Já com uma soma significativa de anos em cima, mesmo não tendo (em
nome pessoal, ainda) assim anos a mais – senão teria de ser já uma provecta
idade – conhecemos contudo história de muitos anos, no caso sendo já 123 de
existência do FC Porto. Estando então bem conservado, como todos nós os que se
interessam pela História Portista, para o que nos diz isso tudo, tanto como
sabemos também quem foram nossos antepassados, mesmo os que não conhecemos, porém
sabendo terem existido. Vindo a talhe, em fase primaveril, lembrar que em
tempos houve um torneio particular, mas de âmbito nacional entre equipas
principais dos melhores clubes do país, chamado Taça da Páscoa, até, de cujo
rasto não tem havido referências nos meios medianos…
Ora a Páscoa, em plena Primavera, sempre foi época de
revigoramento, em ambiente efusivo natural. Em cujo contexto, tal como a Primavera
é associada às andorinhas, que por sua vez representam amor fiel, porque
normalmente voltam ao mesmo local onde anteriormente fizeram ninho, assim como
ao longo da vida costumam ter um único parceiro, simbolizando então valores
como a família, o lar, a lealdade e pureza da fidelidade, também a Páscoa,
festa da família, é simbolizada em imagem da cruz engalanada, decorada de modo
terno e atraente, qual festiva apresentação da mesma cruz redentora – que na
tradição popular, felizmente ainda preservada sobretudo no Norte do país, passa
pelas casas de cada comunidade na Visita Pascal, o chamado Compasso, que se
torna forte motivo do dia ser familiar, juntando as famílias.
Ainda com o eco da campainha do compasso na retina da
memória, trazemos desta feita, aqui à lembrança pública, algo da antiga ligação
portista à quadra pascal (porque estes apontamentos, embora datados, como este
de agora, não serão limitados no tempo, sendo que continuarão depois a ser lidos
e consultados). Exemplificando com dois casos, a começar pelo referido torneio
da Taça da Páscoa, com exemplo da vitória do FC Porto na Taça da Páscoa de
1941. Como se pode ler através do 3º volume da História do FC Porto, escrita
por Rodrigues Teles, nas “Efemérides do Ano de 1941”:
Volvidos anos – passando ao segundo exemplo – o FC Porto recebeu
na época da Páscoa de 1953 uma boa equipa estrangeira, vinda da zona dos Alpes,
«a categorizada equipa suíça “Servette”», em jogo disputado no então novo
estádio das Antas, entretanto entrado em funções no ano anterior, como se sabe.
Dessa vez com resultados algo menos felizes, em receita e resultado do prélio,
já que algum público devia ter andado mais pelas idas às terras de proveniência
para receberem o Compasso e assentarem presença nas habituais reuniões
familiares, enquanto o jogo terminou empatado.
Desse encontro juntamos mais uma crónica do mesmo volume
histórico, em tempo de transição para a geração dourada da década de cinquenta:
jogavam já alguns dos monstros sagrados dessa era, a par com alguns jovens
entrados no plantel sénior, como se passava então no caso do então jovem
guarda-redes Américo, que era já suplente de Barrigana, ao tempo. Entre
curiosidades diversas.
Armando Pinto
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