Neste fim de semana do princípio de Novembro lembram-se os
nossos mortos, celebrando-se os dias de Todos os Santos e dos Fiéis Defuntos. Este
ano em dias coincidentes, por acaso, com os presentes sábado e domingo, estando
de boa disposição o semblante comum portista, perante agradável vitória da
equipa principal de futebol do F C Porto e comportamentos das outras equipas
concorrentes ao título nacional desta época – em virtude de copiosa derrota do
Sporting e desonroso resultado do Benfica, que venceu pela diferença mínima
graças à anulação de um golo que daria empate… num favorecimento mais do que
tem sido norma do sistema, que já está a ser demasiado.
Então, a celebração desta data, de comemoração e lembrança,
consta do rito antigo cristão, pela grande importância que antes era dado, na
vida cristã, ao mistério da morte e à esperança da ressurreição; mas agora nem
tanto, conforme se insere por, em cedência aos efeitos da política social, ter sido
aceite a eliminação de tal efeméride dos dias santificados, deixando de ser
feriado de dia santo.
Ora, neste dia 2 de Novembro celebra-se o Dia de Finados,
momento de fazer memória aos parentes, amigos e pessoas de que gostamos e
entretanto faleceram. Sendo assim propício, numa conjunta manifestação de
afeto, ainda, para lembrar piamente os que serão nossos familiares não pelo
sangue, mas pelo coração, como todos os que admiramos ao longo da vida
desportiva, como representantes do F C Porto.
Tem o F C Porto um mausoléu, onde, precisamente, repousam Glórias
do F C Porto. E ainda outras sepulturas, nas quais, ao longo dos anos, ficaram
sepultados mais outros valores do clube. Além de contar com a imensidão de
fieis à causa azul e branca. Assim, porque a memória humana por vezes se dilui,
e por isso se torna necessário sempre haver lembrança, de modo a que ninguém
esqueça, existe no cemitério citadino de Agramonte, na cidade do Porto, o
mausoléu do Futebol Clube do Porto, numa feliz iniciativa da presidência de
Afonso Pinto de Magalhães, honrando o sentimento clubista, a denotar que os que
serviram e valorizaram o F C Porto jamais serão esquecidos. Ali repousam notáveis
atletas, treinadores e dirigentes, lado a lado: Acácio Mesquita, atleta de
futebol e outras modalidades, João Augusto Silva, dirigente, Pinga e Pavão,
futebolistas carismáticos, Soares dos Reis, grande guarda-redes internacional e dirigente; Joaquim Pereira Lopes (o sr. Lopinhos), massagista,
mais José Maria Pedroto, o treinador Mestre. Mas não só, pois, dentro da mesma
linha, a gratidão portista está assinalada na campa do refundador do clube, em
jazigo da família de José Monteiro da Costa, e pensamos que também (senão há
que fazê-lo) no jazigo da família do fundador António Nicolau de Almeida. Bem
como, na campa de Miguel Siska, lá está, através duma bola alusiva. Outrotanto,
também no cemitério de Paranhos existe, propriedade do F C Porto, o túmulo onde
ficou o corpo de Jorge Orth, treinador célebre falecido ao tempo que comandava a
equipa do futebol portista.
Pois, diante do
mistério do desaparecimento físico, quer pessoal, quer social, em que Jesus
Cristo ensinou a olhar a morte além da angústia, ao vencer o lado obscuro da
morte, através da sua Ressurreição, aí está a questão: Onde está ó morte a tua
vitória? – tal qual está escrito na sepultura-mausoléu do F C Porto. E nós reforçamos,
pois os que admiramos como representantes do F C Porto continuam vivos na nossa
memória!
Armando Pinto
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Muito oportuna evocação daqueles que serviram com devoção o Clube que hoje somos. Nada vale uma instituição que não honra e esquece aqueles que a serviram com muito amor e dedicação.
ResponderEliminarDRAGÃO, SEMPRE!