Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

José Bastos "Bastinhos": Um pioneiro na lista de futebolistas famosos transferidos do Benfica para o F C Porto


Está viva a saída do Benfica para o F C Porto do aguerrido defesa uruguaio Maxi Pereira, ainda bem fresca que é a ferida causada nas hostes benfiquistas com a presente e sensacional transferência, resultando num autêntico golpe tal aquisição máxima para o F C Porto.

Essa nova realidade, com que ninguém contava até há pouco tempo, não é porém caso virgem em mudanças desde o clube de Carnide para o ambiente das Antas, rumo ao Porto. Dando azo, por isso, a uma rememoração apropriada, atendendo ao rol de futebolistas famosos que trocaram a camisola encarnada do Benfica de Lisboa pela azul e branca do F C Porto.

Apesar da tradicional rivalidade entre os dois clubes, e pela competitividade entre ambos não haver normalmente conversações de mútuo interesse para trocas ou aquisições, ainda é substancial e significativa a galeria de futebolistas de primeiro plano que jogaram no Benfica mas depois preferiram alinhar no F C Porto. Remontando o começo dessa saga aos inícios da década dos anos 20, do século XX.


= Alguns valores do tempo de Bastinhos no F C Porto - segundo a inicial História do F C Porto, escrita por Rodrigues Teles e publicada em 1933. =

Conforme rezam memórias escritas, o pontapé de saída foi dado em 1921 por José Bastos e Artur Augusto, que no Porto enfileiraram com escol de grandes valores, entre os quais Tavares Bastos – motivo porque José Bastos passou a ser conhecido por Bastinhos, para diferenciação. Enquanto Artur Augusto, como se sabe (e já recordamos neste blogue) foi então o primeiro futebolista do F C Porto Internacional A, por ter feito parte da equipa considerada a primeira seleção nacional sénior de Portugal.

Ora, em diversos espaços de dados tem aparecido alguma confusão entre Tavares Bastos e o José Bastos “Bastinhos”. A pontos que a transferência incontornável de Maxi para o F C Porto deu lugar a diversas crónicas, em jornais, mesmo na televisão e na blogosfera, referindo Tavares Bastos como o primeiro. Quando se trata de outro, José Maria Tavares Bastos (Bastinhos). Tendo havido realmente um Tavares Bastos, assim mesmo conhecido, mas outro, natural do concelho de Gaia e que ficou com auréola famosa (inclusive referido por não ter sido chamado à tal primeira seleção, assim como também o então guarda-redes Lino Moreira, apenas pelo faciosismo de sempre - o que levou a público diferendo na imprensa, à época). O qual jogou diversos anos no F C Porto, enquanto o que veio de Lisboa jogou poucas épocas somente.

Em virtude desse e destes factos, juntamos algumas fotografias do Bastinhos do F C Porto, em virtude de haver imagens de Tavares Bastos a confundir as informações difundidas. Deitando mãos, neste caso, a imagens dos livros da História do F C Porto, de Rodrigues Teles, quer da edição de 1933, como dos posteriores volumes editados pelos anos da década de cinquenta.

= Equipa do F C Porto em Agosto de 1922. Incluindo (a partir da esquerda), de pé: Armando Moura, Mota, Alexandre Cal, Bastinhos, João Nunes, Hall, Velez Carneiro e Lino Moreira, sentados – Floriano Pereira, Balbino e António Lopes Carneiro.

Na pertinência do caso, respigamos, com a devida vénia, o que explanou o site informático “Zerozero”:

« Confirmada a contratação de Maxi Pereira pelo FC Porto, o uruguaio é o 14.º jogador a deixar o Benfica e a ingressar, diretamente, no rival portista.

Em toda a história do futebol português há 14 nomes que deixaram a Luz e rumaram ao Dragão. Os dois primeiros foram José Bastos e Artur Augusto, na temporada 1921/22 e só 50 anos depois essa mudança se repetiu quando Abel Miglietti (1970/71) fez o mesmo caminho.
No final dos anos 80 (1988/89) Dito e Rui Águas também passaram a vestir de azul e branco, algo que os russos Yuran e Kulkov (1994/95) também fizeram.
Seguiu-se Pedro Henriques, na temporada 1997/98, mas que não chegou a jogar pelo FC Porto, acabando por ser emprestado, depois, ao Vitória de Setúbal.
Um ano depois, Panduru também fez os cerca de 300 quilómetros entre Lisboa e a Invicta, tal como Maniche e Jankauskas, na temporada 2002/03, na qual acabariam por vencer a Taça UEFA em Sevilha.
Tomo Sokota, na temporada 2005/06 e Cristián Rodríguez, em 2008/09, são os mais recentes exemplos desta troca entre rivais, seguindo-se-lhes (o agora oficializado) Maxi Pereira.»

De Maxi a Bastinhos é assim histórica a linha que se estende no tempo e na afeição, justificando um aceno de apreço a esses bons valores que souberam que no Porto se faz das tripas coração, apesar do poderio capitalista lisboeta.

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

1 comentário:

  1. Do Zerozero:
    José Bastos – Benfica e FC Porto
    Benfica [1916/1917>1921] 24 jogos, 0 golos;
    FC Porto [1921/1922>1923/1924] 7 jogos 3 golos.
    Total – 31 JOGOS - 3 GOLOS
    Vencedor de 1 Campeonato de Portugal

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