Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Falecimento de Fernando Peres, futebolista que também passou pelo FC Porto


Faleceu mais um futebolista dos muitos que vestiram a camisola do FC Porto, tendo envergado o equipamento da equipa principal do futebol portista, tal o caso de Fernando Peres.

Tendo chegado ao conhecimento público a respetiva notícia neste domingo, 10 de fevereiro, houve natural difusão nos órgãos de comunicação, atendendo a ter sido um futebolista internacional, notabilizado sobretudo num clube de Lisboa, embora com passagens por outros clubes nacionais e inclusive um brasileiro. Mas curiosamente, na grande maioria das peças jornalísticas, esquecendo que também jogou no FC Porto… por pouco tempo que tenha sido. O costume, nos meios difusores no Portugal da Capital centralista e elitista.


Ora, para que conste, e é a verdade, Fernando Peres da Silva, tal o seu nome completo, nascido 8 de Janeiro de 1942, em Algés, começou nas camadas jovens, com a camisola azul do Restelo, e tornou-se conhecido no futebol português também ainda com a camisola do Belenenses. Até que, ao fim de cinco épocas como sénior e com o emblema da Cruz de Cristo ao peito, se transferiu depois para o Sporting, clube onde jogou três épocas e de onde saiu para a Académica: Tendo equipando com a camisola negra da Briosa durante uma época, de seguida regressou a Alvalade, e com a camisola das listas verdes e brancas atuou mais quatro temporadas. Ali acabando temporariamente a carreira de futebolista e iniciando-se como treinador, havendo orientado durante uma época o Peniche, na temporada de 1973/74. Isso após ter nas suas passagens pelo Sporting ajudado os leões a vencerem dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal. Mas ainda nesse ano de 1974 decidiu voltar a jogar futebol, então no Brasil, tendo na terra de Vera Cruz vestido a camisola do Vasco da Gama e assim ajudado esse clube de implantação na comunidade portuguesa a vencer o Campeonato Brasileiro desse ano. E ainda nesse mesmo ano, já durante o outono e com a época seguinte iniciada em Portugal, Peres regressou ao país natal para jogar no Futebol Clube do Porto.


A sua estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 24 de Novembro de 1974 no Estádio das Antas, quando os portistas receberam e venceram o Atlético C.P. por 5-0, num jogo a contar para a 10ª jornada do Campeonato Nacional de 1974/75. O primeiro golo que marcou de Dragão ao peito aconteceu no jogo da 28ª jornada, no dia 13 de Abril de 1975 no Estádio das Antas, em que o F.C. Porto recebeu e empatou 1-1 com o Leixões. Peres inaugurou então o marcador logo aos 6 minutos, nesse dia. Mais tarde marcou seu segundo golo ao serviço do FC Porto a 11 de Maio de 1975 na vitória por 4-0 sobre o Sporting de Espinho, no penúltimo jogo do Campeonato dessa época.

(De tal jogo regista-se em foto coeva o momento em que inaugurou o marcador no prélio FC Porto-Sp. Espinho, aos 9 minutos desse encontro disputado no Estádio do Bessa, por interdição federativa ao Estádio das Antas.)

Fernando Peres apenas representou o F.C. Porto durante uma época, tendo disputado 19 partidas oficiais (15 para o Campeonato Nacional e 4 para a Taça de Portugal) e marcado 2 golos, ambos a contar para o Campeonato Nacional. O seu último jogo pelo F.C. Porto aconteceu no dia 25 de Maio de 1975, curiosamente no Estádio que o viu nascer para o futebol, o Estádio do Restelo, em que decorreu esse que foi também o seu último jogo em Portugal como futebolista.

Dessa curta mas interessante passagem pelas Antas, em que ele, como disse numa entrevista, se sentiu honrado em saber o que era jogar pelo FC Porto, acabou por ficar no lote da equipa que se classificou no 2º lugar do Campeonato Nacional de 1974/75  a que se reporta a imagem de conjunto que havia atuado na homenagem póstuma a Pavão.


Após isso, no verão de 1975 rumou de novo ao Brasil para jogar no Sport C.R. e depois no Treze F.C., onde terminou a sua carreira de jogador no ano de 1976. De regresso a Portugal, voltou a dedicar-se a funções de treinador, tendo treinado as equipas do União de Leiria, Vitória de Guimarães, Estoril Praia, Sanjoanense e Atlético.

Peres foi internacional por Portugal, quer como júnior (tendo feito parte da equipa que sob o comando de José Maria Pedroto venceu o Torneio de Juniores da Europa e se sagrou Campeão Europeu, junto com os portistas Rui e Serafim, entre outros) bem como em sénior na Seleção B e pela Seleção A de Portugal, tendo inclusive feito parte do lote dos 22 que integraram a seleção dos Magriços no Campeonato do Mundo de 1966 e dos 19 que estiveram na Mini-Copa (Taça da Independência) do Brasil, em 1972.

Paz à sua alma.

ARMANDO PINTO
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