Se há dias e factos que não mais esquecem, um desses fastos é a data de 31 de Janeiro - tão intimamente ligada ao Porto. Uma efeméride que se celebra hoje, neste dia 31 de Janeiro, senão com alguma pompa pública, pelo menos na imagem da memória coletiva. Tal o significado, afinal, da revolta assim chamada, por ter tido lugar nesse dia, como percursora, em finais do século XIX, da mudança de regime mais tarde registada, em 1910. E, especialmente, que é o que mais importa, outras recordações mais pessoais e emblemáticas, pois que o que nos move mais são contas de outro rosário, até porque a política cada vez atrai menos, com o que está a acontecer desde há anos a esta parte… e atualmente com maior incidência.
Assim, deixando de lado essas ocorrências que tais, interessa-nos, no caso, outra lembrança de um outro 31 de Janeiro, muitos e muitos anos depois, já em pleno século XX, mais precisamente em 1971: a vitória de 4-0 sobre o Benfica, com quatro golos de Lemos.
Na verdade, nós (exprimindo-se o autor destas linhas no plural, como mandam os cânones), quanto ao que nos toca bem fundo da representação portista no desporto-rei, porque no campeonato de 1959 não tínhamos idade suficiente para memorizar, e, de permeio (com a
travessia derivada ao estado político-social do país macrocéfalo-salazarista), tendo nós apenas tido como grande alegria o oásis da Taça de Portugal de 1968, ao deparar-nos então com tamanha goleada ao clube do regime, vibramos naturalmente, ficando esse dia marcado a letras de ouro no memorial de nossos melhores dias.
Como tal, celebrizando esta efeméride, com a pompa e circunstância mais íntima mas sentida que nos apraz recordar, aqui deixamos uma visão de uma página jornalística, a bom propósito. Numa imagem (ainda na impossibilidade de digitalização, como já referimos em anterior oportunidade), que mostra, por captação fotográfica, tal ambiência contendo curiosa entrevista alusiva – onde o António José Lemos conta peripécias, inclusive como foi prejudicado depois… por ter marcado aquela cabazada ao clube imperial. Numa abordagem jornalística mais tarde vinda a lume, também, qual lamparina acesa no vigor de azeite emergente, à tona da vida.
© Armando Pinto
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Tenho memória desse jogo e do autor dos 4 golos, Lemos, gordito mas rápido pelo menos enquanto se manteve no activo. Ao contrário do que parecia acabou, porém, por desaparecer sem grande glória além da extraordinária proeza de "espetar" quatro golos num só jogo aos lampiões.
ResponderEliminarAbraço.
Remígio Costa.
Lembro-me bem, afinal foi no meu dia de anos!
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