sua jurisdição. Na imagem está, à direita, o então diretor Dr. José Eduardo Pinto da Costa (ainda sem as  barbas brancas que tornaram depois mais conhecido o Doutor Pinto da Costa).   

Armando Pinto

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1 comentário:

  1. Muitíssimo bem. A melhor homenagem que o Prof. Dr. Pinto da Costa podia ter, com informações de seu currículo que não constam noutros sites e páginas, de modo a não se andar a copiar só duns lados para outros. Admiro bem como consegue, que entendo pela grande profusão informativa que possui na sua biblioteca e arquivo pessoal, mais grande cultura granjeada.

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