segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Celebração dos 50 Anos do Título Europeu Junior de 1969: - Equipa de Portugal homenageada em Vigo-Galiza


No dia em que se completavam precisamente 50 anos desde a conquista do Campeonato da Europa de Juniores, a equipa portuguesa de hóquei em patins que então se sagrou campeã europeia em 1969 foi homenageada pela autarquia galega de Vigo. Decorrendo aí uma jornada comemorativa, no sábado 14 de setembro de 2019. Num belo dia com que autenticamente Vigo prestou homenagem a antigos campeões portugueses que venceram o campeonato realizado naquela cidade da “Galícia”.


Enquanto em Portugal isso passou ao lado e inclusive não foi lembrado nem pela Federação Portuguesa de Patinagem (FPP - Federação de Patinagem de Portugal), nem pelos clubes desse tempo dos hoquistas, ao menos em Vigo, na Galiza/Espanha, houve uma devida e feliz homenagem!


Porém, refira-se, por cá não foi por falta de lembrança... como neste blogue foi evocado, até com alguma antecedência, a picar alguém que fosse. Apenas se tendo visto na página “online” d’ O Jogo uma notazinha informativa, embora na edição normal (impressa) não tenha aparecido qualquer reportagem, ou seja, não tendo sido referenciado em papel tal ocorrência também.


Para que conste: Com efeito, os elementos da equipa que, em 1969, se sagrou campeã da Europa de juniores, nesse campeonato realizado em Vigo, tiveram assim oportunidade de celebrar o feito, 50 anos passados sobre a conquista.


Naqueles tempos, em finais dos anos sessentas, ainda se ouvia nos relatos radiofónicos de jogos de futebol que “a saúde está primeiro, beba água do Vimeiro”… em célebre anúncio que sem se notar ficava no ouvido, como que a fazer descansar momentaneamente das expetativas perante emotivas descrições de onde andaria a bola. Conforme se ouvia pelas emissora ditas nacionais. Mas nos jogos de hóquei em patins, fora os jogos da seleção principal que “davam” nas emissoras de amplitude nacional, nos jogos da seleção de juniores daquele setembro de 1969 os anúncios mal se ouviam, por apenas ter havido transmissão numa emissora regional da área portuense. Aliás, mesmo nos jogos dos campeonatos regional, metropolitano e nacional, mal se entendia o que era relatado até, para não dizer que das jogadas se percebia pouco mais que os nomes de Cristiano, Castro, Magalhães, Brito, Hernâni, Ricardo, Leite, ficando-se à espera de ouvir gritar golo diante de se mal perceber o desenrolar dos lances, tal o ruído que saía do aparelho do rádio, pois normalmente era só o Norte Reunidos que fazia relatos dos jogos do hóquei em patins, através dessa emissora regional chamada Emissores do Norte Reunidos, de pouca potência, à imagem da distância da capital do império…. Contudo, na ocasião da parte final desse Europeu Júnior de 1969, houve reportagem televisiva do jogo decisivo Espanha-Portugal, através de transmissão oriunda da Galiza.


Agora, chegado o dia próprio neste Setembro, os portugueses Cristiano, Castro, José Fernandes, Fernando Barbot, Rui Monteiro. António Júlio. António Vale, Vítor Orêncio e Pedro Dinis puderam celebrar a conquista portuguesa na cidade que lhes deu o título e então receberam da Câmara Municipal de Vigo uma medalha personalizada relativa ao campeonato, em apreço.


Foi pois significativo esse reencontro acontecido no sábado 14 de setembro, em encontro dos antigos juniores portugueses de hóquei em patins que há 50 anos se sagraram campeões europeus em Espanha, na primeira vez que uma seleção portuguesa jovem, na categoria júnior, conseguiu vencer o Europeu desse escalão fora de portas, no estrangeiro. Com a particularidade desse triunfo, no Campeonato Europeu de juniores (escalão atualmente denominado “Sub-20”) ter sido no reduto do historicamente principal adversário na modalidade, nesse distante Setembro de 1969.


Agora em 2019, ao perfazer o 50º aniversário do evento (que, recorde-se, se realizara de 10 a 14 de Setembro de 1969), voltaram a encontrar-se os intervenientes vitoriosos desse feito, desta vez no passado fim-de-semana, calhando ter sido mesmo no local do acontecimento, em su sítio. 


Ora, não conseguiram estar todos presentes os campeões de 69, estando felizmente vivos os hoquistas então consagrados, de cujo lote campeão, entretanto, apenas desapareceram fisicamente o selecionador e o massagista desse ano, senhor Guilhermino Rodrigues e o eterno sr. Lopinhos, respetivamente. Desta feita, dos jovens heróis de há 50 anos, estiveram presentes nove dos dez hoquistas campeões, tendo havido uma ausência por motivos da vida particular do hoquista Carlos Leitão.


Como se pode ver pelas imagens captadas na ocasião, todos estão obviamente agora mais entradotes na idade e maduros de feições – conforme se pode constatar nos instantâneos fotográficos, dos quais para aqui transpomos algumas passagens de momentos da homenagem, mais de convívio e pormenores pessoais. Além de poses de conjunto, para a posteridade.


Esta foi uma das muitas conquistas lusas com nomes que vieram a destacar-se como Cristiano Pereira, José Castro, António Vale, José Fernandes, Vítor Orêncio, entre outros que foram depois e são antigas glórias que se notabilizaram ao serviço da Seleção A com títulos mundiais e europeus. Recorde-se que Cristiano Pereira e José Fernandes, como treinadores do FC Porto e do Óquei de Barcelos, levaram suas equipas à conquista da Taça dos Campeões Europeus e outros títulos também internacionais e nacionais. Bem como Cristiano foi campeão europeu e mundial em seleções, quer como jogador, como selecionador e treinador.


Esse dia foi então para todos um agradável sábado passado, a 14 de setembro.


Fazendo a cronologia dos acontecimentos, pode dizer-se que havia surgido ideia tendente a isso uns meses antes, no seguimento de outras iniciativas que levaram entretanto a diversos momentos de confraternização, incluindo festejo idêntico anterior aquando da comemoração dos 45 anos do mesmo campeonato. Mas inicialmente pensando num género de convívio entre os colegas de 1969. Decorrendo então contactos e conversas entre amigos, para o efeito.


A ideia original era de eventualmente passar o fim de semana no "local do crime" e pernoitar no hotel onde a comitiva portuguesa havia ficado em 1969, no Hotel Samil inaugurado nesse mesmo ano. Após conversas informais a maioria decidiu não o fazer, ou seja deixaram de pensar em passar ali tal fim de semana, pois o hotel tinha sido abatido. Isso após ter havido conhecimento do facto por verificação local, já que o Vítor Orêncio (que em 1969 jogava no Parede e mais tarde jogou duas épocas no FC Porto), entretanto visitara a praia de Samil e confirmou que o dito já não existia. Tendo, essa constatação e alteração de planos, dado em risota pegada.


Entretanto, continuando contudo com o plano geral de ir até ao sítio onde tudo aconteceu, na continuidade dos preparativos, para registar o acontecimento decidiram fazer t-shirts alusivas e porta cartões em pele. Tendo nessas tarefas havido contribuições amigas, tal foi o contributo do amigo Toni Cunha, antigo basquetebolista do FC Porto e ilustre artesão na área da marroquinaria, assim como de D. Teresa, esposa do Zé Castro, em entreajuda espetacular. Assim como também o amigo e ex colega das lides hoquísticas David Reis colocou à disposição uma magnífica Toyota Ice que levou a embaixada portuguesa à Galiza (e trouxe, naturalmente, todos felizes e contentes). Tendo de permeio havido contactos com amigos da Galiza. Sendo decisiva a colaboração de Julio Saez, amigo de Cristiano e antigo arbitro internacional espanhol, inclusive organizador do torneio de Vigo durante 25 anos, com quem Cristiano contactara e, passados uns dias, veio ligação a dizer que o vereador do desporto de Vigo queria receber os campeões portugueses, para os homenagear, como se confirmou durante o dia, em visita oficial ao pavilhão onde decorreu o Campeonato Europeu de 1969.


O local de encontro para a largada (e chegada) foi no mítico Café Velasquez, vizinho do estádio do Dragão e Dragão Arena, no Porto, tudo se passando com o sábio controle do Fernando Barbot, acolitado por dois monstros da gastronomia, António Vale e José Fernandes. Sendo da hora da partida rumo à Galiza a foto de conjunto de oito dos convivas, por entretanto o Vale ter ido no seu carro.

= Foto da saída do Porto, com destino a Vigo: a partir da esquerda - Monteiro, Júlio, Orêncio, Dinis, Zé Fernandes, Cristiano, Barbot e Castro.

Assim, «para além do almoço no El Rojo, que recomendamos vivamente, ficamos pela visita ao pavilhão onde fomos campeões só com vitórias. Bem simpático da parte da autarquia.» – como nos conta Cristiano. Acrescentando: «A Toyota teve nos comandos o je e como co-piloto António Júlio, que foi uma revelação (já foi contratado para co-piloto do Ogier 😂). Da capital viajaram o Pedro Dinis e o Rui Monteiro. Foram impecáveis ao associarem-se. A única não presença foi do Carlos Leitão, também ele hoquista do Parede, pois estava de férias com a família. Recebemos variadíssimos cumprimentos de felicitações e apreço, de amigos e outros, para os quais vai o nosso reconhecimento e amizade.»


Para rematar, “sticando” nas ilustrações, aqui fica registo acrescido também por intercaladas imagens alusivas (sendo desnecessária identificação individual ou de conjunto, bastando acrescentar o Vale aos anteriormente referenciados). Graças a fotos de cariz oficial, mas também algumas de feição particular, conforme foi possível alguns intervenientes terem feito as captações fotográficas, ao jeito dos retratos feitos por telemóveis pessoais, mediante o desenrolar do repasto...


Armando Pinto
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