Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Volta a Portugal de 2019 nas atenções particulares e coletivas...


Aí está a Volta a Portugal em bicicleta. Iniciada esta quarta-feira em Viseu, no último dia de julho, para terminar dia 11 de agosto na cidade do Porto, ao atravessar o rio Douro entre Gaia e a Invicta, com apoteose na avenida dos Aliados. Voltando assim o Porto a ter a Volta a Portugal, trinta anos depois.

Também esta Volta a Portugal tem motivos de regozijo e atenção particular do autor deste blogue. Como tal, merece especial registo em espaço de memória como é o blogue pessoal "Longra Histórico-Literária", do qual se transpõe para este espaço de Memória Portista o que anotamos:

- Felgueiras, terra com alguns pergaminhos no ciclismo desportivo, recebe no dia 9 de agosto a 8ª etapa da Volta a Portugal em Bicicleta de 2019.


Nesse dia, os ciclistas partem de Viana do Castelo às 13 h 20 e chegam a Felgueiras, ao monte de Santa Quitéria, às 17 h 24. Estando a meta de final da etapa instalada no cimo desse planalto talismã do concelho de Felgueiras, cuja subida é considerada como contagem de 3ª categoria oficialmente na pontuação para o Prémio da Montanha, entre as classificações da prova, além de naturalmente a chegada contar para as classificações individuais e coletivas, em bom modo seletivo.


Esta é a 81ª edição da maior prova de ciclismo de Portugal, que este ano decorre de 31 de julho a 11 de agosto, com a participação de 140 ciclistas, em representação de 20 equipas, sendo 9 delas portuguesas. A RTP, canal televisivo estatal que acompanha direta e diariamente a corrida, fará no mesmo dia, sexta-feira 9, um programa em direto do concelho de Felgueiras.

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A Volta a Portugal em bicicleta de 2019, na sua 81ª edição em que se perfaz a conta de 92 anos desde a primeira realizada em 1927, andando assim pelas estradas do país por estes dias de calor, também no entusiasmo que a caravana do ciclismo transporta em tão tradicional prova, passa desta feita mais pelo norte e centro de Portugal, além de parte do sul até Lisboa, onde há maior entusiasmo e também houve Câmaras Municipais que apostaram em colaborar para esse fim. Como acontece em Felgueiras, associando-se o município felgueirense a esse acontecimento desportivo nacional de atração popular. Tanto que, entre as etapas de seu percurso, há passagem da caravana voltista por terras de Felgueiras e sobretudo vai haver um final de etapa no coração da capital desta mesma terra do pão de ló e calçado, também. O que apraz aqui registar, como região que é de históricas ligações ao ciclismo, no passado, e boas ligações atuais, sendo Felgueiras o concelho natal do autor destas linhas, seguidor desde há muito do ciclismo portista, e... de Adriano Quintanilha, grande entusiasta do ciclismo, como personagem empreendedor de diversos projetos resultantes em equipas que engrossaram o pelotão nacional ao longo de anos, quão importante figura que teve papel decisivo no regresso do ciclismo ao FC Porto e como tal no reavivar do entusiasmo atualmente à vista por esta modalidade  de heróis dos pedais.


Com efeito, a região do Vale do Sousa será uma das zonas que por estes dias (quando se escreve isto) terá os ciclistas da Volta a Portugal a correrem entre a verdejante paisagem destas paragens idílicas sob o céu bem azul. O que sucede à 8ª Etapa, no dia 9, após partida no alto Minho em Viana do Castelo, em direção à cidade de Felgueiras, para findar na subida do monte de Santa Quitéria.

Decorre assim aqui em terras de Felgueiras importante chegada duma etapa, onde o ciclismo teve tradições efetivas (como está historiado pelo autor destas linhas, em diversas publicações), com saliência para o ciclista Artur Coelho, natural de Felgueiras. 


O qual, correndo pelo FC Porto, participou em Voltas a Portugal entre 1955 a 1961, a prova-rainha em que ele por diversas vezes foi camisola amarela e ganhou algumas etapas, além de se ter salientado com vitórias noutras corridas como em Grandes Prémios e ter representado a Seleção Nacional em duas participações na Volta a Espanha, bem como e especialmente por haver vencido a clássica 9 de Julho de São Paulo, no Brasil, em 1957, além de ter corrido em França, etc. e tal.

= Troféu da Vitória de Artur Coelho no Brasil, em exposição no Museu do FC Porto =

Nas afinidades de Felgueiras ao ciclismo também consta nos anais das corridas nacionais o protagonismo felgueirense havido com Joaquim Costa, valoroso ciclista que correu na Volta a Portugal em 1961 e 1962, tal como em 1964 coube vez a Albino Mendes (conforme de ambos também já aludimos em anteriores artigos), assim como merece saliência ter existido, em finais dos anos setentas, a equipa Zala, representativa da fábrica de calçado Zala, na qual se incluiu como treinador e ciclista Fernando Mendes, formação que correu a Volta a Portugal de 1979, e que chegou a ter pelo menos um felgueirense no plantel, de nome Miguel Magalhães;

= Joaquim Luís Costa, ciclista que representou a equipa então existente do Académico do Porto

...tal como lembra ainda ter havido a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, com sede em Felgueiras e que ostentava camisola com as cores municipais com o símbolo do concelho de Felgueiras. Grupo que em 1993 alinhou nas provas do calendário velocipédico português e teve ação interessante na Volta a Portugal.

= Jornal O Jogo de 31-7-1993, apresentação das equipas para a 55ª Volta a Portugal =

Havendo depois, anos volvidos, uma outra equipa da firma felgueirense W52, também, que até saiu vencedora das Voltas de 2014 e 2015, esta que, embora com sede oficial de Sobrado-Valongo, incluiu nome patrocinador dos vinhos da também empresa felgueirense Quinta da Lixa. Equipa por fim substituída pela entrada do FC Porto nessa parceria, ficando como W52-FCPorto, com Adriano Quintanilha na cabeça, através de acordo firmado com o FC Porto, representado por elementos próprios, como um diretor mais o presidente do clube no topo orgânico e de modo particular pela representatividade que o grande clube azul e branco representa nacional e internacionalmente.

=  Revista Dragões, de Janeiro de 2016 =

Ora, o ciclismo sempre foi um desporto de heróis e, embora a modernidade tecnológica haja alterado certas panorâmicas do interesse público, continua a haver um lugar especial para certos casos que mexem com as sensibilidades, entre exemplos como é ainda o ciclismo de competição de alto nível. O que se revela em todos os que nos interessamos de algum modo por esta modalidade desportiva ao longo dos tempos e temos sempre presentes na ideia os nossos ídolos de infância e juventude, desde tempos em que, quando começamos a seguir as notícias da "Volta", havia “aqueles” ciclistas de que gostavamos (ah Sousa Cardoso, Mário Silva, Joaquim Leão, Ernesto Coelho, Gabriel Azevedo,  José Azevedo, Luís Pacheco, Joaquim Leite, Custódio Gomes, etc!) e a nossa equipa nos fazia ficarmos presos aos relatos radiofónicos das etapas e pelo tardio da noite à espera das imagens do Diário da Volta na televisão, que era de um só canal e “bibó velho”…


Pois então, desta vez e mais uma vez passará e inclusivamente pára na nossa terra a caravana do ciclismo poruguês, depois de em anos passados também já ter tido metas de chegada: Primeiro em  etapas do Grande Prémio de Minho para profissionais que, em anos diferentes, teve metas finais na cidade de Felgueiras e no monte de Santa Quitéria; e depois na Volta a Portugal em Bicicleta houve chegadas na Volta de 1992, à etapa Mondim de Basto-Felgueiras da 54ª edição da Grandíssima Portuguesa, ganha então na cidade do pão de ló pelo italiano David Bramatti, da equipa Lampre; bem como na Volta de 2006, ao correr da etapa Gondomar-Felgueiras, passando pela Longra com meta de aproximação à chegada, enquanto a meta final dessa 5ª etapa estava instalada no alto de Santa Quitéria, onde triunfou o galego Gustavo César Veloso, da equipa espanhola Kaiku (o que leva a que Felgueiras esteja associada à primeira vitória em Portugal e primeira camisola amarela deste ciclista que mais tarde venceu a Volta já por duas vezes e atualmente é dos mais destacáveis nos dias decorrentes… em que é chefe de fila da W52-FC Porto); tal como em 2008 o monte de Santa Quitéria acolheu um outro final de etapa, importante ainda por ter sido no encerramento triunfal dessa edição da Volta, em contra-relógio vindo de Penafiel, com passagem pela Longra e chegada ao cimo dessa “rampa” de  8,4 % de inclinação média, em que triunfou o também espanhol Hector Guerra, da equipa portuguesa Liberty Seguros (tendo no pódio oficial, na alameda daquele mesmo alto da Santa, sido festejada a vitória, como vencedor da Volta, de  David Blanco, do Clube de Ciclismo de Tavira-Palmeiras Resort).

= Boletim “O Felgueiras”, nº 2 de Junho de 1987 do órgão oficial do FC Felgueiras, ao tempo que Adriano Sousa fazia parte como um dos diretores =

No meio disto, apareceu de há anos a esta parte o felgueirense Adriano Quintanilha, mais conhecido desde que patrocinou, ao longo dos anos, diversificados projetos desportivos, a partir do apoio a uma dupla de automobilistas de ralis (Nuno Pinheiro e Dr. Miguel Mota, este o autor da proposta textual para a elevação da vila de Felgueiras a cidade, entrada oficialmente e aprovada na Assembleia da República; os quais vieram a falecer num desastre automóvel fora do âmbito de provas), depois com sua participação em diversas funções no clube de futebol representivo de Felgueiras, e por fim entrado no mundo do ciclismo, nomeadamente através duma equipa que correu com o nome de Felgueiras na Volta a Portugal, até uma das recentes em que teve parceria com a marca de vinhos Quinta da Lixa. Isso já depois de entretanto ter sido membro da Direção e inclusive presidente do Futebol Clube de Felgueiras (como se recorda aqui, por recortes jornalísticos). Até que o mesmo empresário, dono da empresa W52, passou a ser parceiro do FC Porto através da respetiva equipa de ciclismo.

=  Suplemento do jornal O Jogo de 22-6-1988 dedicado ao FC Felgueiras, de que Adriano Sousa era o presidente em que o povo de Felgueiras depositava confiança numa ansiada subida  à divisão imediata à que o clube estava (então na antiga II Divisão Nacional-Zona Norte) =

Adriano Quintanilha, entretanto já se tornara famoso por levar para as etapas da Volta a Portugal parte da sua coleção de carros desportivos, com os quais por vezes acompanha a prova. Fê-lo inicialmente ao serviço da equipa Quintanilha-Moda Jovem-Paços de Ferreira, tendo de imediato logo no ano seguinte continuado com a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, que se manteria na modalidade também em 1993. O regresso da W52 ao pelotão deu-se em 1995 com o apoio ao Clube de Ciclismo de Paredes, ao serviço de quem, nesse ano, Cândido Barbosa se estreou como profissional. Depois veio a ligação à formação de Sobrado e a Nuno Ribeiro, um portista que, depois da experiência com a equipa W52-Quinta da Lixa, se arreigou ao FC Porto com a equipa W52-FC Porto-Porto Canal, em 2016, atualmente com nome oficial de W52-FC Porto.


Recorde-se que, no ano de 2016, Quintanilha subiu mesmo ao palco da cerimónia dos Dragões de Ouro, recebendo a distinção relativa ao ‘Projeto do Ano’ do distinto galardão oficial do clube, devido à prestação da equipa ‘W52-FC Porto-Porto Canal’.

=  Revista Dragões de Novembro de 2016 =

A ligação com o FC Porto começou assim em 2015, embora sem ser Portista assumido e aliás até de permeio ter diversos contactos públicos com o Benfica, segundo por vezes surge na comunicação social, e em jovem haver tido simpatia pelo Sporting, clube com o qual, até, em 2015 chegou a ter um pré-acordo para patrocinar a equipa de ciclismo dos 'leões', algo que foi quebrado e acabou por ser selado por fim com o FC Porto em finais do mesmo ano de 2015; pois, segundo Adriano Sousa referiu publicamente «a única pessoa que apareceu e apresentou um projeto viável foi o senhor Pinto da Costa e o acordo tem viabilidade, no mínimo, para cinco anos». E essa parceria vai durando pelo tempo adiante e com sucesso, tendo o FC Porto sido o grande dominador do panorama ciclista português e especialmente triunfador das Voltas a Portugal desde então.

= Equipa W52-FC Porto para a Volta a Portugal de 2019, com Adriano Sousa "Quintanilha".

Pois bem, com tudo isso e o resto, é pois a equipa de ciclismo do FC Porto um caso à parte dentro do interesse portista de adeptos seguidores, mesmo que à distância física, sendo nesse aspeto já como que familiares os nomes e caras dos ciclista que envergam o equipamento azul e branco portista.

Entretanto, aí está então o ciclismo de élite com a Volta a Portugal percorrendo parte do país profundo, dentro do que parece ser possível à Corrida Grandíssima Portuguesa, que em tempos percorria mais o país de lés as lés e ultimamente nem tanto, mediante certas condicionantes dependentes de apoios das autarquias, patrocinadores e apreciadores da passagem da "Volta".

Diante de tudo isto, vem a talhe uma rememoração mais detalhada sobre as ligações de Felgueiras também à Volta a Portugal em bicicleta.


Ora, na atualidade da realização da Volta a Portugal em bicicleta, prova desportiva de atração popular, perante o facto de Felgueiras ser meta de chegada para a antepenúltima etapa da mesma grande prova, no dia 9 de agosto; merece tal ocorrência uma rememoração pública sobre as ligações de Felgueiras ao ciclismo competitivo e particularmente em haver inclusive tradições na Volta a Portugal, quer em passagens, como em chegadas e partidas de etapas, na antiga vila e atual cidade sede do concelho felgueirense, do distrito do Porto e província do Douro Litoral – como aliás o autor destas linhas já procurou recordar anteriormente em diversos artigos escritos no Semanário de Felgueiras.


- Aí vêm eles (i bem’ eles – na fala popular) ouvia-se de repente, cortando espera ansiosa; e um movimento de cabeças, a par de imediato bruaá, dava movimento a clamor da multidão expetante. E logo se inclinavam os dorsos, para melhor ver os corredores, pondo olhos e sentidos à direção em que os ciclistas vinham. Era assim na espera e por fim passagem repentina dos ciclistas da Volta a Portugal em bicicleta, a grande corrida nacional que levava o povo à rua para ver os ciclistas. Coisa que em Felgueiras, por tempos passados, se revelava algo social, num misto de festa popular com momentos de contemplação, pelo deslumbramento de ver, ainda que num repente, os homens dos nomes ouvidos na rádio, mais caras vislumbradas nos jornais. Como ficou na tradição oral um ano em que Fernando Moreira, ao tempo grande ídolo dos adeptos da modalidade, venceu a meta volante instalada no centro da então vila de Felgueiras, em etapa vinda da Póvoa em direção ao Porto, no ano em que venceu a Volta, em 1948 – facto perpetuado com alusiva foto que veio na revista lisboeta Stadium. Pois, durante muitos anos a caravana voltista passou em Felgueiras, mas não parava. Quer na sede do concelho, como noutras localidades concelhias. Até que lá veio tempo em que parou mesmo e de permeio a terra felgariana teve direito a ver de perto os ciclistas antes de iniciarem novo percurso, rumo à glorificação triunfante.

O ciclismo é um desporto tornado espetáculo apreciado até por gente que nem costuma andar de bicicleta, sendo antes fenómeno de apreço ao esforço e destreza, na vertente de valorização da heroicidade. Porque o ciclismo competitivo é uma máquina de heróis que em cima das máquinas de rodas dão asas aos anseios de vitórias conseguidas pelos músculos. Valorizando como tal atenção a que Felgueiras não foge à regra, com gosto de ver. Conforme tradição enraizada, desde tempos de admiração por antigos ídolos dos pedais, como no tempo do nortenho Fernando Moreira, até à existência de conterrâneos salientes sobre as bicicletas de corrida, como foram Artur Coelho, que em diversos anos chegou a andar com a camisola amarela da Volta, mais Joaquim Costa, Albino Mendes e Miguel Magalhães. Nas afinidades ao ciclismo, constando protagonismo felgueirense através daqueles conterrâneos que participaram entre os concorrentes (conforme já aludimos em anteriores artigos), mais acréscimo de ter existido a equipa Zala e mais tarde a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, com sede em Felgueiras e que ostentava camisola com as cores municipais com o símbolo do concelho. Enquanto este ano volta a ser realidade o facto da cidade de Felgueiras ser ponto de partida duma etapa da Volta a Portugal, por sinal de início à tirada mais apreciada da edição atual, voltando assim a ser ponto de referência, depois de em anos recuados já ter sido local de relacionamento com a mesma Grandíssima.


Com efeito, Felgueiras foi já sítio de finais de etapas algumas vezes e dessas coincidindo numa a meta final com o próprio fim da Volta; assim como teve entretanto também anteriormente um início de etapa, cuja experiência se irá repetir agora em agosto. Fazendo parte da história da ligação felgueirense com a popular Volta que em 1992 terminou na cidade de Felgueiras a etapa Mondim-Felgueiras; assim como em 2006, em meta instalada no cimo do monte de Santa Quitéria, terminou a então etapa que ligou Gondomar a Felgueiras; tal como em 2008 a 70.ª Volta a Portugal acabou com um contrarrelógio de Penafiel até ao Monte de Santa Quitéria; ao passo que na volta de 2009 teve largada de Felgueiras a 5ª etapa, de ligação entre Felgueiras-Fafe. Festivo início reeditado ainda no ano passado, em 2018, então no penúltimo dia da competição, abrindo alas à sempre difícil etapa para a Senhora da Graça.

Eis pois como é de fixar assim justa memoração, na apropriação afetiva a tal vera ligação desta região a que a natureza dotou de vivas cores. Vestindo Felgueiras condizente camisola multicolor de festiva ocasião.

A propósito, e por fim, calha recordar a vitória da anterior chegada da Volta a Felgueiras, quando em 2006 Gustavo César Veloso foi o triunfador da epata terminado no alto de Santa Quitéria.

Veloso desde aí ficou na retina, como ciclista de raça, que conhecemos obviamente apenas de o ver em cima da bicicleta, e ele a nós nem assim (nem assado), mas que há muito tem a admiração do autor destas linhas… desde que nesse Agosto de 2006 o vi vencer a etapa na seletiva subida do Monte de Santa Quitéria, no alto de Felgueiras, estava ele ainda nos seus primeiros anos de corridas em Portugal. Curiosamente, então que o FC Porto estava ausente do ciclismo, recordo, eu pensei para comigo como seria bom o FC Porto voltar a ter equipa de ciclistas e entre eles estar esse Gustavo César, como ao tempo era referido. E não é que, passados cerca de dez anos, o F C Porto voltou a ter ciclismo, desde 2016, e a partir de então esse mesmo Gustavo Veloso corre com a camisola do FC Porto?!


Ora, desse momento interessante, recorda-se essa vitória, que na ocasião deu a camisola amarela a Veloso, na Volta de 2006 (em que no fim triunfou David Blanco, da equipa Comunidad Valenciana). Podendo isso dar para lembrar que Veloso representava a equipa Kaiku, uma das formações que integrou ao longo da sua carreira, com saliência para uma importante vitória numa etapa da Volta à Espanha, e especialmente como ele planeava o seu próprio percurso, ao tempo – sem contar então fixar-se no ciclismo português, que em boa hora veio abrilhantar, sendo um dos Notáveis da Volta a Portugal e já um dos nomes célebres do ciclismo do FC Porto.


Gustavo César Veloso ciclista espanhol, nascido a 29 de janeiro de 1980 em Vilagarcía de Arousa (Galiza), é honrosamente um cidadão ibérico querido do Porto e de Portugal, um dos heróis das estradas com a camisola azul e branca do FC Porto. Assim como a seus colegas de equipa  dos quais a algum poderá ficar bem a camisola amarela de faixa central estampada com as cores portistas e letras da W52-FC Porto.


Armando Pinto
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terça-feira, 30 de julho de 2019

Efeméride do 1º Campeonato Nacional de Hóquei em Patins de Seniores conquistado pelo FC Porto


Estava Julho de 1983 a chegar ao fim. Era sábado e ao fim da tarde durava ainda o calor que se fizera sentir durante o dia. Havia então grande afluência à cidadela desportiva das Antas, rumando muita gente ao pavilhão gimnodesportivo de jogos, com o arruamento entre o pavilhão de treinos, a piscina e o pavilhão principal pejado de gente. Com as portas cobertas por multidão de adeptos ávidos de poderem entrar, muito tempo antes da hora marcada para o encontro. E depressa ficado cheio o Gimno, com as bancadas preenchidas por tudo quanto era nesga de sítio. Pois então estava quase a chegar o jogo que poderia dar o título esperado ao longo de anos. Como aconteceu.


Então, nesse dia, a 30 de Julho de 1983, o FC Porto conquistava o primeiro campeonato nacional de hóquei em patins, após vitória sobre o Benfica por 3-1. A equipa treinada por Vladimiro Brandão, era composta por Domingos, Vale, Alves, Vítor Bruno, Vítor Hugo, David Reis, Gil e Castro. E, pouco mais de um ano depois de Nuno Pinto da Costa ter assumido a Presidência do FC Porto, o clube conseguia ter também campeões nacionais em seniores de hóquei patinado, depois que em 1971 fora obtido o Titulo Nacional de Juvenis da mesma modalidade (numa jovem equipa onde pontificava João Paulo Barbot, acompanhado por Álvaro, Cardoso, Fernando, Aureliano, Rui, Carlos Reis, Maia, Delmar, Correia de Brito e Ilídio; com a curiosidade de na equipa sénior de 1983 estar um irmão dum dos campeões juvenis de 1971, David Reis).

Até que, então, chegou a alegria há muito ansiada, na noite desse dia. 

O FC Porto estivera por diversas vezes prestes a conseguir vencer o Campeonato Nacional de Hóquei em patins em seniores, mas esse título nacional já se escapara entretanto por entre os dedos que seguravam os setiques em rinque e das mãos que se erguiam entre a assistência. Da única vez que os hoquistas da equipa principal do FC Porto haviam conquistado o Campeonato do continente português a prova ainda se chamava Metropolitano, ao tempo da existência das províncias ultramarinas. E já depois, desde que passou a disputa a ser entre equipas do retângulo alongado do Minho ao Algarve, também o primeiro lugar do campeonato fugira por uma unha negra, como no tempo daquela equipa de Cristiano, Chalupa e Cª em que numa jornada final dupla, com dois jogos seguidos num mesmo fim se semana, depois de no penúltimo jogo a equipa portista ter vencido categoricamente o Benfica no pavilhão das Antas a abarrotar de público entusiasmado, em plena noite da festa portuense do São João, foi por fim perdido o campeonato no dia seguinte inesperadamente em jogo com uma equipa que não disputava o primeiro lugar. Entre alguns exemplos de ocorrências. Enquanto o clube já conquistara campeonatos nacionais de hóquei patinado em juvenis e juniores, só que em seniores ainda não. Eis aí que chegava o Campeonato principal de 1982/83 à penúltima jornada com mais outra hipótese de conquista, pairando no ar grande expetativa e dentro do pavilhão das Antas um quente ambiente de nervoso miudinho e ânsia de explosão emocional. Pois vencendo o competidor direto Benfica ficava o título assegurado. Estava-se em finais de julho, mais precisamente no último sábado do derradeiro fim de semana do mês mais quente do verão de 1983.


À época o FC Porto passava por momentos de revigoramento, volvidas antigas fases e entrada a era de Pinto da Costa na presidência, a pontos que até o hóquei do FC Porto já conquistara a Taça de Portugal e a internacional Taça das Taças. Mas faltava ainda o Campeonato Nacional de seniores. Até que então, nesse último sábado de julho de 1983 veio enfim a conquista do campeonato. Era a equipa portista treinada por Vladimiro Brandão, a secção estava já dirigida por Ilídio Pinto, no plantel despontavam os Vítores Hugo e Bruno, com as balizas bem guardadas por Castro e Domingos Guimarães, enquanto o jogo passava por uns Vale, Reis, Alves, Fanã e demais, num bom lote de hoquistas prontos a rolarem nos recintos – conforme se pode ver pela pose de conjunto do "oito" mais utilizado e do plantel total com as respetivas faixas de campeões.


Dessa jornada final inesquecível, por tudo e mais alguma coisa, se dá conta aqui a recordar tal jogo decisivo, por meio de excertos de reportagem do então jornal desportivo Gazeta dos Desportos, publicado à época em poucos dias por semana, na edição mais próxima a essa conquista azul e branca, de gratas recordações.


Nessa noite, de grandes emoções, a saída da cidade do Porto, desde a zona das Antas, foi difícil e demorada, tal o movimento gerado. De tal forma que o regresso a casa (aqui do signatário) foi já por horas da madrugada. Não mais esquecendo que, de vidros do carro aberto (pois era tempo em que ainda não era usual o ar condicionado), tive ainda de passar por algumas terras com arraiais de festas populares, com natural ajunto de pessoas e trânsito condicionado (sendo que a auto-estrada para o interior do distrito do Porto ainda não chegara a partes mais distantes, nesse tempo). Estando isso presente na memória pois ao passar pela vila de Lousada, desviando por ruelas circundantes devido a ser noitada da festa grande do Senhor dos Aflitos, me ter lembrado do senhor Sampaio Mota, anterior seccionista do hóquei em patins do FC Porto, que era de naturalidade lousadense. Vindo à lembrança tanta gente que tanto esperara pelo título nacional de hóquei, finalmente alcançado naquela noite, em Julho de 1983.

Armando Pinto
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domingo, 28 de julho de 2019

Efeméride da Festa de Homenagem a Onofre Tavares, histórico “Rei do Spint"


27 de Julho de 1957, sábado festivo de emoções, na cidade do Porto:
Festa de Homenagem a Onofre Tavares, o grande sprinter do F C Porto e de Portugal, no estádio do Lima, primeiro estádio com pista de ciclismo, em redor do também primeiro campo relvado para futebol, na cidade do Porto.   


Na ocasião foi publicado um livro biográfico sobre o mesmo, ”Onofre Tavares – Rei do Sprint”, da autoria de Tomás Cardoso e publicado pela Gráfica Ibérica, do Porto, em sinal de sua importância (livro entretanto esgotado e que teve reedição em 2016, em 2ª edição da editora “bubok” – Bubok Publishing S.L., graças ao empenho dum grande entusiasta e conhecedor do ciclismo nacional, Eduardo Lopes, de Lisboa).

= Onofre Tavares e Américo Raposo, duo de favoritos a vitórias por esses tempos como cabeças de cartaz da correria do pelotão, em imagem de 1952 - nas expetativas referentes à Volta a Portugal desse ano (ganha depois por Fernando Moreira de Sá). Note-se que na legenda original (do jornal de 1952) estão mal colocadas as indicações de direita e esquerda…

Encerrava-se assim a carreira desse ciclista, ao cabo de 20 anos de competição velocipédica. Em sua honra, marcaram presença os espanhóis Saura e Esmaltzes, mais o campeão português Ribeiro da Silva, recém-chegado da sua brilhante participação na Volta à França.

= Onofre Tavares felicitado por Ribeiro da Silva, na sua Festa de Homenagem, na presença de alguns ciclistas dos que se associaram a esse reconhecimento público, entre os quais os colegas de equipa portista Emídio Pinto e Sousa Santos.

Dias depois de terminada a Volta a França, e prestes a começar a Volta a Portugal desse ano, era prestada justa homenagem, em festa também de despedida, ao histórico ciclista Onofre Tavares. Um dos maiores vultos do pelotão nacional, nesse tempo.


Do programa festivo fizeram parte diversos números, englobando corridas de pista:
Corrida de eliminação – vencedor Carlos Carvalho (FC Porto).
Critério de velocidade (20 voltas) - vencedor Sousa Cardoso (FC Porto).
Corrida de Perseguição (à italiana) - vencedor Esmaltzes (Espanha).
De permeio teve lugar o cerimonial de homenagem, em cujo decurso houve intervenções de Homenagem a Onofre Tavares, por Justino Lopes, Dr. Paulo Pombo e Abílio Peixoto.
Por fim, decorreu a última prova de Onofre Tavares. Corrida «Uma hora à americana». Saindo vencedora a equipa formada pela dupla Onofre Tavares-Luciano de Sá.

Sobre o campeoníssimo “spinter” Onofre Tavares, mais tarde treinador e sempre figura do ciclismo português, já foi neste blogue desenvolvida sua carreira desportiva, em texto de cariz biográfico, como homenagem à aura que permanece no mundo do desporto das bicicletas de corrida.


Armando Pinto

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= Relembre-se sua biografia (clicando) aqui.

AP

Apresentação da Equipa de Futebol Profissional do FC Porto 2019/2020


SÁBADO 27 DE JULHO DE 2019:

Dos fracos não reza a história, por isso queremos sempre que os nossos sejam fortes e lutadores, para serem vencedores. Tanto que, mesmo não se podendo ganhar sempre, queremos que o Porto vença nem que seja a feijões ou nos treinos, incluindo em pugnas particulares. Contudo, não é por uma prestação algo descolorida que se pode começar já a tirar ilações precipitadas ou desajustadas. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Por tradição de alguns anos, já, a festa de apresentação do plantel da equipa principal é mais como ponto de retorno e reencontro do futebol à casa de todos nós, no reencontro com os apoiantes. Embora a realização esteja a precisar de novas motivações, pois desde que deixou de haver surpresas de entradas de última hora, tudo o que se passa no relvado, vendo desde as bancadas, tem sido deveras previsível, por muito que se mude o poiso do palco e inove alguns pormenores de cenário. Sendo depois o jogo do programa um encontro que se pode ver sem acelerar a máquina cardíaca nem mexer muito com nervos, embora remexa precisamente porque quando gostamos de algo queremos sempre o melhor para o que nos é querido.

Assim sendo, pode o que aconteceu, perante uma exibição menos conseguida de alguns elementos, servir de acicate em forma de lição. Apreciando-se de permeio as boas indicações dos novos, especialmente dos jovens vindos da chamada formação. Podendo isto, com tal desempenho, ter servido para enganar os espiões russos, e picar os nossos diante das provocações vindas também das diversas proveniências.

Que venha agora o futebol ao nível oficial e a sério pela parte da nossa equipa.

Armando Pinto

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Histórias de Ciclismo… a propósito de recordação sobre Carlos Silva, irmão de Mário Silva


Em época de verão, cada vez com mais transformações meteorológicas a dar tom de irregularidade ao tempo, vem acima do calor da atualidade a importância das maiores provas do ciclismo. Como acontece com a Volta à França, sempre surpreendente em sentidos diversos e a Volta a Portugal, a decorrer em Agosto como é tradição. Calhando assim haver motivos para se tratar sobre assuntos do ciclismo, como são histórias relacionadas com curiosidades e raridades afins.

Vem assim ao caso recordar-se um antigo ciclista do FC Porto de nome Carlos Silva. Um então promissor corredor das camadas jovens do FC Porto. Nome que atualmente pode deixar, ao correr da brisa das corridas, um ar de surdina provocado pelas bicicletas em andamento, no tempo, mas de interrogação… a quem ler estas considerações.


Ora, esse jovem ciclista, pelos idos finais da década dos anos 60 corria nos então chamados Amadores, com a camisola do FC Porto. E em 1969 foi Campeão Regional da categoria de Amadores-juniores pelo FC Porto, em Abril. Ressaltando fazer parte já de curiosidades memorandas relacionadas com o ciclismo, passados estes anos, entre histórias que de vez em quando se podem recordar. Quão todo e qualquer desporto é fértil, não escapando o ciclismo, também. Pois esse ciclista que demonstrava ter boas aptidões, sendo campeão de seu escalão, depois não chegou a um grau superior na carreira de ciclista. Assim como o seu colega de equipa, Delfim Santos, que ficou em 2º lugar na mesma competição, em quem também se chegaram a depositar boas esperanças (ainda que este tenha chegado à equipa sénior em 1970 e corrido como Profissional no FC Porto, em curta carreira). Pois nem todos podem chegar ao cimo, em alta competição, como é sabido.


Porém, como tudo tem diversos ângulos de visão, casos como estes merecem sempre ser lembrados, por terem feito parte da história desportiva da modalidade e do clube. Acrescendo uma curiosidade que muitos nem recordarão e pouca gente saberá: Carlos Silva, este campeão de Amadores-juniores de 1969, era irmão de Mário Silva – como refere a nota de reportagem nesse tempo publicada no jornal O Porto.

Houve assim, então, a correr também no ciclismo do FC Porto, esse ciclista campeão júnior, irmão do grande ciclista Mário Silva, grande ídolo desse tempo (e do autor destas linhas), um dos maiores valores da equipa profissional portista, entre 1961 a 1969. Assim a história ganha maior amplitude.

Armando Pinto

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