Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Campo da Constituição secular…!


Faz hoje um século que, em plena zona do miolo da urbe  portuense, o F. C. do Porto começou a utilizar o segundo recinto de jogos da nossa História. Tendo sido então, há 100 anos, que foi inaugurado na Cidade Invicta o Campo da Constituição, histórico sítio do imaginário de antigas e sucessivas gerações Portistas e casa sentimental do FC Porto. Um torneio de futebol, com a presença da equipa da casa, mais do Real Vigo, do S.L. Benfica e do Oporto Cricket foi a primeira competição disputada no local. 

Efetivamente, a 26 de Janeiro de 1913, um domingo, começou o "Torneio das Três Cidades", numa competição de futebol de alto nível, qual acontecimento a marcar a inauguração oficial do Campo da Constituição. As três cidades eram o Porto, Lisboa e Vigo, sendo o Oporto Criket, o Benfica e o Vigo FC os clubes convidados.


Por motivos técnicos (na impossibilidade momentânea de efetuarmos digitalizações, devido a erro informático do scanner pessoal), não é possível colocar algumas páginas e imagens alusivas, como teríamos muito gosto em partilhar. Estando assim impedidos de abordar o tema como o caso merecia. Mas, dentro da importância histórica na vida do nosso F. C. Porto, não poderíamos deixar passar a efeméride, fazendo por isso esta referência, ainda que reduzida, bem como colocando dentro do possível umas imagens de arquivo, da antiga frontaria do campo, mais o respetivo emblema clássico, aqui em cima; e, abaixo, um instantâneo curioso do tempo em que ali decorriam jogos no recinto pelado (sendo a foto dum jogo de Andebol de Onze, motivo porque o atleta focado não usava caneleiras... e sabendo-se que naquele campo evoluíam equipas das diversas modalidades de jogos de bola então existentes no F. C. Porto).


Isto, em breves palavras, mas bem intencionadas, para que o tema seja assim ao menos lembrado.

Armando Pinto

9 comentários:

  1. Oportuna RECORDAÇÃO. É obrigatórío passar por aqui para quem quer saber tudo do F. C. Porto.

    Na muche. Retirado dum recorte dum jornal, sem nome e sem título, leio: “Foi em 1911 que o FC Porto colocou a possibilidade de mudar de casa depois do espaço ocupado pelo Campo da Rainha ter sido disponibilizado para a construção de uma fábrica. Um ano depois, e em Assembleia Geral, foi encontrada uma solução: arrendar um terreno na Rua Constituição por 350 escudos anuais!
    O novo campo foi inaugurado em Janeiro de 1913 e ainda hoje continua a ser utilizado pelas camadas jovens do F.C. Porto. Durante um largo período, o Campo da Constituição serviu também de casa a outros clubes, como o Salgueiros, o Vilanovense ou o Sporting de Espinho, a quem o F.C. Porto subalugava as instalações. Contudo, com a cada vez maior projecção e ambição do F.C. Porto, o Campo da Constituição começou a revelar-se um espaço demasiado exíguo, já que nos grandes jogos estava quase sempre lotado.
    O recinto chegou a comportar 20. 000 pessoas mas até à construção do Estádio das Antas, inaugurado em 1952, o F.C. Porto viu-se obrigado a disputar os grandes jogos no Campo do Ameal, do Sport Progresso, ou no Estádio do Lima, do Académico.”

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  2. Muito bem lembrado ter sido nesta data o torneio da inauguração. Mas parece que desde princípios de Janeiro que se lá jogava, talvez informalmente em jogos-treinos ou pelo menos não oficiais.
    Na revista Dragões o Luís César focou essas diferenças, que tal como as primeiras datas, têm diversas versões. Mas que a inauguração foi a 26 de Janeiro todos os cronistas dizem.

    Diz a Dragões «De pesquisa em pesquisa até à conclusão final, mergulhámos num mar de dúvidas. A fazer fé na velha «História do FC Porto» de Rodrigues Teles, terá sido a 1 de Janeiro, com a realização de um jogo entre os ingleses do Oporto Cricket Lawn-Tennis e o FC Porto.
    Folheando a «Fotobiografia» de Rui Guedes, constata-se que nada de relevante aconteceu no primeiro dia do ano de 1913, mas sim, no dia seguinte, 2 de Janeiro, com a realização do dito cujo jogo com os «crickttista – tennista».
    Se a fonte de consulta for o livro «FC Porto – 100 anos de História», de Manuel Dias e Álvaro Magalhães, ficamos a saber que o Campo da Constituição foi alugado por 350 escudos anuais, confirmamos que no jogo inaugural o resultado foi de 5–2, a favor dos ingleses (todos eles residentes na cidade, acrescentamos), mas nada se adianta quanto à inauguração – 1 ou 2 de 1913.
    Já no «Livro de Ouro do FC Porto», publicação do Diário de Notícias com texto da autoria de Alfredo Mendes, se dá à estampa uma versão mais radical: a inauguração do Campo da Constituição foi a 26 de Janeiro de 1913 com o «Torneio Internacional Taça FC Porto» (o primeiro realizado em Portugal), o qual contou com a participação do FC Porto, do Oporto Crickett, do Benfica e do Real Vigo (campeão da Galiza). Nada de resultados. Apenas uma nota curta a dar conta de que, «vergado pelos britânicos, o anfitrião fora afastado da prova.»
    (continua)

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  3. (continuação)
    «...Dando de barato que houve um jogo a 2 de Janeiro de 1913 – como houve – que o adversário foi esse onze inglesado do Oporto Crickett – como parece ser consensual – não ficará mal que, respigando reportagens de então – transcritas no volume IX da «História do FC Porto» de Rodrigues Teles, deixemos algumas pinceladas, com a chancela original, do que foram as actuações de diversos intervenientes Azuis e Brancos no jogo, aqueles que nos primórdios eram Keeper, os backs,os halfs e os forwards.
    Mãos à obra, pois. Não restam dúvidas quanto ao marcador do primeiro golo no Campo da Constituição – equipava de Azul e Branco, chamava-se Webber e era um atacante (forward) que devia gostar do que na gíria se diz «levar a bola para casa», a avaliar pela apreciação do seu trabalho: «Fez muitas coisas de bom, mas muitas podia fazer se perdesse a mania de conservar a bola e querer levá-la sozinho ao campo do adversário».
    Camilo Moniz jogou «com um pouco mais de energia que o seu costume» e John Jones «pouco fez porque, para além de andar bem marcado mostrava jogar sem vontade», Nota negativa, também, para Megre. Hoje dir-se-ia que passou ao lado do jogo, porquanto salvo o que «tentou fazer a princípio, nada mais se lhe aproveitou do jogo». Harrison, esse «foi o melhor embora (como era diferente o futebol naquele tempo) viesse demais à defesa».
    Resumindo: «o ataque jogou sempre mal e sem combinação». Nota zero para os forwards. Melhor esteve a defesa, escreveu-se. Parece que de errado só havia a notar essa coisa sem importância de «abandonarem o seu goal, o que de resto deu origem a vários pontos marcados pelo adversário». De resto «só se admite que um back avance – e ainda assim nunca para além do meio-campo – quando sabe recuar a tempo». Positivamente, não era esse o caso do Magalhães Basto, responsabilizado pelos três últimos golos Crickett, já que o jogador abandonava sistematicamente o seu lugar».
    Quem «jogou muito bem» foi Maçâs, embora tudo leve a crer que o passe preciso não era o seu forte. Aconselhava-se a que passasse «com mais cuidado, pois vê, muitas vezes, perdido o seu enérgico trabalho devido à precipitação de passagem».
    Á altura e sem reparos parecem ter estado Allwood e Camilo Figueiredo. O primeiro «foi o jogador enérgico e incansável de sempre». O português terá sido a figura do jogo e o pronto-socorro da defesa, já que «salvou algumas vezes a sua baliza em perigo com a sua extraordinária corrida». Fraquinho esteve o guarda-redes Valença. Não admira. Estava doente e sem treino. «Sentiu-se bastante da doença de que ainda está convalescente e de falta de treino».
    Como nota final, uma dica para os coleccionadores de curiosidades: «o apuro do jogo reverteu a favor dos náufragos do Veronese (vapor naufragado junto aos rochedos da Boa Nova)» e «cuja bengala do comandante Charles Turner ainda se encontra (e pensamos que ainda lá permaneça) no Museu dos Bombeiros Voluntários Matosinhos – Leça».

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  4. Mais um bela evocação da História do nosso glorioso Clube.

    Nunca vi jogar o FC Porto na Constituição. O primeiro jogo a que assisti ao vivo foi o da inauguração do Estádio das Antas. Graças a Deus que me compensou largamente do maior desgosto que vivi em toda a minha vida na qualidade de adepto.

    Abraço.

    Remígio Costa.

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  5. Diz-se por aí...
    ... Que o tão prometido museu já não abrirá as portas nas instalações onde outrora funcionava o Bingo, tal como estava inicialmente previsto, mas naquelas que hoje servem de casa à “Rádio Popular, loja que, apesar do enorme investimento que ali foi feito e de ser a maior do País, nunca teve grande sucesso em termos de facturação, tendo sido encerrada na semana passada. Ao que se sabe, foi decido não renovar o contrato de exploração comercial com a empresa para que nos quatro mil metros quadrados daquele espaço nasça um mega-museu que será inaugurado quando no próximo 28 de Setembro festejarmos o 120.º aniversário.
    Será?

    [do blog Bibó Porto Carago]

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  6. 100 anos! Oportuna efeméride. Armando, se me permite:

    http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/2010/09/capitulo-2-1911-1920-auspiciosas.html

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  7. Mais um grande post e uma boa recordação. Coisa que não se viu em mais lado nenhum, custando dizer mas, por quanto sei, posso estar enganado, mas não vi nada no site do clube e em nenhum órgão de comunicação. Portanto vale a pena este seu blogue, parabéns.

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  8. ATENÇÃO:
    Aos amigos colecionadores de fotos e documentos e conhecedores da História do F C Porto:
    Recebi hoje um e-amil que, por aqui ser um grupo fechado, só de Portistas, vou partilhar. Também porque não tenho o endereço eletrónico de alguns dos amigos que poderão ajudar - aproveitando até se puderem se me indicam o vosso e-mail para o meu
    apintolongra@gmail.com
    Ora o tal pedido que me foi feito hoje, por e-mail, é o seguinte:
    «… Senhor Armando Pinto, bom dia
    Antes de mais, gostaria de elogiar as páginas e páginas deste(s) seus blog(s), pelo menos todas com as quais já me deliciei. Francamente notável o esforço e dedicação de algumas pessoas, parabéns!
    Apesar de ter consciência de que também precisa de ajuda para completar estas obras, eu na verdade, estou-lhe a escrever a pedir ajuda, pois o meu pai foi ciclista do FCP, mas não temos qualquer recordação física desse tempo. O meu pai completa hoje 64 aninhos e há já algum tempo que procuro fotografias, artigos de jornais, trofeus e afins para lhe oferecer nesta data, mas até agora sem grande sucesso.
    Penso que o “auge” do meu pai como ciclista, foi em meados de 1968 a 1970 nos amadores do FCP, pois no ano que iria passar a profissional e muito provavelmente iria à volta a Portugal, foi obrigado a ir para a maldita guerra em África.
    Quando regressou ainda deu umas “voltitas” por ai, mas nada de especial. Apesar de eu ter nascido em 1975, lembro-me ainda de esperar o meu pai nas chegadas de algumas dessas provas
    Ou seja, será que tem conhecimento onde se encontram as fotografias e trofeus que o FCP ganhou com esses atletas? Há muitos anos atrás, ainda no tempo do antigo estádio das Antas, tentei ir ao museu do FCP, mas só se via futebol+futebol e ainda mais futebol....nada de ciclismos ou outros desportos...fiquei de rastos. Tentei saber o que era feito do “café” muitas vezes chamado de “Casa do FC do Porto” que ficava na AV. Dos Aliados mesmo ao lado da câmara do Porto, mas já tudo tinha desaparecido.
    Enfim, caso tenha alguma informação que me possa ajudar a encontrar essas fotos e quem sabe esses trofeus, agradecia mesmo muito!!!
    Sei também que um dos fotografos da altura, era um senhor que tinha a sua loja de fotografia na zona de Sto Ildefonso na baixa do Porto, mas não sei nome nem como encontrar a pessoa ou familiares. Caso conheça, seria a pessoa certa a procurar, pois deve de ter centenas de fotografias e recordações maravilhosas.
    Cumprimentos,
    Jonas Pereira

    PS: Peço desculpas, mas é o que faz tratar um pai por “Pai” aos 37 anos, hehehe....esqueci-me de mencionar talvez o mais importante. O meu pai chama-se António dos Reis Pereira e foi campeão nacional de amadores algures num dos anos entre 1968 e 1970. Penso que em 1969 pois ele entretanto foi para a guerra do ultramar e em 1970 já lá estava a combater. Obrigado e mais uma vez Parabéns!"
    Assim sendo, peço se houver alguém que possa ajudar, se o fazem diretamente ou contactando-me. Obrigado.

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  9. O Campo da Constituição, quem o viu e quem o vê...

    Por lá passaram tantos jogadores, uns que vieram a ser grandes estrelas do F.C. Porto e outros que infelizmente, acabaram por não ter grande futuro no mundo do futebol e não só.

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