Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Faleceu Joaquim Capela – antigo guarda-redes internacional e campeão do Andebol do FC Porto

 

Faleceu na segunda-feira, dia 29 deste mês de janeiro, o antigo guarda-redes de andebol do FC Porto Joaquim Capela, com 79 anos. Indo ter cerimónias fúnebres esta quarta-feira, 31, em Espinho.

Joaquim Manuel Pereira Capela, de seu nome completo, antigo guarda-redes de andebol, nasceu a 15 de março de 1944 em Espinho. Começou a jogar Andebol na equipa do Paramos, do seu concelho e depois no S.C. Espinho, clube representativo do mesmo concelho de onde era natural, até que passou a representar o F.C. Porto, onde foi campeão por diversas vezes. Tendo-se sobressaído com a  camisola do F.C. Porto e da seleção nacional. Havendo mesmo marcado presença na seleção nacional treinada por Matos Moura. Entretanto pelo Espinho ainda se sagrou campeão nacional da 2.ª divisão. Por fim jogou também pela equipa do União de Bancos.

= 1972 – Seleção Nacional de Andebol: Em cima, a partir da esquerda, dois do FC Porto: Joaquim Capela e Borges. Seguindo-se, em cima, também logo depois, Luís Sacadura, Carlos Correia, José Manuel e Bessone; em baixo: Ramiro Pinheiro, Alfredo Pinheiro, Frederico Adão, Manuel Brito e António Mendes. Tudo atletas históricos desse tempo.

Capela, como era mais conhecido, foi Campeão Nacional de Andebol de Onze da 1ª Divisão em 1968/69 e 1969/70 e em Andebol de Sete em 1967/68, sempre pelo FC Porto. Mais foi também vencedor da Taça de Portugal por quatro vezes com o emblema do FC Porto ao peito. Bem como por diversas vezes Campeão Regional, em ambas as variantes, enquanto defendeu as balizas pelo clube dragão.

De uma das vezes em que o FC Porto foi Campeão Regional de Andebol de Sete, com Capela, é a foto da equipa que se dá à estampa, com os Campeões Regionais de 1970.

Capela era um guarda-redes exemplar e deveras admirado em seu tempo, que ainda chegou a dividir a baliza da equipa portista com Ferra, outro nome bem conhecido da história andebolística do FC Porto (mais velho e depois treinador adjunto ainda com Capela na baliza). Tendo Capela passado pelo tempo de treinadores carismáticos como Armando Campos e Henrique Fabião, além dos sucessores Djebic e António Cunha.

= Plantel do FC Porto de Andebol de 7 da Época 1976/77, vencedores da Taça de Portugal.

Em cima da esquerda para a direita - Prof. António Cunha (Treinador), César Brites (Seccionista), Mesquita, Carlos Tavares da Rocha, Remelhe, Areias, Jonel, Joaquim Capela, Jorge Amorim, Santos, Lourenço e José Ferra (Treinador Adjunto); em baixo pela mesma ordem - Monteiro, Salvador Massada, Pinho, José Manuel, Rochinha, José Pinheiro, Leandro Massada, Loreto e Orlando Sousa.

Depois de deixar de jogar, Capela passou a ser treinador de guarda-redes, ao lado de António Cunha, no FC Porto e de José Magalhães. Assim como depois assumiu funções, também, de treinador no Boavista e no CPN.

Descanse em paz.

Armando Pinto

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terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Efeméride do falecimento de José Monteiro da Costa – Refundador do FC Porto

 

No dia 30 de janeiro de 1911 faleceu José Monteiro da Costa, obreiro do renascimento do FC Porto em 1906. Tinha apenas 29 anos, então quando desapareceu do mundo dos vivos.

Estando-se por aqui em maré de efemérides, calha ser ocasião de lembrar o desaparecimento físico do refundador do FC Porto, do homem que pegou na ideia de António Nicolau de Almeida, em 1893, e fez com que o projeto continuasse. Após os primeiros tempos de existência clubista do FC Porto, entretanto ficado em banho-maria por a esposa do fundador não simpatizar com desporto. Tendo José Monteiro da Costa em 1906 dado nova vida ao clube, em modo decisivo.

Ora, José Monteiro da Costa, com a revitalização do clube portista empreendeu a organização da coletividade que passou a ter por cor principal o azul, que vigorava no país real, nesse tempo da Monarquia. Tendo ele então vivido na transição para a República, mas acabou por falecer jovem ainda nos princípios do novo regime político português, saído da revolução republicana do 5 de Outubro de 1910. Não chegando assim Monteiro da Costa a afeiçoar-se às novas cores da alterada bandeira nacional, entretanto instituída meses depois – já que a nova bandeira nacional foi ratificada pela Assembleia Nacional Constituinte, na sua sessão inaugural, a 19 de junho de 1911. Continuando no Porto, porém, a cor azul e brilhar na bandeira e nos equipamentos do FC Porto, na justa lealdade que é apanágio da Invicta. À imagem do que cantou Camões n’ Os Lusíadas (no canto VI, est. 52), referindo o Porto, terra de onde saíram os Doze de Inglaterra, no famoso episódio cavalheiresco: «Lá na leal cidade donde teve / Origem (como é fama) o nome eterno / De Portugal …»

Armando Pinto

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Efeméride do falecimento do Presidente Honorário do FC Porto Afonso Pinto de Magalhães – em 1984

 

(30/03/1913 – 29/01/1984)

No dia 29 de janeiro de 1984 (há 40 anos, agora pela conta de 2024) morreu no Porto o senhor Afonso Pinto de Magalhães, com 70 anos de idade. Depois de saliente passagem pela vida, com realce para a sua dedicação ao FC Porto, grande clube em que exerceu diversos cargos e foi Presidente da Direção, sendo reconhecido oficialmente com a categoria de Presidente Honorário. Além de ter sido benemérito na sua terra natal, Arouca, como na cidade do Porto, onde viveu a maior parte de seu tempo na Invicta. Foi ainda banqueiro famoso, como fundador do antigo Banco Pinto de Magalhães, mais tarde transformado na União de Bancos e posteriormente noutros bancos adstritos e sucessores, além de fundador da Sonae. No FC Porto foi na sua gerência que houve edificação da maioria dos pavilhões, piscinas e outras construções da antiga cidadela desportiva das Antas. Tendo sido homenageado ainda com um monumento, perto da portaria e da entrada do departamento de futebol, através dum obelisco artístico (depois destruído com a mudança do estádio das Antas para o Dragão, sem ter sido salvaguardado nada de suas pedras, como foram salvas felizmente as colunas do Pavão e Rui Filipe, por exemplo, depois mudadas para uma zona interior do estádio do Dragão).

Passando então agora a efeméride do seu desaparecimento físico, serve esta lembrança também como homenagem portista, através da Memória Portista. 

Com efeito, a 29 de Janeiro de 1984 faleceu Afonso Pinto de Magalhães, antigo Presidente do Futebol Clube do Porto, grande clube que ele engrandeceu nas suas funções de dirigente durante anos em diversas funções e por fim como Presidente da Direção entre 1967 a 1972. Entretanto honrado com a categoria de Sócio Honorário, por deliberação da Assembleia dos sócios em 13 de julho de 1962 e mais tarde como Presidente Honorário também do FC Porto, título com que foi agraciado por aprovação dos sócios em Assembleia (ao tempo ainda chamada de Assembleia Delegada) de 29 de janeiro de 1971, e atribuição no dia seguinte em jantar de homenagem, realizado no pavilhão polivalente das Antas a 30 de janeiro (véspera do jogo dos 4-0 ao Benfica, com 4 golos de Lemos). 










Além de sua prestigiada folha de serviços no âmbito social, como banqueiro e homem de negócios criador de famosos grupos empresariais, mais atividades no aspeto altruísta de apoiante das artes e de necessitados, incluindo a criação do Lar do Comércio, assim como seu papel de benemérito do clube de futebol da sua terra, o Arouca, e ainda  instituições culturais do Porto,  interessa para o caso aqui focar apenas a sua função elevada de Homem do FC Porto. Tendo como dirigente do FC Porto começado por ser Presidente do Conselho Fiscal em 1955/56 e 1965/66. Ficando para a história o caso de ter sido ele o responsável pela vinda de Dorival Yustrich, o treinador da vitória no Campeonato Nacional de 1955/56. Depois, em 1965, estando o clube inundado em dívidas, após a presidência de Nascimento Cordeiro (período tingido extensivamente pela venda de Serafim ao Benfica), Afonso Pinto de Magalhães fez parte do triunvirato que tomou conta do leme da grande nau portista, havendo ele, junto com Cesário Bonito e Ponciano Serrano, conseguido atenuar essas dívidas. Até que em 1967 assumiu a presidência do clube e logo tratou de organizar uma campanha com a finalidade de chegar aos trinta mil sócios, quando o FC Porto não tinha ainda nem vinte mil. Objetivo que depois, passados apenas alguns meses, foi alcançado. Sendo então no seu mandato que foram construídas as piscinas (a inicial descoberta e a definitiva já coberta), o pavilhão de treinos das modalidades ditas amadoras, as amplas bilheteiras em frente ao estádio, a remodelação dos espaços do departamento de futebol, incluindo o átrio de entrada social no estádio (entre outras edificações do espaço envolvente do estádio das Antas, ao tempo considerado então como Cidadela Desportiva das Antas), mais a instalação da Sala-museu do FC Porto, de guarida expositora de todos os  troféus até aí conquistados e objetos históricos do clube, mais a galeria de quadros dos Internacionais de futebol e dos atletas Olímpicos (no edífício-sede, na Praça do Município); bem como a manutenção do ginásio do clube, conhecido por Ginásio Alexandre Herculano, por se situar na rua desse nome; e ainda a construção, em 1968, do Mausoléu do clube no Cemitério de Agramonte, onde repousam alguns portistas considerados como Glórias do FC Porto. Assim como teve a iniciativa do primeiro posto de venda de produtos alusivos ao clube, com a criação do postigo de informações e vendas, junto às bilheteiras alinhadas na praceta em frente ao estádio, para prestar todas as informações necessárias e proporcionar aos adeptos desejadas compras de flâmulas e de literatura portista, etc. Sem esquecer que durante a sua gerência fixou importante cunho tendente à identidade mística do simbolismo portista, com a gravação em discos de vinil do Hino do FC Porto em harmonização e instrumental da Grande Orquestra Sinfónica Ligeira, dirigida por Carlos Dias, e declamação do poema Aleluia, do celebrizado poeta Pedro Homem de Melo, recitado pelo então famoso ator e declamador Manuel Lereno, sob fundo musical de piano tocado por Carlos Dias. Tal como esse poema heroico Aleluia foi colocado num painel de azulejos em pleno átrio de entrada de honra no estádio das Antas, entre o bar então existente ali e a entrada para os balneários e também junto do acesso ao túnel de ligação ao relvado para a entrada da equipa em campo. Bem como criou o "Troféu Futebol Clube do Porto", cujo original estava patente em coluna apropriada no átrio social do estádio (galardão que chegou a ser atribuído a importantes colaboradores do clube, mas na presidência seguinte ficou quase esquecido, do mesmo modo que nos tempos seguintes nem o Troféu Pinga teve atribuição e acabou por deixar de existir, afinal...). Tal como, nesse amplo corredor da entrada, no tempo de Pinto de Magalhães foram afixados quadros emoldurados com figuras icónicas da vida do clube, entre outras iniciativas marcantes.

Na parte desportiva, houve na sua gerência também salientes vitórias em diversas modalidades e nas camadas jovens do futebol, embora no escalão sénior do futebol não tenha conseguido atingir maior sucesso, além da obtenção da conquista da Taça de Portugal em 1968. 

Após esse período histórico, decidido a não continuar, findou essa missão em 1971/72, época em que cedeu o lugar a um novo presidente, havendo então a escolha dos associados recaído em Américo Sá. Enquanto como presidente cessante Pinto de Magalhães recebeu dos diversos órgãos do clube variadas homenagens, incluindo um monumento que estava no aparcamento de entrada das Antas, entre a portaria e o monumento ao Pavão.

Após isso, e com as mudanças político-sociais acontecidas no país, Pinto de Magalhães passou posteriormente alguns anos no Brasil, acabando por regressar mais tarde ao país natal, onde faleceu no Porto, a 29 de janeiro de 1984.

= "100 Figuras do futebol português"...

Natural de Arouca, em que nasceu na freguesia do Burgo, atual União das Freguesias de Arouca e Burgo, daquele concelho da Área Metropolitana do Porto, Afonso Pinto de Magalhães foi batizado na cidade do Porto, onde se arreigou. Acabando seus dias também na cidade Invicta, em cujo campo santo de Agramonte ficou sepultado, em jazigo de família.

= Revista "Chuto".

= "Enciclopédia do Desporto"...

A sua ação como Presidente do FC Porto ficou registada em diversos livros e brochuras, tal como o facto de ter sido vítima da situação política do tempo, após o 25 de abril de 1974, mais o que de seguida resultou no caso que acabou por lhe fazer justiça, passou à posteridade em volumoso livro raro. Fazendo essas publicações parte da biblioteca particular do autor destas remembranças. E assim dessas mesmas são as ilustrações correspondentes, deitando os olhos a algo do que sobre ele há publicado em livros, brochuras e revistas (sem contar obviamente artigos e reportagens de jornais), entre estimações in libris. Porque quem faz parte vincada do mundo grandioso do FC Porto merece ficar dignificado na Memória Portista.








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Foi Pinto de Magalhães em seu tempo alvo da natural gratidão portista. Havendo tido direito a homenagem pública com a colocação de um monumento alusivo junto ao antigo estádio das Antas, no amplo espaço de entrada entre os acessos à cidadela desportiva das Antas. Entre outras homenagens.



Foi pois Pinto de Magalhães um dos presidentes que marcou positivamente o clube Dragão. A pontos que foi dado seu nome a duas das anteriores existências de salas-museus do FC Porto, primeiro ainda na antiga sede da Praça do Município, junto à Câmara Municipal do Porto, e por fim no museu do estádio das Antas, que, com a demolição do estádio, foi substituído pelo atual Museu do FC Porto, no Dragão.


Nascido a 30 de Março, no já longínquo ano de 1913, Afonso Pinto de Magalhães foi com efeito figura incontornável da História do F. C. Porto, seu clube desportivo do coração, que serviu em diversos cargos. Tendo chegado a desempenhar a presidência durante cerca de seis anos, sucedendo a comissão administrativa em que também esteve incluído. Durante cujo mandato, de permeio, teve reconhecimento dos consócios da coletividade como um dos Presidentes Honorários. Apesar de não ter conseguido nenhum título de campeão nacional de futebol sénior durante esse período, mas havendo imprimido uma dinâmica que transportou o clube para um estado avançado em infraestruturas, mais instalações desportivas e sociais.

Ficou porém, e sobretudo, a sua presidência deveras assinalável pelo trofeu de maior relevo nacional conquistado pelo FC Porto durante a travessia sem títulos, como foi a Taça de Portugal conquistada em Junho de 1968 por aquela equipa onde pontificava a presença elástica de Américo, a segurança de Rolando, a genica de Atraca, a criatividade de Nóbrega, a omnipresença de Custódio Pinto, o carisma de Pavão, o físico de Valdemar, o faro pelo golo de Djalma, a velocidade de Jaime, técnica de Eduardo Gomes, prontidão de Bernardo da Velha, elegância de Sucena, personalidade de Almeida, jogo de pés de Malagueta, etc.


Apesar de constar na maioria das publicações alusivas como sendo natural do Porto, Afonso Pinto Magalhães nasceu em Arouca, no Distrito de Aveiro; embora depois haja sido batizado no Porto, tendo recebido o sacramento do batismo na igreja de S. Nicolau, da portuense freguesia da Sé, na cidade capital do distrito do Porto e sede episcopal da diocese Portucalense. Havendo, pela vida fora, sido um verdadeiro filho dileto da Invicta, servindo a mesma cidade da Virgem «nas mais diversificadas instituições de Assistência, de Indústria, do Comércio, de Benemerência, do Desporto. Por si mesmo criou inúmeras Empresas sendo, de forma indiscutível e inatacável, o maior investidor, industrial, comerciante, banqueiro e dirigente multifacetado» da geração desse tempo. Como está expresso num livrinho que em 1989 lhe foi dedicado pelo também antigo diretor do clube Mário Carvalho, aquando da passagem de cinco anos de seu desaparecimento físico, tendo falecido a 29 de Janeiro de 1984 – cujo frontispício dessa publicação ilustra o início deste artigo.

Dos pontos mais visíveis de sua presidência fala um resumo inserido na Fotobiografia do FC Porto, da lavra de Rui Guedes. 


Muito poderíamos aludir sobre este personagem ilustre e dinâmico presidente na vida clubista, bastando, para não alongar a exposição, cingirmo-nos a algumas publicações que lhe dedicaram espaço de memorização. Entre outras edições histórico-literárias, além de alguns livros.

- Chegada de Flávio ao aeroporto do Porto, perante grande afluência humana que foi esperar esse famoso craque, à chegada a Pedras Rubras.

Pinto de Magalhães, que em 1955 como diretor do futebol trouxe Yustrich, o homão treinador do título nacional de 1956 e em 1971, como presidente ainda, tentou reforçar melhor a equipa principal do FC Porto com a aquisição de Flávio, craque goleador da seleção brasileira, ao tempo, foi sempre verdadeiramente um Homem do Porto.

No Porto, por fim, jaz em descanso eterno de justo guerreiro, sepultado que está em jazigo de família no cemitério de Agramonte, no mesmo campo santo onde repousam Glórias do FC Porto no Mausoléu do clube, mandado edificar durante a presidência portista de Afonso Pinto de Magalhães.

Como ilustração, juntamos uma curta nota biográfica, do livro “100 figuras do futebol português”. Havendo, curiosamente, em sequência da sua continuidade como portista uma ilustrativa entrevista prestada à revista “Chuto” (edição da qual um exemplar esteve entre o material emprestado pelo autor destas linhas ao Museu do FC Porto By BMG e depois veio estragado com alguns sublinhados "riscados"...), em cujo número, nesse de Abril de 1979, se percebe algo de sua afeição clubista mesmo depois de ter deixado de ter ação direta no clube.


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O Monumento "Pedra Sobre pedra o homem constrói a sua obra...", dedicado a Afonso Pinto de Magalhães:

 

A 31 de outubro de 1970, sábado nesse ano, véspera do dia de Todos os Santos, foi inaugurado, na área do antigo estádio das Antas, junto ao próprio estádio e dentro da cidadela desportiva das Antas, um monumento erigido pelo Conselho Cultural do FC Porto, à época, em nome de todas as Secções Desportivas do Clube – o obelisco “PEDRA SOBRE PEDRA O HOMEM CONSTRÓI A SUA OBRA”, de homenagem ao presidente honorário Afonso Pinto de Magalhães. Obra de arte e gratidão que a partir daí existiu, assim, perto do pórtico da portaria de acesso exterior às instalações portistas, nesse tempo. E existiu até à demolição do estádio das Antas e restantes construções em volta.

Desse monumento histórico, entretanto desaparecido com a mudança de casa para o estádio do Dragão, sem ter sido salvaguardado – que se saiba e veja  como foram outros (preservados e bem transferidos) monumentos que também ali estavam por perto… se recorda a sua feição arquitetónica e artística com imagens e legendas referentes à sua inauguração, em 1970.


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Enquadramento visual: Para uma melhor visão memoranda, ilustra-se a situação e envolvência do monumento em apreço com uma imagem fotográfica coeva, em pose captada nos inícios dos anos 70. Vendo-se o então futebolista Gualter, fotografado em frente ao mesmo obelisco, sentado no muro circular do anel ajardinado que envolvia o monumento. Cuja imagem proporciona ainda uma visão da área circundante. 


Armando Pinto

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sábado, 27 de janeiro de 2024

Lembrando Nicolau d’ Almeida no Dia Internacional do Vinho do Porto

Sendo o Porto conhecido pelo nome do grande clube Futebol Clube do Porto e também pelo Vinho do Porto, vem a talhe desta feita apreciar o paladar simbólico do néctar com esse lindo e significativo nome, no desarrolhar de sua data comemorativa.

Com efeito, a 27 de Janeiro é assinalado o famoso vinho generoso nortenho como Dia Internacional do Vinho do Porto. A nível internacional, porque em Portugal é em setembro, sendo este vinho tão importante que é celebrado oficialmente duas vezes ao ano, tendo assim dois dias, conforme as instituições respetivas.

É pois comemorado o Vinho do Porto com seu Dia Internacional a 27 de janeiro, ao passo que o dia 10 de setembro é o nacional. No primeiro caso pela parceria portuguesa com os Estados Unidos da América, estabelecido que foi o dia 27 de janeiro em 2012, pela Wine Origins Alliance, juntamente com o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P). A Wine Origins é uma associação americana que reúne diversas organizações reguladoras de regiões vitivinícolas, e tem como objetivo eliminar as barreiras comerciais ao vinho, incluindo a falta de proteção para nomes de regiões em todo o mundo. Enquanto isso, em Portugal oficialmente a data é também comemorada no dia 10 de setembro, porque nesse dia de 1756 o então ministro régio Marquês de Pombal, por meio de um decreto-lei, criou a região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo, o Douro Vinhateiro. E desde 2014, ou seja, 258 anos após, foi instituído como data de celebração oficial pelo IVDP.

Com dois dias desses, ambas as ações ajudam a promover e valorizar o vinho do Porto. Um vinho com tradição secular, único no mundo e com o nome do Porto. De onde “houve nome Portugal”!

Ora, no Dia Internacional do Vinho do Porto recordamos António Nicolau D'Almeida, o fundador do FC Porto. Oriundo de uma família de comerciantes de Vinho do Porto, o primeiro líder do clube azul e branco tem esta faceta na imagem com que é visto historicamente, desde que, com seus colegas da família Kendall, Albert D´Almeida e outros descendentes da colónia inglesa do Oporto Cricket, entre amigos portuenses, fundou o Futebol Clube do Porto.  

Armando Pinto

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Primeiro treino de Bobby Robson à frente da equipa do FC Porto – em janeiro de 1994

 

A 25 de janeiro de 1994, em tarde soalheira de meio dessa semana, Robson começou seu trabalho de treinador da equipa principal de futebol do FC Porto, estreando-se então a treinar o plantel portista nas Antas. E, a partir daí, Mister Bobby Robson, simpático britânico, com impacto foi tendo e teve influência como nesse tempo o futebol foi vivido no mundo azul e branco.

Ora, naquele dia de seu primeiro treino, foi autenticamente recebido entusiasticamente por uma multidão que encheu as bancadas do campo de treinos das Antas  o antigo campo n.º 2, por trás da bancada da maratona do estádio. Tendo na ocasião Robson sido acompanhado por José Mourinho, como seu tradutor. Mourinho que mais tarde passaria a fazer também parte da equipa técnica, como um dos adjuntos.

Disso ficaram logo registos na revista Dragões, em seu número seguinte de Fevereiro de 1994, ilustrando esse primeiro banho de multidão de Sir Bobby.

Depois... Robson no comando da equipa azul e branca conquistou cinco troféus em duas temporadas e meia: os dois primeiros campeonatos do Penta, uma Taça de Portugal e duas Supertaças. De permeio com a descoberta de alguns talentos, entre os quais esteve a sua visão sobre o jovem André Villas-Boas.

Isso é história. Mas porque a história não se apaga e vem sempre acima, calha até de recordar esses tempos por algumas passagens do livro “A Cadeira do André”, escrito por Martim Mariano e com prefácio de Vítor Baía.

Isso e o que se seguiu é sabido como foi e se sucedeu, é mesmo história e faz parte da história do FC Porto e do desporto-rei.

Armando Pinto

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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Efeméride da presença prestigiante do FC Porto na inauguração do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mítico Morumbi – em 1970.

A 25 de janeiro de 1970 o FC Porto esteve como convidado de honra a inaugurar a conclusão total do mítico Estádio Morumbi, no Brasil. Sendo essa mais uma data e um facto que merece memorização. E, como tal, o próprio facto também um motivo de evocação, pela honra do FC Porto ter então sido convidado e marcado solene presença com a equipa principal azul e branca dessa época de 1969/1970. 

Então, a 25 de janeiro de 1970, mais de 107 mil espectadores assistiram à inauguração da conclusão do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Morumbi, em São Paulo, no Brasil. E foi aí em frente aos tricolores, sendo o São Paulo uma das muitas equipas importantes da grande metrópole brasileira – à época o futebol brasileiro estava muito à frente de todos os outros – que o FC PORTO deixou uma excelente impressão no continente sul-americano, com uma exibição resultante em meritória igualdade a um golo (1-1), através dum golo marcado por Vieira Nunes pelo lado dos Dragões.

= Vieira Nunes

Está pois o F C Porto ligado a tal momento assinalável daquele estádio brasileiro, o recinto do São Paulo, Morumbi de seu nome mais conhecido.

Ora, conforme rezam as crónicas, o estádio do Morumbi, oficialmente denominado Cícero Pompeu de Toledo, foi inaugurado duas vezes, sendo a primeira, como pré-inauguração, ainda com o estádio inacabado, em 1960; e dez anos mais tarde, em 1970 a inauguração definitiva, com a conclusão da sua lotação. Sendo portanto em 1970 mais propriamente a inauguração do anel superior.

Segundo a história, um jogador do clube paulista, chamado Peixinho, fez o primeiro golo do Morumbi, em 1960 (com que foi também selada vitória por 1-0 sobre o Sporting de Portugal); porém, na inauguração do anel superior, com o estádio concluído, quem fez em 1970 o golo inaugural do estádio foi então o futebolista português Vieira Nunes, ao serviço do F C Porto.


Assim sendo, nessa inauguração do Morumbi ocorrida no dia 25 de Janeiro de 1970, o jogo do número festivo, São Paulo-F C Porto, terminado  com um golo para cada lado, evoluiu com Vieira Nunes a abrir a contagem para a equipa portuguesa, aos 32 minutos de jogo; e quase de seguida o São Paulo empatou, estabelecendo o resultado com golo apontado por Miruca, aos 35 minutos, também do primeiro tempo. Segundo os registos oficiais, como árbitro da partida esteve José Favilli Neto e o público foi de 107.069 espectadores presentes (sendo desses, 59.924 pagantes).

= Vieira Nunes em ação, apoiado de perto por Pavão.

Lá está uma placa a assinalar todo o acontecimento, para realce da presença do FC Porto na inauguração, além do Presidente da República do Brasil, general Emílio Garrastazu Médici, e do governador paulista, Abreu Sodré, nomes constantes da lápide comemorativa, então descerrada.

O FC Porto alinhou com: Vaz; Acácio, Valdemar, Vieira Nunes e Sucena; Pavão e Rolando; Eduardo Gomes, Chico Gordo (depois Seninho aos 45 minutos), Custódio Pinto (mais tarde substituído aos 81 minutos pelo brasileiro Ronaldo, então avançado) e Nóbrega. Era treinador temporário no FC Porto Manuel Vieira (Vieirinha).

Dessa jornada festiva resultou a conquista do Troféu Governador Abreu Sodré. (Havendo também durante essa digressão ao Brasil sido ainda recebido no Rio um outro trofeu como reconhecimento público de popularidade – sob título “F C Porto o mais popular clube português no Rio de Janeiro”, através dum concurso da rádio, como se pode ver e ler pelo recorte reportando esses dois galardões, conforme foi publicado no jornal O Porto.)


Dessa ocorrência ficam aqui algumas fotos correspondentes, tal como se pode conferir pelas legendas respetivas, insertas nas gravuras originais.

Armando Pinto
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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Dia de abertura oficial da sede da candidatura de André Villas-Boas para a Presidência do Futebol Clube do Porto

Depois da apresentação oficial da candidatura, no passado dia 17, foi esta quarta-feira 24 de janeiro aberta a sede da candidatura de André Villas-Boas. E com muito gosto voltei a estar presente em tal ocasião que será mais outro momento histórico para a vida do FC Porto.

A sede da candidatura de André Villas-Boas 2024 situa-se na Rua de Agramonte, ao nº 176, em frente ao cemitério dessa artéria icónica da cidade do Porto.

Agramonte, ao lado da rotunda da Boavista, no Porto, é rua e zona simbólica para o FC Porto. Tendo mesmo simbolismo, por aí, no cemitério do mesmo nome, estar o Mausoléu do FC Porto. Onde, como lá diz na respetiva placa, “Repousam Glórias do Futebol Clube do Porto”. Ali jazem Pinga, Pavão, Pedroto e outros. Mais precisamente atletas, treinadores e dirigentes, lado a lado: Acácio Mesquita, atleta de futebol e outras modalidades; Avelino Martins, futebolista “cara de aço”; João Lopes Martins, atleta mais eclético (tendo praticado sete modalidades) do clube; João Augusto Silva, dirigente; Pinga e Pavão, futebolistas carismáticos; Soares dos Reis, grande guarda-redes internacional e dirigente; Joaquim Pereira Lopes (o sr. Lopinhos), massagista; mais José Maria Pedroto, futebolista e treinador Mestre. Os mais recentes, sepultados aquando de suas exéquias fúnebres, até agora, foram José Maria Pedroto, em 1985, Manuel Soares dos Reis, em 1990 e João Lopes Martins em 1995. Embora já há cerca de quase trinta anos lá não tenha sido sepultado mais ninguém, desde Pedroto e Soares dos Reis e Lopes Martins, apesar de terem morrido entretanto grandes nomes do clube e algumas famílias nem souberam dessa possibilidade. Por toda essa envolvência e assimilação, estando eu lá à beira, no dia da abertura da sede da candidatura de #ABV 2024, aproveitei para mais uma romagem de homenagem aos grandes vultos do FC Porto que ali jazem, tendo ido e estado lá em oração clubista.

Entretanto, a sede da candidatura estava aberta e foi oficialmente inaugurada. Em amplo e atraente espaço, bem decorado e preenchido com material histórico, a fazer reviver momentos de consagração portista, desde trofeus e objetos de recordação de André Villas-Boas, fotografias de antigos e atuais atletas, camisolas icónicas, livros e jornais, de coleção do próprio candidato e também de amigos e colaboradores, até bilhetes de jogos da coleção de André Villas-Boas.

Tendo sido grande a afluência, foram muitos e bons visitantes que puderam desde logo assinar um livro colocado num dos espaços, para assinaturas de sócios proponentes, como é necessário para cumprimento dos estatutos para a candidatura. E pelo qual André Villas-Boas concretizou desde já um dos pressupostos indispensáveis para ir a votos nas eleições do FC Porto, que era de recolher, pelo menos, as assinaturas de 300 sócios. Pois, em pouco tempo, assim, na primeira tarde do primeiro dia, foram mais, com precisão apontada para 326 os signatários que, durante a soalheira tarde de quarta-feira, assinaram a marcar presença no espaço para demonstrar apoio ao ex-treinador dos dragões.

Villas-Boas esteve à conversa com vários apoiantes, que fizeram fila para assinar o livro destinado à recolha de assinaturas e, logo depois, para trocarem algumas impressões com o candidato à liderança do clube azul e branco, bem como fazerem questão de fixar à posteridade esse momento, através de fotografias com o admirado candidato.

Entre cerca de quinhentos sócios que marcaram presença, houve natural destaque para a D. Cecília Pedroto, tal como já tinha sucedido na cerimónia de apresentação da candidatura. Uma presença apreciada e como tal se saúda, com muito gosto, dando mesmo para mais uma fotografia da praxe, para recordação, também.

Do dia, assim mais um dia intensamente apreciado, ficaram, além das boas sensações e encontros com o nosso candidato e apoiantes como nós, ficaram algumas imagens fixadas, a marcar em narrativa visual a ocorrência.


Nos próximos dias, por fases, conforme será devidamente anunciado a seu tempo, irá sendo dado a conhecer a composição da equipa que fará parte do projeto do André Villas-Boas com vista às eleições de Abril. Começando esta quinta-feira, dia 25, em que serão já anunciados, em Conferência de Imprensa, os nomes propostos para a presidência da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar. E durante as próximas semanas, dos meses que se seguem, de permeio, haverão eventos como debates relacionados com o programa da candidatura, nos quais os sócios do FC Porto poderão esclarecer dúvidas e opinar sobre o mesmo. Está também prevista a gravação de um podcast de vários episódios, com ex-atletas do clube como protagonistas e de sócios a manifesatrem opiniões. Entre diversas iniciativas que se sucederão.

Armando Pinto

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