Não é por qualquer outra circunstância, mas simplesmente por
apreço de tudo o que tenha feito bem ao fortalecimento místico portista, o mote
que desta vez leva a uma evocação através do artigo de agora. Sendo oportunidade
de recordar o antigo e tão valioso jornal O Porto, quase único meio de
comunicação que remava contra a maré em tempos de despotismo do regime BSB do
futebol português e do próprio desporto contemporâneo das paradas públicas do Estado
Novo. Na pertinência de fazer justiça a dois articulistas que deixaram marca na
existência do antigo órgão informativo do F C Porto, no sentido de recordar
dois dos mais célebres publicistas que escreviam crónicas de louvar a Deus do
misticismo portista, nos tempos em que o autor destas linhas era ainda e apenas
leitor assíduo desse periódico do maior clube nacional de fora de Lisboa…
Um grande clube assim, como é o F C Porto, além dos seus
dirigentes e agentes de nomeada, sempre teve na retaguarda pessoas devotadas
que não procuram nada para si mas para o clube. Entre cuja massa quase anónima,
do chamado grande público e mesmo dos dirigentes, por vezes, lembramos dois
colaboradores do histórico jornal do F C Porto, o extinto semanário O Porto (em
certas épocas também quinzenal e até mais, conforme as vicissitudes das épocas),
antecessor da mensal revista Dragões. Aproveitando para homenagear um duo de carolas
da escrita portista, por entre consócios que admiramos (aqui expressando-se o
autor na terceira pessoa) pelo portismo amassado ao longo do preenchimento de
espaços jornalísticos que muito fizeram pelos sentimentos portistas de quem os
ia lendo. Como acontecia com Melo e Alvim, bem como Amarelhe, dois colunistas d’
O Porto que merecem nosso reconhecimento, por isso mesmo. Pessoas que enobreceram
a coleção desse tão carismático jornal O Porto, em cujo percurso o autor destas
linhas se honra de ter colaborado durante alguns anos (mais precisamente entre
1974 a 1980, até ao surgimento dos acontecimentos do apelidado verão quente das
Antas), sem contudo ter chegado a contactar pessoalmente com esses dois vultos
das letras memoriais do F C Porto. Devido sobretudo à distância física, que
então se fazia sentir muito, perante uma residência do interior nortenho face
ao mundo do clube na cidade Invicta. Isto para dizer que não nos move qualquer
outra motivação, mas apenas apreço portista, quanto ao que movia e inspira o
autor destas linhas.
Melo e Alvim tinha uma coluna sensivelmente semanal, n’ O
Porto, em rubrica sob título “DO ALTO DO TOPO SUL” (numa associação simbólica
ao conhecido setor da bancada sul do estádio, popularizada por Tribunal das
Antas), e Amarelhe (Domingos Amarelhe, salvo erro), tinha sua rubrica
intitulada “DA MINHA LAVRA” (dele).
Diante disso e disto, colocamos aqui dois artigos desses
dois prodigiosos cronistas das páginas azuis e brancas, como exemplo do que
durante anos transmitiram. Vindo a talhe lembrar, ao correr da escrita, da
pena de outras eras e teclado destes dias, quão nesses artigos ficam também
evocados alguns factos de outrora, como eram em tempos certos comportamentos
(como aquando da saída do defesa Almeida, que teve uma entrevista pouco
abonatória num jornal lisboeta, obviamente) e sobretudo a palma atribuída à
honra que então era o F C Porto ter quatro campeões europeus de hóquei em
patins (como o texto do primeiro artigo mostra, com sublinhados que aparecem a
preto nesta cópia), mais um caso particular que até vem a talhe nesta época do
ressurgimento do ciclismo, na calha do reconhecimento de sempre.
Mas o melhor é ler-se os artigos, para melhor juízo, à posteridade.
Dessas crónicas, de seguida apresentamos o texto em parcelas, na devida sequência (1 - 1; 2 - 2, 3- 3...), para facilliar a leitura. Seguindo a ordem dos artigos, a começar pelo "Alto do Topo" de Melo e Alvim...
... e acabando com o da "Lavra" de Amarelhe:
Armando Pinto
((( Clicar sobre os recortes digitalizados, para ampliar e
ler melhor)
O nosso craque em "O Porto" chamava-se... CUSTÓDIO CASTRO, o homem que mais sabia da História do FC Porto (Luis César aproximou-se-lhe mas nada de comparar...).
ResponderEliminarBom lembrar que o Jornal foi "ressuscitado" na Direcção (Comissão Administrativa 1961/65) de Nascimento Cordeiro pelo seu Vice-Presidente DR. RAÚL CASTRO onde, além das actividades desportivad do Clube abriu uma Secção Cultural onde se escrevia sobre Teatro, Cinema e Leitura (Poesia). Tinha sido extinto nos finais dos anos 50.
A página que mais admiravamos (e ainda admiramos já que os mantemos - por certo 80% da sua coleção total)era a página
titulada... "CINZAS CREPITANTES DO PASSADO".
Que saudades.
Comparações com a Dragões (que possuimos desde o primeiro número)? Não brinquemos... Nesta, 50% versa publicidade, 30
% informação clubistica; 10% sobre moda e os outros 10% é sobre a... "Página do Presidente".
Há dias tivemos essa "discussão" com um dos angariadores de assinaturas para a recandidatura do presidente (apesar de já assumida continua a recolher, quem sabe, para algum guiness...) e áté para fazer "comparações" oferecemos-lhe três exemplares (repetidos é claro) de "O Porto" dos anos 70.
Lá está. Dragões... marketing.
PS. - Por se falar (escrever) em Luis César; alguém sabe dizer que é feito dele???
O fiel leitor de "O Porto",
Viva. Com a vitória do F C Porto em casa do Belenenses estou mesmo bem disposto...
ResponderEliminarOra sobre o Luís César também nunca mais ouvi falar e não tem aparecido publiamente qualquer referência sobre ele. Antes ainda escrevia umas coisa na revista Dragões, mas ultimamente não se tem lido nada dele. Pode ser que alguém saiba e ainda informem, por aqui.
Sobre os antigos cronistas do jornal O Porto, realmente o Custódio Castro era barra na matéria. Tenho uma brochura com o discurso dele (publicado em pequeno livro, à posteriori)duma sessão solene num aniversário do clube. Ele estava para escrever um livro sobre a história do F C Porto mas nunca deve ter chegado a vias de facto. Também havia um que eu gostava muito de ler, que era o Almeida e Sousa, um senhor de Baltar (Paredes) radicado no Porto, do qual uma filha depois também chegou a ser colaboradora d' O Porto.
A Dragões é mais uma revista de imagem, com pouco sumo historiador. Mas são os novos tempos. Pode ser que ainda melhore, pois tempos atrás estava inferior, agora já lá voltaram a colocar dados dos jogos, para posterior consulta, por exemplo. E vão aparecendo uns artigos sobre a história do clube, embora aquém do desejado. Contudo há quem goste assim, portanto há que ir vendo.
Armando Pinto
Boa crónica e isenta; contentes ficamos todos com as vitórias do nosso clube mas não temos que "fechar os olhos"; só quem não quer ver...
EliminarLembramo-nos bem desse Almeida e Sousa (crónicas ilustradas com a sua foto, pessoa de meia idade, de óculos, possivelmente já falecido); estamos a "ver" também quem era a filha.
Mesmo que (muito) melhor a Dragões nunca se comparará
a "O Porto". Duvidamos que haja quem goste mas sim se acomode por fazer... geito.
O fiel leitor e simpatizante do saudoso "O Porto",
Pode esclarecer-me se o colunista do jornal "O Porto" Melo Alvim ( Do alto do topo sul)é o mesmo escritor do livro "Fátima terra de fé" e argumentista da longa-metragem "Fátima, Terra de Fé" e colaborador em vários jornais, como o Penafidelense e Diário de Coimbra?
ResponderEliminarSinceramente não sei responder a essa questão, mas deixo aqui o repto a alguém que possa esclarecer. À época eu poucas vezes ia ao Porto e no geral era para ir ao futebol, residindo eu um pouco distante da cidade Invicta, em tempos que as estradas e os transportes públicos eram ainda à antiga poruguesa. Sei apenas que nesses tempos de inícios dos anos setentas ele era um senhor relativamente idoso e depois nunca mais ouvi falar dele. Contudo ficou-me na memória como um grande colunista e especialmente portista de alto coturno.
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