No dia em que se completavam precisamente 50 anos desde a
conquista do Campeonato da Europa de Juniores, a equipa portuguesa de hóquei em
patins que então se sagrou campeã europeia em 1969 foi homenageada
pela autarquia galega de Vigo. Decorrendo aí uma jornada comemorativa, no
sábado 14 de setembro de 2019. Num belo dia com que autenticamente Vigo prestou
homenagem a antigos campeões portugueses que venceram o campeonato realizado
naquela cidade da “Galícia”.
Enquanto em Portugal isso passou ao lado e inclusive não foi
lembrado nem pela Federação Portuguesa de Patinagem (FPP - Federação de
Patinagem de Portugal), nem pelos clubes desse tempo dos hoquistas, ao menos em
Vigo, na Galiza/Espanha, houve uma devida e feliz homenagem!
Porém, refira-se, por cá não foi por falta de lembrança...
como neste blogue foi evocado, até com alguma antecedência, a picar alguém que
fosse. Apenas se tendo visto na página “online” d’ O Jogo uma notazinha informativa,
embora na edição normal (impressa) não tenha aparecido qualquer reportagem, ou seja, não
tendo sido referenciado em papel tal ocorrência também.
Para que conste: Com efeito, os elementos da equipa que, em 1969,
se sagrou campeã da Europa de juniores, nesse campeonato realizado em Vigo, tiveram
assim oportunidade de celebrar o feito, 50 anos passados sobre a conquista.
Naqueles tempos, em finais dos anos sessentas, ainda se
ouvia nos relatos radiofónicos de jogos de futebol que “a saúde está primeiro,
beba água do Vimeiro”… em célebre anúncio que sem se notar ficava no ouvido,
como que a fazer descansar momentaneamente das expetativas perante emotivas
descrições de onde andaria a bola. Conforme se ouvia pelas emissora ditas
nacionais. Mas nos jogos de hóquei em patins, fora os jogos da seleção
principal que “davam” nas emissoras de amplitude nacional, nos jogos da seleção
de juniores daquele setembro de 1969 os anúncios mal se ouviam, por apenas ter
havido transmissão numa emissora regional da área portuense. Aliás, mesmo nos
jogos dos campeonatos regional, metropolitano e nacional, mal se entendia o que
era relatado até, para não dizer que das jogadas se percebia pouco mais que os
nomes de Cristiano, Castro, Magalhães, Brito, Hernâni, Ricardo, Leite,
ficando-se à espera de ouvir gritar golo diante de se mal perceber o
desenrolar dos lances, tal o ruído que saía do aparelho do rádio, pois
normalmente era só o Norte Reunidos que fazia relatos dos jogos do hóquei em
patins, através dessa emissora regional chamada Emissores do Norte Reunidos, de
pouca potência, à imagem da distância da capital do império…. Contudo, na ocasião
da parte final desse Europeu Júnior de 1969, houve reportagem televisiva do
jogo decisivo Espanha-Portugal, através de transmissão oriunda da Galiza.
Agora, chegado o dia próprio neste Setembro, os portugueses Cristiano,
Castro, José Fernandes, Fernando Barbot, Rui Monteiro. António Júlio. António
Vale, Vítor Orêncio e Pedro Dinis puderam celebrar a
conquista portuguesa na cidade que lhes deu o título e então receberam da
Câmara Municipal de Vigo uma medalha personalizada relativa ao campeonato, em
apreço.
Foi pois significativo esse reencontro acontecido no sábado 14
de setembro, em encontro dos antigos juniores portugueses de hóquei em patins
que há 50 anos se sagraram campeões europeus em Espanha, na primeira vez que
uma seleção portuguesa jovem, na categoria júnior, conseguiu vencer o Europeu
desse escalão fora de portas, no estrangeiro. Com a particularidade desse
triunfo, no Campeonato Europeu de juniores (escalão atualmente denominado
“Sub-20”) ter sido no reduto do historicamente principal adversário na
modalidade, nesse distante Setembro de 1969.
Agora em 2019, ao perfazer o 50º aniversário do evento (que,
recorde-se, se realizara de 10 a 14 de Setembro de 1969), voltaram a
encontrar-se os intervenientes vitoriosos desse feito, desta vez no passado
fim-de-semana, calhando ter sido mesmo no local do acontecimento, em su sítio.
Ora, não conseguiram estar todos presentes os campeões de
69, estando felizmente vivos os hoquistas então consagrados, de cujo lote
campeão, entretanto, apenas desapareceram fisicamente o selecionador e o
massagista desse ano, senhor Guilhermino Rodrigues e o eterno sr. Lopinhos,
respetivamente. Desta feita, dos jovens heróis de há 50 anos, estiveram presentes
nove dos dez hoquistas campeões, tendo havido uma ausência por motivos da vida
particular do hoquista Carlos Leitão.
Como se pode ver pelas imagens captadas na ocasião, todos estão
obviamente agora mais entradotes na idade e maduros de feições – conforme se pode
constatar nos instantâneos fotográficos, dos quais para aqui transpomos algumas
passagens de momentos da homenagem, mais de convívio e pormenores pessoais. Além de poses de
conjunto, para a posteridade.
Esta foi uma das muitas conquistas lusas com nomes que
vieram a destacar-se como Cristiano Pereira, José Castro, António Vale, José
Fernandes, Vítor Orêncio, entre outros que foram depois e são antigas glórias
que se notabilizaram ao serviço da Seleção A com títulos mundiais e europeus.
Recorde-se que Cristiano Pereira e José Fernandes, como treinadores do FC Porto
e do Óquei de Barcelos, levaram suas equipas à conquista da Taça dos Campeões
Europeus e outros títulos também internacionais e nacionais. Bem como Cristiano foi campeão europeu e mundial em seleções, quer como jogador, como selecionador e treinador.
Esse dia foi então para todos um agradável sábado passado, a
14 de setembro.
Fazendo a cronologia dos acontecimentos, pode dizer-se que havia
surgido ideia tendente a isso uns meses antes, no seguimento de outras iniciativas
que levaram entretanto a diversos momentos de confraternização, incluindo
festejo idêntico anterior aquando da comemoração dos 45 anos do mesmo
campeonato. Mas inicialmente pensando num género de convívio entre os colegas
de 1969. Decorrendo então contactos e conversas entre amigos, para o efeito.
A ideia original era de eventualmente passar o fim de semana
no "local do crime" e pernoitar no hotel onde a comitiva portuguesa
havia ficado em 1969, no Hotel Samil inaugurado nesse mesmo ano. Após conversas
informais a maioria decidiu não o fazer, ou seja deixaram de pensar em passar
ali tal fim de semana, pois o hotel tinha sido abatido. Isso após ter havido conhecimento
do facto por verificação local, já que o Vítor Orêncio (que em 1969 jogava no Parede
e mais tarde jogou duas épocas no FC Porto), entretanto visitara a praia de Samil
e confirmou que o dito já não existia. Tendo, essa constatação e alteração de
planos, dado em risota pegada.
Entretanto, continuando contudo com o plano geral de ir até
ao sítio onde tudo aconteceu, na continuidade dos preparativos, para registar o
acontecimento decidiram fazer t-shirts alusivas e porta cartões em pele. Tendo nessas
tarefas havido contribuições amigas, tal foi o contributo do amigo Toni Cunha,
antigo basquetebolista do FC Porto e ilustre artesão na área da marroquinaria,
assim como de D. Teresa, esposa do Zé Castro, em entreajuda espetacular. Assim
como também o amigo e ex colega das lides hoquísticas David Reis colocou à
disposição uma magnífica Toyota Ice que levou a embaixada portuguesa à Galiza
(e trouxe, naturalmente, todos felizes e contentes). Tendo de permeio havido
contactos com amigos da Galiza. Sendo decisiva a colaboração de Julio Saez, amigo
de Cristiano e antigo arbitro internacional espanhol, inclusive organizador do
torneio de Vigo durante 25 anos, com quem Cristiano contactara e, passados uns
dias, veio ligação a dizer que o vereador do desporto de Vigo queria receber os
campeões portugueses, para os homenagear, como se confirmou durante o dia, em visita
oficial ao pavilhão onde decorreu o Campeonato Europeu de 1969.
O local de encontro para a largada (e chegada) foi no mítico
Café Velasquez, vizinho do estádio do Dragão e Dragão Arena, no Porto, tudo se passando com o sábio controle do Fernando Barbot,
acolitado por dois monstros da gastronomia, António Vale e José Fernandes. Sendo
da hora da partida rumo à Galiza a foto de conjunto de oito dos convivas, por
entretanto o Vale ter ido no seu carro.
= Foto da saída do Porto, com destino a Vigo: a partir da
esquerda - Monteiro, Júlio, Orêncio, Dinis, Zé Fernandes, Cristiano, Barbot e
Castro.
Assim, «para além do almoço no El Rojo, que recomendamos
vivamente, ficamos pela visita ao pavilhão onde fomos campeões só com vitórias.
Bem simpático da parte da autarquia.» – como nos conta Cristiano. Acrescentando:
«A Toyota teve nos comandos o je e como co-piloto António Júlio, que foi uma revelação
(já foi contratado para co-piloto do Ogier 😂). Da capital viajaram
o Pedro Dinis e o Rui Monteiro. Foram impecáveis ao associarem-se. A única não
presença foi do Carlos Leitão, também ele hoquista do Parede, pois estava de férias
com a família. Recebemos variadíssimos cumprimentos de felicitações e apreço, de
amigos e outros, para os quais vai o nosso reconhecimento e amizade.»
Para rematar, “sticando” nas ilustrações, aqui fica registo acrescido
também por intercaladas imagens alusivas (sendo desnecessária identificação
individual ou de conjunto, bastando acrescentar o Vale aos
anteriormente referenciados). Graças a fotos de cariz oficial, mas também
algumas de feição particular, conforme foi possível alguns intervenientes terem
feito as captações fotográficas, ao jeito dos
retratos feitos por telemóveis pessoais, mediante o desenrolar do repasto...
Armando Pinto
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